Caso Henry: Policiais representam Dr. Jairinho e mãe de Henry em reprodução simulada; casal não aparece

 Peritos usaram um boneco na recostituição da morte do menino Henry Borel, na barra da Tijuca

Peritos usaram um boneco na recostituição da morte do menino Henry Borel, na barra da Tijuca Foto: Domingos Peixoto / O Globo
Paolla Serra

A professora Monique Medeiros da Costa e Silva e o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), mãe e padrasto de Henry Borel Medeiros, de 4 anos, não irão participar da reprodução simulada, na tarde desta quinta-feira, de 1º de abril, no apartamento em que viviam, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Eles iriam apresentar aos peritos do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e aos policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca) a versão sobre o que aconteceu no último dia 8 de março, quando, às 3h30, a criança deu entrada morta no Hospital Barra D’Or. Uma policial feminina e um agente masculino estão representando cada um deles na encenação da narrativa.




 Eles iriam apresentar aos peritos do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e aos policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca) a versão sobre o que aconteceu no último dia 8 de março, quando, às 3h30, a criança deu entrada morta no Hospital Barra D’Or. Uma policial feminina e um agente masculino estão representando cada um deles na encenação da narrativa.

Ligação: Caso Henry: Governador Cláudio Castro admite que recebeu ligação de Dr. Jairinho após morte de menino

Na reprodução simulada, também chamada de reconstituição, a policial pegou o boneco no colo e levou para o quarto, encenando a narrativa que os dois apresentaram na distrital. A ideia é simular as circunstâncias e o ambiente do apartamento 201 do bloco I do condomínio Majestic, no Cidade Jardim, naquela madrugada. Além da Polícia Civil, um boneco usado em treinamentos do Corpo de Bombeiros com características semelhantes as de Henry irá ajudar os investigadores. O menino media 1,15m e pesava 20 quilos.

Peritos com o boneco que será usado na reprodução simulada no condomínio Majestic, na Barra, onde o menino Henry morava
Peritos com o boneco que será usado na reprodução simulada no condomínio Majestic, na Barra, onde o menino Henry morava Foto: Domingos Peixoto / O Globo

Perícia mostra manchas de sangue

Na noite de quarta-feira, dia 31, o juiz Paulo Roberto Sampaio Jangutta já havia negado o adiamento da reprodução simulada, assim como o delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP. Alegando que a reprodução simulada é custosa ao estado e essencial para dar continuidade às investigações que apuram a morte de Henry, o delegado manteve o agendamento para as 14h desta quinta-feira - e ela acontece independentemente da participação do casal.

Pedido negado: Caso Henry: Justiça nega pedido de Dr. Jairinho para adiar reprodução simulada

De acordo com a petição assinada pelo advogado André Barreto França, não houve tempo hábil para a preparação de um assistente técnico que os acompanharia na encenação e Monique ainda se encontra “demasiadamente abalada pela perda do filho” e apresenta um “grave quadro depressivo”. O advogado então solicitou que a reconstituição fosse agendada a partir de 12 de abril.

Peritos da Polícia Civil chegam para reprodução simulada no apartamento onde o menino Henry Borel morava
Peritos da Polícia Civil chegam para reprodução simulada no apartamento onde o menino Henry Borel morava Foto: Domingos Peixoto / O Globo

Já a perícia feita no apartamento onde morava o menino Henry constatou em amostras coletadas da parede da sala manchas que sugerem sangue. Os fragmentos de papel parede foram encaminhados para o Instituto de Perícias e Pesquisa em Genética Forense (IPPGF) para eventual exame de DNA. Técnicos, que tiveram acesso ao material coletado, consideram razoável a hipótese de se tratar de manchas de sangue. As seis amostras — cinco suspeitas e uma já descartada — fazem parte de um lote recolhido na sala e no quarto do menino.

Ligação ao governador após morte

Dr. Jairinho, que é um dos investigados pela morte do menino Henry, ligou para o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, no dia 8 de março para contar o ocorrido. É o que revelou o colunista do jornal O GLOBO, Lauro Jardim. Segundo ele, a ligação aconteceu após a morte da criança e antes de o caso chegar ao noticiário. No telefonema, o governador em exercício teria dito que não se envolveria no assunto. Em nota, o governador em exercício do Rio, Cláudio Castro, admitiu que recebeu a ligação do padrasto de Henry e afirmou que "limitou-se a explicar ao vereador que o assunto seria tratado pela delegacia responsável pelo inquérito e encerrou a ligação".

"O governador Cláudio Castro confirma que recebeu uma ligação do vereador Doutor Jairinho horas antes de o caso envolvendo o menino Henry ganhar repercussão na mídia. No telefonema, ao saber do fato, Castro limitou-se a explicar ao vereador que o assunto seria tratado pela delegacia responsável pelo inquérito e encerrou a ligação. O governador em exercício reitera que sempre garantiu total autonomia à Polícia Civil e que não interfere em investigações", diz a nota enviada pelo Governo do Estado do Rio.

Fonte. Jornal Extra

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