MST planeja invasão de fazenda do ''apóstolo'' Santiago em Mato Grosso
O Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) ainda não anunciou a programação do “Abril Vermelho” no Estado, o movimento criado para chamar a atenção das autoridades para a “violência no campo” por meio de novas invasões de terras, ocupação de prédios públicos e outros atos.
Instituído com a finalidade de lembrar o “Massacre de Carajás”, como
ficou conhecido o confronto entre sem-terra e a Polícia Militar que resultou
em 19 mortos, o MST estaria prevendo para Mato Grosso um dos mais importantes
atos deste ano. As mortes aconteceram em Eldorado dos Carajás, no Pará, no
dia 17 de Abril de 1996, durante protesto na BR-155.
Entretanto, informações extra-oficiais asseguram que o alvo do ato que
supostamente chamaria a atenção do país deve ser a fazenda do líder da Igreja
Mundial do Poder de Deus, o pastor Valdemiro Santiago de Oliveira, no
município de Santo Antônio de Leverger, a 28 quilômetros de Cuiabá.
A ideia seria ocupar as terras supostamente adquiridas com o dinheiro
da igreja, doado por fiéis. O “apóstolo”, como se autodenomina Valdemiro
Santiago, escolheu Mato Grosso para fazer seus maiores investimentos.
Foi aqui que ele comprou duas fazendas, conforme denúncia feita no
programa “Domingo Espetacular”, da rede Record. Ambas estão localizadas em
Santo Antônio de Leverger, juntas somam 26 hectares de terras e estão
avaliadas em quase R$ 30 milhões.
Enquanto órgãos como Ministério Público Federal e Receita Federal
prometem investigar a origem do dinheiro e um suposto enriquecimento ilícito
do pastor Valdemiro e sua mulher, a também pastora da mesma igreja Franciléia
Oliveira, o MST volta suas atenções às terras milionárias.
Em Cuiabá, um dos coordenadores do MST, Dogival Francisco, conhecido
como “Paulista”, diz que desconhece tal investida. No final da tarde de
ontem, “Paulista” informou que a entidade está finalizando a programação do
“Abril Vermelho” para que possa torná-la pública em breve.
Dizendo-se surpreso com o plano de ocupação das fazendas de Valdemiro Santiago,
“Paulista” admitiu que poderia ser uma ação simpática aos olhos da sociedade,
mas não vista da mesma maneira pelo Poder Judiciário. O integrante da
coordenação estadual do MST não quis adiantar nenhuma das atividades
previstas para os próximos dias.
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