sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Sementes da Paz tem sua última edição do ano em Nova Iguaçu


“Diga não ao bullying”, “Plante amor e colha a paz”, “Educação é respeitar as diferenças” e “A paz está em nossas mãos” foram algumas das frases expostas por orientadores da rede municipal na Casa do Professor, que participaram nesta segunda-feira (4) da última edição do ano do projeto Sementes da Paz, promovido pelo Departamento de Ações Pró-Sustentabilidade (Deape), do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio de Janeiro, em parceria com a Escola de Governo da Prefeitura de Nova Iguaçu.
Foram apresentados trabalhos feitos por professores e alunos de 74 escolas municipais, todos com o tema direcionado a prevenção ao bullying, depressão, suicídio e mutilação.
“Este evento é o resultado de um trabalho desenvolvido nas escolas de Nova Iguaçu. O projeto começa justamente com as sementinhas, com os pequeninos e fica mais fácil formar o caráter deles. Dá uma sensação boa de que o futuro deles será melhor, assim como a sociedade e as escolas. Os professores também vão trabalhar mais felizes e são mais respeitados”, comentou o prefeito de Nova Iguaçu, Rogerio Lisboa.
O encontro serviu ainda, para os participantes contarem um pouco de suas experiências com os estudantes em sala de aula depois de participarem do projeto, que tem entre seus objetivos propiciar aos professores refletirem sobre violência doméstica e os prejuízos no desenvolvimento emocional dos alunos e na formação dos futuros cidadãos.
“Começamos com um projeto e nosso objetivo era alcançar alunos do 6ֺº ao 9º ano, com 49 escolas, mas foi surpreendente saber que outras unidades queriam aderir. Ano que vem ele volta como um programa, com conteúdo, resultados e metas para ficar. O que é bom tem que permanecer e será extensivo a todos, chegando a todas as escolas. Temos que trabalhar também dentro dos lares. A família é a base”, frisou a coordenadora do Conselho do Programa Nova Iguaçu Solidário, Erika Ammon.
De acordo com a secretária executiva da Escola de Governo da Prefeitura de Nova Iguaçu, Rojane Calife Jubram, em março de 2020, quando retorna o ‘Sementes da Paz’, haverá a participação dos pais dos alunos.
“Educação começa em casa e a escola complementa, pois muitas crianças não tem uma referência familiar. Tivemos quatro eventos: os orientadores aprenderam sobre o projeto, no segundo momento foram capacitados, depois relataram os casos de conflitos nas escolas e agora terminamos com a culminância, ou seja, os orientadores mostraram seus projetos realizados em sala de aula. Esse programa sai dos muros da escola e repercutem dentro de casa”, contou.
Durante o evento foram feitos murais mostrando um pouco do trabalho dos orientadores apresentados em salas de aula e apresentações musicais, como o grupo a ‘Voz do Caulino’, da Escola Municipal Professor Marcio Caulino Soares, entre outros.
Juíza titular do juizado especial criminal da comarca de Nova Iguaçu, Cláudia Nascimento, lembrou que a parceria entre o TJ e a Prefeitura de Nova Iguaçu já rendeu ótimos frutos.
“Em mais de 20 anos de Nova Iguaçu nunca vi projeto como esse. É uma preocupação e mudança social dentro da família. Ela é a base”, garantiu.
Segundo Márcia Fayad, psicóloga do Departamento de Ações Pró-Sustentabilidade (Deape), do TJ, Nova Iguaçu saiu na frente com o ‘Sementes da Paz’, que está preparada para trabalhar com a questão da violência, que começa dentro de casa.
“O projeto ‘A Paz a gente que faz, a paz começa comigo’ faz parte do Sementes da Paz, foi feito especialmente para Nova Iguaçu. Chama atenção sobre o direito ao respeito e às diferenças. Temos que ficar atentas aos sinais de suicídio entre alunos e os professores estão capacitados para identificarem esses problemas”, afirmou.
Professora da Escola Municipal Leila Maria Côrtes Sampaio, Jéssica Vidal, fez encontros semanais com pais de alunos e descobriu que algumas mães de estudantes se sentiram seguras para denunciar tipos de violência doméstica.
“Muitas tiveram coragem para denunciar a violência sofrida por elas, que são encaminhados a acompanhamento psicológico no Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM). Ou seja, através dos alunos, detectamos um problema grave que acontece em suas residências”, contou.
O projeto Sementes da Paz foi criado pelo Tribunal de Justiça em 2015 e tem entre seus objetivos oferecer aos professores maior capacitação na área de Violência Doméstica, a partir de palestras e grupos reflexivos, objetivando o desenvolvimento de um olhar crítico e preventivo na educação dos alunos que vivenciam a violência doméstica.
 

