É triste como o Brasil se apequenou no cenário internacional depois da posse de Bolsonaro.
Tal fato não pode ser negado, basta ver a agenda oficial do presidente com apenas um encontro internacional no G20.
O Brasil foi retirado da reunião do Brics com líderes do G20 e, se tudo isso já não fosse constrangedor, Bolsonaro ainda foi desmentido pelo presidente francês Emanuelle Macron sob uma reunião de acordo bilateral inexistente.
Agora um novo vexame: segundo uma rádio sueca chamada Ayeneh, que faz a cobertura do G20, a primeira dama canadense Sophie Trudeau, teria dito que Bolsonaro parecia o tio do cafezinho.
Questionada se a frase seria verdadeira, a primeira dama canadense apenas sorriu e continuou o protocolo seguindo o marido Justin Trudeau.
O fato teria ocorrido durante a foto oficial do G20 e a arrancou risos de alguns líderes e das respectivas esposas.
Ela teria ficada impressionada com a forma como Bolsonaro se comportava no evento e o isolamento do presidente brasileiro. Ao lado de outros líderes mundiais para tirar a foto oficial do evento, a canadense disse: “Tem certeza que esse é o presidente do Brasil? Ele se comporta como o tio do cafezinho”, arrancando risos dos líderes ao seu lado.
Diante da afirmação da canadense, a première alemã Angela Merkel não se conteve e caiu no riso, seguida pelo líder francês Emanuelle Macron e o presidente argentino Mauricio Macri.
Trump então teria questionado o motivo das risadas e ao ser informado abriu um sorriso maroto e falou para o anfitrião Shinzō Abe, o primeiro ministro japonês, que não se conteve e caiu na risada.
A foto oficial do G20 mostra o presidente brasileiro no cantinho, isolado e sem graça, parece aquele convidado que não conhece ninguém na festa ou aquela empregada que a família chama pra bater foto apenas por consideração.
Bolsonaro continua envergonhando a política externa brasileira. Depois de ser motivo de piada e ser chamado de vendedor de bijuterias pela imprensa francesa e sua comitiva ser alvo de escândalo internacional envolvendo tráfico de drogas, agora vem mais essa “tio do cafezinho”.
Há 50 anos, frequentadores de um bar gay em Nova York se rebelaram contra a truculência policial dando início ao que ficou conhecido como a Revolta de Stonewall e à luta pelos direitos dos homossexuais. A data virou um marco e tem sido celebrada nos últimos dias ao redor do mundo. O EXTRA ouviu pais sobre a relação com seus filhos gays. E todos eles têm algo em comum: o orgulho.
"Daria um nocaute no preconceito"
Como boxeador, Popó deixou seu nome registrado na história do esporte. Em sua primeira luta como profissional, o baiano venceu por nocaute aos 34 segundos do primeiro round. Na mesma velocidade como conquistou a vitória no ringue, ele naturalizou a orientação sexual do filho, Juan Popó Vidal Freitas, que aos 16 anos revelou a Popó que era gay e estava namorando.
"Minha reação foi normal, não vi nada demais. Apesar de vir de uma família preconceituosa, eu sigo os tempos de hoje e não vejo a orientação sexual de alguém como um monstro. Eu só passei a ter um cuidado maior com o Juan, dar mais atenção porque a sociedade ainda é majoritariamente machista e preconceituosa", relembra Popó, que conta com orgulho que Juan, aos 19 anos, está no segundo semestre de Medicina.
Tetracampeão mundial em duas categorias diferentes de boxe, Popó diz que falta derrotar apenas um dos maiores adversários que já viu em sua vida:
"Daria um nocaute no preconceito. Para os homofóbicos deixo apenas um recado: façam sua parte para que tenhamos uma sociedade melhor, cuidem da sua família e deixem as pessoas serem felizes".
