Com salários do Rio atrasados, radiologista aposentado mora em abrigo da prefeitura
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CRISE
O calvário de um aposentado em tempos da cólera econômica
O nome dele é Gilson. Mas o drama é o mesmo, neste país desvalido e perturbado, de tantas Marias ou Josés. Gilson Alves Cavalheiro, 69 anos, carioca, solteiro, perdeu a perna aos 5 anos num acidente. Mas, talvez, essa não seja a maior tragédia de sua vida. Com sacrifício, ele estudou e se formou em radiologista pela Uerj. Trabalhou, primeiro, como professor primário por dez anos e, depois, como radiologista no Hospital Souza Aguiar e no Iaserj.
Após se aposentar pelo Estado do Rio, com 35 anos de casa, Gilson teria de receber R$ 1.195. Mas tem um empréstimo que desconta mais de R$ 500 todo mês.
— Nunca tive uma vida fácil, mas dava para pagar as contas. Fui, aos poucos, vendendo minhas coisas em casa. Em dezembro, já com o pagamento atrasado e sem 13º, vendi meu anel de formatura.
Sem família ou filhos, ele preferiu se afastar de todos os colegas a ter de contar sobre a sua verdadeira situação:
— Tenho muita vergonha da minha situação, não quero que eles me vejam assim.
O aposentado decidiu deixar, em abril, o apartamento no Engenho de Dentro, e passou a dormir em uma calçada numa rua na região da Central do Brasil. Depois de um mês, à noite, foi encontrado pela equipe de Assistência Social da prefeitura e levado para o abrigo Stella Maris, na Ilha do Governador.
— Pezão disse que vai colocar o nosso salário em dia. Se ele fizer isso, eu deixo este lugar para outra pessoa mais necessitada.
Em tempo...
O número de moradores de rua na cidade do Rio, segundo a Secretaria municipal de Assistência Social do Rio, cresceu de três mil, em 2013, para 15 mil em 2017.
Mas aí é outra história.
Via Jornal O globo
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