Alexandre Pires zoa Bolsonaro: “Faça amizade com o seu porteiro, hein? Ele pode complicar sua vida”


O cantor Alexandre Pires arrancou risos da plateia ao tirar sarro de Jair Bolsonaro, por causa do porteiro que anotou o numero da casa dele (58), no Rio, após a chegada de Élcio Queiroz, acusado de participar diretamente do assassinato de Marielle Franco
(Foto: Reprodução)
247 - O cantor e compositor Alexandre Pires, tirou sarro de Jair Bolsonaro (PSL-RJ). “Faça amizade com o seu porteiro, hein? Ele pode complicar sua vida”, disse ele, com um piano romântico ao fundo, durante show em Porto Alegre (RS).
Na semana passada, o Jornal Nacional publicou matéria citando suposto envolvimento de Bolsonaro no assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL). Segundo a reportagem, um porteiro do condomíno disse à políci que Elcio de Queiroz entrou no local e disse que iria para a casa do então deputado Jair Bolsonaro. 

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Fonte. Brasil 247


Com Lula, o Brasil volta a ser respirável


"Lula faz desse Brasil irrespirável, um país novamente respirável. Ele é o remédio para a depressão social que se alastrou por aqui, diante de tanto sufocamento ideológico, macetado por apologistas da tortura, do medo e da vingança", diz o colunista Gustavo Conde sobre as mudanças que ocorrerão no país após a libertação de Lula

