O padre polonês Krzystof Charamsa, que participou de coletiva de imprensa com o namorado, fez declarações com o intuito de incentivar a Igreja Católica a mudar de posição sobre a homossexualidade
O Vaticano afastou neste sábado (03/10) o monsenhor Krzystof Charamsa de sua posição na Congregação para a Doutrina da Fé, braço doutrinal do Vaticano onde trabalhava desde 2003, após o padre polonês declarar que é gay e que tem um parceiro de longa data.
O padre polonês e seu namorado em coletiva de imprensa (Imagem: Reprodução)
A revelação foi dada em uma entrevista publicada hoje no jornal Il Corriere della Sera, o de maior tiragem da Itália, em que Charamsa, de 43 anos, fala sobre a sua vida pessoal e assegura que tem orgulho de ser homossexual.
Mais tarde, o padre polonês realizou uma coletiva de imprensa com o seu parceiro, um homem espanhol, e ativistas da causa LGBT em um restaurante de Roma, reportou a Reuters. A meta era incentivar a Igreja Católica a alterar o seu posicionamento conservador a respeito da homossexualidade.
Em comunicado, o Vaticano disse que a demissão de Charamsa não tem relação com seus comentários sobre sua vida pessoal, mas destacou que a entrevista foi um ato “grave e irresponsável”.
As revelações de Charamsa ocorrem às vésperas do Sínodo sobre a Família. Entre os dias 4 e 25 de outubro, bispos vão se reunir no Vaticano para discutir diversos temas referentes à família, incluindo a possibilidade de maior abertura aos gays dentro da instituição familiar.
Para o padre polonês, papa Francisco tem sido “fantástico” por ter feito com que a Santa Sé “redescobrisse a beleza do diálogo”, reportou a Ansa. Após saber da demissão, o monsenhor afirmou que dedicava “o fato de se assumir aos muitíssimos sacerdotes homossexuais que não tem força de sair do armário”.
“O amor homossexual é um amor que tem a necessidade da família. Toda pessoa, também os gays, lésbicas e transexuais, leva no coração o desejo de amor de familiaridade”, afirmou Charamrsa.
Maior população prisional do mundo, pobreza infantil acima dos 22%, nenhum subsídio de maternidade, graves carências no acesso à saúde… bem-vindos ao “paraíso americano”
Os EUA costumam se revelar ao mundo como os grandes defensores das liberdades, como a nação com a melhor qualidade de vida do planeta e que nada é melhor do que o “american way of life” (o modo de vida americano). A realidade, no entanto, é outra. Os EUA também têm telhado de vidro como a maioria dos países, a diferença é que as informações são constantemente camufladas. Confira abaixo 10 fatos pouco abordados pela mídia ocidental.
1. Maior população prisional do mundo
Elevando-se desde os anos 80, a surreal taxa de encarceramento dos EUA é um negócio e um instrumento de controle social: à medida que o negócio das prisões privadas alastra-se como uma gangrena, uma nova categoria de milionários consolida seu poder político. Os donos destas carcerárias são também, na prática, donos de escravos, que trabalham nas fábricas do interior das prisões por salários inferiores a 50 cents por hora. Este trabalho escravo é tão competitivo, que muitos municípios hoje sobrevivem financeiramente graças às suas próprias prisões, aprovando simultaneamente leis que vulgarizam sentenças de até 15 anos de prisão por crimes menores como roubar chicletes. O alvo destas leis draconianas são os mais pobres, mas, sobretudo, os negros, que representando apenas 13% da população norte-americana, compõem 40% da população prisional do país.
2. 22% das crianças americanas vive abaixo do limiar da pobreza.
Calcula-se que cerca de 16 milhões de crianças norte-americanas vivam sem “segurança alimentar”, ou seja, em famílias sem capacidade econômica para satisfazer os requisitos nutricionais mínimos de uma dieta saudável. As estatísticas provam que estas crianças têm piores resultados escolares, aceitam piores empregos, não vão à universidade e têm uma maior probabilidade de, quando adultos, serem presos.
3. Entre 1890 e 2012, os EUA invadiram ou bombardearam 149 países.
O número de países nos quais os EUA intervieram militarmente é maior do que aqueles em que ainda não o fizeram. Números conservadores apontam para mais de oito milhões de mortes causadas pelo país só no século XX. Por trás desta lista, escondem-se centenas de outras operações secretas, golpes de Estado e patrocínio de ditadores e grupos terroristas. Segundo Obama, recipiente do Nobel da Paz, os EUA conduzem neste momente mais de 70 operações militares secretas em vários países do mundo.
O mesmo presidente criou o maior orçamento militar norte-americano desde a Segunda Guerra Mundial, superando de longe George W. Bush.
