domingo, 1 de janeiro de 2012

latter nega que exista racismo no futebol e enfurece atletas negros


latter nega que exista racismo no futebol e enfurece atletas negros16 de novembro de 2011  18h28  atualizado às 19h02

 
Acusado de ofender Evra, Suárez foi acusado formalmente nesta quarta. Foto: AgNews/AP
Acusado de ofender Evra, Suárez foi acusado formalmente nesta quartaFoto: AgNews/AP
Em meio às acusações sobre posturas racistas no futebol inglês, envolvendo o zagueiro John Terry e o atacante Luis Suárez, o presidente da Fifa Joseph Blatter disse desacreditar que os atletas acusados tenham, de fato, ofendido seus adversários dessa maneira. Tal posicionamento rendeu ao dirigente duras críticas de jogadores negros, uma vez que sua recomendação para solucionar os casos foi um aperto de mão entre os atletas.
Nesta quarta-feira, o atacante uruguaio Suárez foi acusado formalmente pela Federação Inglesa de Futebol por ter dirigido xingamentos de conteúdo racista ao lateral esquerdo do Manchester United, Patrice Evra. Além do sul-americano, o capitão da seleção da Inglaterra e do Chelsea, John Terry, foi denunciado pelo zagueiro Anton Ferdinand, do Queens Park Rangers, por ter cometido o mesmo delito.
Para Blatter, os xingamentos e as ofensas entre os atletas durante uma partida são normais e todos esses casos, que tomaram grandes proporções na Europa, não passam de mal entendidos.
"Não existe racismo no futebol. Eu acho que o mundo todo está ciente dos esforços que vêm sendo feitos contra o racismo e a descriminação. No campo de jogo, às vezes você fala algo que não é muito correto, mas no final da partida, tudo está acabado e você tem o próximo para se comportar melhor. Nós estamos em um jogo, e no final, nós apertamos as mãos. É isso que acontece", declarou Joseph Blatter, em entrevista à CNN.
A postura do presidente da entidade máxima do futebol soou conivente para alguns jogadores negros ingleses, que dispararam severas críticas ao modo como o dirigente está conduzindo a delicada situação. Através da internet, atletas em atividade e aposentados demonstraram insatisfação com o mandatário e cobraram uma postura mais enérgica da Fifa.
"Alguém diga para mim que os comentários do Blatter sobre racismo estão errados, porque se não estiverem, eu estou surpreso", afirmou o incrédulo Anton Ferdinand, vítima no caso envolvendo o defensor do Chelsea, em sua página pessoal no Twitter, que ainda ironizou a fala do dirigente.
"Só queria deixar algo claro. Se um jogador ofende um árbitro, um aperto de mão ao término do jogo vai fazer com que tudo fique resolvido?", questionou o jogador do Queens Park Ranges.
Além do zagueiro, outros ídolos do futebol inglês questionaram o presidente da Fifa em suas páginas na rede social. "Senhor Blatter, seus comentários sobre racismo são doentes e condescendentes ao extremo. Você deveria se retratar", afirmou o ex-jogador Stan Collymores, que foi acompanhado pelo meia do Aston Villa, Jermaine Jenas.
"Como o maior chefe do futebol mundial pode ser tão ignorante com relação ao racismo? Os comentários de Joseph Blatter são ridículos. Eduque a si mesmo", completou o armador, dando uma mostra das severas críticas que o dirigente sofreu na Inglaterra.
Gazeta Esportiva

Gabi Amaranto. É um luxo!


