quarta-feira, 2 de setembro de 2020

A contragosto dos ‘Guardiões do Crivella’, pacientes denunciam descaso na saúde

 

Geraldo Ribeiro, Leticia Lopes e Rafael Nascimento de Souza

Em abril de 2018, o ajudante de caminhão Rubem Ribeiro da Silva, de 65 anos, foi diagnosticado com diverticulite, doença inflamatória no trato intestinal. Ele buscou atendimento na UPA do Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio, e foi encaminhado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, bairro vizinho, para passar por uma cirurgia de emergência e colocar uma bolsa de colostomia. Após quatro meses, a recomendação era fazer um novo procedimento para tirá-la, mas Rubem até hoje não conseguiu.

Ele é apenas um dos muitos pacientes que sofrem com as irregularidades na rede municipal de Saúde do Rio. E são denúncias como essa que os chamados “Guardiões do Crivella” querem esconder. Como mostrou o “RJTV 2” de segunda-feira, o grupo tenta dificultar o trabalho da imprensa e calar os pacientes desde 2018 para acobertar queixas como a de Rubem.

— Eu não sei mais o que fazer. Já vim aqui (no salgado Filho) para fazer a cirurgia várias vezes e sempre há uma desculpa ou um problema — lamenta o morador de Manguinhos, também na Zona Norte, que já se aposentou: — A minha vida acabou. Eu sou um homem inútil. Não posso pegar dez quilos de arroz. Eu vou morrer com isso aqui? Só queria que eles resolvessem minha situação.

Ainda em 2018, quando voltou à unidade para fazer a retirada da bolsa, Rubem foi informado que, de acordo com o sistema, ele já havia feito o procedimento. O paciente, então, foi embora e voltou meses depois, quando descobriu que seu nome nem constava mais no livro de registros de operações. Nesta terça-feira, Rubem mais uma vez voltou ao Salgado Filho, mas foi informado que só em outubro poderá passar por uma avaliação para definir uma possível data para a retirada da bolsa.

Profissionais da saúde também têm reclamações: dizem que falta pessoal, equipamentos e estrutura básica para trabalhar no Salgado Filho. Sem se identificar, um funcionário contou que os servidores da Prefeitura do Rio que são pagos para atacar pacientes e seus parentes e jornalistas marcam ponto na porta da unidade desde 2018. Segundo o técnico de enfermagem, que trabalha no local há mais de 30 anos, a prática já era conhecida por todos os profissionais, inclusive da direção do hospital:

— Eles estão sempre aqui há dois anos. Na tentativa de acobertar as irregularidades, eles (a prefeitura) contrataram esses “seguranças”. São arbitrários e intimidam todo mundo. É uma prática em vários hospitais: zonas Oeste, Norte e Sul.

Na manhã desta terça-feira, dia seguinte à denúncia do “RJTV 2”, viaturas da Operação Segurança Presente ficaram em frente ao Salgado Filho.

Família suspeita de morte

Uma família de Cavalcante, na Zona Norte do Rio, também conversou com o EXTRA nesta terça-feira e fez uma denúncia sobre o Salgado Filho. Michele Tobias Rosa, de 31 anos, suspeita de que a morte de sua prima, Gabriele Tobias Leão, de 18, tenha sido por algum erro. Segundo ela, a paciente deu entrada na Maternidade Carmela Dutra, também no Méier, na última sexta-feira, em trabalho de parto. Ela teve o bebê no sábado, por cesárea, e no domingo começou a reclamar de fortes dores. Gabriele foi transferida para o Salgado Filho, onde fez uma cirurgia às pressas para a retirada do útero. Ainda de acordo com a família, o quadro se agravou, e, como não tinha vaga no CTI da unidade, Gabriele foi transferida para a Maternidade Fernando Magalhães, onde morreu.

— Hoje foi minha prima. Amanhã é outra pessoa. Minha prima entrou aqui rindo e brincando e não saiu mais — lamentou Michele na porta da Carmela Dutra, onde foi ontem para buscar respostas e exigir que o corpo de Gabriele fosse levado para o IML para um necropsia que indique a verdadeira causa da morte da jovem.

