Sérgio Sá Leitão foi nomeado nesta quinta-feira pelo presidente Michel Temer
Como O GLOBO revelou em fevereiro deste
ano, a mensagem de Sá Leitão foi enviada em 7 de outubro de 2014 para cerca de
15 pessoas, muitas delas profissionais que regularmente buscam recursos nos
editais, que na época eram gerenciados por ele. Entre os destinatários estavam
o distribuidor Bruno Wainer, o cineasta Cacá Diegues, as produtoras Mariza
Leão, Iafa Britz e Paula Barreto, as diretoras-executivas do Festival do Rio,
Ilda Santiago e Walkíria Barbosa e o ex-diretor-presidente da Ancine, Manoel
Rangel.
A motivação foi um texto distribuído à
imprensa com as revindicações do Rio: Mais Cinema, Menos Cenário, um movimento
lançado no Festival do Rio de 2014 para pedir mais transparência nos gastos e
maior diversidade nos projetos contemplados nos editais de prefeitura e estado.
Leitão começou sua mensagem citando um e-mail que teria sido enviado por
Frederico Cardoso, membro da Associação Brasileira de Documentaristas e
Curta-Metragistas, com críticas à sua gestão. Sérgio escreveu: “Para além de
denúncias vazias e argumentos tolos, o que mais chama a atenção é a postura
belicosa e vingativa”.
No final da mensagem, o novo ministro
se referiu aos críticos como “black blocs” e colocou entre parênteses os nomes
dos cineastas Silvio Tendler, Murilo Salles e Vânia Catani.
NOTA
DE REPÚDIO
No dia seguinte à publicação da
reportagem, entidades do setor audiovisual protestaram contra a indicação do
jornalista Sérgio Sá Leitão para cargo na Diretoria Colegiada da Ancine. O
grupo disse na época que o novo ministro não tinha "capacidade" para
assumir o cargo e que havia deixado um "péssimo legado" para a RioFilme.
"Repudiamos a indicação porque
Sérgio Sá Leitão não possui capacidade técnicas e administrativa para o cargo,
o que é atestado pelo péssimo legado que o mesmo deixou para a Riofilme e para
a Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, funções que ocupou na
administração do ex-prefeito Eduardo Paes. Além disso, não se tem ciência de
nada relevante realizado por esta pessoa na esfera privada dentro da área de
cinema", dizia um dos argumentos utilizados pelo grupo.
Via O Globo
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