Gaby Amarantos extrapola fronteiras regionais em 1º disco solo
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"A voz da Gaby tem potencial para entrar na briga com qualquer Ivete Sangalo, com qualquer Claudia Leitte."
Quem chama para o ringue é Carlos Eduardo Miranda, produtor musical que lançou Skank, Raimundos, O Rappa e Cansei de Ser Sexy.
A tal Gaby que ele defende com tanta firmeza é a cantora paraense Gaby Amarantos.
Se o nome dela não soa muito familiar aos ouvidos do eixo Rio-São Paulo, é o mais repetido em seu Estado.
Gaby é a maior estrela do tecnobrega, gênero paraense surgido no começo dos anos 2000 que dá um tratamento eletrônico à música "brega" (pense em Reginaldo Rossi).
Ela construiu a carreira à frente da Tecno Show, uma das bandas mais importantes dessa cena. Os shows abusam da tecnologia cênica, com luzes e efeitos especiais.
"Todo mundo aplaude Lady Gaga. No Pará, tem gente descendo de disco voador há muito tempo", diz Gaby.
Como é regra no tecnobrega, a banda vivia sobretudo de versões em português para hits do pop internacional.
A mais famosa foi "Tô Solteira", versão para "Single Ladies", o que lhe rendeu o apelido de Beyoncé do Pará.
Mas nada desse espírito "cover" tem a ver com a Gaby que pode "brigar com Ivete". Com direção artística de Miranda, a cantora está à beira de lançar o primeiro álbum solo. E tudo está sendo feito para que ele extrapole fronteiras regionais.
Folha teve acesso ao trabalho, que deve chegar às lojas apenas em 2012.
Ali, Gaby faz algo de natureza semelhante ao que Daniela Mercury empreendeu, há duas décadas, com a música de rua da Bahia. Decodificou um ritmo até então tido como "exótico" aos ouvidos do resto do país.
"A diferença é que o tecnobrega é [música da] periferia mesmo! Nem no Pará é bem-aceito", diz Luiz Félix Robatto, produtor musical do CD. "O axé era considerado música folclórica e, por isso, bem-aceita até pela elite."
Na fórmula da Gaby solo, a batida eletrônica do tecnobrega está intacta. Entram ritmos tradicionais paraenses, como a guitarrada, o carimbó e a lambada. E mais.
Ao DJ, figura central do tecnobrega, foram acrescentados músicos "reais": guitarrista, teclado, baixo, bateria, um trio de sopros.
O repertório escapa totalmente do passado de versões. Quatro faixas são da própria Gaby. Outras são de nomes como Zé Cafofinho e Alípio Martins, Thalma de Freitas e Iara Rennó. Fernanda Takai participa cantando.
O visual? A mesma exuberância cênica. "Eu não quero ser outra cantora de vestido vermelho e flor no cabelo", diz Gaby. "Quero cantar a minha verdade. E ela é assim.
Fonte Folha.com

Prefeitura de Moscou envergonha o mundo


Prefeitura de Moscou envergonha o mundo

Um dos maiores gongos de 2011

Manifestantes tentaram
fazer passeata na entrada
da Praça Vermelha.
Polícia diz que tentava evitar choques
entre ativistas gays e grupos radicais.
 
Policial detém ativista que tentava participar de Parada Gay em Moscou,
neste sábado (28) (Foto: Mikhail Metzel / AP)
 
Da EFE

A Polícia de Moscou prendeu neste sábado (28)
cerca de 20 pessoas durante várias tentativas de se realizar
uma passeata do orgulho gay no centro da capital russa,
 mobilização não autorizada pela prefeitura da cidade.
"Apesar de tudo, os ativistas tentam realizar ações
não autorizadas próximo aos Jardins de Alexandre,
na praça Manezh e também na rua Tverskaya, perto da Prefeitura",
informou um porta-voz da polícia à agência de notícias russa "Interfax".

Entre os presos, há tanto ativistas homossexuais quanto
skinheads contrários às manifestações do orgulho gay.
Desde 2006, diversas entidades tentaram organizar
manifestações pró-orgulho gay em Moscou,
mas sempre foram impedidas pelo ex-prefeito Yuri Luzhkov,
que as considerava "atos satânicos".