O Brasil viveu um de seus momentos mais espetaculares nessas últimas horas, em que parte considerável de sua história voltou à possibilidade plena de disputar a narrativa política e social. 
A prisão de Lula mudou tudo e a libertação de Lula muda tudo novamente. 
A primeira grande mudança é a da esperança. Lula traz a possibilidade de um futuro de volta, de uma política possível e de um debate qualificado em torno das necessidades históricas e urgentes do país.
Lula faz desse Brasil irrespirável, um país novamente respirável. Ele é o remédio para a depressão social que se alastrou por aqui, diante de tanto sufocamento ideológico, macetado por apologistas da tortura, do medo e da vingança. 
Só o fato de Lula estar em cena novamente gera a energia singular das insurreições subjetivas: ninguém mais ficará só observando. 
É preciso ter até um certo cuidado com essa energia que Lula irá libertar, pois o Chile já demonstrou que uma população insatisfeita e motivada avança com ferocidade para garantir suas vidas e seus direitos. 
Lula sempre foi um pacificador e continuará sendo. Mas eu diria: é bom as elites não contarem tanto com isso desta vez. 
Lula está ferido. Foram-lhe arrancados 580 dias de sua vida. Foi-lhe arrancada sua companheira de décadas, que sucumbiu diante da violência judicial promovida pela operação mais criminosa já vista na história deste país. 
Ele não vai querer a forra porque não é adepto da vingança. Mas vai querer justiça – e esse processo de reparação mal começou. 
Convenhamos: é um alento não ter essa boçalidade nas manchetes. 
Eis um efeito poderoso provocado pela presença de Lula: agora, teremos enunciados 'com sentido' transitando em nossa rotina de leitura. 
É essa mudança que Lula desencadeia que ainda nem sabemos direito a verdadeira dimensão: Lula modifica os parâmetros de codificação política do país e, com sua habitual força simbólica e respectivo apelo popular, recoloca em cena algo que perdemos ao longo desses anos de golpe e fascismo: o sentido. 
Sua presença organiza o discurso, não apenas da esquerda, mas da sociedade inteira. Ele tem lastro histórico, político e humano para isso. 
Lembro rapidamente: o sentido das palavras, dos enunciados e dos discursos são profundamente dependentes do indivíduo que os produz – ente também nomeado, nos estudos da linguagem, simplesmente como ‘sujeito’. 
O Brasil vivia uma síndrome de abstinência de subjetividade (de sujeito). A onda de robôs de Bolsonaro, literais ou metafóricos, desumanizou nossos protocolos de restauração de sentidos. Isso não é brincadeira e nem um 'teaser' retórico. 
Com Lula, o humano volta a fazer parte do mundo simbólico. É por isso que teremos uma queda brusca nos casos de depressão e de doenças mentais a partir deste momento – haja vista como eles cresceram diante da ascensão do bolso-morismo. 
Lula ainda recoloca uma pauta econômica para chamarmos de nossa. Os melhores economistas do país estão ativos, mas absolutamente descartados pelo sistema opressor do 'neoliberalismo AI-5' de Paulo Guedes. 
Com Lula, isso muda, porque Lula sabe organizar o debate sobre economia tão bem quanto sabe organizar o debate sobre educação, crescimento, soberania e outros tantos temas que foram abortados da experiência social imposta pelos próceres do neofascismo de Twitter. 
O retorno de Lula reinstaura oficialmente, ainda, o instituto da oposição. Antes de ser governo, Lula e o PT sempre foram oposição. Juntos, eles sabem como ninguém como isso funciona. 
Com Lula no horizonte, Bolsonaro não terá de lidar apenas com as 'cansadas' Globo e Folha, interpretando mal os vetores de interpelação pública. Ele terá um adversário de fato, alguém que tem liberdade intelectual e ímpeto político para erodir falácias, ameaças e blefes. 
Lula emerge com uma fênix investida do desejo de mudança, como uma liderança global, como o maior cabo eleitoral do Brasil e do mundo, como o protagonista, como o elemento que completa o quebra-cabeça geopolítico das reaglutinações estratégicas comerciais, da Ásia até a África, da Europa aos EUA. 
Todos esperam por sua monumentalidade política e pragmática na resolução de conflitos internacionais e na confecção de projetos transnacionais de combate à miséria. 
Lula é a bola da vez em um mundo que deseja sair do emburrecimento ilícito dos clichês fascistoides e neoliberaloides. 
A saudação que líderes internacionais lhe dedicaram neste momento de libertação é algo sem precedentes. 
Lula é Mandela, é Gandhi, É Muhammad Ali, é Mujica, é Dalai Lama. O mundo o quer como exemplo, o mundo o vê como símbolo, o planeta lhe acena como esperança. 
A volta de Lula significa a volta da realidade. 
Que a sociedade brasileira saiba, agora, aproveitar essa janela de oportunidade para seu futuro e para seu destino. De alguma maneira, esta sociedade desejou isso: a proscrição e o retorno de seu maior líder, como empuxo narrativo para aplacar o normalismo das semidemocracias. 
Talvez Lula seja isso: a nossa possibilidade de uma democracia devidamente significada por gestos de sacrifício, proscrição e renascimento. 
Gestos que só o amor infinito de um cidadão por seu país foi capaz de gerar. 

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Fonte. Brasil 247


COMO VIEMOS PARAR NESTE INFERNO?

domingo, 3 de novembro de 2019

Luciano Huck perde briga para proibir acesso público a praia ‘particular’

SEM AUTORIZAÇÃO
Em junho de 2009 o ex-governador do Rio Sérgio Cabral liberou as regras para construções em áreas de preservação ambiental em Angra dos Reis. Decreto ficou conhecido como 'Lei Luciano Huck'

