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domingo, 5 de abril de 2009

SOLITÁRIO

augusto dos anjos

Como um fantasma que se refugia Na solidão da natureza morta, Por trás dos ermos túmulos, um dia, Eu fui refugiar-me á tua porta!

Fazia frio e o frio que fazia Não era esse que a carne nos conforta. Cortava assim como em carniçaria O aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver minha Desgraça! E eu saí, como quem tudo repele, - Velho caixão a carregar destroços - Levando apenas na tumbal carcaça O pergaminho singular da pele E o chocalho fatídico dos ossos!

Fonte: www.biblio.com.br

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