4. Os EUA são o único país da OCDE que não oferece qualquer tipo de subsídio de maternidade.
Embora estes números variem de acordo com o Estado e dependam dos contratos redigidos por cada empresa, é prática corrente que as mulheres norte-americanas não tenham direito a nenhum dia pago antes ou depois de dar à luz. Em muitos casos, não existe sequer a possibilidade de tirar baixa sem vencimento. Quase todos os países do mundo oferecem entre 12 e 50 semanas pagas em licença maternidade. Neste aspecto, os Estados Unidos fazem companhia à Papua Nova Guiné e à Suazilândia.
5. 125 norte-americanos morrem todos os dias por não poderem pagar qualquer tipo de plano de saúde.
Se não tiver seguro de saúde (como 50 milhões de norte-americanos não têm), então há boas razões para temes ainda mais a ambulância e os cuidados de saúde que o governo presta. Viagens de ambulância custam em média o equivalente a 1300 reais e a estadia num hospital público mais de 500 reais por noite. Para a maioria das operações cirúrgicas (que chegam à casa das dezenas de milhar), é bom que possa pagar um seguro de saúde privado. Caso contrário, a América é a terra das oportunidades e, como o nome indica, terá a oportunidade de se endividar e também a oportunidade de ficar em casa, torcendo para não morrer.
6. Os EUA foram fundados sobre o genocídio de 10 milhões de nativos. Só entre 1940 e 1980, 40% de todas as mulheres em reservas índias foram esterilizadas contra sua vontade pelo governo norte-americano.
Esqueçam a história do Dia de Ação de Graças com índios e colonos partilhando placidamente o mesmo peru em torno da mesma mesa. A História dos Estados Unidos começa no programa de erradicação dos índios. Tendo em conta as restrições atuais à imigração ilegal, ninguém diria que os fundadores deste país foram eles mesmos imigrantes ilegais, que vieram sem o consentimento dos que já viviam na América. Durante dois séculos, os índios foram perseguidos e assassinados, despojados de tudo e empurrados para minúsculas reservas de terras inférteis, em lixeiras nucleares e sobre solos contaminados. Em pleno século XX, os EUA iniciaram um plano de esterilização forçada de mulheres índias, pedindo-lhes para colocar uma cruz num formulário escrito em idioma que não compreendiam, ameaçando-as com o corte de subsídios caso não consentissem ou, simplesmente, recusando-lhes acesso a maternidades e hospitais. Mas que ninguém se espante, os EUA foram o primeiro país do mundo oficializar esterilizações forçadas como parte de um programa de eugenia, inicialmente contra pessoas portadoras de deficiência e, mais tarde, contra negros e índios.
7. Todos os imigrantes são obrigados a jurarem não ser comunistas para poder viver nos EUA.
Além de ter que jurar não ser um agente secreto nem um criminoso de guerra nazi, vão lhe perguntar se é, ou alguma vez foi membro do Partido Comunista, se tem simpatias anarquista ou se defende intelectualmente alguma organização considerada terrorista. Se responder que sim a qualquer destas perguntas, será automaticamente negado o direito de viver e trabalhar nos EUA por “prova de fraco carácter moral”.
8. O preço médio de uma licenciatura numa universidade pública é 80 mil dólares.
O ensino superior é uma autêntica mina de ouro para os banqueiros. Virtualmente, todos os estudantes têm dívidas astronômicas, que, acrescidas de juros, levarão, em média, 15 anos para pagar. Durante esse período, os alunos tornam-se servos dos bancos e das suas dívidas, sendo muitas vezes forçados a contrair novos empréstimos para pagar os antigos e assim sobreviver. O sistema de servidão completa-se com a liberdade dos bancos de vender e comprar as dívidas dos alunos a seu bel prazer, sem o consentimento ou sequer o conhecimento do devedor. Num dia, deve-se dinheiro a um banco com uma taxa de juros e, no dia seguinte, pode-se dever dinheiro a um banco diferente com nova e mais elevada taxa de juro. Entre 1999 e 2012, a dívida total dos estudantes norte-americanos cresceu à marca dos 1,5 trilhões de dólares, elevando-se assustadores 500%.
9. Os EUA são o país do mundo com mais armas: para cada dez norte-americanos, há nove armas de fogo.
Não é de se espantar que os EUA levem o primeiro lugar na lista dos países com a maior coleção de armas. O que surpreende é a comparação com outras partes do mundo: no restante do planeta, há uma arma para cada dez pessoas. Nos Estados Unidos, nove para cada dez. Nos EUA podemos encontrar 5% de todas as pessoas do mundo e 30% de todas as armas, algo em torno de 275 milhões. Esta estatística tende a se elevar, já que os norte-americanos compram mais de metade de todas as armas fabricadas no mundo.
