segunda-feira, 11 de junho de 2012

NOTA OFICIAL DA REDELGBT-GO


NOTA OFICIAL DA REDELGBT-GO
REDE DE ORGANIZAÇÕES LGBT DO INTERIOR DO ESTADO DE GOIÁS
Rede de Organizações LGBT do Interior do Estado de Goiás (REDELGBT-GO), uma organização não-governamental (ONG) fundada em 22 de novembro de 2011, na cidade de Anápolis (GO), contando atualmente com o apoio fundamental da maior rede/organização LGBT da América Latina, a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), hoje, com 257 organizações-membro, VEM PUBLICAMENTE INFORMAR QUE:
Embasada pelo princípio da unidade de forças, a Rede de Organizações LGBT do Interior do Estado de Goiás (REDELGBT-GO) nasceu já estando presente em 110 municípios goianos. No momento, a REDELGBT-GO já abrange 44,71% dos municípios do Estado de Goiás. E, para breve, pretendemos fazer com que a REDELGBT-GO abranja 100% dos 245 municípios goianos (exclui-se, aqui, Goiânia, por ser a capital do Estado).
Assim sendo, a REDELGBT-GO VEM A PÚBLICO MANIFESTAR-SE OFICIALMENTE O SEU REPÚDIO E O SEU PROTESTO contra a arbitrariedade ocorrida na forma de intolerância contra a orientação sexual de duas adolescentes (à época dos fatos) ocorrida em ambiente escolar na cidade de Abadiânia, interior do Estado de Goiás.
REDELGBT-GO enfatiza que fatos como este contribuem fortemente para o aumento da já exorbitante evasão escolar. A REDELGBT-GO ressalta, ainda que, fatos repudiáveis e inadmissíveis como este somente continuam acontecendo principalmente por culpa do atual governo federal, em razão de recentemente a presidente Dilma Rousseff ter vetado, por não suportar a forte pressão de fundamentalistas religiosos, o chamado KIT ESCOLAR ANTI-HOMOFOBIA. Vale ressaltar que, de forma deplorável e lamentavelmente,  cada vez mais fundamentalistas religiosos mandam e desmandam no Brasil, um país que deveria ser, em sua totalidade e de formas irrevogável e indiscutível, um Estado Laico integral. E o resultado trágico disso é o fortalecimento da homofobia qu e cada vez mais violenta moral e fisicamente, e mata cidadãos e cidadãs, pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), pessoas honestas que contribuem com o progresso e o desenvolvimento do Brasil e, infelizmente, não têm, da parte dos governos federal, estaduais e municipais, um retorno na forma de cidadania, dignidade e respeito aos seus direitos enquanto pessoa humana, enquanto cidadã e cidadão brasileiros.
REDELGBT-GO questiona: “Onde está o Ministério Público, e todas as demais autoridades cabíveis neste caso, que ainda não se sensibilizaram com este drama da vida real? Será possível que as autoridades e a Justiça vão cair na lábia da direção da escola que, de forma “amadora”, negou ter praticado homofobia, ter escorraçado com os direitos civis de uma jovem estudante por causa da orientação sexual dela e de sua então namorada?
A escola contra-argumenta que tomou medidas punitivas baseando-se em supostos comentários de colegas das duas jovens, ou seja, em “fofocas”. A REDELGBT-GO questiona: “Isso é justo? É justo punir alguém baseando-se apenas em fofocas, sem provas irrefutáveis? Que “justiça” é esta? Queremos saber.
Ambiente escolar não deve servir de abrigo para os mais nefastos, pútridos, doentios e malignos sentimentos humanos, principalmente preconceitos sociais de cor, crença religiosa, orientação sexual, identidade de gênero. Escola existe, para dentre outras coisas, servir de lugar para se praticar, a todo momento, a INCLUSÃO SOCIAL! E nesse sentido, a REDELGBT-GO enfatiza que “Homofobia se cura com educação e criminalização”.
Este é o posicionamento oficial da Rede de Organizações LGBT do Interior do Estado de Goiás (REDELGBT-GO) que continuará vigilante e combatente objetivando erradicar a homofobia em território goiano e lutando por mais dignidade, por cidadania e pela garantia dos direitos humanos de milhares de pessoas LGBT em Goiás.
Bel. TERRY MARCOS DE OLIVEIRA BARROS DOURADO
Presidente da REDELGBT-GO
Rede de Organizações LGBT do Interior do Estado de Goiás
Fundador e Presidente da ACDHRio (Associação por Cidadania e Direitos Humanos LGBT de Rio Verde/GO e Região) | Jornalista e Bacharel em Direito | Conselheiro LGBT do Estado de Goiás | Representante da ABGLT no GT LGBT do Ministério do Trabalho e do Emprego (1º Suplente Masculino) | Coordenador Regional de Comunicação e Relações Públicas da RedLacVo+ ((Red Latinoamericana y del Caribe de Acción Voluntaria em VIH/Sida) – Buenos Ai res, Argentina) | Assessor de Imprensa e Comunicação do Comitê IDAHO-Brasil (The International Day Against Homophoby) – Paris, França.
CONTATOS DIRETOS:
(64) 9997 3415   |   redelgbt-go@bol.com.br   |   acdhrio@bol.com.br

