quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Genesis II, a igreja acusada de vender falsa cura milagrosa para a covid-19

 

Mark Grenon e Joseph Grenon
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Mark Grenon (de azul, à esquerda) e seu filho Joseph após serem presos na Colômbia

A Igreja Genesis II de Saúde e Cura foi criada para "levar saúde para toda a humanidade". Ao menos, é o que afirmam os seus fundadores.

"Queremos criar um mundo sem doenças", dizia Jim Humble, em seu site pessoal. O homem, um idoso que já foi garimpeiro na América do Sul, é um dos fundadores da igreja.

As autoridades dos Estados Unidos, porém, têm uma visão muito diferente sobre a finalidade dessa "igreja", da qual Humble afirma ter deixado de fazer parte em 2017.

O outro fundador e atual líder, Mark Grenon, de 62 anos, recentemente foi preso na Colômbia junto com um de seus filhos, Joseph, de 32 anos, a pedido da Justiça dos EUA, que os acusa de fabricar, promover e vender um remédio fraudulento contra a covid-19 e outras doenças.

Dois outros filhos do "arcebispo" Grenon, Jonathan e Jordan, também foram presos nos Estados Unidos e estão em prisão preventiva.

Segundo a acusação de promotores da Flórida, a família Grenon supostamente vendia dezenas de milhares de garrafas de uma "Solução Mineral Milagrosa", ou MMS (na sigla em inglês), como um remédio contra todos os tipos de doenças, incluindo malária e câncer, e até para o autismo.

O MMS é uma solução de cloreto de sódio e água destilada. A instrução é que ele seja misturado com um "ativador", por exemplo, ácido cítrico, para transformá-lo em dióxido de cloro. O produto é considerado tóxico para o consumo humano, segundo especialistas.

Tanto o cloreto de sódio quando o dióxido de cloro são ingredientes ativos de alguns desinfetantes, além de ter outros usos industriais, como na fabricação de papel.

Nenhuma autoridade de saúde reconhece qualquer possível efeito benéfico dessas substâncias para a saúde. A Food And Drug Administration (FDA), equivalente norte-americana à Anvisa, alertou que o MMS pode causar vômitos, diarreia ou reduzir a pressão arterial a níveis perigosos.

Em meio à crise de saúde causada pela pandemia do coronavírus, os Grenons teriam chegado a faturar US$ 120 mil (em torno de R$ 670 mil) por mês com as vendas de MMS, segundo documentos vistos pela BBC.

Os quatro Grenons são acusados de conspiração para cometer fraude nos Estados Unidos, violação da Lei Federal de Alimentos, Medicamentos e Cosméticos, e de não colaborar com investigações das autoridades.

Mark Grenon
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Na página 'Liberdade para os Grenons', apoiadores da igreja pedem doações para os gastos da família com a Justiça

Até o momento, eles são os únicos réus no caso. O Ministério Público se recusou a explicar se há outras investigações em andamento relacionadas ao MMS contra membros da igreja.

A BBC tentou ouvir a versão dos Grenons, mas eles não têm advogado até o momento. Uma pessoa, que disse ser familiar deles, não quis comentar o caso.

"Nossos direitos e liberdades simples estão sob ataque como nunca. Os custos legais estão aumentando e precisamos de sua ajuda", diz um site criado para apoiar os Grenons.

Vínculos latino-americanos

De acordo com a promotoria colombiana — que não quis se manifestar sobre o caso por ser uma apuração aberta nos Estados Unidos —, os Grenons "também venderam a 'poção' na Colômbia e, de Santa Marta, coordenaram os embarques para países africanos".

Em Santa Marta, na Colômbia — onde foram presos —, os Grenons também operavam um "centro de recuperação" focado no MMS, de acordo com os documentos que sustentaram o pedido de prisão.

Página da internet
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Página argentina associada com a Igreja Genesis II divulga o cloreto de sódio 'para purificar a água'

As relações internacionais da Igreja Genesis II também incluem seguidores em outros países latino-americanos.

A sede foi, por um tempo, na República Dominicana, onde a igreja organizou seminários com inscrições que custavam U$ 1 mil (cerca de R$ 5,6 mil), sem incluir alimentação ou hospedagem.

A Genesis II tem mais de 200 ministros e dois bispos no Chile. Eyre Pacheco, uma integrante da igreja, disse à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, que alcançou o posto de ministra em 2013 e hoje é bispa "encarregada da filial 227 da Gênesis".