A Secretaria municipal de Saúde lamentou o ocorrido e informou que “como em todo óbito materno, o caso será apurado”. O órgão informou ainda que a Maternidade Fernando Magalhães, em São Cristóvão, entregou um pedido à delegacia local para que o corpo seja removido para o IML para a realização do procedimento solicitado pela família.

‘Martírio’ também em Realengo

No início de julho, depois de um acidente de trânsito, a web designer Karine Moraes dos Santos Rodrigues, de 30 anos, teve o fêmur direito fraturado em dois locais e foi socorrida no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste. As dores intensas pareciam não passar nunca, e o “martírio”, nas palavras dela, continuou por nove dias: de 3 a 14 de julho, ficou internada na unidade sem previsão de cirurgia. A justificativa, segundo Karine, era a superlotação.

— Foram dias péssimos, um martírio, eu só gritava de dor, e eles não davam ideia de quando eu seria operada. Teve uma hora em que o policial de plantão chegou até a entrar no quarto para saber se tinha acontecido alguma coisa — lembrou a paciente.

Karine voltou nesta terça-feira à unidade para retirar os pontos e conversou com o EXTRA. Ainda de muletas e com a ajuda atenta dos pais, a web designer contou que, além da dor, os dias que passou no hospital foram de tensão. Internada em meio à pandemia da Covid-19, ela diz que a falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) para os profissionais de saúde era constante e que a alimentação dos pacientes era irregular. Na enfermaria em que estava, o ar-condicionado não estava funcionando, e os pais da jovem precisaram levar um ventilador para a unidade.

— Tivemos que trazer roupa de cama, toalha e até ventilador, porque a enfermaria estava sem ar. E o prefeito gastando dinheiro pagando “guardião” — desabafou a mãe de Karine, Maria das Graças Moraes.

Moradora de Realengo, a dona de casa Fernanda Gonçalves, de 35 anos, chegou ao Albert Schweitzer nesta terça ainda antes do meio-dia. Ela acompanhava a sogra, Maria Costa, de 66, que teve uma crise de pressão baixa. Desmaiada, a idosa precisou entrar no hospital nos braços de um amigo da família, já que na recepção não havia macas ou cadeiras de roda disponíveis.

— A entrada do hospital é péssima, não tem um maqueiro, cadeira, nada — contou Fernanda.

Também por problemas cardiovasculares, as irmãs Ana Lúcia, de 43 anos, e Andreia Marques, de 46, esperavam aflitas pelo resultado dos exames da mãe, Rita Maria, de 66, internada na sala vermelha do Albert Schweitzer. Moradoras de Nilópolis, elas tiveram dificuldades ao chegar à unidade com a idosa, que se sentia fraca para caminhar. Por volta das 16h, após mais de seis horas de atendimento, a crise de hipertensão ainda não havia sido controlada, e, até aquele momento, nenhum especialista tinha aparecido para atendê-la.

— Lá dentro é uma briga para ter uma simples cadeira de rodas ou uma maca — contou Andreia.

O que diz a Secretaria municipal de Saúde

Procurada, a Secretaria municipal de Saúde (SMS) afirmou que “não houve demora na realização do procedimento” de Karine: “(Ela) foi operada após a realização de todos os exames pedidos pela equipe médica”. E a nota continuou: “Importante observar também que o atendimento prestado na ocasião nunca foi alvo de reclamação por parte da paciente. De qualquer forma, a direção da unidade está à disposição para conversar com a paciente sobre qualquer dúvida relativa ao tratamento que recebeu no mês de julho”. Sobre a falta de EPIs e insumos, a pasta disse que a reclamação “não tem fundamento”.

Sobre a paciente Rita, a SMS informou que a paciente foi atendida pelos médicos da emergência, medicada e submetida a exames. Segundo a pasta, os cuidados com especialistas são feitos “pela rede básica após a alta hospitalar”. Mas não explicou se houve falta de cardiologista nesta terça-feira na unidade de Realengo. A SMS afirmou ainda que não faltam cadeiras e macas para atender pacientes no local.

A respeito de Seu Rubem, a Secretaria de Saúde do município explicou que “por conta da pandemia, houve atraso nas cirurgias eletivas, entre elas o fechamento da colostomia — com a reconstrução do intestino”. No entanto, a cirurgia do paciente para a retirada da bolsa deveria ter acontecido em agosto de 2018, quando nem existia coronavírus.

