Polícia Civil prende síndica de conjunto ‘Minha casa, minha vida’ na Zona Norte
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Policiais da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) prenderam, no início da manhã desta sexta-feira, Maria José Davino Mariano, síndica do Residencial Guadalupe, no bairro de mesmo nome, na Zona Norte do Rio. O local abriga beneficiários do programa federal “Minha casa, minha vida” e foi invadido por traficantes.
Maria José é acusada de se associar aos criminosos que expulsaram os beneficiados e cobrar taxas para que terceiros ocupassem os imóveis vazios. O dinheiro era divido entre ela e os traficantes. A síndica cobrava ainda condomínio de R$ 100 dos moradores, o dobro da taxa oficial. Ela foi denunciada pelo Ministério Público estadual pelos crimes de associação para o tráfico, extorsão e formação de quadrilha. A acusada ainda foi autuada em flagrante por esbulho (invadir terreno ou edifício alheio).
Além de Maria José, foi preso ainda o cobrador de ônibus Edelson Antônio Alves, que estava num apartamento invadido. Em depoimento, ele afirmou que recebeu o imóvel de Maria José. Ele também responderá por esbulho.
- Quem estiver em apartamento que não lhe pertença, será preso - alertou o delegado Antenor Lopes Martins Junior, titular da Dcod.
'Minha casa, minha sina'
Após três meses de apuração, o EXTRA constatou que todos, absolutamente todos, os 64 condomínios do “Minha casa, minha vida” destinados aos beneficiários mais pobres — a chamada faixa 1 de financiamento — no município do Rio são alvo da ação de grupos criminosos. Neles, moram 18.834 famílias submetidas a situações como expulsões, reuniões de condomínio feitas por bandidos, bocas de fumo em apartamentos, interferência do tráfico no sorteio dos novos moradores, espancamentos e homicídios.
Mais de 200 pessoas foram ouvidas, entre moradores, síndicos, policiais civis e militares, promotores, funcionários públicos e terceirizados, pesquisadores e autoridades. Além disso, foram analisados documentos da Polícia Civil, do Ministério Público, da Secretaria de Habitação, do Disque-Denúncia, da Caixa Econômica e do Ministério das Cidades, parte deles obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. O material deu origem à série “Minha casa, minha sina”.
Via Jornal Extra
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