quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Edino Fonseca inimigo dos gays

3/2007 FLAVIA SALME RAFAEL WALLACE/ALERJ - 01.02.07 Édino na posse: "evangélico deputado" Apontado entre os políticos do Rio como o inimigo número um dos homossexuais, o deputado estadual Édino Fonseca, pastor evangélico e representante do PR na Assembléia Legislativa (Alerj), não desistiu: quer levar à frente a proposta de obrigar o Estado a financiar tratamento psicológico para "curar" gays e lésbicas. Apresentado em 2003, durante o primeiro mandato do parlamentar, o projeto de lei 717/03 foi derrubado por 30 votos a seis. Casado com Eclair e pai de Gizelly e Grazielli, Fonseca diz ter como missão a defesa da família fluminense. Assume a pecha de conservador, mas nega ser contra os homossexuais: - Sou pastor, já vi gays em depressão chegando à loucura, cortando os pulsos, pulando de prédios... e ninguém faz nada para ajudar? A pessoa não nasce gay, isso é uma coisa que colocam na cabeça dela. Veja o DNA de cada um: homem é homem, mulher é mulher. Ela tem útero, mestrua, engravida. Mas aí falam que ela é homem e que gosta de mulher, e ela acredita. O homem a mesma coisa. O parlamentar diz que é mal interpretado e faz questão de explicar sua proposta: - Eu respeito o cidadão. Se ele quer ser gay, problema dele, vai acertar contas com Deus. Agora, aqueles que queiram ajuda para virar heterossexuais têm que ter tratamento psicológico garantido pelo Estado. Botaram na cabeça dele que ele é gay, o problema é psicológico, o governo tem que ajudar! No rastro de Che ALERJ Pose oficial: Homofóbico, eu? Édino Fonseca tem orgulho de sua trajetória política, mas afirma que, antes de tudo, seu compromisso é com a igreja. O evangélico deputado, como se apresenta, conta que começou no movimento estudantil nos anos 60. Com o orgulho, ressalta, de nunca ter pego em armas, seqüestrado políticos ou assaltado bancos. - Lutava ao lado do (ex-ministro) José Dirceu, do (ex-deputado) Vladimir Palmeira e do (deputado) Fernando Gabeira. Aí eles foram para um caminho e eu segui outro - esclarece. Depois de encontrar Jesus na Assembléia de Deus, Fonseca resolveu abandonar a luta contra a ditadura militar no Brasil. Seguiu atrás de Che Guevara pela América Latina, com o propósito de evangelizar o comunista. Ficou frustrado. - Estava quase alcançando Che quando os bolivianos o pegaram. Então fui para a Cordilheira dos Andes, onde passei sete anos evangelizando índios - orgulha-se. Missão cumprida, Édino voltou para o Brasil. Integrou a Federação do Comércio do Rio de Janeiro e o Clube dos Diretores Lojistas do estado. E manteve-se pastor. Na Assembléia de Deus recebeu a missão de entrar para a política para, como diz, "ajudar o povo". - Preciso atuar contra leis para fechar igrejas. Esta aí o Estatuto das Cidades, que colocou o templo religioso no mesmo nível de motéis, bordéis e casas de massagem - brada. "A minha circuncisão é de coração" LEANDRO MARINS/ALERJ - 08.12.2003 Protestos na votação: "Qual é o crime?" As polêmicas que o parlamentar levanta já o levaram a situações como ser tachado de anti-semita, em setembro de 2004. Em resposta à acusação, rebateu a seu estilo, na tribuna da Alerj: "O meu nome é Edino Fialho Fonseca. O Fialho é que identifica minha origem judaica. Não posso ser anti-semita se sou judeu. Sou Fialho, filho de alho, um cristão novo. Sou um israelita não circuncidado no meu prepúcio. A minha circuncisão é de coração." Édino Fonseca segue inconformado com a derrota na Alerj. Além de não desistir do projeto, ele protesta: - O problema é que o Conselho de Psicologia não permite que os psicólogos tratem os homossexuais. Fui eleito com quase 42 mil votos, o dobro do que obtive no primeiro mandato. A população acha que estou certo. Qual é o crime da proposta? A derrota na Alerj foi amparada por um forte protesto. Grupos de defesa da causa gay, travestis e transformistas lotaram as galerias do Palácio Tiradentes. Apesar de garantir que não é homofóbico, Fonseca cabalou votos contra a criação de uma delegacia para homossexuais. Também negou apoio à tentativa de punir estabelecimentos comerciais que não aceitarem a presença deles. - O empresário ou comerciante abre seu estabelecimento com um alvará que lhe garante atividade específica. O dono de restaurante vende comida. Aí entra um casal e cisma de ficar se beijando, trocando carícias no lugar. Não pode, e ainda assim querem punir o comerciante? Na rua já é atentado ao pudor. Tem que ir para o motel, que é o local com alvará específico para isso - defende. No ano passado, seu reduto eleitoral, São Gonçalo, baixou uma lei que pune com a cassação do alvará o estabelecimento que discriminar homossexuais. Festejada pelo movimento gay, a iniciativa levou o deputado à Justiça. - Ganhei por 20 votos a zero - comemora.

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