Quem é Emilio Dalçoquio, empresário apontado pela PRF como líder de atos ilegais que bloquearam rodovias em SC

Emilio Dalçoquio com Bolsonaro em SC — Foto: Redes sociais/ Reprodução

Emilio Dalçoquio com Bolsonaro em SC — Foto: Redes sociais/ Reprodução

Liderança no movimento



Dalçoquio, que foi gravado discursando para um grupo de bolsonaristas em 30 de outubro, já havia sido investigado por suspeita de locaute na greve dos caminhoneiros em 2018.

Por Sofia Mayer e Dagmara Spautz, g1 SC e NSC

 


Empresário bolsonarista apontado como líder de bloqueios em SC
00:00/01:14

Empresário bolsonarista apontado como líder de bloqueios em SC

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontou o empresário do setor de transportes Emilio Dalçoquio Neto, de 57 anos, como um dos líderes dos atos ilegais que fecharam rodovias catarinenses.

Investigado por suspeita de locaute na greve dos caminhoneiros em 2018, Dalçoquio foi gravado discursando para um grupo de bolsonaristas em 30 de outubro de 2022, no mesmo dia em que tiveram início as interdições das estradas.

Na ocasião, pediu para que suas palavras fossem compartilhadas em grupos de aplicativos de conversa (assista acima), após chamar para os bloqueios "inicialmente pacíficos".

"O que eu disse aqui tem que reverberar pelo país inteiro, como nós temos aqui 380 grupos, do Rio Grande do Norte, Belém a Uruguaiana", afirmou o empresário, na ocasião.

Natural de Itajaí, no Litoral Norte catarinense, Dalçoquio é citado em um documento enviado pela polícia ao Supremo Tribunal Federal (STF). O g1 SC procurou o empresário e a defesa dele, mas não teve retorno até a última atualização da reportagem.

Quem é Emilio Dalçoquio Neto?

O empresário catarinense chegou a ser recebido por Jair Bolsonaro (PL), em algumas ocasiões, como presidente do Instituto Lux. No Facebook, a página da Organização Não Governamental (ONG) é descrita como um espaço dedicado "a todos os conservadores do Brasil" e possui 41 mil seguidores.

Emilio Dalçoquio Neto é herdeiro de uma transportadora catarinense e também foi presidente do Sindicato das Empresas de Veículos de Cargas de Itajaí (Seveículos).

Em 11 de outubro, ainda durante a campanha presidencial, Dalçoquio foi flagrado conversando reservadamente com Bolsonaro, quando o presidente esteve em Santa Catarina para um encontro com prefeitos em Balneário Camboriú, no Litoral Norte catarinense. Na ocasião, os dois cobriam a boca com a mão (veja abaixo).

As imagens da conversa foram mostradas ao vivo, em lives que cobriam a chegada do então candidato à reeleição para compromissos de campanha em Santa Catarina.

Emilio Dalçoquio com Bolsonaro em SC — Foto: Redes sociais/ Reprodução

Emilio Dalçoquio com Bolsonaro em SC — Foto: Redes sociais/ Reprodução

Liderança no movimento

No ofício, ao qual o g1 SC teve acesso nesta sexta-feira (11), o empresário é citado como uma "liderança dos bloqueios em Itajaí", no Litoral Norte. O documento é assinado pelo superintendente da PRF em Santa Catarina, André Saul Do Nascimento, em 3 de novembro deste ano e faz parte de um processo do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura os bloqueios que ocorreram no país logo após as eleições.

No mesmo ofício, além de Dalçoquio, outras 22 pessoas são citadas como “lideranças que atuam nesses movimentos, bem como [proprietários de] alguns veículos utilizados nos bloqueios”.

O que diz o empresário

g1 SC procurou o empresário e a defesa, mas não teve retorno até a última atualização deste texto.

Em uma rede social, ele negou que faz parte dos atos. Disse também que "como é garantido a todo cidadão, tenho o direito de me manifestar de forma ordeira e pacífica, nos exatos limites da liberdade de expressão prevista na Constituição Federal".

"Meu posicionamento político é conhecido e claramente definido e, assim, dentro da estrita legalidade, sempre me expressarei para apoiar e defender a democracia, o estado democrático de direito e as liberdades individuais e coletivas previstas na Constituição do Brasil", concluiu.

Bloqueios

Os bloqueios com grupos contrários ao resultado das eleições começaram em 30 de outubro, depois de confirmada a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições. Somente Santa Catarina chegou a ter quase 70 atos simultâneos nas estradas.

Em um mapeamento de 30 de outubro, data do segundo turno da eleição presidencial, até 6 de novembro, a PRF informou ao Supremo Tribunal Federal ter identificado e multado 40 pessoas físicas e 10 empresas por organizarem os atos.

Desde segunda-feira (7), não há registro de locais novamente fechados pelos manifestantes.

Fonte.g1.com


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CANCRO MOLE