quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O perfil de Marco Archer por um jornalista que conversou com ele 4 dias na prisão


Nos bons tempos
Nos bons tempos
O reporter Renan Antunes de Oliveira entrevistou Marco Archer em 2005, numa prisão na Indonésia. Abaixo, seu relato:
O carioca Marco Archer Cardoso Moreira viveu 17 anos em Ipanema, 25 traficando drogas pelo mundo e 11 em cadeias da Indonésia, até morrer fuzilado, aos 53, neste sábado (17), por sentença da Justiça deste país muçulmano.
Durante quatro dias de entrevista em Tangerang, em 2005, ele se abriu para mim: “Sou traficante, traficante e traficante, só traficante”.
Demonstrou até uma ponta de orgulho: “Nunca tive um emprego diferente na vida”. Contou que tomou “todo tipo de droga que existe”.
Naquela hora estava desafiante, parecia acreditar que conseguiria reverter a sentença de morte.
Marco sabia as regras do país quando foi preso no aeroporto da capital Jakarta, em 2003, com 13,4 quilos de cocaína escondidos dentro dos tubos de sua asa delta. Ele morou na ilha indonésia de Bali por 15 anos, falava bem a língua bahasa e sentiu que a parada seria dura.
Tanto sabia que fugiu do flagrante. Mas acabou recapturado 15 dias depois, quando tentava escapar para o Timor do Leste. Foi processado, condenado, se disse arrependido. Pediu clemência através de Lula, Dilma, Anistia Internacional e até do papa Francisco, sem sucesso. O fuzilamento como punição para crimes é apoiado por quase 70% do povo de lá.
Na mídia brasileira, Marco foi alternadamente apresentado como “um garoto carioca” (apesar dos 42 anos no momento da prisão), ou “instrutor de asa delta”, neste caso um hobby transformado na profissão que ele nunca exerceu.
Para Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42, o outro brasileiro condenado por tráfico, que espera fuzilamento para fevereiro, companheiro de cela dele em Tangerang, “Marco teve uma vida que merece ser filmada”.
Rodrigo até ofereceu um roteiro sobre o amigo à cineasta curitibana Laurinha Dalcanale, exaltando: “Ele fez coisas extraordinárias, incríveis.”
O repórter pediu um exemplo: “Viajou pelo mundo todo, teve um monte de mulheres, foi nos lugares mais finos, comeu nos melhores restaurantes, tudo só no glamour, nunca usou uma arma, o cara é demais.”
Para amigos em liberdade que trabalharam para soltá-lo, o que aconteceu teria sido “apenas um erro” do qual ele estaria arrependido.
Em 2005, logo depois de receber a sentença de morte num tribunal em Jacarta
Em 2005, logo depois de receber a sentença de morte num tribunal em Jacarta
Na versão mais nobre, seria a tentativa desesperada de obter dinheiro para pagar uma conta de hospital pendurada em Cingapura – Marco estaria preocupado em não deixar o nome sujo naquele país. A conta derivou de uma longa temporada no hospital depois de um acidente de asa delta. Ter sobrevivido deu a ele, segundo os amigos, um incrível sentimento de invulnerabilidade.
Ele jamais se livrou das sequelas. Cheio de pinos nas pernas, andava com dificuldade, o que não o impediu de fugir espetacularmente no aeroporto quando os policiais descobriram cocaína em sua asa delta.
Arriscou tudo ali. Um alerta de bomba reforçara a vigilância no aeroporto. Ele chegou a pensar em largar no aeroporto a cocaína que transportava e ir embora, mas decidiu correr o risco.
Com sua ficha corrida, a campanha pela sua liberdade nunca decolou das redes sociais. A mãe dele, dona Carolina, conseguiu o apoio inicial de Fernando Gabeira, na Câmara Federal, com voto contra de Jair Bolsonaro.
O Itamaraty e a presidência se mexeram cada vez que alguma câmera de TV foi ligada, mesmo sabendo da inutilidade do esforço.
Mesmo aparentemente confiante, ele deixava transparecer que tudo seria inútil, porque falava sempre no passado, em tom resignado: “Não posso me queixar da vida que levei”.
Marco me contou que começou no tráfico ainda na adolescência, diretamente com os cartéis colombianos, levando coca de Medellín para o Rio de Janeiro. Adulto, era um dos capos de Bali, onde conquistou fama de um sujeito carismático e bem humorado.
A paradisíaca Bali é um dos principais mercados de cocaína do mundo graças a turistas ocidentais ricos que vão lá em busca de uma vida hedonista: praias deslumbrantes, droga fácil, farta — e cara.