Os "médicos" e "ministros" do MMS são treinados em seminários de 10 dias. Cada estudante recebe um certificado em que obtém a permissão para abrir uma missão ou igreja local, explicou Humble, em publicação de 2011.

No "Livro para recuperar a saúde com o MMS", de publicação independente, Humble assegura que a igreja contava, em outubro de 2016, com mais de 1,7 mil ministros de saúde treinados em mais de 120 países.

Ainda em 2016, Humble — que se intitula o "descobridor" da Solução Mineral Milagrosa — foi localizado no México pela rede de televisão ABC.

Em seu site, ele afirma que se retirou da igreja — embora não do "ramo" do MMS — em 2017, para se concentrar nas pesquisas para escrever livros.

'Não era nada religioso'

"Fui treinada por Jim Humble em 2013 para usar o MMS. Queria aprender a usá-lo para ajudar meu sobrinho com câncer no cérebro", diz Eyre Pacheco à BBC News Mundo.

"Você vai entender que é uma experiência pessoal, que marca profundamente uma pessoa. Por isso, me comprometi com a causa de igreja e ajudei milhares de pessoas ao longo do caminho", disse.

Iglesia Génesis II
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Iglesia Génesis II

A BBC News Mundo contatou pessoas de diferentes países que aparecem associadas à Genesis II, em reportagens ou em páginas de redes sociais. Um deles foi Julián Pérez, que aparece na internet como presidente de um centro de saúde naturista na Espanha, do qual disse estar aposentado.

Na página, é possível ver o certificado dele de "bispo" da Gênesis II, datado de 2013. Apesar disso, ele disse que nunca teve contato próximo com a congregação e que os líderes da igreja ignoraram os e-mails enviados por ele.

"Estava fazendo um estudo sobre a terapia eletrolítica (...) e me deparei, por acaso, com o resultado do que Jim Humble havia encontrado", relatou Pérez.

Fila na Bolívia
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Em cidades como Cochabamba, na Bolívia, a população chegou a fazer fila para adquirir o dióxido de cloro

"Em algumas minas, os trabalhadores estavam morrendo e ele deu o produto (MMS) para purificar a água deles (...) e descobriu que poderia até curar a malária", disse Pérez à BBC.

Nem a Organização Mundial da Saúde (OMS) ou qualquer agência de medicamentos reconhece esse tipo de tratamento como capaz de curar qualquer doença.

Segundo Pérez — que disse ter feito sua tese de doutorado por uma universidade "alternativa" —, a Genesis II foi fundada "não com uma visão religiosa, com conhecimentos morais, mas para ensinar as pessoas a viver com saúde e dignidade".

Segundo os promotores dos Estados Unidos, os Grenons vendem MMS "sob o disfarce de Igreja de Saúde e Cura de Genesis II, uma entidade que eles supostamente criaram em uma tentativa de evitar a regulamentação do governo".

O próprio Grenon explicou o raciocínio em uma entrevista, em fevereiro deste ano, citada nos documentos oficiais.

Joseph Grenon
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Os Grenons operavam em um retiro na cidade colombiana de Santa Marta, segundo documentos do caso

"Eles não podem nos prender por fazer um de nossos sacramentos e eu sabia disso. Por isso, disse para criarmos uma igreja. Poderíamos ter feito um templo. Poderíamos ter feito uma sinagoga. Poderíamos ter feito uma mesquita", disse, na época.

"Então [a criação da Genesis] não foi realmente sobre religião? Foi para, de alguma forma, legalizar o uso do MMS?", questionou o entrevistador.

"Isso mesmo. Não foi por motivos religiosos, de jeito nenhum", respondeu o "arcebispo" da Gênesis II.

O coronavírus

A gravidade da crise do coronavírus trouxe à tona uma série de supostas soluções milagrosas, que não são confirmadas pela ciência, entre elas o MMS.

Garrafa de CDS na Bolívia
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CDS é um dos nomes comerciais do dióxido de cloro, que não tem qualquer comprovação científica para fins médicos

Catherine Hermsen, comissária assistente do Escritório de Investigações Criminais da FDA, afirmou que "a Igreja de Saúde e Cura Genesis II colocou os consumidores em risco ativa e deliberadamente."

