segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Médica de UTI é presa dentro de hospital acusada de desacato por PMs: 'Fui algemada e pacientes ficaram sozinhos', diz profissional


Médica de UTI é detida dentro de hospital em SP — Foto: William Santos/TV Globo

Médica de UTI é detida dentro de hospital em SP — Foto: William Santos/TV Globo



Caso foi registrado no Hospital Ipiranga, Zona Sul de SP. Segundo testemunhas, uma equipe da PM foi até o local para pedir boletim médico de um policial aposentado, mas médica alegou que estava fora do horário de visita. Na versão relatada pelos PMs, profissional arremessou um documento no rosto de um tenente.

Uma médica da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Ipiranga, Zona Sul de São Paulo, chegou a ser presa dentro do hospital após ser acusada por policiais militares de desacato, na noite de domingo (1º).

Testemunhas relataram que uma equipe da PM foi até a unidade para saber sobre o estado de saúde de um policial aposentado que deu entrada na UTI, e pediu o boletim médico. Porém, a médica teria se negado a fornecer as informações por estar fora do horário de visitas e porque o procedimento do hospital determina que o boletim só pode ser passado para familiares.

Na delegacia, a profissional de saúde afirmou que chegou a ser algemada dentro do hospital e colocada na viatura.

"Fui algemada e me colocaram no camburão. Me tiraram de dentro da UTI e os pacientes ficaram sozinhos", afirmou a profissional enquanto estava no 17º DP.

 Já na versão relatada pelos policiais, de acordo com o boletim de ocorrência, a acusação de desacato se deu porque a médica arremessou um documento no rosto de um tenente da PM. O motivo da confusão não foi informado no registro da ocorrência.

Ainda conforme o boletim, um exame no instituto Médico Legal foi requisitado para constatação de lesão no braço do policial que teria sido causada pela médica.

Após assumir o compromisso de comparecer perante o Juizado Especial Criminal (Jecrim) quando intimada, a médica foi liberada.

O que diz a Secretaria da Saúde

Em nota, a Secretaria da Saúde informou que o Hospital Ipiranga lamenta e que dará total apoio à profissional médica envolvida no caso.

"De acordo com a Legislação, boletim médico só pode ser passado a familiares, responsáveis legais ou por determinação judicial".

O que diz a Secretaria da Segurança Pública

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que a Polícia Militar irá apurar a conduta dos policiais envolvidos na ação.

"A PM apura a conduta dos agentes e, se for comprovado excesso, medidas serão adotadas. A mulher de 53 anos foi detida neste domingo (01), na Avenida Nazaré, no Ipiranga. O caso foi registrado como desacato, ela foi liberada e o registro, encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim)."

O que diz o Cremesp

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) afirmou que, embora o caso em questão seja de extrema sensibilidade, "cabe ressaltar que os médicos devem prezar pelos seus deveres éticos, de sigilo e confidencialidade, como um dos maiores pilares da profissão — conforme determina o artigo 75 do Código de Ética Médica, que versa sobre o sigilo".

"O Conselho informa que acolherá a médica que usou de suas prerrogativas éticas na ocasião, e ressalta que a mesma não pode ser coagida e quebrar o decoro da profissão. Desde 2022 o Cremesp instituiu a Comissão de Prerrogativas Médicas, que pode ser acionada pelo e-mail prerrogativas@cremesp.org.br, a garantir as prerrogativas profissionais do médico do Estado de São Paulo"

Fonte.G1.com


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