O quilo da coca nos países produtores, como Peru e Bolívia, custa 1 000 dólares. No Brasil, cerca de 5 000. Em Bali, a mesma coca é negociada a preços que variam entre 20 000 e 90 000 dólares, dependendo da oferta. Numa temporada de escassez, por conta da prisão de vários traficantes, o quilo chegou a 300 000 dólares.
Por ser um dos destinos prediletos de surfistas e praticantes de asa delta, e pela possibilidade de lucros fabulosos, Bali atrai traficantes como Marco. Eles se passam por pessoas em busca de grandes ondas, e costumam carregar o contrabando no interior das pranchas de surf e das asas deltas. Archer foi pego assim. Tinha à mão, sempre que desembarcava nos aeroportos, um álbum de fotos que o mostrava voando, o que de fato fazia.
O homem preso por narcotráfico passou a maior parte da entrevista comigo chapado. O consumo de drogas em Tangerang era uma banalidade.
Pirado, Marco fazia planos mirabolantes – como encomendar de um amigo carioca uma nova asa, para quando saísse da cadeia.
Nos momentos de consciência, mostrava que estava focado na grande batalha: “Vou fazer de tudo para sair vivo desta”.
Marco era um traficante tarimbado: “Nunca fiz nada na vida, exceto viver do tráfico.” Gabava-se de não ter servido ao Exército, nem pagar imposto de renda. Nunca teve talão de cheques e ironizava da única vez numa urna: “Minha mãe me pediu para votar no Fernando Collor”.
A cocaína que ele levava na asa tinha sido comprada em Iquitos, no Peru, por 8 mil dólares o quilo, bancada por um traficante norte-americano, com quem dividiria os lucros se a operação tivesse dado certo: a cotação da época da mercadoria em Bali era de 3,5 milhões de dólares.
Marco me contou, às gargalhadas, sua “épica jornada” com a asa cheia de drogas pelos rios da Amazônia, misturado com inocentes turistas americanos. “Nenhum suspeitou”. Enfim chegou a Manaus, de onde embarcou para Jakarta: “Sair do Brasil foi moleza, nossa fiscalização era uma piada”.
O momento em que ele recebeu a confirmação da data do fuzilamento
O momento em que ele recebeu, nesta semana, a confirmação da data do fuzilamento
Na chegada, com certeza ele viu no aeroporto indonésio um enorme cartaz avisando: “Hukuman berta bagi pembana narkotik’’, a política nacional de punir severamente o narcotráfico.
“Ora, em todo lugar do mundo existem leis para serem quebradas”, me disse, mostrando sua peculiar maneira de ver as coisas: “Se eu fosse respeitar leis nunca teria vivido o que vivi”.
Ele desafiou o repórter: “Você não faria a mesma coisa pelos 3,5 milhões de dólares”?
Para ele, o dinheiro valia o risco: “A venda em Bali iria me deixar bem de vida para sempre” – na ocasião, ele não falou em contas hospitalares penduradas.
Marco parecia exagerar no número de vezes que cruzou fronteiras pelo mundo como mula de drogas: “Fiz mais de mil gols”. Com o dinheiro fácil manteve apartamentos em Bali, Hawai e Holanda, sempre abertos aos amigos: “Nunca me perguntaram de onde vinha o dinheiro pras nossas baladas”.
Marco guardava na cadeia uma pasta preta com fotos de lindas mulheres, carrões e dos apartamentos luxuosos, que seriam aqueles onde ele supostamente teria vivido no auge da carreira de traficante.
Num de seus giros pelo mundo ele fez um cursinho de chef na Suíça, o que foi de utilidade em Tangerang. Às vezes, cozinhava para o comandante da cadeia, em troca de regalias.
Eu o vi servindo salmão, arroz à piemontesa e leite achocolatado com castanhas para sobremesa. O fornecedor dos alimentos era Dênis, um ex-preso tornado amigão, que trazia os suprimentos fresquinhos do supermercado Hypermart.
Marco queria contar como era esta vida “fantástica” e se preparou para botar um diário na internet. Queria contratar um videomaker para acompanhar seus dias. Negociava exclusividade na cobertura jornalística, queria escrever um livro com sua experiência – o que mais tarde aconteceu, pela pena de um jornalista de São Paulo. Um amigo prepara um documentário em vídeo para eternizá-lo.
Foi um dos personagens de destaque de um bestseller da jornalista australiana Kathryn Bonella sobre a vida glamurosa dos traficantes em Bali — orgias, modelos ávidas por festas e drogas depois de sessões de fotos, mansões cinematográficas.