Essas entidades tinham muita esperança em contar
com o novo prefeito, Sergey Sobyanin, que já autorizou
protestos de outras causas.
A primeira manifestação não autorizada do orgulho gay
da história da Rússia ocorreu em maio de 2006.
Os manifestantes acabaram sendo agredidos
por skinheads, religiosos e policiais.
 
♦♦♦♦
Os Russos, durante décadas
financiaram e interferiram
na ordem mundial, mas internamente
continuam com uma mentalidade muito atrasada para um pais que se diz
integrante das grandes potências

Minotauro Nogueira

















Gongos de 2011
Minotauro Nogueira
O brasileiro ex-campeão do Pride e UFC Rodrigo Minotauro afirmou que não treinaria um aluno gay porque ele (o aluno) poderia se aproveitar da proximidade dos corpos. “Eu não tenho maldade, não acho aquele contato físico sexual. Mas vai que ele tem essa maldade de ter um contato físico comigo, de ficar ali agarrado. Eu não teria problema nenhum de ter um aluno gay na minha academia, mas preferiria não treinar com ele". Dana White, presidente do UFC respondeu dizendo que há lutadores gays e pediu que eles se assumam.
Vejam mais detalhes em;
http://eugenio28.blogspot.com/
Atenção voce que é LGBT.
Se preocupe com sua auto defesa. Aprenda alguma modalidade de luta!

Boquete na Parada do Acre

Gongos de 2011

Boquete na Parada do Acre
A 7a Parada Gay de Rio Branco virou notícia pela bizarrice, mostrando os efeitos dos exageros que o excesso de consumo de álcool vem provocando em eventos públicos Brasil afora. O cabeleireiro Carlos Duarte parou tudo ao fazer uma simulação de sexo oral para o público e câmeras. “Chupar aquilo foi mesmo errado. Nem eu mesmo gosto, pois sei que as crianças precisam ser respeitadas, assim como as pessoas mais idosas” admitiu. Mas o estrago estava feito. A foto do "ato" rodou os jornais locais e líderes evangéicos e conservadores estão usando essa imagem para tentar que prefeituras, estados e governo federal retirem apoio financeiro das Paradas. 

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A polêmica das algemas

A polêmica das algemas


O Brasil é mesmo um pais esquisito! As algemas são utilizadas pelas polícias do mundo todo. E sem discriminação: Socialites como Paris Hilton, atrizes como Lindsey Lohan, juízes, empresários, todos, se presos, são conduzidos algemados.
Aqui, argumenta-se que as algemas “ferem” os direitos humanos do preso, e hoje li num jornal que são resquício da época da ditadura!
Menos, gente! resquício da ditadura é essa vergonhosa lei da primariedade, feita sob encomenda para beneficiar um torturador!
Fonte. Blog da escritora Glória Perez.
Veja mais em meu blog.
http://eugenio28.blogspot.com/

19 anos sem Dany


by ADMIN on 27. DEC, 2011 in CRIMEJUSTIÇAPESSOAL
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Agora é que os dois assassinos, Guilherme de Pádua Thomaz e Paula Nogueira Peixoto (na época Paula Thomaz), deviam estar se preparando para sair da cadeia, se  sentença de Tribunal do Juri fosse respeitada entre nos! Como era de praxe na época, o juiz deu só 19 anos e alguns meses para cada um deles, de modo a evitar o segundo julgamento, que de acordo com as leis de então, acontecia  se a sentença ultrapassasse 20 anos. Os benefícios da nossa lei penal, somados a essa vantagem inicial ,resultaram em apenas 6 anos de cadeia (de spa, melhor dizendo), para a dupla criminosa.
Estão aí, livres, leves e soltos, como psicopatas que se prezam. Ela, que passava os dias dormindo, magicamente tirou um diploma de segundo grau na cadeia e entrou sem vestibularnuma faculdade. Casou de novo, mudou de nome -hoje é Paula Nogueira Peixoto, pintou o cabelo, retocou a cara e tenta passar despercebida.
Ele casou-se com outra Paula, e como o Thomaz é nome de familia, transformou a nova mulher em Paula Thomaz tambem. Sempre ávido pelos holofotes,  usa  o crime cometido como capital, e vive dele, dando palestras e fazendo pregações a fieis incautos. O trecho de duas entrevistas, no video abaixo, desmascara  toda a sua frieza e periculosidade:
E o extremado amor ao filho, que usou, na época, como argumento para fundamentar uma de suas versões, está mais do que demonstrado: o menino está  sendo adotado pelo padrasto, o novo marido da assassina Paula Nogueira Peixoto, como mostra a página do Tribunal de Justiça, publicado na internet