"Que privilégio eu tenho de ser mãe da Bruna"
Desde que revelou publicamente sua homossexualidade, em 2016, Bruna Linzmeyer virou uma importante militante das causas LGBTQI+. A atriz, que fez um discurso inflamado na Parada Gay de São Paulo, na semana passada, usa sua visibilidade para combater preconceitos e ressaltar a importância da união feminina, principalmente entre as lésbicas. Bruna costuma se referir a ela e à namorada, Priscila Fiszman, como o "casal sapatão" e sempre defende o amor livre. A mãe dela, a educadora Rosi Linzmeyer, morre de orgulho. "Que privilégio eu tenho de ser mãe da Bruna. Ela é um ser de luz. Tenho orgulho de vê-la lutando por uma causa", diz.
"Tenho muito orgulho do meu filho"
O estudante Kenui Moliterno, de 19 anos, também encontrou apoio do pai, o ator Kadu Moliterno, quando revelou para ele, há dois anos, que é gay. "Minha reação foi a mais tranquila possível. Eu disse: 'meu filho, sem o menor problema, o importante é que você seja feliz'. Ele ficou muito contente com isso e relaxou", lembra o ator de 67 anos. Kadu, porém, não deixa de se preocupar com a segurança do filho, principalmente quando o rapaz, que mora na Califórnia, nos EUA, vem visitar a família no Brasil.
"Tive medo durante uma época, que o meu filho voltasse para casa, para férias, pelo própria agressividade que tem na noite. Lá fora, eu não tenho menor medo de nada. Aqui no Rio ainda tenho receio de que ele seja agredido. Ainda acho que o Brasil está muito atrás nesse sentido, tem uma mentalidade muito antiga ainda de preconceito. É muito difícil para um pai que tem um filho assumido dormir tranquilo quando o filho sai para uma festa", diz. Kanui tem um canal no Youtube com uma amiga lésbica e também costuma levantar bandeira contra o preconceito.
"Tenho muito orgulho dele. Acho que ele está ajudando muita gente a não sofrer, a se assumir e não ter nenhum tipo de preconceito. E eu dou todo apoio. Ele é um orgulho para a família", conclui o ator.
"Sou muito orgulhosa de fazer parte dessa família LGBT"
Verônica Rodrigues sempre soube que o filho Pabllo era diferente de outros meninos de sua faixa etária. Foi a primeira a observar a sexualidade do filho e encarou de forma muito natural a revelação que ele fez ao contar que era gay. Hoje Pabllo é a drag queen Pabllo Vittar, estourada no mundo, festejada na comunidade LGBT, um mulherão que desafia padrões vigentes e encontrou seu lugar de fala.
"Quando Pabllo decidiu me revelar, eu já sabia. Eu sorri e falei que já sabia. Mãe que é mãe conhece seus filhos. Foi uma luta muito grande quando ele decidiu pela carreira artística e levantar sua bandeira. A família inteira deu apoio e por isso que ele está aí sendo o que ele é e abraçando essa bandeira que a gente abraça junto com ele", diz Verônica, que ainda chama o filho no masculino.
Verônica tem ainda duas outras filhas. Uma delas é lésbica: "Me sinto orgulhosa de fazer parte dessa família LGBT. Quando vejo uma mãe ou um pai maltratando uma criança ou um jovem por ser gay ou ser lésbica, eu aconselho mães e filhos a serem honestos, direitos, a estudar para serem alguém porque sem isso nada se tem.
Na minha casa aprendemos a respeitar o direito de todos, a diversidade. Ensinei meus filhos a serem o que eles querem ser. Não é a toa que a família Rodrigues está sempre vencendo os obstáculos. Ser mãe do Pabllo é uma definição de orgulho, um presente de Deus. Todos os dias eu aprendo mais e tento ser, sim, uma supermãe".
O teatro do absurdo do regime de exceção alcançou o apogeu.
Procuradores da república e juízes envolvidos em denúncias aterradoras, como práticas ilícitas e associação mafiosa, continuam nos respectivos cargos públicos e, para espanto geral, livres de qualquer investigação.
Agora chegamos a um ponto em que esses procuradores, assomados por um sentimento de proteção das instituições e de impunidade, se dão ao luxo de comunicar, por meio de nota oficial da repartição pública da qual deveriam ter sido afastados há pelo menos 10 dias, que estão destruindo provas que os incriminam.