10. Há mais norte-americanos que acreditam no Diabo do que os que acreditam em Darwin.
A maioria dos norte-americanos são céticos. Pelo menos no que toca à teoria da evolução, já que apenas 40% dos norte-americanos acreditam nela. Já a existência de Satanás e do inferno soa perfeitamente plausível a mais de 60% dos norte-americanos. Esta radicalidade religiosa explica as “conversas diárias” do ex-presidente Bush com Deus e mesmo os comentários do ex-pré-candidato republicano Rick Santorum, que acusou acadêmicos norte-americanos de serem controlados por Satã.
Toda essa ação desumana está sendo comandanda pela ministra da Agricultura e senadora, Kátia Abreu.
Revolta em Barra do Ouro: mulher com 13 filhos será retirada de terra onde mora há 50 anos
A justiça fez com que a desgraça batesse à porta da lavradora Raimunda Pereira dos Santos (67 anos), moradora da Gleba do Tauá - Barra do Ouro.
Morando na terra há mais de meioculo, agora, por força de uma decisão judicial, a mulher será obrigada a deixar o casebre de palha, ‘herdado’ dos pais. O mandado de reintegração de posse foi expedido no último dia 24 pelo Juiz Luatom Bezerra Adelino de Lima, da Comarca de Goiatins (TO).
De acordo com a defesa, Raimunda é mãe de 11 filhos biológicos e dois adotivos. E vive na Gleba do Tauá desde 1952, quando os pais e avós ocuparam a terra de propriedade da União. A camponesa é a líder de um grupo de 12 famílias da região, ameaçadas de despejo.
O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado do Tocantins SINTSEP-TO, em nota, disse que o caso ficou ‘adormecido’ por 20 anos e neste ‘interim’ os grileiros agiram com completa impunidade e que muitas famílias estão ilhadas pelo plantio de soja.
Sobre dona Raimunda, diz que ela é a líder da resistência dos ocupantes tradicionais de terras públicas no Matopiba, que resistem ao poder dos grileiros.
O Matopiba é atualmente a menina dos olhos da ministra da Agricultura e senadora, Kátia Abreu.
A lavradora, segundo relato da advogada de defesa, Lorrany Lourenço Neves, sobrevive da agricultura de subsistência: plantio de milho, arroz, feijão, mandioca e banana. Além da extração do buriti e criação de animais.
Uma reportagem do jornal O Estadão, de 2013, mostrou que Raimunda vive numa casa sem energia elétrica, nem água encanada e rodeada por plantações de soja.
O despejo de dona Raimunda pode acontecer a qualquer momento, a partir desta quinta-feira, 29. E a defesa corre contra o tempo para tentar revogar, em instância superior, a decisão do Juiz da Comarca de Goiatins.
Para justificar a decisão, o Juiz argumentou que não tem admitido produção de prova exclusivamente testemunhal para a prova de áreas rurais.
Nem toda superstição é religiosa, e uma das superstições mais perigosas de nosso tempo nada tem de mística. Ela consiste na crença de que o desenvolvimento da sociedade sempre é algo positivo, e que na busca pelo progresso deixamos para trás apenas o que é obsoleto.
Sete das mentes mais criativas dos últimos tempos atacaram essa superstição. É verdade, a tecnologia e a evolução dos costumes podem transformar nossas vidas aqui na Terra em um paraíso. Mas é possível que nesse processo deixemos para trás algumas das condições necessárias para uma vida plena, feliz e amorosa – uma vida com sabedoria, em outras palavras. Se desejamos rumar até o paraíso, precisamos saber distingui-lo do inferno.
Para sete pensadores, nossa sociedade está na enferma, e eles diagnosticaram as sete doenças que a acometem.
1- A ESPETACULARIZAÇÃO DE NOSSAS VIDAS
Em 1967, o filósofo francês Guy Debord escreveu A Sociedade do Espetáculo, em que propõe que no mundo moderno somos induzidos a preferir a imagem e a representação da realidade à própria realidade concreta.
Para Debord, as imagens, apenas sombras do que existe, contaminaram nossa experiência cotidiana, levando-nos a renunciar à vivência da realidade tal como ela é. Toda a vida em sociedade virou um acúmulo de espetáculos individuais e coletivos, tudo é vivido apenas enquanto representação perante os outros.
Compartilhar status, instagrams, tweets: os palcos e as plateias mudaram, a encenação ficou cotidiana. Na sociedade do espetáculo em que estamos submersos, mesmo os relacionamentos são conduzidos pela mediação de imagens. Passando a intermediar as relações com imagens e simulacros de sentimentos moldados pelas redes sociais, voluntariamente renunciamos à qualquer tentativa de reconhecer os aspectos difíceis e desafiadores dos relacionamentos verdadeiros.
