domingo, 29 de abril de 2012

Patrocinador acusa o UFC de homofobia!








Homofóbico? Sexista? Violento? MMA segue gerando debates
Depois de quase duas décadas de batalhas fora dos ringues e octógonos, buscando convencer o grande público de que o MMA não se tratava de uma mera "rinha humana" (para usar o termo favorito dos críticos), o esporte finalmente conquistou seu espaço. Porém, sua consolidação num cenário de destaque acompanha uma constante preocupação com a manutenção de uma imagem positiva, explorada através do lado da competição saudável e da disciplina inerente à prática das artes marciais.
Quando se pisa em ovos, por mais cuidado que se tome, há a chance de alguns quebrarem. Nesta semana, a Anheuser-Busch, cervejaria dona da Budweiser e uma das principais anunciantes do UFC, emitiu uma nota repreendendo a organização pelo comportamento de alguns atletas. A companhia etílica entendeu que alguns dos empregados do Ultimate passam mensagens sexistas e homofóbicas.
"Nós comunicamos a dirigentes do UFC nosso desagrado com declarações dadas por alguns de seus lutadores e eles prometeram resolver esta questão. Se os incidentes continuarem, nós vamos agir", avisou a A-B em comunicado, sem entrar em detalhes sobre possíveis ações.  Um trecho da carta ainda afirmava que a empresa "abraça a diversidade e não tolera comentários insensíveis e depreciativos endereçados a qualquer etnia, raça, religião, orientação sexual, identidade de gênero, deficiência etc" .
Ao tomar ciência da reclamação da cervejaria, o Ultimate respondeu em tom político. "Com mais de 425 atletas em nosso elenco, tem havido, infelizmente, casos em que alguns deles fizeram comentários insensíveis ou inadequados. Nós não toleramos este comportamento e de modo algum é reflexo da visão da nossa empresa ou de seus valores".
Na contramão, ao mesmo tempo em que condena um comportamento sexista, a própria A-B se vale desse tipo de "filosofia" em uma ação publicitária típica de fabricantes de cerveja. No vídeo, Ariany Celeste, Ring Girl do UFC, deleita-se, explicitando quase uma nudez completa, numa piscina cheia de limões para promover uma bebida da Budweiser com um sabor diferente. A peça não foi veiculada na televisão dos lares norte-americanos, tendo sua divulgação restrita ao Youtube e ao Facebook.
Nessa mesma linha crítica da cervejaria, o Comitê Nacional de Defesa à Violência Doméstica e Sexual (NCDSV, sigla em inglês) dos EUA publicou uma carta no dia 10 de janeiro repudiando o Ultimate. "Acreditamos que a UFC contribui para uma cultura de violência contra as mulheres, lésbicas, gays, bissexuais e transexuais", dizia um trecho do documento, endereçado a parlamentares do estado de Nova Iorque, onde é proibida a prática do MMA. Outra passagem dizia que "as crianças, em particular, não devem ser expostas a um linguajar de conteúdo homofóbico, misógino e violento, que é permitido pelo UFC".
Coincidência ou não, a NCDSV tem uma série de vídeos publicados no site unitforchildren.org (unidos pelas crianças, na tradução literal), endereço eletrônico mantido pelo sindicato de profissionais da culinária de Las Vegas (EUA), que teve barrada sua ação de tentar sindicalizar os empregados dos cassinos dos irmãos Frank e Lorenzo Fertitta (sócios majoritários do UFC).
Os casos citados como exemplo são três:
1 — Quinton Rampage Jackson constrangendo mulheres repórteres com brincadeiras de cunho sexual e gravando vídeos no Japão ensinando pessoas dizerem em inglês que eram homossexuais.
2 — Rashad Evans afirmando que deixaria o adversário (no caso, ele se referia a Phil Davis) pior do que as vítimas de Jerry Sandusky, homem envolvido em um caso de abusos sexuais no estado da Pensilvânia.
3 — Joe Rogan, comentarista das transmissões do UFC, defendendo a liberdade do uso da palavracunt, usada na língua inglesa para se referir a uma mulher como prostituta.
Como o próprio UFC argumentou, é difícil controlar a opinião de tantos empregados de uma empresa que hoje é global. O Ultimate dá mostras de que realmente se preocupa com sua imagem, já tendo demitido um lutador por fazer uma piada sobre estupro.  "Se uma van do estupro fosse chamada de van da surpresa, mais mulheres não se importariam em andar nela. Todo mundo gosta de surpresas", publicou Miguel Torres em dezembro, uma semana depois de Forrest Griffin, ex-campeão da organização, ter feito uma piada sobre o mesmo tema.
"Miguel Torres foi cortado do UFC e sua carreira conosco agora acabou. Ele disse que não tinha ouvido o que aconteceu com Forrest. Sério? Onde você mora? Em que tipo de negócio você está? Como você não ouve sobre essas coisas? Você deveria ter prestado mais atenção. Eu não posso defender Miguel Torres. Eu não posso defender o que disse. O que ele disse não faz sentido a não ser quando diz: 'Foi uma piada'. Bem, não acho que isso é uma piada engraçada. Eu acho que é preocupante" disse o Dana White, presidente do UFC.
Porém, como em toda empresa, há empregados que dão retorno financeiro. Torres, que é um lutador consagrado, emitiu em seu site um pedido de desculpas, doou dinheiro para um centro de auxílio a pessoas que sofreram estupro e o visitou como voluntário. Depois de sofrer quase um mês na geladeira, ele foi readmitido pelo Ultimate. "Ele lidou com suas ações como um homem", argumentou o "compreensivo" Dana White.
Como não poderia ser diferente devido à recente popularidade alcançada, o MMA também atingiu a esfera pública brasileira. Há duas semanas, os jornalistas José Trajano e Roberto Assaf, que assumidamente não gostam de lutas, debateram com o colega Luciano Andrade, comentarista do Canal Combate e defensor do esporte, a super exposição das Artes Marciais Mistas na mídia nacional. O encontro aconteceu no programa Observatório de Imprensa, da TV Brasil, em que foi discutida a regulamentação da prática no país, o apoio da TV Globo e o projeto de lei do deputado federal José Mentor, que deseja proibir a transmissão e eventos na televisão.
Fonte; Yahoo.

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