São 19 anos, mas no meu sentimento não se passou nem um dia, nem uma hora, nem um segundo. E nunca vai passar!
Fonte. Blog de Glória Perez.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Uma nuvem de calças




Glorifica-me!
Os grandes não se comparam a mim.
Em cada coisa que eles conseguiram
Eu carimbo um nada

Eu nunca quero
ler nada.
Livros?
O que são livros!

Antes eu 

Uma nuvem de calçasacreditava
que os livros eram feitos assim:
um poeta vinha,
abria levemente os lábios,
e disparava louco numa canção.

Por favor!
Mas parece,
que antes de se lançarem numa canção,
os poetas têm de andar por dias com os pés em calos,
e o peixe lento da imaginação,
lateja ligeiro no bater do coração.

E enquanto, com a filigrana da rima, eles cozem uma sopa
de amor e rouxinóis,
a estrada sem língua apenas sucumbe
por não ter nada a gritar ou a dizer.

***
Poemas de Vladimir Maiakóvski
Categoria: Outro
19/7/1893-1930

Veja mais poemas em meu blog;
http://eugenio28.blogspot.com/

domingo, 25 de dezembro de 2011

Impressões sobre a 2ª Conferência Nacional LGBT


Impressões sobre a 2ª Conferência Nacional LGBT
Por Gésner Braga
Brasília foi palco recente da 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – LGBT. O evento aconteceu no período de 15 a 18 de dezembro de 2011, na sede da Conferência Nacional dos Trabalhadores do Comércio e teve por objetivo central avaliar e propor diretrizes para a implementação de políticas públicas voltadas ao combate à discriminação e à promoção dos direitos humanos e cidadania da população LGBT no Brasil.
E lá estava eu, não como delegado, mas como observador. Pisar em solo brasiliense para este fim foi decisão difícil e demorada, exatamente porque minha experiência na Conferência Estadual não foi muito boa. Pensei em boicotar a Conferência Nacional com minha ausência. Mas que diferença isso faria? Muita pretensão da minha parte, um aprendiz de militante que está há pouco mais de um ano no ativismo.
Em conversa com minha amiga Guida França, também ativista LGBT, fui convencido da situação confortável que seria ir como mero observador. Uma vez que não me envolveria com votações e inevitáveis climas passionais em alguns casos, poderia me posicionar de forma ainda mais distanciada e crítica. Também para garantir a transparência dos meus atos e evitar insinuações de oportunismo, fui a Brasília a minhas expensas e só fui flexível com relação à alimentação por uma questão de ordem prática e economia de tempo. O custo não foi pouco.
Confesso que cheguei à conferência com as piores expectativas. Esperava a descarada farsa governamental, a selvagem disputa política e a brutal ruptura das célebres quatro letrinhas do nosso movimento. Esperava ver o circo pegar fogo. E então? Aconteceu? Ora, é claro que houve propaganda institucional, divergências e disputa. Houve sim, mas não em extremos.
Eu sempre soube que a conferência era um produto do governo e, como tal, era também espaço de publicidade das versões oficiais de implementações de políticas públicas LGBT. Entretanto, eu também vi que a conferência foi espaço para o contraditório. Ótimos exemplos, a meu ver, sentaram à mesa de abertura e das plenárias como palestrantes.
Um dele foi o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), a quem não canso de render homenagens. Em fala breve na abertura, ele não teve nenhuma cerimônia em fazer uma crítica dura à política partidária ao dizer que, ao pensarmos políticas públicas para a população LGBT, não podemos pensar nos partidos e sim na sociedade. Também alfinetou a comunidade LGBT que, composta de 19 milhões de brasileiros, conseguiu produzir uma cultura e identidade coletiva, mas não fez um salto significativo para uma política afirmativa. Convenhamos, alfinetadas fazem muito bem de vez em quando.
