quarta-feira, 25 de julho de 2012

Matança de gays aterroriza comunidade LGBT em Nova Iguaçu
































Diego Valdevino ( reporter)
dvaldevino@gmail.com
Em menos de cinco dias, Nova Iguaçu registrou duas mortes de homossexuais. Um número alarmante que preocupou a população iguaçuana, principalmente da classe LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis) que temem pelo aumento da homofobia e crimes contra eles na região e toda a Baixada Fluminense. No último dia 15, Carlos Oliveira Machado, mais conhecido como Carlitos, de 36 anos, foi morto de forma brutal. Ele foi encontrado com o corpo todo perfurado a balas, no bairro de Cabuçu, em Nova Iguaçu. Já o segundo episódio, aconteceu no dia 19. Na ocasião, Manuel Germano, de aproximadamente 24 anos, foi encontrado morto com requintes de crueldade. O rapaz teria sido morto à pauladas e a tiros, no bairro de Marapicu, também em Nova Iguaçu.
Carlos Oliveira, o Carlitos, trabalhava como cozinheiro e era bastante querido na localidade. Já, Manuel Germano, estava em casa e foi chamado por um grupo de pessoas, sendo logo em seguida, espancado e agredido à pauladas, tendo o corpo desfigurado. Os autores ainda não foram identificados, de acordo com amigos e familiares. O que eles dois tinham em comum? Além de gays assumidos, foram mortos de forma brutais, possivelmente por grupos homofóbicos, que estariam agindo livremente na cidade.
De acordo com um levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia, a mais antiga entidade de defesa dos homossexuais do país, mais de 165 gays já foram assassinados no Brasil neste primeiro semestre. O número é 28% maior do que o mesmo período do ano passado.
“Não vamos deixar que essa covardia fique impune! Governador, cadê o Centro de Referência de combate á homofobia de Nova Iguaçu? Foram duas mortes brutais. Carlitos era um gay assumido e uma excelente pessoa. Sobre o Manuel, estive com ele no dia 12 de fevereiro, numa reunião que aconteceu na casa de Cultura de Nova Iguaçu para criação do Conselho Municipal LGBT da cidade. O caso também foi registrado na Delegacia de comendador Soares. Não podemos ficar calados, pois o silêncio é igual a morte”, disse o presidente do Grupo 28 de junho e fundador do movimento LGBT de Nova Iguaçu, Eugênio Ibiapino.
As duas mortes entre os dias 15 e 19, preocupou bastante Ibiapino, que atua no movimento LGBT há cerca de 20 anos. Segundo ele, as estatísticas são alarmantes. “Durante todo este tempo nunca se matou tanto gay por causa de preconceito e ódio como no governo da Dilma. No governo Lula se executava um lgbt a cada dois dias, agora se mata um lgbt a cada dia. No Brasil o índice de gays assassinados se compara ao mesmo índice em países governador por fanáticos "religiosos" como Irã, Iraque, Zimbábue. Esses dados foram compartilhados pelas organizações internacionais de Direitos Humanos como Anistia Internacional, dentre outras. O Governo Dilma reduzia a verba no combate a Aids entre os jovens gays. O governo federal cede a pressão dos políticos, evangélicos e homofóbicos. Em Nova Iguaçu, o centro de Referencia de combate a homofobia está engavetado pelo governo Sergio Cabral, e assim não temos um equipamento social e jurídico para denunciar os casos de homofobia que acontecem na cidade”, acrescentou.
A comunidade LGBT de Nova Iguaçu se reúne toda sexta feira às 19h na Casa de Cultura, que fica na Rua Getúlio Vargas, no centro de Nova Iguaçu.
Quem tiver alguma informação sobre os dois casos, basta ligar para o Disque Denúncia 2253-1177 ou para o Disque Defesa LGBT 0800 0234567.
 Fonte Jornal hoje de Nova Iguaçu, 25de julho de 2012


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