Conquista divulgada nesta terça-feira
também vale para sífilis e foi confirmada pela OMS
WASHINGTON -
Cuba se tornou, nesta terça-feira, a primeira nação do mundo a ter a validação
da Organização Mundial da Saúde (OMS) por eliminar por completo a transmissão
do vírus da Aids (HIV) e da sífilis de mãe para filho. O anúncio foi feito pelo
ministro da Saúde Pública de Cuba, Roberto Morales Ojeda, na sede da
Organização Pan-Americana daSaúde(OPAS/OMS) em Washington.- Tudo foi
possível por meio do nosso sistema social e pela vontade política. Isso
permitiu que um país com poucos recursos tenha alcançado isso - disse o
ministro cubano.Por trás do
resultado estão anos de esforços para garnantitr o acesso ágil a cuidados
pré-natais, testes e medicamentos às mulheres grávidas, capazes de impedir que
estas doenças sejam transmitidas de mãe para filho. A OMS reconheceu o fato
como um marco histórico.- Eliminar a
transmissão de um vírus é uma das maiores conquistas possíveis de saúde pública
- disse a diretora geral da OMS, Margaret Chan. - Esta é uma grande vitória em
nossa longa luta contra o HIV e doenças sexualmente transmissíveis, e um passo
importante no sentido de ter uma geração livre da Aids.
O diretor
executivo da Unaids, Michel Sidibé, acrescentou que a notícia merece ser
comemorada em todo o mundo:
- Esta é uma
celebração para Cuba e para crianças e famílias em todos os lugares. O fato
mostra que acabar com a epidemia de Aids é possível e esperamos que Cuba seja o
primeiro de muitos países que obtiveram sucesso ao buscar a validação do fim de suas epidemias entre as crianças.Segundo a
OMS, cerca de 1,4 milhão de mulheres que vivem com HIV engravidam anualmente ao
redor do mundo. Se não houver tratamento, elas têm uma chance de 15% a 45% de
transmitir o vírus para seus filhos durante a gravidez, o parto ou a
amamentação. No entanto, esse risco cai para pouco mais de 1% quando mães e
crianças tomam medicamentos antirretrovirais.O número de
crianças que nasce anualmente com o HIV caiu quase pela metade desde 2009 -
passando de cerca de 400 mil no referido ano para 240 mil em 2013. Entretanto,
serão necessários grandes esforços para atingir a meta global de menos de 40
mil novas infecções em crianças por até 2015 .Além disso,
quase 1 milhão de mulheres grávidas em todo o mundo estão infectadas com
sífilis. Isso pode resultar em perda do bebê, morte neonatal, nascença de bebês
com baixo peso e infecções neonatais graves. No entanto, rastreio e tratamento
são opções simples que podem ser tomadas durante a gravidez, eliminando a
maioria dessas complicações.Em 2013,
havia 2.324 crianças nascidas com o HIV na América Latina e e Caribe, o que representa 5% dos bebês nascidos de mães com HIV na referida região. O objetivo é trazer a taxa para menos de 2% no continente.
Via Jornal O globo
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