terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Pastor Ezequiel desmonta programa Rio Sem Homofobia

Dos 85 profissionais, 65 foram demitidos e centros de cidadania no Rio, Niterói, Duque de Caxias e Friburgo foram afetados
02/02/2016
Por André Vieira,
Do Rio de Janeiro (RJ)
  
Pastor Ezequiel é criticado por desprezar "Rio Sem Homofobia" (Foto: Divulgação)  
Há pouco mais de um mês no cargo, o novo secretário de assistência social e direitos humanos do Rio de Janeiro, pastor Ezequiel Teixeira, tem recebido inúmeras críticas de diversos movimentos populares, em especial do movimento de gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis (Lgbts), por sua atuação, ou a falta dela, em determinados projetos de responsabilidade de sua pasta.
Um desses é o Programa Rio Sem Homofobia, de responsabilidade da secretaria do pastor Teixeira. Dos 85 funcionários que trabalhavam no programa, 65 foram demitidos este ano. Com isso, o trabalho nos quatro Centros de Cidadania (Niterói, Rio de Janeiro, Duque de Caxias e Friburgo), responsáveis por fazer atendimentos jurídicos e de saúde, tiveram seus trabalhos afetados com a diminuição do quadro. E os problemas não param por aí. Além da demissão, os funcionários denunciam que estão sem receber desde outubro, além da segunda parcela do 13° salário e um terço das férias. 
Bruno Silva, de 32 anos, trabalhava desde 2012 no programa como auxiliar de administração no Centro de Cidadania Leste, localizado em Niterói. Segundo Bruno, além dele, outras oito pessoas trabalhavam na unidade, que contava com assistente social, advogado, psicóloga e demais profissionais administrativos, ficaram sem emprego. Com as demissões, apenas o coordenador da equipe está trabalhando em regime de plantão. “Nós realizávamos o casamento coletivo homoafetivo, além de todas as demandas psicológicas, jurídicas e sociais”, conta sobre o trabalho que realizava no Centro. 
Cereja do bolo
Para o coordenador do Grupo Diversidade de Niterói (GDN), Felipe Carvalho, a desatenção do governo do estado com o Programa Rio Sem Homofobia não é nova, mas a nomeação do pastor Ezequiel a “cereja do bolo” desse abandono e desprezo pelo programa. “Pezão nomeou um secretário que em sua campanha que chamou os LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis) de anticristo e nos associou com a pedofilia”, criticou. 
Ezequiel, que é pastor e deputado federal licenciado, em sua campanha de 2014 chegou a colocar na rua um material com conteúdo altamente preconceituoso em que fazia ataques, dentre outras questões, à adoção de crianças por parceiros homoafetivos, à legalização do aborto, dentre outras pautas ligadas aos direitos humanos.
Escolha errada
Integrante do movimento Transrevolução e travesti, a ativista Indianara Siqueira, culpa o governador Luiz Fernando Pezão pela escolha do secretário. “É uma afronta aos direitos humanos a nomeação desse pastor, que tem posturas homofóbicas, transfóbicas, contra o direito das mulheres. Ele não deveria nem ser cogitado para ser secretário de direitos humanos”, denuncia.
Em números
Em cinco anos, o Rio Sem Homofobia foi responsável pelo atendimento de 41.046 pessoas, sendo 21.235 pelos Centros de Cidadania LGBTs e 19.731 pelo Disque Cidadania LGBT, que presta atendimento pelo número  0800 0234567 FREE.
Sem resposta
Brasil de Fato entrou em contato com a Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos para questionar sobre as denúncias apresentadas, mas até o fechamento desta edição não recebemos nenhuma resposta.
Via. http://www.brasildefato.com.br/

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