"Continuamos protegendo a população de condutas criminosas que se aproveitam da pandemia de covid-19", declarou Ariana Fajardo Orshan, advogada da Flórida.

Eyre Pacheco, porém, acredita na inocência dos Grenons e diz que "eles logo serão liberados". "Esta não é uma prisão por crime, porque ninguém foi ferido, mas por 'violar' uma regra imposta sem fundamento. É uma ofensa", declarou.

"O FDA não tem argumentos bem fundamentados para emitir os alertas sobre o MMS (...). Tudo o que eles falam sobre os efeitos colaterais do uso do MMS não tem fundamento", disse a mulher à BBC News Mundo.

As autoridades, no entanto, reforçam a ilegalidade das ações praticadas pela igreja. A batalha legal para conter as vendas do MMS na Genesis II não acontece apenas nos Estados Unidos.

No Peru, a Direção Geral de Medicamentos, Insumos e Drogas emitiu um alerta em novembro de 2019 contra os produtos que contêm dióxido de cloro ou cloreto de sódio, entre eles o MMS. A entidade pediu que esses produtos não devem ser consumidos, porque causam "graves danos à saúde",

Na Austrália, uma área do Ministério da Saúde local multou uma empresa que comercializava MMS em U$ 150 mil por anunciar ilegalmente a substância e abriu um procedimento para apurar possível publicidade ilegal.

"Acredito que se [o dióxido de cloro] for dissolvido, provavelmente o risco será baixo. Mas os consumidores tendem a pensar 'se um pouco é bom, mais deve ser ainda melhor'. E esse é o perigo", disse Keenneth Harvey, especialista australiano em saúde pública e estudioso sobre publicidade enganosa.

Há ainda um perigo maior, conhecido como dano indireto. "Se as pessoas pensam que é uma forma eficaz de tratar uma condição específica, elas podem ignorar outros tratamentos baseados em evidências científicas", assegurou Harvey.

De acordo com o especialista, a crise do coronavírus foi um "alerta" de que as autoridades "não podem deixar essas coisas passarem".

"O dano potencial não é tanto as consequências diretas à saúde. Mas as pessoas que o tomam podem pensar: eu sou imune, não precisamos de distanciamento social, nem de usar máscaras, porque estou protegido por esse produto mágico".

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Fonte. Brasil247.com


Homens armados tentam invadir aldeia onde vive cacique Raoni em MT

O cacique Raoni Metuktire, de 89 anos, líder da etnia Kayapó, estava internado em um hospital de Colíder, a 648 km de Cuiabá. 18 de julho de 2020

O cacique Raoni Metuktire, de 89 anos, líder da etnia Kayapó, estava internado em um hospital de Colíder, a 648 km de Cuiabá. 18 de julho de 2020 (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)


Dois homens armados tentaram invadir a aldeia Piaraçu, da comunidade que pertence a Terra Indígena Kapot Jarinã, onde vive o cacique Raoni. A polícia militar encontrou 29 cápsulas de calibre .9mm e marcas de disparos na porteira de acesso

247 - Dois homens tentaram invadir com armas a aldeia Piaraçu na noite de segunda-feira (24), da comunidade que pertence a Terra Indígena Kapot Jarinã, onde vive o cacique Raoni Metuktire. O caso foi denunciado pelo Instituto Raoni à Polícia Militar. A informação é do portal G1.

 dupla chegou em uma caminhonete, mas foi barrada por uma porteira que interdita o acesso à aldeia, de acordo com moradores locais. A polícia encontrou 29 cápsulas de calibre .9mm e marcas de disparos.

A equipe da PM foi até a estrada da região para localizar a caminhonete e os ocupantes, mas nada foi encontrado, acrescenta a reportagem.

Fonte. Brasil247.com



Funcionária de loja na Zona Sul relata caso de racismo: 'Gerente me chamou de escrava'


Janine trabalhava como estoquista numa loja do Shopping Leblon
Janine trabalhava como estoquista numa loja do Shopping Leblon Foto: Arquivo pessoal
Diego Amorim

"Ela apontou para mim e me chamou de escrava, como se fosse algo natural. Resolvi denunciar porque não podemos mais aceitar isso. É hora de abrir a boca e expor o racismo". O relato de mais um caso de preconceito e injúria racial é da assistente de vendas Janine de Oliveira Monteiro, de 27 anos, que trabalhava como estoquista na loja Rosa Chá, no Shopping Leblon, Zona Sul do Rio. De acordo com ela, no último dia 14 de julho, a gerente da loja a chamou de escrava durante uma reunião de trabalho na presença de outros funcionários.