A SMS afirma ainda que Rubem “é companhado pelo ambulatório da unidade, que avalia as condições clínicas e melhor momento para o paciente passar pelo procedimento cirúrgico”, o que o paciente nega. Ontem, foi a sexta tentativa dele em marcar a retirada da bolsa.

Fonte.Yahoo.com.br


Funcionária denuncia racismo e intolerância religiosa em mercado e é demitida: 'Só para branco usar'

 

Yahoo








No dia em que foi desligada da empresa, a auxiliar de cozinha deixou o RH da unidade e, quando retornou à cozinha, encontrou um recado escrito em um avental. “Só para branco usar” (Foto: Reprodução/Facebook)
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No dia em que foi desligada da empresa, a auxiliar de cozinha deixou o RH da unidade e, quando retornou à cozinha, encontrou um recado escrito em um avental. “Só para branco usar” (Foto: Reprodução/Facebook)

Desde o dia em que começou a trabalhar no hipermercado Atacadão, no bairro de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, a auxiliar de cozinha Nataly Ventura da Silva, 31, passou a ser vítima de racismo e intolerância religiosa por parte de um colaborador da rede. Os ataques racistas sofridos por ela, que é negra, só cessaram no dia 28 de junho, dia em que foi demitida.

De acordo com o Uol, que conversou com a ex-funcionária, Ventura fez uma série de denúncias sobre os episódios de preconceitos vividos por ela no ambiente trabalho antes de ser demitida.

Para se ter ideia, no dia em que foi desligada da empresa, a auxiliar de cozinha deixou o RH da unidade e, quando retornou à cozinha, encontrou um recado escrito em um avental. “Só para branco usar”.

"Eu me senti muito mal. A supervisora tinha que ter levado o avental e encaminhado ele direto para o RH, mas ela não fez nada. Ela apenas riscou a frase, fez vista grossa esse tempo todo", lamentou Ventura em entrevista ao Uol.

(Foto: Arquivo pessoal)
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(Foto: Arquivo pessoal)

Segundo a ex-funcionária, que era uma das únicas pessoas negras da cozinha do hipermercado que pertence ao grupo Carrefour, em diversos momentos em que ela chegava no trabalho, o colaborador “virava o balde e começava a batucar como se fosse atabaque, em referência ao candomblé”.

“Um dia, os colegas estavam conversando sobre a doação de um gato, ele disse que o gato só serviria se fosse branco, preto não poderia adotar. Ele chegou a dizer que desde o dia que eu entrei lá [na cozinha], ele já não gostava de mim”, relatou.

De acordo com o jornal, as denuncias foram levadas à responsável pela cozinha, que nada fez. O caso também foi denunciado pelos canais de atendimento interno do estabelecimento, como é recomendado pela empresa. Mais uma vez, nada ocorreu.

Recontratação da funcionária negada

As denúncias chegaram ao Ministério Público do Trabalho, que confirmou os relatos da ex-funcionária. O órgão ainda afirmou que o suspeito de racismo também tinha problemas com outros funcionários, tendo até machucado outra colega.

“Esse funcionário dizia que não gostava de preto, está envolvido em caso de agressão física a uma outra funcionária e nunca foi punido. Neste caso de agressão, a empresa chegou a alegar acidente. Então, eu entendi é que a atitude omissa da empresa permitiu que ele fizesse tudo isso”, afirmou ao Uol a procuradora do trabalho Fernanda Diniz.

Diniz afirmou que propôs à empresa que recontratasse Nataly, nem que fosse em outra unidade da rede. Porém, o pedido foi negado.


"A empresa não quis admiti-la novamente, para que ficasse de exemplo para a todas as equipes”, avaliou a procuradora.

Por esses motivos, o órgão entrou com um pedido de danos coletivos que somam R$ 50 milhões. Caso o mercado seja condenado, os valores serão transferidos para instituições sem fins lucrativos voltadas para causas negras.

De acordo com o Uol, o empregado acusado de racismo e intolerância religiosa só foi desligado do hipermercado após o MPT intervir no caso.