ENTENDA MELHOR O “CASO ARIANNE PACHECO RODRIGUES”

Em uma reportagem exibida no programa “Fantástico”, da TV Globo, exibido em Goiás pela Rede Anhanguera de Televisão, no último domingo 3 de junho, a estudante Arianne Pacheco Rodrigues, 19 anos, revelou os motivos que a levaram a entrou com uma ação na Justiça contra o Instituto Adventista Brasil Central (IABC), um colégio interno sediado em Planalmira, distrito da cidade de Abadiânia, no interior de Goiás. Expulsa da escola, a jovem alegou ter sido vítima de homofobia.
Segundo informações, o fato teria acontecido em novembro de 2010. Na ocasião, a diretoria da escola descobriu um romance entre duas garotas e, após reunião com a comissão disciplinar, os pastores evangélicos e uma equipe de professores analisaram cartas de amor trocadas entre as meninas decidiram pela imediata expulsão das estudantes.
Traumatizada, a jovem entrou com um processo contra a escola logo em seguida, pedindo R$ 50 mil de indenização por danos morais. A primeira audiência só aconteceu há pouco mais de duas semanas. Segundo Marilda Pacheco, mãe de Arianne, objetivo do processo judicial “é evitar que outras pessoas sejam vítimas de um comportamento tão monstruoso, tão bárbaro, próprio da idade média, da inquisição”.
Hoje, Arianne mora com a mãe em Orlando, nos Estados Unidos. A reportagem do “Fantástico”gravou entrevistas com as duas. Na reportagem exibida pela TV Globo, Marilda disse que sua filha fora vítima de homofobia e também fora psicologicamente torturada. “Essa Arianne que você vê hoje aqui é totalmente diferente. Minha filha chegou aqui, que mal conversava, parecia um bichinho acuado, se achando o pior dos seres”, revelou Marilda à reportagem da TV Globo.
Ainda na reportagem exibida em rede nacional, quase sempre de cabeça baixa, a menina desabafou: “Não tive chance de falar. Eu pedi só para eles uma chance, só que eles falaram que não dava, porque eles não aceitavam aquilo no colégio, namorar outra menina”.
Arianne revelou que ficou sabendo da decisão da diretoria pouco antes de entrar na sala de aula: “Eu fui segunda-feira para aula, e o pastor pegou no meu braço e disse que eu iria embora naquele momento. Eu pedi para me despedir dos meus amigos e ele falou que não. Já era para arrumar as malas. E eu fui arrumar as malas”, contou Arianne. De lá, Arianne foi levada para casa de seu tio Mauro Miranda que, à reportagem, disse que a estudante estava tão nervosa que passou mal, a ponto de ir ao pronto-socorro: “Quem viu aquela menina como ela chegou, chorando, um trapo humano. Teve que internar. A gente mora no quinto andar. Ela ia para a sacada e eu ficava vigiando”.
“Discriminação é uma coisa ruim e pode acabar muito com uma pessoa só por uma pessoa falar algumas coisas. Não precisa nem fazer, só falar”, ressaltou a jovem. Arianne perdeu contato com a maioria dos ex-colegas de escola e nunca mais viu a ex-namorada. Ela disse na entrevista que está com dificuldades em se adaptar à vida nos Estados Unidos, mas, para o Brasil, não deve voltar tão cedo: “Eu não gosto de morar aqui, mas é bom um lugar diferente eu não preciso ficar lembrando as coisas do passado”, disse.
