SOBRINHA TRANS DE ROBERTA CLOSE DIZ QUE TIA É REFERÊNCIA PARA ELA: 'SOFRI MUITO PRECONCEITO'
Gabrielle Gambine, a sobrinha legítima da famosa modelo transexual Roberta Close, fez um longo desabafo nas redes sociais sobre o preconceito que sofreu por também ser trans. Estudante de Artes Visuais na UFRJ e modelo, a carioca de 20 anos fez a transição do gênero masculino para o feminino há poucos anos e recentemente conseguiu mudar de nome também na certidão de nascimento. Ela conta que já foi impedida de frequentar banheiros femininos e até de se depilar em clínicas de estética.
"Sofri inúmeros constrangimentos. Diversas vezes fui tratada no masculino e chamada pelo meu nome de registro em espaços públicos. Seja em consultas médicas, salões de beleza, sala de aula, filas de estabelecimentos...Fui impedida de me depilar em clínicas de estética e diversos outros tipos de preconceitos que a maioria das pessoas trans precisam enfrentar diariamente quando decidem ocupar determinados espaços, que muitas vezes não estão preparados para lidar com nossas demandas", lembra, narrando um episódio específico de preconceito que sofreu na faculdade.
"Já fui até mesmo impedida de usar o banheiro na faculdade por uma funcionária que acabou sendo transfóbica comigo e que me disse que enquanto ela trabalhasse lá eu não adentraria no banheiro feminino. Muita gente é preconceituosa com aquilo que é diferente, a transfobia vem disso também".
No post, Gabrielle também fala da relação com a tia famosa, que foi um grande símbolo sexual dos anos 1980, e de como Roberta Close foi e é referência para ela.
"Meu contato com a Roberta me ajudou a lidar, entender o que era transsexualidade e, conforme fui me informando e compreendendo meus processos, tendo momentos de solidariedade e identificações com amigas e a comunidade Trans do Rio de janeiro e de São Paulo, as coisas foram fazendo mais sentido. A Roberta é muito forte, um ícone fashion, de beleza e uma grande referência, não só pra mim como pra muitas mulheres. Admiro e respeito demais minha tia".
Ela conta que já superou muitos acontecimentos negativos por ser trans e comemora o fato de ter conseguido trocar de gênero nos documentos.
"Sigo mais forte sabendo que a minha retificação é uma vitória e um evento importante na minha vida porque, hoje, depois de muita luta, finalmente posso exercer o meu papel enquanto cidadã, reivindicando meu nome. Entendo esse processo como uma restituição do meu direito de ser tratada como quem eu sou. Meu nome de registro nunca me pertenceu. E por mais que eu saiba que eu vá continuar sofrendo descriminação e transfobia, minimamente, tenho a segurança e certeza de que conquistei minha identidade e amadureci meu processo de reivindicação referente à forma como espero e quero ser lida e tratada.
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