Outro discurso empolgante, lúcido e justo foi o da deputada Erica Kokay (PT-DF), que celebra nossas conquistas e nos convida a continuar avançando sempre. Sua pesada munição foi direcionada sobretudo para o poder fascista que cresce no Legislativo, especialmente através da bem estruturada bancada evangélica. “Quando se avança na homofobia retrocede-e na constituição democrática deste país”, afirmou. Também fez críticas ácidas à campanha contra o projeto Escola Sem Homofobia, que qualificou (a campanha, por favor!) como uma construção mentirosa e leviana, bem como ao governo, que retirou o projeto sem dizer o que ele representava, e especificamente à presidenta Dilma, que procedeu ao veto alegando uma questão de costume, quando na verdade se trata de uma questão de direito. Neste sentido, alertou para o fato de se estar humanizando uma lógica social conservadora por meio do costume.
Porém, foi a fala de Luiz Melo, professor e pesquisador da Universidade Federal de Goiás, que me arrebatou com mais força, com um discurso contundente, firme, claro, convincente e num tom surpreendentemente suave. De cara, lamentou a ausência da presidenta Dilma, que sequer encaminhou uma carta de apoio à Conferência. Também lamentou outras ausências, como do ministro da Saúde e do Ministro da Educação, a quem caberia explicar o porque do veto ao kit Escola Sem Homofobia, ou ainda a de Luiz Mott e toda sua contribuição intelectual ao Movimento Homossexual Brasileiro. Externou sua preocupação de se findar a Conferência sem um compromisso do governo para combater o tsunami de intolerância que toma o país. É dele a seguinte análise de precisão cirúrgica a partir de pesquisa acadêmica que realizou sobre políticas públicas para LGBTs no Brasil: “nunca se teve tanto, mas o que se tem é praticamente nada”.
E agora mais essa notícia da Agência Brasil, replicada em diversos sites, sobre a restauração do texto original do PL 122 que criminaliza a homofobia como uma das principais reivindicações da Conferência (http://www.jb.com.br/pais/noticias/2011/12/18/conferencia-lgbt-pede-restauracao-de-texto-do-projeto-que-criminaliza-homofobia). Segundo a notícia, o repúdio ao substitutivo do projeto de lei é esclarecido e defendido por Gustavo Bernardes, coordenador-geral dos Direitos LGBT da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, ou seja, governo. Para ele, “a nova versão não deixa claro que os atos de homofobia são tipificados no Código Penal. Os movimentos entendem que o substitutivo é genérico e cria dificuldade para os juízes interpretarem os casos de homofobia como crimes”.
Se, com tudo isso, a Conferência Nacional LGBT não foi espaço para o contraditório, alguém me esclareça o que é sê-lo.
Mas os exemplos não param por aí. Os melhores vieram mesmo da platéia, dos discursos acalorados das e dos conferencistas, sem cerceamento da palavra. É claro que havia limitação de tempo de inscrição e de fala, caso contrário, a conferência duraria muito mais que quatro dias. Mas não havia restrição de número de inscritas e inscritos para falar. Fiquei por vezes comovido, às vezes empolgado, às vezes pasmo, às vezes entediado, às vezes indignado com o que vi e ouvi. Enfim, uma rica salada de sensações que só fez atiçar mais ainda o meu senso crítico.