Após saber do processo judicial, e ao ser procurada pela equipe de reportagem do “Fantástico”, a direção do Instituto Adventista Brasil Central (IABC) negou as acusações de homofobia e alegou que a jovem foi expulsa porque manteve relações sexuais com a então namorada. “A verdade é que ela infringiu uma regra clara da escola e, por isso, recebeu a sanção do afastamento, a questão da intimidade sexual. O afastamento do aluno independente se é um relacionamento homossexual ou heterossexual. Ele recebe a mesma consequência”, afirmou o diretor da instituição, Wesley Zukowski ao “Fantástico”.
O colégio considera como faltas graves o uso de droga, armas e o ato sexual. A punição é o desligamento imediato do aluno. “A informação chegou por meio das amigas. Ouviram os comentários sobre o que elas tinham feito”, declarou o diretor.
Em sua versão, Arianne negou que tivesse feito sexo com a namorada; À reportagem da TV Globo, Arianne mostrou, na ata da reunião da escola, a prova do que, para ela, foi o verdadeiro motivo de sua expulsão. Lá consta a frase "postura homossexual reincidente".
O presidente da Ordem do Advogados do Brasil – Seção de Goiás (OAB-GO), Henrique Tibúrcio, afirmou que o caso do Instituto Adventista Brasil Central (IABC) de Abadiânia, que expulsou duas alunas que mantinham uma relação homoafetiva é emblemático e deve servir de exemplo para as demais instituições de ensino. “Qualquer escola, ainda que tenha as próprias regras, mais rígidas ou menos rígidas, precisa compreender que o Ministério da Educação, a Constituição e as leis do país se sobrepõem a essas regras. E todas elas combatem esse tipo de discriminação, que eventualmente, pode acontecer em qualquer escola”, argumentou à reportagem do site G1.
A opinião da OAB-GO é compartilhada pelo Conselho Estadual de Educação do Estado de Goiás (CEE) que afirmou que a escola procedeu errado e não poderia ter expulsado as alunas. Segundo a conselheira Maria do Rosário Cassimiro, “a escola foi arbitrária. Não deu nenhuma chance de defesa às alunas e o assunto não passou, não foi debatido pelo Conselho Escolar. A expulsão não é permitida. Se no regimento da escola está escrito que é possível haver expulsão nessa escola, esse regimento está contra a Constituição”, informou a conselheira estadual.
O presidente da OAB/GO, Henrique Tibúrcio, ressaltou que as escolas devem ficar atentas à forma como conduzem questões ligadas à sexualidade. “É preciso entender também, que independente da orientação sexual das pessoas, se tratam de pessoas. E por serem pessoas, merecem um tratamento idêntico ao que as outras recebem”, observa.
[ Jornalista Terry Marcos Dourado, com informações da TV Globo, TV Anhanguera e Site G1 Goiás. ]

Publicado por:
Bel. Terry Marcos Dourado
Fundador e Presidente da ACDHRio
Rio Verde/GO


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