Noturno.
NOTURNO Chove. Lá fora os lampiões escuros Semelham monjas a morrer... Os ventos, Desencadeados, vão bater, violentos, De encontro ás torres e de encontro aos muros. Saio de casa. Os passos mal seguros Trêmulo movo, mas meus movimentos Susto, diante do vulto dos conventos, Negro, ameaçando os séculos futuros! De São Francisco no plangente bronze Em badaladas compassadas onze Horas soaram... Surge agora a Lua. E eu sonho erguer-me aos páramos etéreos Enquanto a chuva cai nos cemitérios E o vento apaga os lampiões da rua! Augusto dos Anjos