Outro lado

O hipermercado Atacadão disse que repudia qualquer tipo de discriminação e que assim que a empresa tomou conhecimento do caso, o funcionário foi desligado por justa causa.

"Esclarecemos que a denúncia só foi registrada quando o contrato de experiência da colaboradora já havia sido encerrado e estamos atuando junto ao Ministério Público do Trabalho para colaborar com os esclarecimentos dos fatos. O Atacadão conta com um canal exclusivo para denúncias, que são tratadas com o máximo rigor como demandam questões de preconceito", disse a rede, em nota.

Fonte.João de Mari

Yahoo.com.br

Padre passa mal em altar durante sermão e morre diante de fiéis

 


Por: Fernando Moreira 
Padre Jude cai ao passar mal em altar em Douala
Padre Jude cai ao passar mal em altar em Douala Foto: Reprodução/Twitter

Um padre de paróquia na cidade de Douala (República de Camarões) passou mal quando fazia o sermão e acabou morrendo no altar diante de fiéis. O incidente ocorreu no último domingo (30/8).

Com máscara anticoronavírus, o padre Jude parou repentinamente de falar e ficou com a respiração bastante ofegante. Logo depois, o religioso católico caiu para trás, provocando gritos na congregação. A parada cardíaca foi fulminante. Várias pessoas foram ao socorro de Jude, mas nada pôde ser feito.

Assista:

Não se sabe se o pároco, que era bastante popular, sofria de alguma doença. O incidente está sendo investigado. O caso provocou comoção nas redes sociais, contou o "Mirror".

Padre passa mal e morre no altar
Padre passa mal e morre no altar Foto: Reprodução/Twitter

Padre Jude cai ao passar mal em altar
Padre Jude cai ao passar mal em altar Foto: Reprodução/Twitter

"Oh, meu Deus! Bem na hora em que fazia o sermão!", escreveu uma pessoa no Twitter, onde foi postado um vídeo do incidente por um advogado de defesa dos direitos humanos.

"A vida não é apenas curta, ela é inacreditável", lamentou outra.

Fonte. Jornal Extra


Polícia procura homem que distribuiu 'abraços de Covid' em supermercado

 

Homem distribuiu 'abraços de Covid' em supermercado
Homem distribuiu 'abraços de Covid' em supermercado Foto: Divulgação/Springfield Police Department

A polícia de Springfield (Massachusetts, EUA) está procurando um homem que distribuiu abraços a estranhos em uma filial da rede de supermercados Walmart e, em seguida, disse a eles que "estavam com Covid".

De acordo com autoridades, a abordagem era sempre a mesma: o homem se aproximava aleatoriamente de um cliente e dizia:

"Apenas dando um abraço em você. Você agora tem Covid."

Homem distribuiu 'abraços de Covid' em supermercado
Homem distribuiu 'abraços de Covid' em supermercado Foto: Divulgação/Springfield Police Department

O caso foi denunciado por um cliente que se recupera de um câncer. Segundo ele, o homem, que usava máscara preta, saiu rindo após lhe dar um "abraço de coronavírus". O incidente ocorreu em 15 de agosto.

O homem procurado pode ser indiciado por agressão e ameaça terrorista.

Os EUA já registraram 5,8 milhões de casos de Covid-19, com mais de 180 mil mortes.

Fonte. Jornal extra

Maioria da Corte Especial do STJ vota pelo afastamento de Witzel: 14 a 1


Witzel
Witzel Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
Carolina Brígido e André de Souza

Por 14 votos a um, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve nesta quarta-feira o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afastado do cargo. Na última sexta-feira, o relator do processo, ministro Benedito Gonçalves, deu liminar para afastar Witzel do cargo. Na sessão de hoje, ele levou o caso à análise do colegiado e obteve o apoio da maioria. O prazo de 180 dias do afastamento está em discussão agora.

Concordaram com o relator os ministros Francisco Falcão, Nancy Andrighi, Laurita Vaz, Maria Thereza de Assis Moura, Og Fernandes, Luís Felipe Salomão, Mauro Campbell, Raul Araújo, Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira, Marco Buzzi e Sérgio Kukina, além do presidente do STJ, Humberto Martins. Apenas o ministro Napoleão Nunes Maia divergiu do relator.

