Gabi Amaranto. É um luxo!
Gaby Amarantos extrapola
fronteiras regionais em 1º disco solo
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"A voz da
Gaby tem potencial para entrar na briga com qualquer Ivete Sangalo, com
qualquer Claudia Leitte."
Quem chama para o
ringue é Carlos Eduardo Miranda, produtor musical que lançou Skank, Raimundos,
O Rappa e Cansei de Ser Sexy.
A tal Gaby que ele
defende com tanta firmeza é a cantora paraense Gaby Amarantos.
Se o nome dela não
soa muito familiar aos ouvidos do eixo Rio-São Paulo, é o mais repetido em seu
Estado.
Gaby é a maior
estrela do tecnobrega, gênero paraense surgido no começo dos anos 2000 que dá
um tratamento eletrônico à música "brega" (pense em Reginaldo Rossi).
Ela construiu a
carreira à frente da Tecno Show, uma das bandas mais importantes dessa cena. Os
shows abusam da tecnologia cênica, com luzes e efeitos especiais.
"Todo mundo
aplaude Lady Gaga. No Pará, tem gente descendo de disco voador há muito
tempo", diz Gaby.
Como é regra no
tecnobrega, a banda vivia sobretudo de versões em português para hits do pop
internacional.
A mais famosa foi
"Tô Solteira", versão para "Single Ladies", o que lhe
rendeu o apelido de Beyoncé do Pará.
Mas nada desse
espírito "cover" tem a ver com a Gaby que pode "brigar com
Ivete". Com direção artística de Miranda, a cantora está à beira de lançar
o primeiro álbum solo. E tudo está sendo feito para que ele extrapole
fronteiras regionais.
A Folha teve
acesso ao trabalho, que deve chegar às lojas apenas em 2012.
Ali, Gaby faz algo
de natureza semelhante ao que Daniela Mercury empreendeu, há duas décadas, com
a música de rua da Bahia. Decodificou um ritmo até então tido como
"exótico" aos ouvidos do resto do país.
"A diferença
é que o tecnobrega é [música da] periferia mesmo! Nem no Pará é
bem-aceito", diz Luiz Félix Robatto, produtor musical do CD. "O axé
era considerado música folclórica e, por isso, bem-aceita até pela elite."
Na fórmula da Gaby
solo, a batida eletrônica do tecnobrega está intacta. Entram ritmos tradicionais
paraenses, como a guitarrada, o carimbó e a lambada. E mais.
Ao DJ, figura
central do tecnobrega, foram acrescentados músicos "reais":
guitarrista, teclado, baixo, bateria, um trio de sopros.
O repertório
escapa totalmente do passado de versões. Quatro faixas são da própria Gaby.
Outras são de nomes como Zé Cafofinho e Alípio Martins, Thalma de Freitas e
Iara Rennó. Fernanda Takai participa cantando.
O visual? A mesma
exuberância cênica. "Eu não quero ser outra cantora de vestido vermelho e
flor no cabelo", diz Gaby. "Quero cantar a minha verdade. E ela é
assim.
Fonte Folha.com
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