Falando em indignação e confronto de idéias, o depoimento que mais me revoltou foi de alguém que alegou que a homofobia não é fruto do machismo. Fiquei indócil, mas fui contemplado por réplicas imediatas. Esqueceram de dizer a essa pessoa que o machista entende a homossexualidade como uma inaceitável ofensa à imaculada masculinidade e que o machismo é um dos pilares da sociedade heteronormativa que produz e perpetua o preconceito e incita a violência contra todos nós, sem exceção. Digo que isso é cegueira cultural e não se verifica só na Conferência LGBT. Eide Paiva, ativista da LBL, relatou casos de lesbofobia na Conferência das Mulheres, por exemplo, igualmente combatidos.
Ainda no viés da análise da Conferência Nacional como espaço plural de idéias e debates, falo um pouco da minha experiência no GT de Poder Legislativo e Direitos da População LGBT, do qual participei. Ali eu me senti pequeno diante da grandiosidade de um garoto chamado George. Não me lembro o sobrenome, nem de onde ele é, mas fiquei boquiaberto com sua enorme bagagem e poder de articulação. Vibrei com a indicação de uma transexual do Rio Grande do Sul para coordenar a mesa desse mesmo GT, por, digamos, voto popular. Fiquei orgulhoso com a Bahia sendo ali bem representada por Edilene Paim e soube que Eide Paiva não fez por menos em outro GT. Aliás, a expressiva delegação baiana se fez presente em todos os grupos de trabalho, mesmo com a falta de alguns delegados eleitos.
Nas plenárias, senti-me inspirado pela firmeza das lésbicas, negras e negros em sua constante e incansável busca de empoderamento. Amei perceber que travestis e transexuais ganham espaço, voz e representatividade a cada dia por sua luta própria e heróica, independente das ações do poder público. Aprendi um novo termo, o capacitismo, para definir a discriminação contra pessoas deficientes, conceito apresentado por uma pesquisadora lésbica com deficiência e definitivamente incorporado pelo Conferência e pela militância. Achei um barato me “infiltrar” acidentalmente na Rede Afro. Lá estava eu, branquelo, entre negonas e negões, sem que isso tivesse causado qualquer constrangimento aparente. Ah, e ainda experimentei a estranha (ou queer?) sensação de encantamento por um transexual masculino muito fofo cujo nome não me lembro agora, mas sei que era o mais jovem dos quatro ali presentes e que namorava uma transexual feminina. Nossa! Quanto nó na minha cabeça. Só senti falta de um posicionamento mais destacado de bissexuais. É certo que eles eram sempre lembrados nas construções de propostas e diretrizes, mas não surgiram como um segmento político, independente e afirmativo.
Por tudo isso, eu não posso negar que a Conferência Nacional LGBT foi uma experiência rica na minha vida. Meu envolvimento era tamanho que me sobrou pouquíssimo tempo fora dos horários do evento. Eu não conseguia desgrudar da cadeira, tanto na abertura, quanto nos grupos de trabalho e nas plenárias. Chegava no início dos trabalhos e só saia no final, quando então era sempre muito tarde. Pausa? Só para me alimentar. Eu tinha sede de saber e a pluralidade de idéias garantiu a riqueza do meu aprendizado.
Mas será que o meu senso crítico está comprometido pela paixão do momento? Acho que não e me pergunto: o que nos espera daqui para frente? Do que adiantou tanto trabalho desde as conferências territoriais? As diretrizes propostas em Brasília serão realmente postas em prática? Todas? A maioria? Poucas? Nenhuma? Não sei. Isso depende, sobretudo, da vontade política do poder público. Mas uma coisa eu garanto: de braços cruzados eu não vou ficar. Porque realizar também depende de mim. Depende de nós.
Para aqueles de longa estrada, esse meu depoimento pode parecer pueril, apesar dos meus 47 anos, mas eu preciso lembrar que estou apenas há um ano na militância e nunca me debrucei sobre esses assuntos como hoje faço. Talvez por isso meu ânimo possa parecer risível, mas torço por não perdê-lo nunca.

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