domingo, 1 de março de 2015

"Posso morrer a qualquer momento", diz Elke

"Posso morrer a qualquer momento", diz Elke Maravilha, que acaba de completar 70 anos



Elke voltou aos tempos de modelo e posou para a grife mineira Lucas Magalhães (Foto: Phillippe Kliot)

Com 70 anos recém-completados no dia 22, Elke Maravilha acaba de ser contratada para ser rever os tempos de modelo. Ela estrela a nova campanha da grife mineira Lucas Magalhães, encarnando o ícone nordestino Maria Bonita. "Nunca deixei de ser modelo. Mas hoje sou uma velha senhora que visto umas roupas", diz. Ela conta que celebrou o aniversário com força. "Teve alguns amigos que vieram passar uma semana aqui em casa comemorando comigo, enchemos a cara. Não sofro de ressaca, amor. Nasci na Rússia”, diz ela, que não tem nenhum problema em se assumir septuagenária. "Os 70 são os novos 50. Essas pessoas que acham que têm o espirito jovem não sabem envelhecer, fazem monte de merda no rosto. O resultado das operações é horrível". Elke mesmo já enfrentou o bisturi uma única vez. "Fiz a papada, porque estava enorme. E só. O resultado foi discreto", afirma a eterna jurada do Chacrinha, que bateu um papo com a coluna.
Como foi a comemoração dos seus 70 anos?
Comecei a comemorar no sábado (21) e o povo só foi embora aqui de casa três dias depois. Enchemos a cara. Foi uma festa do c****. Tinha gente desde os 16 anos até alguns mais velhos do que eu. Amo gente e gosto sempre de estar cercada por amigos.
A ressaca foi grande então?
Amor, nasci na Rússia. Meu pai me ensinou a beber quanto eu tinha sete anos. É o povo mais pau d'água do mundo. Está no DNA. Inclusive certa vez conheci um cientista em um avião e ele disse que estava estudando o fígado do meu povo, porque somos muito tolerantes a álcool. Não gosto de gente que não bebe, não dá para confiar. Eles não querem mostrar suas sombras. Nunca se case com uma pessoa antes de dar um porre nela. Sabe o que significa espírito em latim? Álcool. Por isso ele libera todos os espíritos, até os de porco. Fico totalmente espiritualizada quando bebo.
Teve experiências com drogas?
Fiz de tudo, menos heroína. Mas eu usei e não fui usada, graças a Deus. Se eu tivesse propensão ao vício já estaria morta, porque não gosto de regular mixaria. A droga faz coisas maravilhosas com as pessoas. Você já ouviu Janis Joplin antes delas? É uma m****. É melhor morrer de droga do que medíocre. Não faço apologia, mas cada coisa tem seu tempo e tem gente que tem problemas químicos. Eu não. 
Como encara a chegada da idade?
Acho que os 70 são os novos 50. Descobri que estava velha com 51 anos, e achei uma boa ideia. As pessoas falam que eu tenho o espírito jovem, mas eu nasci velha. Essas pessoas que têm o espírito jovem não sabem envelhecer, fazer um monte de merda no rosto. Tenho a sorte de ter a pele oleosa. assim não viro um maracujá de gaveta. Mas tenho um monte de problemas: arritmia cardíaca - posso morrer a qualquer momento - diabetes, meu coração é grande demais e não cabe no peito e tenho colesterol. Costumo dizer que minha vida foi para o saco, o saco de remédios. Achava que o melhor era morrer quando a gente tem 65 anos. Agora as pessoas inventaram de viver mais com a qualidade de vida e tal. E o Alzheimer? Porque ele vem né...Implacável e inexorável. 
 Septuagenária assumida, Elke não tem medo da idade: "Os 70 são os novos 50. Essas pessoas que acham que têm o espirito jovem não sabem envelhecer" (Foto: Phillippe Kliot)

Você é nostálgica?
Olhar para trás nunca. Cruz credo. Sinto saudades do futuro.
Acredita em reencarnação?
Não preciso acreditar, está provado cientificamente. As coisas existem independentemente de a gente acreditar ou não. O mundo só existe se você acredita.
Como é a vida sexual aos 70?
Não tenho vida virtual nem sexual, porque não tenho mais tesão de periquita. E tenho preguiça dessa gente que fica de olho o tempo todo enfiando o dedo no celular. Gosto de sonhar, e como vou fazer isso olhando para uma telinha?.
O que tira o seu humor?
A mentira é o que mais me revolta. Sou madrinha há 40 anos dos presidiários, dos gays, dos leprosinhos, de um monte de gente. Não tive filhos, mas tenho um monte de afilhados por aí. Se um criminoso chega para mim e diz que é assassino, eu não sou juíza para julgar. Raramente eu ouço uma verdade dos políticos, e eles subestimam nossa inteligência e a gente faz a linha 'me engana que eu gosto' e vota neles de novo. Isso é assustador. Aí quando tem revolta na rua e as pessoas quebram tudo, eles dizem que é vandalismo, no c* deles. Tem que quebrar tudo para alguém acordar c******.
Teme a solidão?
(depois de uma sonora gargalhada...) Isso é invenção de gente que quer chamar atenção. Tenho muitos momentos de solitude, solidão não. Cada um dos sete bilhões de habitantes desse mundo é parte de mim. Sou impregnada de mundo.
Tem medo da morte?
Estou pronta para morrer. Me preparo todos os dias para isso. A morte é amiga, gente. Aqui as pessoas não são muito preparadas. O anglo-saxão não é complicado, o latino é muito dramático. Se a morte fosse ruim, Ele não teria dado para todo mundo, só para uns f***. Existe um ditado alemão que diz:  'não leve a vida tão a sério porque ela terá um fim'.
Fonte Revista Veja

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