Filha de Raúl Castro insinua que líder apoia casamento gay
HAVANA, 12 Mai (Reuters) - A sexóloga Mariela Castro, uma das filhas do presidente cubano Raúl Castro, insinuou no sábado que seu pai é a favor de uniões civis entre homossexuais e encoraja o fim de todo tipo de discriminação contra as minorias sexuais na ilha.
A diretora do Centro Nacional de Educação Sexual (Cenesex) que surgiu
como defensora da diversidade sexual liderou uma marcha contra a homofobia, que
reuniu cerca de 400 cubanos, entre homossexuais, travestis e transexuais.
"Entendi que o presidente cubano se manifestou em diversas ocasiões
(sobre o tema)", disse Mariela Castro.
"Mas não o fez em público. Certamente é parte de sua tática e
estratégia. É o estilo dele. Não vou pressioná-lo para que o faça publicamente,
porque me importo mais com ações concretas do que com palavras",
acrescentou.
Os gays de Cuba têm sido tradicionalmente depreciados e às vezes
reprimidos, desde os primeiros anos da revolução de 1959 que levou o
ex-presidente Fidel Castro ao poder.
Homossexuais e transexuais foram concentrados em campos de trabalho
forçados, na década de 1960, tempo de uma sociedade com fortes doses de
machismo.
Os comentários de Mariela Castro, que dançou ao ritmo de conga pelas
ruas de Havana, chegam pouco depois que o presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama, apoiou o casamento entre homossexuais nos EUA.
"Parabenizo o presidente Obama por sua mensagem humana de
compreensão... a favor do casamento, da união livre entre casais do mesmo
sexo", disse ela.
"Ele (Raúl) foi diplomata ao falar da necessidade de avançar também
no que se refere aos direitos de liberdade de opção de orientação e identidade
sexual e de superar todos os preconceitos", disse a sexóloga ao responder
uma pergunta da Reuters sobre se seu pai apoiava a união civil entre cubanos do
mesmo sexo.
A diretora do Cenesex, cujos avanços na esfera legal já incluem 15
cirurgias gratuitas de troca de sexo, desde 2008, pressiona o Parlamento desde
2006 a aprovar uma emenda que busca fórmulas para modificar o Código Família,
vigente desde 1975, nos tópicos relacionados à transexualidade e
homossexualidade no país.
A Primeira Conferência Nacional do partido do governo, o Partido
Comunista, que aconteceu em janeiro se pronunciou rejeitando todo tipo de
discriminação, incluindo orientação sexual.
Fonte, Yahoo
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