quarta-feira, 9 de maio de 2012

Obama se torna o 1º presidente dos EUA a apoiar o casamento gay


Obama se torna o 1º presidente dos EUA a apoiar o casamento gay
Após a declaração, Romney reafirmou seu posicionamento contrário


O presidente Barack Obama aparece no monitor da Casa Branca em Washington, durante declaração sobre apoio ao casamento gay
Foto: Carolyn Kaster/AP

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O presidente Barack Obama aparece no monitor da Casa Branca em Washington, durante declaração sobre apoio ao casamento gay
Foto: Carolyn Kaster/AP
O presidente Barack Obama aparece no monitor da Casa Branca em Washington, durante declaração sobre apoio ao casamento gayCAROLYN KASTER/AP
NOVA YORK — O presidente Barack Obama declarou pela primeira vez nesta quarta-feira que é a favor do casamento gay. A afirmação vem na sequência de uma série de posicionamentos públicos de membros de seu governo em apoio à extensão do direito aos casais homossexuais e logo depois de a Carolina do Norte se tornar o 30º estado americano a mudar a constituição para proibir essa união. Após a declaração, o candidato republicano Mitt Romney reafirmou seu posicionamento contrário e disse que o casamento deve ser acontecer apenas entre um homem e uma mulher.
— Em um determinado momento eu concluí que para mim, pessoalmente, é importante ir em frente e afirmar publicamente que eu acho que casais do mesmo sexo deveriam poder se casar — disse Obama em uma entrevista na Casa Branca à rede de TV ABC.
Obama não deixava claro se era oficialmente contra, mas há dois anos afirmou que sua posição estava “evoluindo” em razão dos contatos com amigos e outras pessoas que são gays. Agora, torna-se o primeiro presidente americano a apoiar a extensão do direito do matrimônio aos casais gays. O democrata sofreu pressão, durante longo tempo, de ativistas dos direitos dos homossexuais que são seus simpatizantes, mas que se mostravam frustrados com a negação de Obama em se posicionar sobre o tema.
A declaração, que carrega um risco político potencial especialmente em um ano eleitoral, veio depois que o seu vice-presidente, Joe Biden, afirmou no domingo se sentir “absolutamente confortável” com a ideia de que gays pudessem se casar uns com os outros. Na segunda-feira, o secretário de Educação, Arne Duncan, respondeu afirmativamente quando perguntava se também era favorável.
— Eu havia hesitado sobre o casamento gay em parte porque eu achava que as uniões civis eram suficientes. Eu era sensível ao fato de que, para muitas pessoas, a palavra “casamento” é algo que invoca tradições e crenças religiosas muito fortes — afirmou Obama na entrevista.
Obama mencionou que suas filhas foram um fator decisivo para a declaração e disse que sua esposa, a primeira-dama Michelle Obama, compartilha das mesmas visões que ele.
— Malia e Sasha têm amigos que têm pais do mesmo sexo. Algumas vezes eu e Michelle conversamos na mesa de jantar sobre esses amigos e seus pais e, em nenhum momento, lhes passou pela cabeça que eles fossem tratados de maneira diferente. Para elas não têm sentido e, francamente, esse é o tipo de coisa que muda nossa perspectiva — disse.
Rommey reforça seu posicionamento contra o casamento gay
Candidato da oposição e ex-governador de Massachusetts, Mitt Romney classificou o casamento homossexual como um tema “muito delicado e sensível”. Mas o republicano não foi além nas críticas à declaração de Obama e disse que cada estado deve ser capaz de decidir sobre a concessão de determinados benefícios legais para casais do mesmo sexo.
Romney evita a polêmica, mas foi jogado no meio dela na semana passada. Um porta-voz de sua equipe de campanha deixou o cargo depois de pesadas críticas por ter se declarado gay. Romney veio a público o defender e dizer estar disposto a readmiti-lo, mas o estrago já estava feito.
Ao longo de sua carreira, o candidato republicano já mudou de posição sobre o tema. Inicialmente reconhecia a plena igualdade de direitos para os homossexuais, mas depois começou a se opor ao matrimônio. Ao declarar apoio ao ex-governador, o ex-senador pela Pensilvânia Rick Santorum comprometeu ainda mais o candidato à oposição, dizendo que ambos partilhavam a crença de que o casamento é algo que acontece entre um homem e uma mulher.
Human Rights Campaign, um grupo de defesa dos Direitos dos Gays, declarou que Obama “fez história”. Para Neera Tanden, do Centro para o Progresso Americano, a expressão de apoio foi um grande passo para conseguir a promessa de igualdade do país.
Metade dos americanos apoia
Nesta terça-feira, o Instituto Gallup mostrou uma ligeira queda na aprovação dos americanos ao casamento homossexual para exatos 50%. Outro indicador que aponta o desafio que o tema impõe a Obama é que entre os democratas, a aprovação chega aos 65%, mas outros 34% são contrários. Ao mesmo tempo 40% dos eleitores independentes — que não se declaram nem republicanos nem democratas — se dizem contrários.
Por fim, os protestantes — religião com mais adeptos nos Estados Unidos — são majoritariamente contra: 59% nesse grupo acreditam que a união entre pessoas do mesmo sexo não deveria ser legalizada
O Gallup analisa a opinião dos americanos sobre o tema desde 1996 e o histórico aponta que os americanos se tornaram paulatinamente mais favoráveis ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Na primeira pesquisa, 27% dos entrevistados tinham essa posição, ante 68% contrários.
A correlação só foi se inverter, entretanto, em 2011, quando 53% dos americanos se declararam favoráveis 45%, contrários. Os resultados de 2012 — 50% a 48%, respectivamente — colocam fim a uma tendência ascendente ininterrupta desde 2009.
O levantamento de 2012 foi realizado por telefone, entre os dias 3 e 6 de maio, com uma amostragem de 1.024 pessoas de 18 anos ou mais, nos 50 estados americanos e no Distrito de Columbia.

Fonte. Globo.com

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