— Estávamos conversando, eu e outro colega de trabalho, sobre uma receita de bolo de chocolate chamado de "Nega maluca" quando ela começou a abordar temas de judeus e escravos, algo que nada tinha a ver com o assunto. Num determinado momento, ela me usou como exemplo e disse "assim como você, escrava". Foi horrível. Custei a acreditar que ela estava me chamando dessa forma — relata Janine.

Denúncia: Confeiteiro relata racismo em supermercado de São Gonçalo: 'Fui humilhado'

Logo após, a vítima conta que a gerente prosseguiu falando como se nada tivesse acontecido. Os outros funcionários que testemunharam a cena apoiaram Janine. Ela registrou ocorrência na 14ª DP (Leblon).

— A forma como ela revistava a minha bolsa era diferente dos outros funcionários. Eu questionava e nada era feito. Fora outras vezes em que ela falava que não tinha problemas em sujar o chão porque eu que iria limpar, mesmo eu trabalhando como estoquista — diz Janine.

A assistente de vendas, que mora na comunidade da Rocinha, Zona Sul, trabalhou por nove meses na loja e teme pelo futuro da família.

— Eu tentei continuar trabalhando na loja, mas não consegui, o ambiente ficou desconfortável. Passei a ter crises de ansiedade no trabalho. Tentei porque eu preciso do emprego, tenho dois filhos e pago aluguel e escola para eles. Eu não posso ficar desempregada.

Janine com o uniforme da loja onde trabalhava no Leblon
Janine com o uniforme da loja onde trabalhava no Leblon Foto: Arquivo pessoal

E esse não foi o primeiro caso de racismo vivido por ela. Por isso, espera que todas as vítimas também tenham coragem de denunciar.

— Quando eu trabalhava em outra loja, a gerente tinha preconceito com o meu cabelo, falava que estava na hora de eu penteá-lo. Eu espero que ninguém tenha que aceitar passar por isso. É doloroso, ninguém tem o direito de discriminar ninguém. Espero que cada vez mais pessoas tenham coragem de falar e não aceitar o preconceito.

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Empresa afasta funcionária, e shopping repudia discriminação

Em nota, a Restoque, dona da marca Rosa Chá, destaca que "repudia com veemência qualquer tipo de atitude discriminatória". Após tomar conhecimento desse episódio, a companhia afastou a colaboradora denunciada de suas atividades, até que os fatos sejam apurados, e instaurou uma comissão de sindicância para as providências.

A empresa também informa que não recebeu registros sobre o caso nos canais confidenciais e internos. "Toda e qualquer denúncia é levada ao conhecimento da administração, que as analisam e tomam as devidas providências. A companhia ressalta que contribuirá com as investigações das autoridades responsáveis, apresentando também a elas as conclusões da referida comissão, bem como prestará o apoio necessário para a colaboradora denunciante", esclarece a marca.

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Em nota, o Shopping Leblon destaca que repudia qualquer atitude discriminatória. O centro comercial destaca ainda que "a abordagem relatada não condiz com a postura adotada pelo empreendimento, que zela para que todos sejam bem-vindos, oferecendo um ambiente de trabalho, lazer, diversão e compras de forma igualitária a todas as pessoas". A administração do Shopping Leblon afirma também que vai reforçar as orientações de boas práticas e conduta entre lojistas.

Em nota, o advogado Ruan Pablo, que acompanha o caso de Janine, repudia o estigma expressado pela funcionária, "decorrente de sua condição de negra, pobre e moradora de comunidade, não sendo aceitável ser chamada de escrava dentro do próprio ambiente de trabalho. Além do mais, seus traços físicos não são capazes de lhe atribuir um perfil criminoso, e, portanto, não legitimam a empresa a fazer com que a Janine seja submetida a revista pessoal mais severa do que as aplicadas aos demais funcionários não detentores de tais características. Por fim, informo que as autoridades competentes já foram acionadas, a fim de serem adotadas as medidas cabíveis".