No início da sessão, o relator sugeriu que a decisão fosse tomada por maioria qualificada — ou seja, dois terços dos votos. No entanto, essa questão só será definida ao fim do julgamento.

Acompanhe os principais pontos do julgamento:

  • Catorze ministros votaram a favor da manutenção do afastamento de Witzel; um votou contra. O placar terminou em 14 a 1 pelo afastamento.

  • O presidente do STJ, ministro Humberto Martins, em tese não precisaria votar, pois não houve empate, mas resolveu se manifestar. Em voto rápido, ele acompanhou o relator.

  • Último ministro a se manifestar antes do presidente, Sérgio Kukina também votou pela manutenção da liminar de afastamento e foi além: defendeu ainda que o governador Wilson Witzel deveria ser preso.

  • O ministro Marco Buzzi também votou pela manutenção da liminar de afastamento de Witzel: "“Há fortes indícios de autoria e materialidade”, disse.

  • O ministro Antonio Carlos Ferreira também concordou com o relator, e também votou pela manutenção da liminar.

Witzel se defende após resultado

Logo após a Corte Especial atingir o número mínimo de votos para que a manutenção do afastamento fosse aceita, Witzel se manifestou em sua rede social. O governador afastado afirmou que respeita a decisão do STJ, mas diz que jamais cometeu atos ilícitos:

"Respeito a decisão do Superior Tribunal de Justiça. Compreendo a conduta dos magistrados diante da gravidade dos fatos apresentados. Mas, reafirmo que jamais cometi atos ilícitos.

Não recebi qualquer valor desviado dos cofres públicos, o que foi comprovado na busca e apreensão. Continuarei trabalhando na minha defesa para demonstrar a verdade e tenho plena confiança em um julgamento justo.

Desejo ao governador em exercício, Cláudio Castro, serenidade para conduzir os trabalhos que iniciamos juntos e que possibilitaram devolver ao povo fluminense a segurança nas ruas e, com isso, a esperança em um futuro melhor", disse.

Witzel se defende após resultado

Logo após a Corte Especial atingir o número mínimo de votos para que a manutenção do afastamento fosse aceita, Witzel se manifestou em sua rede social. O governador afastado afirmou que respeita a decisão do STJ, mas diz que jamais cometeu atos ilícitos:

"Respeito a decisão do Superior Tribunal de Justiça. Compreendo a conduta dos magistrados diante da gravidade dos fatos apresentados. Mas, reafirmo que jamais cometi atos ilícitos.

Não recebi qualquer valor desviado dos cofres públicos, o que foi comprovado na busca e apreensão. Continuarei trabalhando na minha defesa para demonstrar a verdade e tenho plena confiança em um julgamento justo.

Desejo ao governador em exercício, Cláudio Castro, serenidade para conduzir os trabalhos que iniciamos juntos e que possibilitaram devolver ao povo fluminense a segurança nas ruas e, com isso, a esperança em um futuro melhor", disse.

Defesa diz que Witzel não foi ouvido, e subprocuradora-geral da República reage: 'Desculpa absurda'

A defesa de Witzel reclamou que ele não foi ouvido no processo. A subprocuradora-geral da República disse então que isso não era verdade.

— O governador estava sendo interrogado, estava depondo. Ele entrou com HC [habeas corpus] para não falar. Então isso é uma inverdade. Não gostaria que isso ficasse na dúvida de nenhum ministro. E ele estava depondo, entrou com HC, e durante o depoimento, saiu a liminar para ele não depor. Então HC que foi colocado por ele, que foi interposto por ele, impetrado por ele. E ele não depôs porque não quis. Aliás, porque não quis não, porque pediu para não depor. Estava na metade do depoimento, levantou e foi embora, porque saiu a liminar. Então essa desculpa é absurda — afirmou Lindôra.

Em julho, durante o recesso dos tribunais superiores, o então presidente do STJ, o ministro João Otávio de Noronha, aceitou pedido da defesa para suspender o depoimento de Witzel. Nesta quarta-feira, na sessão da Corte Especial, o advogado Roberto Podval, que defende o governador afastado, rebateu a subprocuradora.