Às 18:35h desta quarta-feira, 19/6, véspera de feriado, enquanto Moro prestava depoimento no Senado, a força-tarefa da Lava Jato divulgou comunicado [aqui] para informar que
“os procuradores descontinuaram o uso e desativaram as contas do aplicativo ‘Telegram’ nos celulares, com a exclusão do histórico de mensagens tanto no celular como na nuvem. Houve reativação de contas para evitar sequestros de identidade virtual, o que não resgata o histórico de conversas excluídas”.
Em português claro, excluir “mensagens tanto no celular como na nuvem” e não resgatar “o histórico de conversas excluídas” significa apagar e eliminar, talvez para sempre e de modo dificilmente recuperável, o conteúdo probatório que estava armazenado nos celulares funcionais dos procuradores ou em depósito virtual [na “nuvem”].
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A destruição de documentos públicos armazenados em celulares funcionaisé mais um ardil dos procuradores na luta desesperada pela sobrevivência e na guerra contra a verdade.
Ao dar sumiço nas provas, eles ingenuamente pretendem impedir a eventual auditoria e a comparação dos conteúdos oficiais com aqueles já revelados e com os que ainda serão revelados pelo Intercept.
A estratégia de defesa da Lava Jato, coordenada com a Rede Globo, está clara. Por um lado, inventaram uma falsa invasão por hacker [aqui] e criminalizaram a fonte de informação do Intercept para tentar anular o conteúdo que comprova as práticas criminosas continuadas de Moro, Dallagnol e de outros agentes públicos e privados.
Por outro lado, ao destruir os documentos públicos para dificultar a comprovação material da autenticidade dos conteúdos revelados pelo Intercept, o comando Globo-Lava Jato passará a sustentar outra farsa: a de que os diálogos mantidos entre Moro, Dallagnol e interlocutores são falsos, foram adulterados, ou, mais absurdo, que sequer existiram [sic].
Esse ardil, entretanto, é insustentável. Isso porque, quando das primeiras revelações, tanto Moro como Dallagnol reconheceram e confirmaram a autenticidade das mensagens. Além disso, a autenticidade pode ser atestada por outros métodos e técnicas que não a confrontação com os originais.
O procedimento dos procuradores se enquadra como crime de supressão de documento público tipificado no artigo 305 do Código Penal: “Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor”. A pena, neste crime, é de 2 a 6 anos.
Não é crível que procuradores continuem ocupando os mesmos cargos que usaram para perpetrar crimes e que Moro continue se desempenhando como ministro da justiça e chefe direto da Polícia Federal, a polícia judiciária que, em tese, deveria investigar as denúncias.
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Indiscutivelmente estamos diante daquilo que o ministro do STF Gilmar Mendes nomeou como uma organização criminosa. Essa organização está incrustada no aparelho de Estado brasileiro e perpetrando, com a mais absoluta consciência e liberdade de agir, crimes continuados contra o Estado de Direito e a democracia.
TEL AVIV, ISRAEL (FOLHAPRESS) - "Pouquíssimas vezes declinei de um convite. Afinal de contas, todo artista deve ir onde o povo está, não é mesmo?", escreveu o cantor e compositor Milton Nascimento, que desembarcou em Israel na sexta-feira (28) para realizar um show único neste domingo (30). No post que ele publicou em redes sociais neste sábado (29) depois de visitar Jerusalém, Milton respondeu a críticas de quem promove um boicote total a Israel:
"Fui convidado a cantar aqui por uma empresa gerenciada inteiramente por um brasileiro. Somente com essa informação cai por terra qualquer tipo de argumento de que eu esteja contribuindo com o 'apartheid israelense'. Este show NÃO (sic) tem qualquer incentivo do governo de Israel, muito menos do exército israelense", continuou o cantor carioca, criado em Minas Gerais. "Durante a ditadura militar brasileira eu jamais deixei de tocar no meu país. Então, por que eu deixaria de tocar agora? Por que deixaria de compartilhar experiências de amor e mudança enquanto acontece no Brasil um governo de extrema-direita? Mesmo divergindo das ideias de um governo, jamais abandonarei meu público".
