sábado, 23 de setembro de 2017

Eu processei a psicoloca da "Cura" gay em 2009

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Edital de Censura Pública (2) “O Conselho Regional de Psicologia – 5ª Região, na forma do que dispõe o parágrafo 2º do Artigo 69 do Código de Processamento Disciplinar – Resolução CFP nº. 006/2007, dando cumprimento à decisão definitiva apurada no Processo Disciplinar Ético n° 0665/04 (0666/04 e 0667/04 – apensos), onde figuraram como representantes: Eugenio Ibiapino dos Santos, Acyr Corrêa Leite Maya e Conselho Regional de Psicologia – 5ª Região (De ofício), vem censurar censurar publicamente a publicamente Psicóloga ROZÂNGELA ALVES JUSTINO, VES JUSTINO inscrição nº. CRP 05/4917, pelo descumprimento dos Princípios Fundamentais I, II, VI; dos Artigos 1° alíneas A, C; 2° alíneas B, F, Q; 3° parágrafo único; 16 alínea A; 20 alínea C, H do Código de Ética Profissional do Psicólogo (Resolução CFP nº. 010/2005).”

Rio de Janeiro, 24 de agosto de 2009.
Fonte. http://www.crprj.org.br/site/wp-content/uploads/2017/06/jornal24-comunicacao.pdf


No ano de 2009 ainda era dirigente do grupo 28 de junho, uma entidade que lutava pelos diretos civis da comunidade lgbt e era presente nas lutas de outros seguimentos oprimidos da sociedade , Porem gostaria de lembrar que fui um dos autores do processo contra a psicóloga Rozangela Alves Justino no CRP Rio em 2009.
Percebi que esse movimento liderado por esta senhora poderia causar serias conseqüências e mais tarde conseguir uma grande repercussão  na sociedade brasileira.
Em 2009 a referida psicóloga criou um grupo denominado de ex gays, que junto à mídia das igrejas evangélicas mais conservadoras faziam uma campanha sistemática contra á luta anti – homofobia. Contudo,  enfrentando todos os perigos que existiam para nós LGBTs ingressei com o processo pela cassação da psicóloga, entendendo que toda aquela lavagem cerebral reforçava e consolidava uma cultura de extermínio da comunidade LGBT não somente na baixada fluminense como em todo o Brasil.

Atualmente o mundo assiste envergonhado o Brasil retroceder os passos largos no sentido da luta incessante de milhares de pessoas lgbts que ainda tem os seus direitos negados por conta da sua orientação e gênero sexual a pertence.


Essa decisão do Juiz Federal Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara Federal do Distrito Federal e aceitou o pedido da Psicóloga Rozangela Justino, em autorizar o psicólogo a praticar as famigeradas terapias de aversão, não afronta somente os direitos civis das pessoas lgbts, mas é um atraso par a democracia e para a ciência, haja vista que somente a OMS pode dizer o que realmente é doença, não é juiz, nem o padre, nem o pastor dentre outros

Vamos relembrar alguns fatos históricos.

No dia 17 de maio de 1990 a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista internacional de doenças. Não há muito tempo o mundo todo, até os países mais liberais, lidava com a questão da opção sexual como caso de saúde pública.
Antes de 1990, a homossexualidade era considerada uma doença mental
Em 1886, o sexólogo Richard von Krafft-Ebing listou a homossexualidade e outros 200 estudos de casos de práticas sexuais em sua obraPsychopathia Sexualis . Krafft-Ebing propôs que a homossexualidade era causada por uma "inversão congênita" que ocorria durante o nascimento ou era adquirida pelo indivíduo.
m 1952, a Associação Americana de Psiquiatria publicou, em seu primeiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais, que a homossexualidade era uma desordem, o que fez com que a opção sexual fosse estudada por cientista, que acabaram falhando por diversas vezes ao tentarem comprovar que a homossexualidade era, cientificamente, um distúrbio mental. Com a falta desta comprovação, a Associação Americana de Psiquiatria retirou a opção sexual da lista de transtornos mentais em 1973.
Em 1975, a Associação Americana de Psicologia adotou a mesma posição e orientou os profissionais a não lidarem mais com este tipo de pensamento, evitando preconceito e estigmas falsos.
Porém, a Organização Mundial de Saúde incluiu o homossexualismo na classificação internacional de doenças de 1977 (CID) como uma doença mental, mas, na revisão da lista de doenças, em 1990, a opção sexual foi retirada. Por este motivo, o dia 17 de maio ficou marcado como Dia Internacional contra a Homofobia.
Mas, apesar desta resolução internacional, cada país e cultura tratam a questão da homossexualidade de maneira diferente. O Brasil, por exemplo, por meio do Conselho Federal de Psicologia deixou de considerar a opção sexual como doença ainda em 1985, antes mesmo da resolução da OMS. Por outro lado, a China tomou a atitude apenas em 2001.
A humanidade caminha para entender que a orientação de uma pessoa significa apenas uma diferença, que precisa ser respeitada, que o caráter de uma pessoa não tem nada de influencia da sua orientação sexual.
Portanto, ingressei com este processo no CRP (Conselho regional de psicologia do Rio de janeiro) em 2009 e o farei quantas vezes for necessário.
Considero tão grave quanto  aos constantes assassinatos de LGBTS no Brasil  é  a inércia dos organismos, de direitos humanos e da sociedade como um todo  e a incompetência dos  governantes em não implementar políticas publicas para combater  a intolerância e exclusão social de milhares de  cidadãos e cidadãs   lgbts.
Está difícil fazer parte do seguimento LGBT neste pais que vive sob uma ditadura do sistema judiciário, disfarçada de Estado democrático de direitos.
O que podemos esperar de um país aonde um juiz pensa que é Deus, e o desembargador tem certeza?
O século XXI não rima com intolerância e conservadorismo.
Lutar por uma cidadania plena é o que resta para a comunidade LGBT e para toda sociedade 





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