— Nós pedimos que fosse dado conhecimento dos autos. O governador não falou porque não tinha acesso aos autos. Não nos foram aberto os autos, não tivemos ciência do conteúdo, era impossível ser interrogado sem conhecer os fatos. O governador não teve ciência dos fatos e sobre o que estava sendo ouvido.

Entenda o julgamento

Na última sexta-feira, o relator do processo, ministro Benedito Gonçalves, deu liminar para afastar Witzel do cargo. À primeira vista, ministros do STJ consideraram a medida extrema, já que uma decisão dessa gravidade normalmente é submetida antes a um colegiado. No entanto, ao examinarem as provas contra o governador, acabaram entendendo a urgência da liminar. No tribunal, a expectativa é de que a decisão seja mantida pela Corte Especial.

Leia também: Entenda as investigações que levaram ao afastamento de Witzel

Não haverá sustentação oral da defesa do governador, nem da Procuradoria-Geral da República (PGR). O julgamento deve começar pela manifestação do relator. Quatro ministros se declararam impedidos para participar do julgamento. Felix Fischer, João Otávio de Noronha, Herman Benjamin e Jorge Mussi alegaram motivos diferentes para não participar do julgamento. No lugar deles, foram convocados ministros substitutos do próprio STJ: Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira, Villas Boas Cueva e Marco Buzzi.

O afastamento de Witzel vale por 180 dias e foi determinado a pedido da PGR na Operação Tris In Idem, que investiga desvios de recursos da saúde do Rio de Janeiro. Segundo a PGR, Witzel estruturou uma organização criminosa desde que assumiu o governo do Rio. O governador, a mulher dele, Helena Witzel, e mais sete pessoas foram denunciadas por corrupção e lavagem de dinheiro.

De acordo com a investigação, a Secretaria estadual de Saúde foi loteada entre três grupos, comandados por Pastor Everaldo, presidente nacional do PSC, e os empresários Mario Peixoto e José Carlos Melo. Os três estão presos. Os desvios ocorriam em direcionamento de licitações e fraudes em compras e contratos. Em contrapartida, o escritório de advocacia de Helena Witzel recebeu R$ 554 mil. A suspeita é de que o dinheiro foi desviado da verba para o enfrentamento da pandemia.

Fonte. Jornal Extra

Onda de despejos: "somos tratados como vermes", diz moradora de comunidade ameaçada em São Paulo

Despejo em São Paulo

Ameaçados de despejo, moradores do Novo Chuvisco dizem não ter para onde ir; remoções em São Paulo dobraram durante a pandemia.

rasil de Fato - Em meio à uma pandemia em que a principal orientação à população é ficar em casa, cerca de 1.300 famílias foram despejadas nos meses entre abril e junho, somente na região metropolitana de São Paulo. O número, registrado pelo Observatório de Remoções, que acompanha desde 2012 esse tipo de ação, foi o dobro dos primeiros meses do ano, quando a crise sanitária não tinha ainda se iniciado no país.

Uma das pessoas que pode entrar nessa estatística é Janaína Rosa de Paula. Massoterapeuta desempregada, Janaína mora há seis meses na comunidade Novo Chuvisco, na zona sul de São Paulo. Mãe de dois filhos, um adolescente e outro menor, de 3 anos, Janaína buscou abrigo na comunidade depois ter se separado do marido e ficado sem renda devido à pandemia. “No salão não tem mais movimento, e eu só ganho pelo que eu trabalho. Se eu não trabalho, eu não ganho.” afirma a massoterapeuta.

Com os filhos temporariamente na casa da mãe, Janaína agora luta, junto à outras 70 famílias, pelo direito de continuar morando no barraco de madeira que construiu com o pouco dinheiro que consegue fazendo faxinas ocasionais e com recurso do auxílio emergencial. “Para a gente não ir morar debaixo de um viaduto, de qualquer maneira, a gente vem para a comunidade. Entre pagar aluguel e comer, a gente prefere comer.”

A área em que Janaína está alocada é considerada de risco pela subprefeitura do Jabaquara, que há tempos vem tentando “realizar o desfazimento” das construções, alegando que não há ninguém morando nelas. 