O post foi uma resposta direta à uma carta que Milton recebeu do cantor e compositor Roger Waters (ex-Pink Floyd), um dos maiores apoiadores do movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções contra Israel), que há pouco mais de 15 anos pressiona artistas internacionais a não se apresentarem em Israel alegando que o país comete crimes contra os palestinos: "Quando li que ele estava planejando cruzar a linha de piquete do movimento de BDS para se apresentar em Tel Aviv, fiquei chocado. Eu escrevi para Milton pedindo uma oportunidade de falar com ele. Nem ele nem ninguém de sua equipe me respondeu", escreveu Waters.
Entre os comentários ao post de Milton - entre eles, muitos criticando ainda mais o músico - está o da colega Fafá de Belém, em solidariedade a "Bituca" e diretamente contra Waters: "Ontem li um cara que eu admirava como músico mas nunca vi em nenhuma trincheira real. Que COM CERTEZA nunca teve seus shows cancelados e dificuldades na carreira por ter tomado posições corajosas, este BABACA veio falando do que não sabe e julgando o que não tem direito! PHODA-se @rogerPinkFloyd e VIVA MILTON NASCIMENTO".
O BDS fez uma campanha online contra o show, assim como faz com a maioria dos grandes nomes da música (e de outras áreas). Mas a pressão não conseguiu evitar a apresentação de Milton, parte da turnê "Clube da Esquina". Da lotação de 2400 pessoas do Auditório Charles Bronfman, em Tel Aviv, metade dos ingressos já foram vendidos, número médio para os outros shows recentes de Milton na Europa (Londres, Zurique, Amsterdã, Madri, Lisboa e Porto). Depois de Tel Aviv, Milton volta à Europa para dois show (em Berlim, dia 5, e Paris, 6) antes de voltar ao Brasil para continuar o giro.
Em 12 de junho, o BDS divulgou um pedido público em sua página na internet com o título "Milton: a voz que vem do coração diz não ao apartheid". A ONG cita que o cantor Caetano Veloso, após se apresentar em Tel Aviv em 2015, anunciou que nunca mais tocaria em Israel em artigo publicado na Folha de S.Paulo.
O BDS também afirma que, em 2018, Gilberto Gil cancelou sua apresentação em Tel Aviv "após os massacres de palestinos em Gaza perpetrados por Israel". Mas Gil explicou à ONG pró-Israel StandWithUs Brasil que o cancelamento nada tinha que ver com o BDS e que ele se apresentou em Israel mais de 10 vezes. No caso de Milton Nascimento, 76, o músico brasileiro nem cogitou o boicote, segundo os produtores.
"Teve manifestaçõezinhas no final de vários shows. Sempre com meia-dúzia de pessoas, com bandeirinhas", contou o produtor musical brasileiro Manitu Szerman, da Yellow Noises, responsáveis pelos shows na Europa. "Ele (o Milton) na verdade não viu as manifestações, mas tem acompanhado um pouquinho esse processo. Teve uma conversa e a gente chegou a essa conclusão, de que não tem nada a ver (cancelar). Pessoalmente, sou contra boicotes. A música deveria estar além dessas coisas todas e acima das limitações políticas", disse Manitu, já levou à Europa nomes como João Donato, Martinho da Villa e Nando Reis.
O produtor do show em Israel, o brasileiro Daniel Ring, da produtora Octopulse, diz que já havia preparado os empresários de Milton para o que aconteceria: "Já tivemos vários casos assim. Antes até de fechar e começar a divulgar, enviei uma carta para eles explicando exatamente o que ia acontecer. Falei que havia 100% de chance de haver protestos de um grupo, do BDS. Eles já tavam estavam preparados para isso".
Giovanna Ewbank não resistiu a fofura que a filha, Titi, ficou com o look para curtir uma festa junina e compartilhou o clique com os seguidores neste sábado (29).
A apresentadora publicou duas fotos da menina de seis anos e comentou: “Minha boneca caipira... Nem nos meus maiores sonhos seria possível ter uma filha tão maravilhosa. TE AMO, caipirinha da mamãe!”
Só elogios
Nos comentários muitos famosos elogiaram a produção da menina, que era um vestido amarelo e rosa com detalhes de renda e aplicações. 'Meu Deus do céu! Ela é a coisa mais linda', comentou Bruna Marquezine. "Que lindeza", escreveu Lucy Ramos. Uma admiradora elogiou as longas tranças de Titi. “Que linda e que cabelão! Também ficaria belíssima de Rapunzel.”