Diplomatas se mexeram nos bastidores para tentar comprar uma saída honrosa para Marco. Usaram desde a ajuda brasileira às vítimas do tsunami até oferta de incremento no comércio, sem sucesso. Os indonésios fecharam o balcão de negócios.
As execuções são assim
As execuções são assim
O assessor internacional de Dilma, Marco Aurélio Garcia, disse que o fuzilamento deixa “uma sombra” nas relações bilaterais, mas na lateral deles o pessoal não tá nem aí.
A mãe dele, dona Carolina, funcionária pública estadual no Rio, se empenhou enquanto deu para livrar o ‘garotão’ da enrascada, até morrer de câncer, em 2010.
As visitas dela em Tangerang eram uma festa para o staff da prisão, pra quem dava dinheiro e presentes, na tentativa de aliviar a barra para o filhão.
Com este empurrão da mamãe Marco reinou em Tangerang, nos primeiros anos – até ser transferido para outras cadeias, à espera da execução.
Eu o vi sendo atendido por presos pobres que lhe serviam de garçons, pedicures, faxineiros. Sua cela tinha TV, vídeo, som, ventilador, bonsais e, melhor ainda, portas abertas para um jardim onde ele mantinha peixes num laguinho. Quando ia lá, dona Carola dormia na cama do filho.
Marco bebia cerveja geladinha fornecida por chefões locais que estavam noutro pavilhão. Namorava uma bonita presa conhecida por Dragão de Komodo. Como ela vinha da ala feminina, os dois usavam a sala do comandante para se encontrar.
A namorada
A namorada
A malandragem carioca ajudou enquanto ele teve dinheiro. Ele fazia sua parte esbanjando bom humor. Por todos os relatos de diplomatas, familiares e jornalistas que o viram na cadeia de tempos em tempos, Marco, apelidado Curumim em Ipanema, sempre se mostrou para cima. E mantinha a forma malhando muito.
Para ele, a balada era permanente. Nos últimos anos teve várias mordomias, como celular e até acesso à internet, onde postou algumas cenas.
Um clip dele circulou nos últimos dias – sempre sereno, dizendo-se arrependido, pedindo a segunda chance: “Acho que não mereço ser fuzilado”.
Marco chegou ao último dia de vida com boa aparência, pelo menos conforme as imagens exibidas no Jornal Hoje, da Globo. Mas tinha perdido quase todos os dentes em sua temporada na prisão, como relatou a jornalista e escritora australiana. No Facebook, ela disse guardar boas recordações de Archer, e criticou a “barbárie” do fuzilamento.
Numa gravação por telefone, ele ainda dava conselhos aos mais jovens, avisando que drogas só podem levar à morte ou à prisão.
Sua voz estava firme, parecia esperar um milagre, mesmo faltando apenas 120 minutos pra enfrentar o pelotão de fuzilamento – a se confirmar, deixou esta vida com o bom humor intacto, resignado.
Sabe-se que ele pediu uma garrafa de uísque Chivas Regal na última refeição e que uma tia teria lhe levado um pote de doce-de-leite.
O arrependimento manifestado nas últimas horas pode ser o reflexo de 11 anos encarcerado. Afinal, as pessoas mudam. Ou pode ter sido encenação. Só ele poderia responder.
Para mim, o homem só disse que estava arrependido de uma única coisa: de ter embalado mal a droga, permitindo a descoberta pela polícia no aeroporto.
“Tava tudo pronto pra ser a viagem da minha vida”, começou, ao relatar seu infortúnio.
Foi assim: no desembarque em Jakarta, meteu o equipamento no raio x. A asa dele tinha cinco tubos, três de alumínio e dois de carbono. Este é mais rijo e impermeável aos raios: “Meu mundo caiu por causa de um guardinha desgraçado”, reclamou.
“O cara perguntou ‘por que a foto do tubo saía preta’? Eu respondi que era da natureza do carbono. Aí ele puxou um canivete, bateu no alumínio, fez tim tim, bateu no carbono, fez tom tom”.
O som revelou que o tubo estava carregado, encerrando a bem-sucedida carreira de 25 anos no narcotráfico.
Marco ainda conseguiu dar um drible nos guardas. Enquanto eles buscavam as ferramentas, ele se esgueirou para fora do aeroporto, pegou um prosaico táxi e sumiu. Depois de 15 dias pulando de ilha em ilha no arquipélago indonésio passou sua última noite num barraco de pescador, em Lombok, a poucas braçadas de mar da liberdade.
Acordou cercado por vários policiais, de armas apontadas. Suplicou em bahasa que tivessem misericórdia dele.
No sábado, enfrentou pela última vez a mesma polícia, mas desta vez o pessoal estava cumprindo ordens de atirar para matar.
Foi o fim do Curumim.
Via Diário do centro do mundo

