Drag queen Marcia Pantera é chamada de "macaco" e é agredida em frente de clube gay Por Neto Lucon em 27/10/2014 às 11h08
Ícone da noite LGBT, a drag queenMarcia Pantera passou por momentos de agressão e indignação na última sexta-feira (24). Ela foi chamada de "macaco" e agredida em frente ao clube Danger, no centro de São Paulo.
O ato racista partiu de dois homens gays e uma travesti, que estavam no clube e que foram colocados para fora depois de uma briga.
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"Eu estava chegando na casa e eles estavam brigando do lado de fora. Quando olhei, um falou: 'Não olha para a gente não, macaco'. Fui perguntar se eles estavam falando comigo, e eles partiram para cima de mim".
Marcia conta ao A CAPA que eles a jogaram no chão, chutaram, arranharam, morderam e a socaram. Os seguranças da casa assistiram a agressão e só foram apartar depois que ela pediu ajuda. "Eu sou uma artista da casa, fui violentamente agredido na porta do trabalho e ninguém me ajudou. Fui desrespeitado de várias maneiras".
Após subir ao camarim e ver as marcas da agressão, a artista voltou à portaria e viu que os agressores continuavam por lá. "Eles voltaram a me insultar, sempre reforçando a palavra 'macaco', mas desta vez eu não deixei barato e revidei. Eles foram covardes de me pegar os três juntos, mas com eles sozinhos eu soube me defender. Nunca fui de brigar em mais de 26 anos noite, mas não poderia ser tão desrespeitada desta maneira e ficar quieta".
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Marcia afirma que, depois de ter sofrido a agressão, teve que ir à Santa Casa sozinha e que só conseguiu registrar um boletim de ocorrência no domingo (26).
"Fiquei das 10h da manhã de sábado às 5h da tarde. Me mandaram de um lugar para o outro, diziam que iam demorar horas... Só consegui registrar no domingo, depois que o escrivão soube que a agressão foi racista".
A artista, que recebeu o apoio de amigos e fãs em seu Faceboook, disse que é contra todos os tipos de preconceito e que não esperava sofrer racismo dentro do meio LGBT.
"A gente sempre escuta falar de agressões, mas nunca espera que vai acontecer com a gente. O que me revolta é que as pessoas esquecem muito facilmente e que nada é feito", declarou ela, que faz questão de frisar que não estava no local errado e na hora errada. "Eu estava no lugar certo e na hora certa, pois era o horário do meu trabalho e a gente tem que ter segurança em qualquer lugar".
O A CAPA tentou entrar em contato com a Danger, mas até o fechamento desta reportagem não houve retorno.
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