Festa com princesas
Na metade do mês a pequena reuniu os amigos e famosos para comemorar os seis anos em uma festa com o tema Baile das Princesas. Para o dia ela usou um vestido vermelho grifado da Dolce & Gabbana. Segundo o site da marca a peça custa R$ 3,5 mil.
O jornalista Fernando Brito, editor do Blog Tijolaço, identifica o fenômeno que se pôde ver hoje nas ruas do país: os extremistas perderam volume. A notícia preocupante é que eles ganharam em boçalidade e truculência, produzindo agressões internas e enunciados mais agressivos
Por Fernando Brito, do blog Tijolaço - Sensivelmente menores que os anteriores, sobretudo fora de São Paulo, os atos pró-Lava Jato foram marcados por uma radicalização crescente e irresponsável.
Congresso, STF e a própria imprensa foram xingados e, até, ameaçados.
Não se pode deixar de dizer que, embora devam ser defendidos como instituições da República e da democracia que temos, ainda que precária, estão colhendo o fruto daquilo que elas próprias estimularam, com o golpismo parlamentar, com a politização da Justiça e com a transformação dos meios de comunicação em julgadores implacáveis e seletivos de uma útilíssima “moralidade”.
Nenhum dos três, senão timidamente, começou a reagir a isso, não se intimidando pelas pressões do monstro que ajudaram a parir.
Só muito lentamente passam a não subscrever mais incondicionalmente os abusos, mas apenas porque eles se evidenciam de forma (quase) inescondível.
Há um ponto central, que algum dia será entendido, embora seja, há mais de um século, compreendido: nada pode ser “especial” na sua atuação, nada justifica a formação de grupamentos fora das estruturas normais do Estado – “forças-tarefa” ou congêneres -, nada pode justificar o enfeixamento de poder em um ou meia-dúzia de juízes, porque isso induz ao excesso de poder e, daí, ao abuso deste poder.
O velho Direito, não transtornado pela epidemia da “especialização” que nele – e não apenas nele – foi introduzida, sustentava como pilar democrático a inexistência de tribunais de exceção, aqueles a quem deveria ser elegado o processar e julgar todos os casos que se enquadrassem em um certo viés.
A pluralidade dos juízos era, talvez, o mais eficiente elemento do sistema de freios e contrapesos que mantinha o equilíbrio. Tanto o rompemos que, há anos, o mais importante era se determinado acusado “ia cair nas mãos do Moro” ou não, como se ele fosse – e virou – uma instância especial, um tribunal em que a condenação, ao menos a quem “interessava”, estivesse assegura pelo “la garantía soy yo” do juiz.
Isso se alastrou e chegou a todos os espaços institucionais. Ministros do STF justificando decisões à base do “clamor público” que permitiria “flexibilizar” a Constituição e as leis e processos legislativos plebiscitário, nos quais divergir era algo intolerável e que merecia linchamento.
Na grande imprensa, o mesmo: passou a haver os incriticáveis, formou-se um espírito de manada que não admitia divergência, porque ela era “suja” e “aliada da corrupção”, muito embora os jornalistas fora do mainstreamestivessem, como se diz nas Alagoas, vivendo a pão com laranja.
Será lento o processo de correção destas anomalias e nem mesmo temos a certeza de que, começado agora, vá sobreviver.
O espírito da matilha, como se vê nas ruas, segue forte e cada vez mais tem os dentes à mostra.
Exorcizá-lo será um processo longo e doloroso e não rápido como a passagem de um desatino.
Por mais que as instituições brasileiras tenham se conspurcado com o processo golpista, precisamos trazê-las para um ponto de algum equilíbrio.
O radicalismo verbal é, hoje, ferramenta das hordas. Nosso escudo é a racionalidade, ainda que tenhamos de, com ela, proteger quem tem culpa inegável neste processo.
Porque, afinal, lidamos com uma elite dominante são desqualificada e insana que, afinal, conseguiu uma massa que seja coerente com sua estupidez.