sábado, 7 de abril de 2012

DITADURA GAY? PERIGO À HUMANIDADE? COMO ASSIM???

























































DITADURA GAY? PERIGO À HUMANIDADE? COMO ASSIM???


"[A] ditadura do Homossexualismo vem emboscando nossa sociedade e encurralando também nossas crianças. [...] fica claro a intenção de ensinarem a nossos filhos inclusive durante sua alfabetização baseada na desconstrução da heteronormatividade, com livros e programas sobre a didática de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais nas escolas de primeiro grau."

FONTE: http://familiabolsonaro.blogspot.com.br/2011/08/apelo-aos-vereadores-de-todo-o-brasil.html


A citação acima me faz lembrar muito do filme X-Men, onde em determinada cena demonstra-se os temores de alguns líderes políticos com o perigo mutante.

Ideologia à parte, o fato é que os homossexuais não representam um perigo à existência das famílias e muito menos da humanidade, como imagina, por exemplo, o líder da Igreja de Roma (é até mesmo estranho um homem de tão elevada intelectualidade defender tal ideia) e nem são defensores de uma ditadura, como acredita a família Bolsonaro.

A homossexualidade sempre existiu. Conseguimos comprovar isto pelo estudo da história dos povos da antiguidade, uns proibindo, outros condescendendo e ainda outros incentivando. Os hebreus, ancestrais do Cristianismo, por exemplo, puniam atos homossexuais com pena de morte, já entre os gregos, os pais da democracia, os aceitavam com normalidade. Alguns imperadores até mesmo possuíam amantes do mesmo sexo, como Alexandre, O Grande. Enfim, a questão é que, dada a homossexualidade sempre ter acompanhado a humanidade, percebe-se que ela jamais representou ou representará um prejuízo à mesma. Além disso, a taxa natural e padrão de homossexuais não parece ultrapassar determinada quantidade de indivíduos. O que estamos verificando, e isto é inevitável, não importa os desejos da Igreja e nem dos políticos desejosos de aparições, é o processo de aceitação cultural da homossexualidade e o fim da heteronormatividade. A imagem de masculinidade associada à orientação da sexualidade, heterossexual, não parece mais fazer sentido, pois constatou-se que não existe relação direta, que não seja socioculturalmente construída, entre comportamento e desejo sexual. Alguns indivíduos efeminados podem ser heteros e, em contrapartida, pessoas masculinizadas, homo.

O segundo quesito em discussão é a respeito da "Ditadura Homossexual". Trata-se de uma ilusão, de uma alucinação ideológica, da mente perturbada desses indivíduos. Não existe uma ditadura homossexual. O que existe é simplesmente uma militância em prol dos direitos humanos de grupos historicamente perseguidos. Quando a igualdade é prejudicial a algumas minorias, que são incapazes historicamente de usufruir dos direitos iguais, parece ser injusto aplicar a igualdade às mesmos. Isto significa que é necessário criar artifícios legais que protejam grupos que foram historicamente perseguidos e dar-lhes uma oportunidade democrática de superação das desigualdades históricas. Um exemplo: as mulheres quase sempre foram historicamente menosprezadas e, muitas vezes, violentadas. Uma lei como a "Lei Maria da Penha", que proíbe agressões de forma específica, torna-se demasiadamente necessária no processo histórico de superação do machismo, embora trate as mulheres como grupo privilegiado, em determinada visão. Portanto, quando falamos de leis que criminalizam os preconceitos contra pessoas pertencentes a grupos específicos, não estamos promovendo ditaduras: pelo contrário, estamos promovendo uma aceleração no processo de "justificação social".

As leis que irão criminalizar os preconceitos concernentes à orientação sexual também o farão, embora muitos não saibam, com respeito às perseguições ligadas à raça, cor, religião, gênero, etc. Não trata-se ou deveria ser chamada, portanto, de uma "ditadura gay", mas de uma "ditadura das TODAS as minorias perseguidas". O que se deseja não é a formação de "ilhas sociais bem protegidas", mas de uma aproximação social mais pacífica entre todas os membros e grupos formadores da sociedade. Às vezes os indivíduos que militam contra os projetos de leis que pretendem criminalizar a homofobia e outros crimes de preconceitos transmitem a ideia de que lutam por seus direitos de ser homofóbicos e preconceituosos. Eu fui entendido?

Marcondes Lucena
www.marcondeslucena.wordpress.com
 — co

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