Neymar, o namorado da Jout Jout e os negros que não sabem que são negros. Por Sacramento

Ele
Ele

Neymar seria um nome importante na luta contra o racismo se tivesse se posicionado sobre as ofensas que sofreu em campo, mas não pode ser crucificado só pelo fato de ser famoso. Como ele, há milhões de negros que ignoram a própria condição e os abismos raciais existentes no país.
A tomada de consciência desse batalhão de anônimos seria mais efetiva contra a discriminação racial do que um depoimento qualquer de Neymar. Muitos que têm a pele mais clara, como a do jogador do Barcelona, sequer se reconhecem como negros. Um exemplo disso foi o depoimento do Caio, o namorado de 24 anos da youtuber Julia Tolezano, a Jout Jout.
No final do ano passado vazaram as fotos do rapaz, de quem os fã da Jout Jout só conheciam a voz. Caio é uma espécie de assistente de produção da moça e às vezes dá uns pitacos por trás das câmeras.
Comentários com teor racista seguiram após a descoberta:
“Caio na minha imaginação é loiro alto, de olhos azuis e musculoso”, disse um internauta.
Outro manifestou-se como se visse o Freddy Krueger: “Prefiro não acreditar nisso. Vou esquecer essas imagens e fingir nunca tê-las visto”.
O namorado da Jout Jout resolveu gravar um vídeo para discutir a polêmica e mostrou-se surpreso porque até então não se considerava negro. “Eu estava lá no meio, sem saber o que falar porque eu me considero pardo … considerava, não sei mais”, disse ele no início de vídeo.
“Para eu considerar negro no Brasil tenho que ter sofrido algum tipo de racismo (…)? Quem decide isso? É o americano que fala que sou parecido com o Barack Obama ou é o marido da minha mãe que é africano e disse que eu não sou negro? São meus dois avós negros que casaram com minhas duas avós brancas? São meus traços, meu cabelo?
Eu que decido? Como é isso? Se eu tive essas dúvidas, se eu não tive essas discussões mais cedo na minha vida, imagino que muita gente deve ter esse mesmo problema que eu. De não conversar, não discutir, e não saber se definir”, continua.
Caio não sabia que de acordo com o IBGE a definição de negros engloba pessoas “pardas” e “pretas”. Independente do que ele se autodeclara, seu fenótipo não levantaria dúvidas se ele fosse aprovado por cotas no Concurso do Itamaraty.
Da mesma forma, os traços do rapaz podem expô-lo a situações constrangedoras como ser confundido com empregados em alguma festa chique ou mesmo arriscadas, como em uma blitz policial durante a madrugada.
Provavelmente Caio cresceu sob a proteção de um ambiente classe média, onde negros podem passar a vida inteira sem receber uma abordagem violenta da polícia. Pode ter sofrido alguma discriminação sutil, ter sido alvo de olhares de seguranças em shoppings e não ter percebido. A pele não muito escura pode ter contribuído para que ele não se sentisse negro.
Como Caio, há vários negros que ignoram a própria condição. Muitos chegam a ser contra as cotas raciais, chamam manifestações racistas de simples mal entendidos e rejeitam a influência do passado escravista nos problemas sociais do país.
No vídeo, o namorado da Jout Jout disse está se descobrindo, questionando, pesquisando para conhecer a própria identidade. Se mais pessoas fizessem como ele, não haveria disparates como negros chamando os negros militantes de “vitimistas” nem a necessidade de meia dúzia de palavras do Neymar condenando o racismo.