Shopping Leblon diz que repudia todo tipo de discriminação (18/03/2020)
Shopping Leblon diz que repudia todo tipo de discriminação (18/03/2020) Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

Casos de racismo correspondem a um quarto da demanda

De acordo com o titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), delegado Gilbert Stivanello, cerca de 27% dos registros são referentes a casos de racismo e de injúria racial, crimes que ficam abaixo apenas dos episódios de LGBTfobia (40%). Segundo ele, houve um aumento nos casos de injúria racial nos últimos meses.

— Alguns casos recentes tiveram mais visibilidade. Ha dois tipos de delito dessa natureza. O primeiro, a discriminação por racismo, consiste na prática de atos discriminatórios como negar o acesso de uma pessoa a determinado local, excluir a pessoa de uma seleção de empregos ou criar um site ofendendo pessoas em razão da etnia, raça ou cor. O segundo é a injúria racial, que é o xingamento acrescido do emprego da alusão à cor da pele para essa ofensa — explica ele.

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Stivanello destaca que, em qualquer das duas situações, a vítima deve procurar a Decradi ou ir até a unidade distrital da área onde ocorreu o crime para registrar o crime. Para ele, o importante é denunciar.

— O importante é fazer a ocorrência. Além da questão penal, que pode servir como fator inibitório para o autor não reincidir, os dados constroem uma estatística que vai orientar políticas públicas. É super relevante que as vítimas não se omitam e tenham coragem de expor.

Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), 33.933 ocorrências por injúria, que incluem injúria racial, foram registradas no ano passado em todo o estado. Já os casos de preconceito por cor, raça, etnia, religião ou procedência nacional foram 114 em 2019 — aumento de quase 60% em comparação com 2018, quando houve 71 vítimas.

De acordo com a Polícia Civil, as investigações estão em andamento na 14ª DP (Leblon) para apurar os fatos. "Os envolvidos no caso estão sendo chamados para prestar depoimento na unidade policial"

Fonte. jornal Extra.

Vaticano sabia das denúncias contra padre Robson: 'Eles tinham um conhecimento avançado da situação'

 

No entanto, segundo o delegado, nada foi dito às autoridades. “Não nos disseram se havia em curso alguma investigação interna pelo Vaticano" (Foto: Reprodução)

A sede da Igreja Católica e residência oficial do Papa, o Vaticano, já tinha conhecimento das denúncias contra o padre Robson de Oliveira Pereira, fundador e presidente da Associação dos Filhos do Pai Eterno (Afipe), em Goiás, investigado por supostos desvios de dinheiro de fiéis de todo país.

Segundo o delegado Alexandre Pinto Lourenço, superintendente de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), o Vaticano acompanhava de perto as denúncias contra o padre.

"Eles [o Vaticano] narraram que já tinham ciência e que estavam acompanhando as denúncias. Pelo que percebemos, eles tinham um conhecimento avançado da situação”, afirmou o delegado.

No entanto, segundo ele, nada foi dito às autoridades. “Não nos disseram se havia em curso alguma investigação interna pelo Vaticano", concluiu.

Segundo Lourenço, os possíveis atos ilegais praticados pelo padre com o dinheiro doado por fiéis de todo Brasil chegaram ao Vaticano por meio de pessoas de dentro da Igreja Católica.

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) e a Polícia Civil apuram desvios de R$ 120 milhões para compra de imóveis de luxo não ligados à atividade religiosa, entre eles, uma fazenda no valor de R$ 6,3 milhões e uma casa na praia de Guarajuba, na Bahia, no valor de R$ 3 milhões.

Embora Lourenço tenha apurado parte das denúncias e participado de uma reunião com dois representantes da Ordem Redentorista, em setembro de 2019, em São Paulo, a Arquidiocese de Goiânia, responsável pelo Santuário do Divino Pai Eterno, alega que não recebeu informações sobre as denúncias.

"Nunca houve qualquer questionamento por parte do Vaticano em face da Afipe ou da pessoa do padre Robson de Oliveira e, se houve algum contato com o secretário de Segurança Pública, não foi com representantes do Vaticano", informaram em nota ao G1.

Com quase 4 milhões de seguidores apenas no Facebook, o padre Robson, 46 anos, tem bastante influência entre os católicos nas redes sociais. O religioso nega as acusações de fraude e diz que vai provar sua inocência, porém afastou-se da Afipe após a operação do MP.

Via Yahoocom.br


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