É #FAKE que enxaguante bucal combate o coronavírus


Por Roberta Pennafort, CBN


É #FAKE que enxaguante bucal combate o coronavírus
G1

Circulam pelo WhatsApp mensagens que dizem que o ato de bochechar ou gargarejar enxaguante bucal protege a pessoa do novo coronavírus, e ainda evita a transmissão, no caso de quem já está infectado. É #FAKE.

— Foto: G1

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A informação de que os enxaguantes podem matar o vírus na boca ou na garganta não tem embasamento científico em absoluto, afirma o infectologista Leonardo Weissmann, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia: “Não há qualquer evidência de que enxaguante previna contra coronavírus. Por enquanto, não temos nenhuma evidência concreta de qualquer medida específica contra o vírus”.

O fato de parte desses produtos conter álcool na fórmula pode gerar essa confusão. O infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, alerta: “Às vezes o que as pessoas pensam é que gargarejo pode prevenir infecção e a transmissão por conta da presença do álcool. Só que em quem já está doente, o vírus fica dentro da célula, se multiplica, invade outras células”, explica.

“Tem quem ache também que beber bebida alcóolica adianta, mas não serve para nada. O contato com o álcool não traz qualquer tratamento. E para quem não está doente, passar produto alcoólico na boca ou beber também não previne em nada a infecção”, reforça.

Professor da cadeira de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de medicina da UFRJ e médico do Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião, Rafael Galliez endossa: este tipo de produto, que pode prevenir cáries, infecções bacterianas e gengitives, de nada serve contra o novo coronavírus.

“Enxaguante bucal não possui eficácia para reduzir o risco de adquirir a infecção, tampouco de evitar a transmissão, uma vez que a pessoa esteja infectada”, esclarece. “As células que o vírus infectam estão nas vias aéreas inferiores e superiores. Os enxaguantes não possuem qualquer ação contra o vírus nas regiões onde ele está mais intensamente sendo liberado pelas células infectadas”, diz o médico.

Apesar disso, não convém se descuidar dos cuidados com os dentes e a boca, lembra a pneumologista Patricia Canto Ribeiro. “Não há estudos científicos sobre a eficácia de enxaguatório bucal contra o coronavírus. Ele é um elemento que complementa a higiene bucal, mas não substitui a escovação”, alerta a médica, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz.

Segundo a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde vêm reiterando, não existem, até o momento, substâncias eficazes contra o novo vírus que possam ser usadas em casa pela população para se prevenir ou se tratar.

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