Marcos Sacramento
Sobre o Autor
Marcos Sacramento, capixaba de Vitória, é jornalista. Goleiro mediano no tempo da faculdade, só piorou desde então. Orgulha-se de não saber bater pandeiro nem palmas para programas de TV ruins.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Transexual de 21 anos comete suicídio e reacende debate sobre discriminação


Jovem desabafou dias e horas antes de cometer o suicídio: “Quando pensamos em suicídio, não queremos acabar com a vida, mas com a dor que ela nos faz passar”
gabriela trans suicídio
Aos 21, trans Gabriela Monelli comete suicídio e reacende debate da transfobia no Brasil (Foto: Divulgação)
Gabriela Alvim, da Secretaria de Mulheres da Juventude BH
Pense em uma pessoa trans*. Pensou? Você se lembra de ter convivido com, no mínimo, uma, seja na universidade, no seu local de trabalho, no banco ou mesmo na padaria, realizando atividades cotidianas, as quais você julga normais? Ou você imediatamente as imaginou em uma esquina se prostituindo, num show de TV sendo alvo de piadas ou em um salão de beleza? Infelizmente, estas atividades citadas são a realidade de muitas pessoas trans*.
Toda a sua exclusão começa ao se assumirem socialmente como trans*. Primeiro, na família que, em diversos casos, as expulsa de seu convívio. Passam então a enfrentar uma situação totalmente adversa no ambiente escolar, em que nem o seu nome, seu gênero e a sua segurança são respeitadas por quem deveria lhe assegurar a permanência escolar (o Estado), culminando em sua expulsão e a não conclusão de seus estudos. Consequentemente a isto, ficam inaptas aos estudos universitários e sem a qualificação exigida para a inserção no mercado de trabalho. Mas este não é o único motivo pelo qual elas são marginalizadas. Mesmo as pessoas trans* que vencem estas barreiras não são aceitas em empregos formais, pois são vítimas de transfobia dos empregadores que preferem mantê-las na exclusão social e às noites de prostituição.
Via pragmatismo polititco .

Lutador de MMA é preso suspeito de tentativa de homicídio e roubo

Pantera é suspeito de tentativa de homicídio e roubo Foto: Reprodução Facebook
Paolla Serra
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Policiais da 27ª DP (Vicente de Carvalho) prenderam, na tarde desta quarta-feira, na Taquara, na Zona Oeste do Rio, o lutador profissional de MMA Silvio José da Silva Marques, conhecido como Silvio Pantera, de 30 anos. Ele foi indiciado pelos crimes de tentativa de homicídio duplamente qualificado e roubo duplamente majorado e teve a prisão temporária decretada pela Justiça. A motivação do crime ainda não foi esclarecida.
Pantera, em foto ao lado de Anderson Silva
Pantera, em foto ao lado de Anderson Silva Foto: Reprodução Facebook
Segundo informações da Polícia Civil, Pantera, na companhia de Walquiria Juvino da Silva, que está foragida, tentou matar o rapaz na Rua Samin, em Irajá, na Zona Norte. As investigações apontaram que ele foi atingido por Walquíria com um golpe de tesoura no peito e com socos e pontapés pelo lutador. Na fuga, eles ainda roubaram o carro do alvo do ataque, que ficou em coma por mais de 30 dias e recobrou a consciência no início da semana. Ele foi ouvido pelos agentes, no hospital, e reconheceu os suspeitos.
O lutado foi preso, na tarde desta quarta-feira
O lutado foi preso, na tarde desta quarta-feira
O motivo do crime ainda está sendo apurado. A vítima reconheceu os dois suspeitos. Policiais da 27ª DP realizam diligências para tentar capturar Walquiria.
As causas do homicídio ainda não foram esclarecidas
As causas do homicídio ainda não foram esclarecidas Foto: Reprodução
ma-preso-suspeito-de-tentativa-de-homicidio-roubo-18421323.html#ixzz3wW2kimDS