   
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Luciano Huck cercou a mansão com boias e redes, na Ilha das Palmeiras, sem autorização ambiental
Em 2011, a juíza da 1ª Vara Federal de Angra dos Reis, Maria de Lourdes Coutinho Tavares, condenou o apresentador Luciano Huck a pagar R$ 40 mil por cercar com boias e redes a faixa costeira ao longo de sua mansão na Ilha das Palmeiras, em Angra dos Reis, litoral sul do Rio de Janeiro, sem autorização ambiental. O global alegou apenas que o fizera “sob o propósito de exercício futuro de atividade de maricultura”. 
Na sentença, a juíza alegou que “a motivação da colocação do cerco é outra que não a atividade de criar mariscos, ou seja, a maricultura seria um pretexto para legitimar a pretensão não acolhida pela lei, de apoderamento de bem de uso comum do povo”. Ou seja, o chamado bom mocismo típico da classe média não queria que ninguém tivesse acesso a “sua” praia particular.
A juíza determinou ainda que Huck retirasse as boias e pagasse indenização por danos materiais e imateriais, além de multa diária caso descumprisse a decisão. Inconformado com a sentença, Luciano Huck recorreu e, em segunda instância, foi novamente condenado.
O apresentador recorreu então ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), por achar, segundo declarou, muito alto o valor da multa aplicada.  Brigou durante sete anos na Justiça para tentar escapar da multa ambiental.
Sem sucesso. Na quinta-feira (16), o Ministério Público Federal (MPF) exigiu que o apresentador da TV Globo pague multa de R$ 40 mil.
Em manifestação ao STJ, a Procuradoria Regional da República da 2ª Região defende a rejeição do recurso de Huck por tratar-se apenas de “medida de inconformismo, caracterizando mera insatisfação do réu com a sentença”. 
Essa não foi a primeira vez que Huck já foi acionado na Justiça por chamar de seu o que é patrimônio público e ambiental. Em 2006, ele foi denunciado pelo MPF porque sua mansão na Ilha das Palmeiras foi construída sobre um espelho-d’água cercado por rochas e por ter erguido um muro com cerca de dez metros de altura. Ele também mandou fazer diques para a formação de uma praia artificial. No entanto, conseguiu escapar da Justiça, alegando que a construção original, de 1971, foi concluída antes da entrada em vigor da legislação atual, e que ele apenas reformara a casa que lá já estava.
Em junho de 2009, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB/RJ) liberou as regras para construções em áreas de preservação ambiental em Angra e outras regiões do estado. O decreto, de número 41.921, ficou conhecido como “Lei Luciano Huck”, porque teria sido feito para beneficiar o apresentador da Globo.

Dica do domingo

Bebê morto com tiro na cabeça é um cruel símbolo da situação dos povos indígenas no Brasil


Relatório do Conselho Indigenista Missionário critica "sucateamento" da Funai, comandada por interesses "anti-indígenas"
Pai chora sobre o corpo de Cirleudo.

Pai chora sobre o corpo de Cirleudo.CIMI

O pequeno Cirleudo Cabral Monteza Manchineri, de um ano de idade, dormia no colo da mãe confortavelmente apesar do balanço da embarcação a motor, uma voadeira. A viagem já durava horas. A família da etnia Manchineri havia partido da aldeia São Paolino, localizada na Boca do Acre, Amazonas, descido o rio Purus e entrado em um dos seus braços, o Iaco. Por volta das 22h eles se aproximavam do pequeno porto de Feira dos Colonos, na cidade acreana de Sena Madureira. O pai do bebê apontava uma lanterna para a barranca quando recebeu ordens para apagar a luz. Sem ter como atracar na escuridão, ele ignorou o comando. O barco foi recebido à bala. Uma delas acertou a cabeça de Cirleudo, que foi socorrido, mas chegou morto ao hospital.

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Morte de cacique no Maranhão é novo capítulo de invasões na região, segundo indígenas

Mortes recentes de índios isolados trazem à tona velhos traumas do contato
Cirleudo foi enterrado em um pequeno caixão branco com seus poucos pertences. Para as autoridades uma facção criminosa que controla o porto confundiu a família com um grupo rival e abriu fogo. Para o Conselho Indigenista Missionário, no entanto, o crime tem relação com “o ódio local disseminado pelos invasores da terra indígena”: o cacique da aldeia São Paolino foi alvo de três tentativas de homicídio, a última delas dias antes do assassinato de Cirleudo. Sua morte é o retrato da situação dos povos tradicionais brasileiros: seu corpo jaz em um túmulo localizado em território indígena tradicional ainda não demarcado.

