Comerciários ameaçam greve histórica em Nova Iguaçu



Comerciários ameaçam greve histórica em Nova Iguaçu
O Calçadão de Nova Iguaçu é um dos principais polos comerciais do estado do Rio de Janeiro 
Fabio Gonçalves / Agência O Dia
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O Calçadão de Nova Iguaçu é um dos principais polos comerciais do estado do Rio de Janeiro  Fabio Gonçalves / Agência O Dia NOVA IG...
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 Braços cruzados no Arco - em Nova Iguaçu
NOVA IGUAÇU - A classe comerciária de Nova Iguaçu poderá deflagrar, por tempo indeterminado, a maior greve geral de toda a história do município. O protesto pode causar um grande baque no bolso do comércio e na arrecadação de ICMS, que já está em declínio. O motivo é a falta de acordo salarial entre patrões e empregados.

De acordo com o sindicato dos trabalhadores profissionais no comércio e serviços em Nova Iguaçu, a categoria reivindica piso salarial no valor de R$ 1.238,86, reajuste de 14.71% para quem ganha acima de R$ 1.088,00 (valor do piso do ano passado), e 10% de ajuda de custo para creche, babás e mães com filhos de até 12 anos.

Segundo dirigentes dos comerciários, a categoria está preparada e disposta a deflagrar a greve, por causa da “intransigência dos patrões”. Eles relatam que 70% da categoria ainda recebe o piso salarial de maio do ano passado, no valor de R$ 1.088,00. Como este ano ainda não houve o acordo salarial coletivo, o que deveria acontecido em 11 de maio, o Sindicato do Comércio Varejista de Nova Iguaçu (Sincovani), que representa a classe patronal, propôs um aumento de R$ 20,00 e, depois, de R$ 37,00.

“Como a decisão é da categoria, em assembleia geral, os trabalhadores não aceitaram”, disse Paulo Thomé, da direção do Sindicato dos Comerciários. Por isso os comerciários propõem que seja pago o piso regional do estado, que é de $ 1.178, 41, retroativo a maio, que é a data base de assinatura do acordo salarial da categoria.

Apesar de destacar que os comerciários estão dispostos a cruzar os braços e deflagrar a greve geral, Paulo frisa que a manifestação será decidida no dia 27 de julho, a partir das 19h, no estacionamento situado ao lado da sede do sindicato, na Rua Dr. Barros Junior, 408, no centro. O dirigente adiantou, porém, que, antes de greve, os trabalhadores começariam com a paralisação de lojas, ato que não agrada os comerciantes.

“No momento em que o estado está quebrado financeiramente e o comércio atravessa uma fase difícil, uma greve agora seria muito ruim para a arrecadação do ICMS e para todos”, avalia um dono de loja, que pediu para não ser identificado. O secretário de Fazenda e vice-prefeito de Nova Iguaçu, Carlos Ferreira, o Ferreirinha, disse que a cidade ocupa o 10º lugar no ranking de arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadoria e Serviço (ICMS) do estado, o qual devolve 1.980% ao município. “Mais isso varia a cada mês”, revela.

No mês de março, por exemplo, a cidade arrecadou R$ 13.114.942,75 de ICMS. Já no mês seguinte este valor subiu para R$ 13.809.611,91. Em maio, houve redução. Foram arrecadados R$ 12.902.047,08.

Dirigente culpa as centrais

Muito embora Paulo Thomé ressalte a disposição dos comerciários pela deflagração de uma greve, ele não gostou do posicionamento das centrais sindicais.

“A Central Sindical da qual somos filiados (CSPCONLUTAS) faz um chamado de construção da greve geral unificada com outras Centrais. Existe disposição de luta dos trabalhadores. Mas se a reforma trabalhista passou no Senado, se deve isso a uma parcela de culpa as Centrais Sindicais grandes como a CUT e Força Sindical, que vacilaram no dia 30 de junho e desmontaram a greve geral, freando as lutas e não mobilizando sua base. Essas Centrais estão fazendo um serviço nefasto, causando um prejuízo gigantesco para os trabalhadores e trabalhadoras”, considera Paulo.

Nova assembleia – Outra assembleia, no dia 28 de julho, a partir das 19h, no estacionamento ao lado do Sindicato dos Comerciários, reunirá trabalhadores e representantes do supermercado Alto da Posse. A categoria reclama que empregados foram demitidos há mais de 10 anos e ainda não receberam seus direitos trabalhistas.

Sincovani responde

A advogada do Sincovani, Jane Abdon, negou intransigência por parte da classe patronal e enviou nota ao Jornal de Hoje sobre as propostas encaminhadas aos comerciários.

“Na correspondência do dia 10 de julho, referi-me à última proposta que foi feita, verbalmente, na reunião do dia 04, cujos termos:

1 – Manter as cláusulas da Convenção anterior, mais o Piso salarial do Estado, COM FERIADOS a escolher sobre uma das propostas da primeira assentada, reajuste de 100% do INPC de maio, ou
2 – Manter as cláusulas da Convenção anterior, mais 100% do INPC de maio de reajuste, inclusive sobre o Piso atual, SEM FERIADOS. O Sincovani é um Sindicato sério e honra seus compromissos. Não é de interesse deixar a categoria sem os seus reajustes. Se ainda não fechamos a negociação não é culpa do Sincovani.

OBS: o pedido para os feriados é facultativo. Trabalha quem quiser, não será obrigado. Esse pedido é uma reivindicação dos empresários que vem sendo feita há vários anos.”

por Noticias de Nova Iguaçu

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