Jornalista é impedida de entrar em mercado de BH e acusa seguranças dre racismo


Etiene Martins afirma ter sofrido discriminação racial ao tentar conhecer um novo estabelecimento em Belo Horizonte (MG).
Etiene Martins afirma ter sofrido discriminação racial ao tentar conhecer um novo estabelecimento em Belo Horizonte (MG). Foto: Pedro Vilela/Divulgação

Passeando por uma rua de Belo Horizonte, na última segunda-feira, a jornalista mineira Etiene Martins atentou para um supermercado recém-inaugurado. Automaticamente, lembrou que precisava comprar duas lâmpadas e decidiu entrar no estabelecimento. Ao se deparar com uma catraca ladeada por muitos caixas, perguntou a um segurança do local como funcionava o esquema de entrada. Rispidamente, Etiene recebeu a resposta: precisava depositar sua bolsa no guarda-volumes antes de tudo. No que a jornalista se espantou, já que outras clientes caminhavam calmamente pelo mercado com suas respectivas bolsas.
Assustada com o tom da réplica do funcionário e vendo outras pessoas adentrando a loja com bolsas, Etiene decidiu entrar também. “Rodei a roleta e o segurança tirou o cassetete da cintura para me intimidar, mesmo com medo perguntei a ele se ele achava que eu iria roubar a loja. Ele olhou pra mim e falou bem alto ‘é esse tipo de gente que rouba aqui todos os dias’ “, escreveu a jornalista, que também é ativista de causas raciais, em um post de desabafo no seu perfil no Facebook.
A jornalista, que também é ativista de causas raciais, ao lado da presidente Dilma Rousseff, durante um evento.
A jornalista, que também é ativista de causas raciais, ao lado da presidente Dilma Rousseff, durante um evento. Foto: Arquivo Pessoal
Dentro do mercado, Etiene procurou uma funcionária para relatar o ocorrido. Ao encontrá-la, descobriu que a postura autoritária do segurança era reincidente. Muito abalada, a jornalista acionou a polícia, que, ao chegar ao local, ouviu o depoimento do acusado e não registrou o incidente como “injúria racial”, categorizando-o apenas como “outras infrações contra a pessoa”. A jornalista, então acompanhada da funcionária, foi até a 4ª Delegacia de Polícia Civil (Centro), onde registrou um boletim de ocorrência.
Ao EXTRA, Etiene conta que processará o segurança.




Hoje descobri que sou o tipo de gente que rouba o DIA Supermercado!
Ao passar na rua da Bahia avistei um supermercado novo e resolvi entrar para comprar duas lâmpadas. Quando cheguei na porta fiquei em dúvida e perguntei ao segurança onde era a entrada já que de um lado havia uma roleta e do outro os caixas. O segurança que se chama Nivaldo olhou pra mim com seus olhos azuis de cima abaixo e gritou agressivamente que era para eu colocar a minha bolsa no guarda volume, o supermercado parou, funcionários e clientes voltaram a atenção para nós (sempre pensei que tiraria de letra uma situação dessas, mas queria que o chão se abrisse pra eu pular dentro). Eu respondi que não foi essa a pergunta que o fiz, e o perguntei porque que eu deveria guardar minha bolsa já que todas as mulheres que os meus olhos alcançavam no interior da loja estavam com suas respectivas bolsas. Ele me perguntou em alto e em bom som se eu não sabia ler apontando para um painel que estava na parede com mais de 50 frases e uma delas dizia: Proibida a entrada com bolsas, sacolas e mochilas. Nisso um outro cliente passou a roleta com bolsa e entrou na loja sem que o segurança o abordasse. Rodei a roleta e o segurança tirou o cassetete da cintura para me intimidar, mesmo com medo perguntei a ele se ele achava que eu iria roubar a loja. Ele olhou pra mim e falou bem alto “é esse tipo de gente que rouba aqui todos os dias”.
Pensei em virar as minhas costas e ir embora, mas fui até a encarregada da loja que se chama Luciane e relatei o ocorrido a ela e disse que ele me constrangeu e me ameaçou com o cassetete. Ela me disse que isso já havia ocorrido outras vezes e que ela só estava esperando outra pessoa reclamar para pedir a substituição do mesmo. Aí não aguentei. Solução da história fomos parar na delegacia eu e ela para fazer um B.O. de constrangimento, calúnia e ameaça, tudo isso levou três horas e meia.
Descobri hoje que jornalista e publicitária é o tipo de gente que rouba o DIA Supermercado. . ‪#‎nenhumDIAéDIAderacismo‬