O bebê foi o mais jovem dos 110 indígenas vítimas de homicídio em 2017, segundo o relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil, organizado pelo Cimi. Em comparação com 2016, quando foram 118 vítimas fatais, houve uma redução de 6,7%. Roraima e Amazonas lideram com 33 e 28 casos, respectivamente. Apesar da pequena queda no total de mortos, o cenário traçado pelo documento é sombrio, e não há motivo para comemorar: 2017 foi um ano marcado por retrocessos nos direitos indígenas e pela eliminação sistemática de suas lideranças.

Foi o caso do cacique Kaingang Antônio Ming, assassinado em março na Terra Indígena Serrinha, no Rio Grande do Sul. Ele recebeu cinco tiros enquanto fazia compras em um armazém local. Crítico ferrenho do arrendamento de terras para não-indígenas, suspeita-se que ele tenha sido morto por contrariar os interesses de fazendeiros da região. Também foi o que ocorreu com Manoel Quintino da Silva Kaxarari, liderança da aldeia Pedreira, em Rondônia, que vinha criticando a extração ilegal de madeira na terra indígena, e foi baleado e morto em junho.

Com exceção do ataque contra os índios Gamela, no Maranhão, que deixou 22 feridos a bala e golpes de facão (alguns com as mãos decepadas), a maioria dos episódios de violência citados no relatório, como o do bebê Cirleudo, não ganharam manchetes. É o caso de três índios chacinados em Santo Antônio do Içá, a 800 km de Manaus, ao oferecer carona de barco para dois pistoleiros. Ou de Rodrigo Gomes Redis, um Guarani-Kaiowá morto a facadas por uma dívida de 10 reais em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.

Não é apenas a violência que ceifa a vida dos indígenas brasileiros. O relatório do Cimi aponta para oito casos de mortes provocadas por desassistência na área da saúde, em muitos casos envolvendo doenças de fácil tratamento. Tari Uru Eu Wau Wau, da terra indígena de Rio Negro Ocaia, em Rondônia, morreu de tuberculose. Leonardo Leite Kanamari, da terra indígena Taquara, no Amazonas, de malária.

Sucateamento da Funai e pressão ruralista
De acordo com o relatório, o presidente Michel Temer “legitimou a violência contra os povos indígenas”, ao ajudar e permitir que se instalasse “dentro do Governo uma organização que visa depredar o patrimônio público e impor, mesmo que à força, o seu intento exploratório no tocante aos bens ambientais, minerais, hídricos e da biodiversidade”. Trata-se da bancada ruralista, grupo parlamentar composto por deputados e senadores com interesses ligados ao agronegócio, e que foram um dos pilares de sustentação do Governo emedebista. “Ao longo do ano de 2017, os povos indígenas viram seus territórios serem invadidos, loteados e explorados por aqueles que desejam implementar o monocultivo agrícola, a pecuária e a exploração de minerais, madeira e energia”, diz o relatório.

Segundo o Cimi, a Fundação Nacional do Índio (Funai) passou a ser conduzida em 2017 por segmentos “historicamente anti-indígenas” ligados aos ruralistas. O então presidente da entidade Antonio Costa chegou a dizer, ao tomar posse em março, que os povos tradicionais "não podiam ficar parados no tempo". Seu sucessor, Framklimberg de Freitas, que assumiu a entidade em julho se defendeu das críticas, e afirmou que "a Funai não foi omissa e não é omissa para averiguar tudo aquilo que diz respeito à sua função institucional".

As consequências mais graves desta apropriação da entidade foram, segundo o Cimi, a “paralisação de todas as demarcações de terras, (...) restrições orçamentárias para as ações e os serviços nas áreas (...) o abandono das atividades voltadas à proteção dos povos em situação de isolamento e risco e à fiscalização das terras demarcadas, em especial na Amazônia”. A Funai chegou a ser alvo, naquele ano, de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, cujo relatório final pediu o indiciamento de mais de cem pessoas, em sua maioria militantes, antropólogos e lideranças indígenas.