A primeira tentativa ocorreu nesse ano, no dia 06 de agosto, quando uma ostensiva força tarefa foi deslocada para o local. A ação contou com pelotões da polícia militar e Guarda Civil Metropolitana, mas sem presença de profissionais da assistência social ou conselho tutelar. 

Os moradores afirmam a primeira informação que receberam era de que eles poderiam permanecer no local, porém, um dia antes, em reunião com o subprefeito do Jabaquara, Heitor Sertão, foram informados que seriam despejados. No dia seguinte, às 6h da manhã, Janaína e outros membros da comunidade estavam de prontidão para defender as moradias construídas por eles mesmos com o pouco que tinham. Resistiram ao despejo e conseguiram um novo prazo para deixarem o local, dia 6 de setembro.

Desde o início da pandemia global, foram inúmeros os pedidos, tanto nacionais quanto internacionais, para que os despejos fossem paralisados durante a crise sanitária. Em março deste ano, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), emitiu a primeira recomendação para que processos judiciais que envolvessem remoção das pessoas de suas casas fossem paralisados. No mês seguinte, foi emitido outra resolução com o mesmo pedido. Em maio e junho outras duas resoluções foram emitidas para reforçar o pedido. 

Em julho, foi vez da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgar nota cobrando do governo brasileiro a paralisação dos despejos durante o avanço da covid-19 no país.

Na contramão do que tem feito a maioria dos países, os pedidos não têm sido atendidos. Somente na cidade de São Paulo, entre 20 de março e 20 de maio deste ano, foram registradas no Tribunal de Justiça do município, 4.018 ações de despejo.

Remoções coletivas em âmbito nacional

“Como é que pode, no meio da pandemia? As pessoas estão muito inseguras, fragilizadas, desempregadas, vivendo de auxílio emergencial, que não dá nem para comer. Outras nem conseguiram o auxílio, nem estão recebendo cesta básica.”

Quem faz o desabafo é Benedito Roberto Barbosa, um dos principais nomes da luta por moradia em São Paulo. Dito, como é conhecido, é advogado da União dos Movimentos de Moradia de São Paulo e militante na Central de Movimentos Populares.

Ele conta que, além do Novo Chuvisco, grandes remoções coletivas seguem acontecendo desde o início da pandemia. O caso da reintegração de posse na comunidade Monte Horebe, em Manaus, é um dos exemplos realizados com forte uso de violência policial. A ação envolveu cerca de 700 policiais e levou vários dias para remover cerca de 1.000 famílias que moravam no local. 

Outros casos citados por Dito foram a reintegração de posse em Guaianases, em São Paulo, que removeu famílias com muita violência e a que ocorreu no assentamento Quilombo Campo Grande, em MG, que retirou famílias e demoliu casas de agricultores, após o governo do Estado haver sinalizado o cancelamento da ação.

“Em geral, os processos de remoções são invisibilizados no Brasil. Então, a gente tem buscado dar visibilidade para esse problema no Brasil, trazer as dimensões dos números, que é muito grande. Mostrar também que não é um problema só local, mas ele é um problema que abrange todo o país e se dá de diversas formas.” afirma o advogado.

Mobilização popular

Atualmente Dito é um dos porta-vozes da campanha Despejo Zero, iniciativa que busca articular no  âmbito municipal, estadual e nacional, formas de pautar o problema habitacional é que histórico e estrutural no país. Lançada no dia 27 de julho, a campanha publicou um manifesto denunciando o grave problema habitacional que perpassa a história do país.

“O Brasil é palco de muitas desigualdades. Milhões de brasileiros não têm seu direito à moradia respeitado. Estima-se um déficit habitacional de mais de 7,8 milhões de moradias e mais de 13% da população está desempregada”, lembram as entidades, no manifesto que apresenta a iniciativa.” diz o texto do manifesto da campanha.

Entre as entidades da cidade e do campo que aderiram à campanha estão o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), a Conam (Confederação Nacional das Associações de Moradores), a CMP (Central dos Movimentos Populares), a UMN (União dos Movimento de Moradia), o Movimento Nacional de Luta por Moradia, o MAB (Movimento dos Atingidos por Barreiras), entre outros.