Hoje descobri que sou o tipo de gente que rouba o DIA Supermercado!
Ao passar na rua da Bahia avistei um supermercado novo e resolvi entrar para comprar duas lâmpadas. Quando cheguei na porta fiquei em dúvida e perguntei ao segurança onde era a entrada já que de um lado havia uma roleta e do outro os caixas. O segurança que se chama Nivaldo olhou pra mim com seus olhos azuis de cima abaixo e gritou agressivamente que era para eu colocar a minha bolsa no guarda volume, o supermercado parou, funcionários e clientes voltaram a atenção para nós (sempre pensei que tiraria de letra uma situação dessas, mas queria que o chão se abrisse pra eu pular dentro). Eu respondi que não foi essa a pergunta que o fiz, e o perguntei porque que eu deveria guardar minha bolsa já que todas as mulheres que os meus olhos alcançavam no interior da loja estavam com suas respectivas bolsas. Ele me perguntou em alto e em bom som se eu não sabia ler apontando para um painel que estava na parede com mais de 50 frases e uma delas dizia: Proibida a entrada com bolsas, sacolas e mochilas. Nisso um outro cliente passou a roleta com bolsa e entrou na loja sem que o segurança o abordasse. Rodei a roleta e o segurança tirou o cassetete da cintura para me intimidar, mesmo com medo perguntei a ele se ele achava que eu iria roubar a loja. Ele olhou pra mim e falou bem alto “é esse tipo de gente que rouba aqui todos os dias”.
Pensei em virar as minhas costas e ir embora, mas fui até a encarregada da loja que se chama Luciane e relatei o ocorrido a ela e disse que ele me constrangeu e me ameaçou com o cassetete. Ela me disse que isso já havia ocorrido outras vezes e que ela só estava esperando outra pessoa reclamar para pedir a substituição do mesmo. Aí não aguentei. Solução da história fomos parar na delegacia eu e ela para fazer um B.O. de constrangimento, calúnia e ameaça, tudo isso levou três horas e meia.
Descobri hoje que jornalista e publicitária é o tipo de gente que rouba o DIA Supermercado. . ‪#‎nenhumDIAéDIAderacismo‬


Via O Jornal Extra

Procurada por Tentativa de Homicídio e Roubo Majorado


O lutador profissional de vale-tudo (MMA) José da Silva Marques, conhecido como Silvio Pantera, de 30 anos, foi preso nesta quarta-feira (6) por suspeita de tentativa de homicídio e roubo majorado na Taquara, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. A 27ª DP (Vicente de Carvalho) agora segue as buscas por Walquiria Juvino da Silva, que está foragida e é suspeita de cometer os crimes juntamente com o lutador em 30 de novembro de 2015.
Segundo depoimento da vítima, que não foi identificada pela polícia por questões de segurança, ela estava em casa, na Rua Samin, em Irajá, quando Walquiria e Silvio invadiram o local. Em seguida, ela foi atingida por um golpe de tesoura no peito, desferido por Walquiria, e agredida a socos e pontapés por Silvio Pantera. Já desfalecida, a vítima também recebeu golpes de faca no tórax e no abdome.
Para fugir, a dupla teria saído do local com o carro da vítima, que ficou em coma por 30 dias, mas recuperou a consciência na segunda-feira (4).
Foi expedido mandado de prisão, pelo Juizo da 3ª Vara Criminal da Capital, mandado nº 481622-09.2015.8.19.0001, pelo crime de Roubo Majorado e Crime Tentado Homicídio Qualificado, datado em 09/12/2015.