Advocacia Geral da União é criticada por agir como “escritório de advocacia da bancada ruralista”
Neste cenário, a Advocacia Geral da União é criticada por agir como “escritório de advocacia da bancada ruralista”. O parecer vinculante nº 001/2017, editado em julho pela advogada-geral, Grace Mendonça, estabelece um marco temporal segundo o qual só podem ser demarcadas as terras que estivessem sob posse das comunidades indígenas na data de 5 de outubro de 1988. De acordo com o Cimi, isso “legalizou e legitimou o esbulho, a violência e as violações de que os povos indígenas foram vítimas antes de 1988”. Mendonça rebateu as críticas, e afirmou que o parecer visa "conferir segurança jurídica para a viabilização da política pública de demarcações de terras indígenas".

As consequências práticas do parecer foram, segundo o relatório, a paralisação das demarcações. O documento aponta que existem 537 terras indígenas (41% do total) que são reivindicadas pelas comunidades sem que haja nenhuma providência para sua regularização por parte das autoridades. O número é maior do que as 400 (30%) terras que já foram registradas para os povos tradicionais. Temer não homologou nenhum território indígena de agosto de 2016 a dezembro de 2017.

Se a tendência é que não haja muita renovação no Congresso nas eleições deste ano - a bancada ruralista deve continuar dando as cartas na Câmara e no Senado -, no Executivo podem haver mudanças relevantes no tratamento da questão indígena. Dentre os candidatos mais bem posicionados na corrida presidencial, o PT de Fernando Haddad e o PDT de Ciro Gomes possuem propostas para ampliar a demarcação de terras. Bolsonaro, do PSL, já sinalizou que existem "terras indígenas demais", e que não deve retomar a demarcação caso eleito.
O enterro de Cirleudo.

O enterro de Cirleudo.CIM

Fonte.https://brasil.elpais.com/b

Líder Guajajara é morto em emboscada de madeireiros contra indígenas no Maranhão



VIOLÊNCIA
Paulo Paulino integrava um grupo de agentes florestais indígenas conhecido como "Guardiões da Floresta" - Créditos: Sarah Shenker/Survival International/Reprodução

Paulo Paulino foi assassinado dentro de terra indígena; "governo Bolsonaro tem sangue indígena em suas mãos", diz APIB
Redação
Read in English | Brasil de Fato | São Paulo (SP),2 de Novembro de 2019 às 14:14
Paulo Paulino integrava um grupo de agentes florestais indígenas conhecido como "Guardiões da Floresta" - Créditos: Sarah Shenker/Survival International/Reprodução
Paulo Paulino integrava um grupo de agentes florestais indígenas conhecido como "Guardiões da Floresta" / Sarah Shenker/Survival International/Reprodução
O indígena Paulo Paulino Guajajara foi assassinado por madeireiros na última sexta-feira (1º) na região de Bom Jesus das Selvas, no Maranhão. Paulo, que também era conhecido como "Lobo Mau", integrava um grupo de agentes florestais indígenas conhecido como "Guardiões da Floresta".

Segundo informações de entidades, o grupo teria sido emboscado dentro de seu próprio território, entre as aldeias Lagoa Comprida e Jenipapo, na Terra Indígena Araribóia. Paulo teria sido morto com um tiro no rosto após "intenso confronto". O corpo de Paulino teria permanecido um longo período no local de sua morte por impossibilidade de ser retirado, por conta da situação de violência contra os indígenas na área.

Outro guardião, Laércio Guajajara, foi ferido e está hospitalizado em situação estável. Um dos madeireiros que realizaram a emboscada também teria sido morto – o corpo segue desaparecido. A Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão encaminharam agentes para o local.

Os guardiões Paulino e Laércio haviam se afastado da aldeia para buscar água, quando foram cercados por pelo menos 5 homens armados, que de início já dispararam dois tiros contra os indígenas, segundo o relato de uma testemunha.

Em nota, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), afirmou que o caso confirma que "o governo Bolsonaro tem sangue indígena em suas mãos, o aumento da violência nos territórios indígenas é reflexo direto de seu discurso de ódio e medidas contra os povos indígenas do Brasil".