Agora, Janaína tem poucos dias até o novo prazo de despejo emitido pelo poder público. Ela e outras lideranças da comunidade afirmam que vão tentar todas as vias legais para impedir a remoção. Assim como ela, a maioria das pessoas que ocupam o local estão sem emprego e sem nenhuma alternativa de moradia. 

Além disso, os moradores também lembram que, mesmo voltando a possibilidade de trabalho, os baixos salários e altos valores dos aluguéis não garantem uma moradia digna. Eles demandam que soluções mais definitivas sejam oferecidas.

“A prefeitura precisa fazer moradia popular. Moradia de qualidade e em quantidade. Não adianta restringir somente para alguns. Deveriam pegar esses terrenos que estão vazios há muito tempo e sem uso e fazer moradia para o povo”, denuncia Janaína.

Questionada sobre como será feita a ação de remoção na Novo Chuvisco no próximo dia 6, a subprefeitura do Jabaquara não enviou nenhum resposta até o fechamento dessa matéria.

Fonte. Brasil247.com

Depois de cortar no salário mínimo, na Saúde e Educação, Bolsonaro quer triplicar verba de publicidade

Jair Bolsonaro, Fábio Faria e Fabio Wajngarten

O TCU (Tribunal de Contas da União) concluiu, em agosto, através de auditoria, que faltam critérios técnicos para a distribuição de verbas publicitárias a TVs abertas.

Recurso será controlado por Fábio Faria, genro de Sílvio Santos, colocado no cargo para agradar o centrão.

Revista Fórum - Após propor cortes no salário mínimo, Saúde, Educação e Segurança Pública, o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ) quer reservar R$ 495,5 milhões no Orçamento do próximo ano para comunicação institucional. O valor é praticamente a soma do que foi gasto nesta área do Orçamento em 2018 e 2019 e uma forte expansão frente às despesas previstas inicialmente para 2020, que foram de R$ 124,5 milhões.

A verba de publicidade do governo passou para as mãos do atual ministro das Comunicações, Fábio Faria, genro de Sílvio Santos, dono do SBT, e deputado do PSD, indicado ao cargo em junho para agradar o centrão, no Congresso.

O TCU (Tribunal de Contas da União) concluiu, em agosto, através de auditoria, que faltam critérios técnicos para a distribuição de verbas publicitárias a TVs abertas.

Fonte. Brasil247.com

“Tenha a dignidade para se demitir”, disse Bolsonaro a Moro

Sérgio Moro e Jair Bolsonaro

Durante conversa analisada pela PF, Bolsonaro questionou Moro sobre notícia em que o então ministro dizia que a polícia poderia prender quem descumprisse o distanciamento social. "Todos os ministros, caso queira contrariar o PR, pode fazê-lo, mas tenha dignidade para se demitir", disse Bolsonaro.

247 - A Polícia Federal encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) relatório que contém uma troca de mensagens inédita entre Jair Bolsonaro e o então ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro. 

Como mostra o blog do jornalista Fausto Macedo, a conversa ocorreu no dia 12 de abril. Neste dia, Bolsonaro encaminhou notícia publicada no jornal Valor Econômico na qual Moro opinava que a polícia poderia prender quem descumprisse o distanciamento social e quarentena – ambas medidas eram criticadas pelo presidente à época.

“Se esta matéria for verdadeira: Todos os ministros, caso queira contrariar o PR, pode fazê-lo, mas tenha dignidade para se demitir. Aberto para a imprensa”, escreveu Bolsonaro a Moro.

Moro respondeu em seguida: “O que existe é o artigo 268 do Código Penal. Não falei com imprensa”. O artigo 268 considera crime punível com detenção de um mês a um ano a quem infringir determinação do poder público que se destina a impedir propagação de doença contagiosa.

O relatório da PF analisou conversas trocadas entre Bolsonaro e Moro durante o período de 12 a 23 de abril – um dia antes de Moro pedir demissão do cargo acusando Bolsonaro de tentar interferir indevidamente na Polícia Federal. 

Fonte. Brasil247.com

Nova Iguaçu realiza Dia D Vacinação contra a gripe

A Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu (Semus) vai fazer, neste sábado (13), uma grande mobilização para participar do Dia D de Vaci...