Morre um grande ator



na para também virar constelação lá no infinito. Para a nossa tristeza (e não supresa), a perda é noticiada de forma tímida e pouco relevante. Nos principais telejornais nem uma única menção sequer. Nos sites e portais de notícias, registros protocolares. Antonio Pompêo, para que não nos esqueçamos, foi um dos que alicerçaram o caminho para que nomes como Thaís Araújo e Lázaro Ramos pudessem brilhar hoje como protagonistas de novelas e séries de TV. Ao lado de um grupo de espetaculares atores e diretores, composto por Ruth de Souza, Grande Otelo, Léa Garcia, Antônio Pitanga, Zózimo Bulbul, Abdias Nascimento, Toni Tornado, Samuel dos Santos, Canarinho, Jacira Sampaio, Romeu Evaristo, Cosme dos Santos, Milton Gonçalves, Luiz Antonio Pilar, Xica Xavier, Jorge CoutinhoZezé Motta, entre outros que não assinalo por desinformação ou ignorância, foi responsável pela ressignificação do negro nas artes no Brasil, corriqueiramente subjugado a papéis secundários e sem importância ou quase sempre caricaturais: o escravo, o preto velho, o malandro, o favelado, o crioulo doido, a mulata gostosa. Protagonizou "Quilombo", uma criação extraordinária de Cacá Diegues, verdadeira obra-prima do cinema nacional, a qual assisti na minha pré-adolescência no Cine Theatro Realengo, um lindíssimo prédio, de estilo arquitetônico art-déco, construído em 1938 naquele bairro, onde meu avô até hoje reside. A brilhante atuação do ator ao encarnar Zumbi dos Palmares apresentou-se como um marco na minha vida estudantil, já na segunda fase que se iniciava. Foi decisiva para a minha compreensão sobre a importância desse personagem icônico da história do Brasil e todos os seus desdobramentos sobre os quais, ainda hoje, debatemos. Lançou-me às pesquisas acerca da construção de nossa identidade; despertou-me o senso crítico para reavaliar o conteúdo de livros acadêmicos, que narram a nossa história sempre sob a perspectiva do colonizador, jamais a do colonizado; apontou-me novos horizontes no cinema para a descoberta de produções que versavam sobre temas pautados na ancestralidade africana. O Zumbi de Antonio Pompêo fez isso na minha vida, tal qual, em meados da década de 1980, o seu Budião, personagem a que deu vida na adaptação televisiva de "Tenda dos Milagres", me sensibilizaria a descortinar os mistérios da fé candomblecista. Li e reli várias vezes o romance de Jorge Amado, descobri Pierre Verger aos 13 anos, fiz primeira comunhão pensando em Magé Bassã, a mãe-de-santo de Xica Xavier na mesma série de TV. Antonio Pompêo tem uma importância ímpar para mim e, tenho certeza, para muitas outras pessoas que sempre lutaram por um país etnicamente respeitoso e tolerante. Antonio Pompêo, minha gente, foi presidente do Centro de Documentação e Informação do Artista Negro (Cidan) e diretor de Promoção, Estudos, Pesquisas e Divulgação da Cultura Afro-Brasileira, da Fundação Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura. Não era qualquer um.
Fonte.
Quilombo Santo Antonio

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Alerj aprova aumento salarial para governador e secretários


Salário de Sérgio Cabral passará de R$ 18,3 mil para R$ 20,3 mil.
Secretário e vice-governador também terão reajuste.

deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovaram, nesta quinta-feira (20), reajuste salarial para o governador, vice e secretários. A partir de janeiro, Sérgio Cabral vai passar a ganhar R$ 20,6 mil. Antes, o governador recebia R$ 18,3 mil.
Os salários dos secretários de estado e do vice-governador terão reajuste de R$ 16,4 mil para R$ 17,4 mil. Os deputados argumentaram que todos os aumentos são baseados na inflação.
Inicialmente, a comissão responsável pelo projeto de lei havia estipulado o salário do governador, no valor de R$ 19,3 mil. No entanto, na sessão realizada nesta quinta, o reajuste foi alterado e aprovado para R$ 20, 3 mil.
Caso seja sancionada por Sérgio Cabral, a nova lei elevará o teto do Poder Executivo, o que beneficiaria também coronéis e delegados do estado.
Via G1.com

Nova Iguaçu realiza Dia D Vacinação contra a gripe

A Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu (Semus) vai fazer, neste sábado (13), uma grande mobilização para participar do Dia D de Vaci...