"Nossas terras estão sendo invadidas, nossas lideranças assassinadas, atacadas e criminalizadas e o Estado Brasileiro está deixando os povos abandonados a todo tipo de sorte com o desmonte em curso das políticas ambientais e indigenistas", continua o texto.

“Não queremos mais ser estatística, queremos providências do Poder Público, dos órgãos que estão cada vez mais sucateados exatamente para não fazerem a proteção dos povos que estão pagando com a própria vida por fazer o trabalho que é responsabilidade do Estado. Exigimos justiça urgente!”, declarou a liderança indígena Sônia Guajajara.

Em breve, mais informações.

Edição: Rafael Tatemoto
Fonte.https://www.brasildefato.com.br/

Ney Matogrosso critica bolsonarismo por querer determinar a sexualidade das pessoas


"Temos um presidente que acha que pode determinar a sexualidade das pessoas", diz o cantor. "Isso é uma tolice, porque não adianta querer reprimir. As pessoas continuarão nascendo. E isso não é uma questão de opção"

47 – Em entrevista à BBC, o cantor Ney Matogrosso foi cobrado por não carregar a bandeira dos movimentos LGBT. "Olha, primeiro que ninguém pode me cobrar isso. Eles dizem que eu não carrego a bandeira. A bandeira sou eu. Ou não sou? Eu sou a bandeira, eu não preciso carregar uma. A minha maneira de pensar, de me comunicar, de me apresentar. Eu sou a bandeira. Parem de me cobrar isso porque isso não tem fundamento", disse ele.
Gay é fonte de renda, é uma coisa internacional que se aponta para o Brasil, que sempre foi uma meca. Eu morei no Rio de Janeiro na década de 1950 e já era meca. No verão, gays do mundo inteiro se dirigiam para o Rio de Janeiro", lembrou ainda o músico.
Ney também criticou Jair Bolsonaro em relação à homossexualidade. "Temos um presidente que acha que pode determinar a sexualidade das pessoas", diz. "Isso é uma tolice, porque não adianta querer reprimir. As pessoas continuarão nascendo. E isso não é uma questão de opção."

Após obstruir investigação, Bolsonaro tira sarro: "E aí Globo, já acharam quem matou a Marielle? Foi eu mesmo?"


Após confessar que obstruiu a investigação sobre o assassinato de Marielle Franco, ao recolher as gravações de seu condomínio, Jair Bolsonaro praticamente cuspiu na cara do povo brasileiro. "Cadê Globo, já acharam quem matou a Marielle? Foi eu mesmo, ou não?", questionou, dando risada. Oposição quer impeachment.

47 – Jair Bolsonaro tripudiou, na noite deste sábado, da investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes, em andamento há um ano e oito meses na Polícia Civil do Rio de Janeiro, segundo aponta reportagem do jornal Valor Econômico.
Em um segundo passeio na moto nova que buscou nesta manhã na concessionária, ele provocou, em tom de ironia: "Cadê Globo, já acharam quem matou a Marielle?", questionou o presidente. "Foi eu mesmo, ou não?", completou, dando risada. 
Neste sábado, pela manhã, Bolsonaro confessou o crime de obstrução judicial. "Nós pegamos [a gravação], antes que fosse adulterada, ou tentasse adulterar, pegamos toda a memória da secretária eletrônica que é guardada há mais de ano. A voz não é a minha", afirmou.
Os dois principais suspeitos de assassinar Marielle Franco, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, são milicianos de uma organização que tem ligação com a família Bolsonaro. Diante do crime confessado ontem, a oposição prepara um pedido de impeachment.

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Fonte. Brasil 247.com

Prefeitura de Nova Iguaçu continua entregando telhas na cidade


A Prefeitura de Nova Iguaçu continua ajudando os moradores que perderam a cobertura de suas casas durante o temporal de granizo que atingiu a cidade no último dia 25. Neste domingo (3), não foi diferente. Elas foram distribuídas em localidades como Cacuia, Rodilândia, Mariléia, Ferroviário (Austin) e Comendador Soares, beneficiando cerca de 700 famílias.
“Não vamos descansar até ajudar a todos que foram prejudicados nesta chuva de granizo, a maior da história de Nova Iguaçu. Mesmo em crise estamos entregando as telhas. Só neste domingo vamos fazer uma cobertura de 100 mil metros quadrados de telha. Esse desastre natural desencadeou num problema social”, afirmou o prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa.
Ainda segundo ele, as telhas devem ser entregues até o fim da próxima semana. Dez caminhões, direto da fábrica, chegaram à cidade carregados com 10.400 telhas. A Prefeitura está entregando uma média de 8 mil telhas por dia.
Na Praça do Vasquinho, no Cacuia, diversas pessoas acordaram cedo para pegar as telhas. Uma longa fila foi formada. Muitos contaram com a solidariedade de vizinhos como o professor Júlio Alexandre dos Santos, de 43 anos.
 
“Estou desempregado e não tenho dinheiro para comprar as telhas. Se não fosse pela doação da prefeitura não sei como seria daqui pra frente. Perdi quase tudo dentro de casa”, lembrou emocionado o morador do Morro da Moenda, em Tinguazinho.
Agentes da Guarda Ambiental, Ordem Urbana, Assistência Social, Infraestrutura, Defesa Civil, policiais militares do 20º BPM (Mesquita) e do programa Segurança Presente de Austin deram apoio na entrega das telhas, que continua nesta segunda-feira. A distribuição das telhas prioriza famílias com crianças, idosos, pessoas com deficiência ou em situação de pobreza.
No Mariléia, duas mulheres chamaram atenção por sua disposição. Uma delas, a dona de casa Maria Aparecida, de 63 anos, enquanto carregava as telhas nas mãos e as colocava num carro emprestado por um vizinho. Já a aposentada Nair da Silva, 83, recebeu ajuda de outros moradores para transportar as telhas.
“É na solidariedade de alguns que ganhamos força para seguir firme. Felizmente não choveu e recebemos as telhas de forma rápida. Minhas telhas ficaram todas destruídas. No dia da chuva de granizo foi assustador. Agora é recomeçar”, contou Nair.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Moradores do Morro do DPO celebram chegada das telhas uma semana após chuva de granizo


Uma semana após a chuva de granizo que atingiu Nova Iguaçu e destruiu as telhas de milhares de casas no dia 25 de outubro, moradores do Morro do DPO, no Centro de Austin, estão voltando a ter motivos para sorrir. Todas as casas cadastradas para receber telhas já estão com o material.
Austin foi um dos bairros mais atingidos pelo temporal. Desde então, equipes da Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS) vêm fazendo o cadastramento das famílias que tiveram suas telhas destruídas.
“Conseguimos entregar as telhas de todas as famílias cadastradas no Morro do DPO, mas sabemos que ainda não chegamos em todos os lugares. A cidade é muito grande, muitos bairros foram atingidos e não temos condições de entregar as telhas em todos estes locais no mesmo dia. Nós não vamos descansar até que a última família seja atendida”, garantiu o prefeito Rogerio Lisboa.
Moradora do Morro do DPO, Iris Dara de Castro Pereira, 30 anos, disse que fez o cadastro na quarta-feira, pela manhã, e que a vistoria de sua casa aconteceu horas depois. A previsão da chegada das telhas era até o dia 4 de novembro.
“Ficamos surpresos quando nos avisaram que poderíamos retirar as telhas já no dia seguinte (quinta-feira, 31). É muito gratificante buscar ajuda do governo e sermos atendidos da forma como fomos. O prefeito prometeu que ia nos dar as telhas e cumpriu com a palavra”, comemora a dona de casa. “A gente tem que saber cobrar quando for preciso e agradecer quando necessário”, concluiu.
Em uma semana, mais de 6 mil famílias foram cadastradas pela Prefeitura. Destas, cerca de 1.500 já receberam as telhas. Elas estão sendo destinadas prioritariamente às famílias em situação de pobreza que vivem em casas sem laje e que possuem crianças, idosos e pessoas com deficiência.

O AI-5 seletivo é suficiente

Nova Iguaçu realiza Dia D Vacinação contra a gripe

A Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu (Semus) vai fazer, neste sábado (13), uma grande mobilização para participar do Dia D de Vaci...