Debord entendia que o real envolvimento em relacionamentos humanos foi trocado por uma identificação passiva com a posição de espectatores recíprocos. Nesse esquema, cada um assiste, curte e compartilha o outro em seu palco particular, aguardando a sua vez de ser assistido, curtido e compartilhado.
Há, assim, um gradual empobrecimento das relações humanas. Isoladas, as pessoas tornam-se intimamente mais inseguras, e portanto mais fragilizadas. Essa fragilização torna os indivíduos mais influencíaveis e facilmente manobráveis.
2- A MENTIRA ENQUANTO NARRATIVA
O filósofo e neurocientista norteamericano Sam Harrisescreveu em 2013 o livro Lying (Mentindo), na verdade um ensaio em que ele demonstra que a mentira é o pecado que pavimenta todos os demais pecados da modernidade.
Estimular socialmente a necessidade da mentira é uma decorrência lógica de uma sociedade do espetáculo, em que mentir é muito mais do que ocultar a verdade. A mentira chega ao ponto de desconstruir a verdade ao confundi-la com uma narrativa – algo que serve, portanto, ao próprio espetáculo.
Dizer tudo é relativo é um slogan ultrapassado. Agora, tudo é narrativa, e passamos a acreditar que não há nenhum fato que não possa ser redefinido como uma forma de narrativa do protagonista.
Após séculos identificando Deus como A Verdade e o diabo como O Pai da Mentira, a sociedade atual encara o conceito de “verdade” com ironia e ceticismo. Uma das características de nosso tempo é a ideia de que a verdade é relativa, e de que tudo depende do ponto de vista do sujeito. O relativismo moral é uma mentira cuidadosamente elaborada para que ela própria pareça uma verdade.
O problema é que a linha moral entre verdade e mentira é a única que separa nossa caminhada coletiva do rio negro da barbárie e da superstição. E nem precisamos apelar para as virtudes morais do leitor: já está provado que a melhor solução de qualquer conflito humano é a colaboração e a confiança mútua. Assim, a posição de vantagem perceptível a curto prazo torna-se uma enorme derrota logo adiante.
3- O PROTAGONISMO
O produtor britânico Adam Curtis idealizou o documentárioThe Century of the Self (O Século do Eu). Nessa obra imperdível (disponível aqui legendado), ele demonstra como a publicidade utilizou as teorias psicológicas sobre o funcionamento da mente humana para tentar manipular o desejo do público e induzir todos ao consumo.
Não havia lugar para sutilezas. Um pouco comicamente, algo banal como vender carro na TV utilizava estratagemas que tentavam invocar alguns dos desejos sexuais mais primitivos do espectador. Era cômico, mas eficiente: a venda de carros aumentava. A realidade humana é que talvez seja meio engraçada. Podia-se, portanto, dar um passo além.
Assim, a seguir houve uma evolução menos ingênua e grosseira dessa publicidade, uma forma de explorar os medos e anseios do público para além do comercial de automóveis fálicos. Afinal, porque tentar associar o produto com os desejos íntimos do consumidor se era possível, pela indústria de entretenimento, influenciar e talvez até determinar esses desejos íntimos?
A partir de 1960, o movimento da contracultura ensinou às grandes multinacionais e agências de publicidade que dava lucro desenvolver e disseminar entre a pessoas a noção de individualismo como um estilo de vida.
Daquele momento em diante, os meios de comunicação de massa (cinema, televisão, música popular) passaram a vender a seguinte ideia: somos todos nós indivíduos únicos, especiais, e temos todos o direito de explorar a riqueza luminosa de nossa individualidade.
Disso surgiu o protagonismo. Afinal, numa sociedade em que tudo é espetáculo, a decorrência lógica é que todos, estimulados em seu individualismo, considerem-se protagonistas.
As redes sociais como Facebook, Instagram, Twitter e Tumblr só querem uma única coisa de nós: que as utilizemos cada vez mais, que as tornemos uma parte indispensável de nossa vida. E o que fazem para isso é criar espaços em que podemos construir nossa imagem pessoal perante os outros de forma que pareçamos protagonistas de uma narrativa interessante.
O protagonismo estimulado pela nossa sociedade torna, subjetivamente, todas as outras pessoas meros coadjuvantes de nossa história pessoal. Todos os outros seres humanos ao nosso redor são considerados apenas na exata medida em que colaboram ou não com o desenvolvimento dessa pequena novela que repetimos a nós mesmos em nossa cabeça.
E um dos aspectos mais nocivos disso é a ideia deprotagonismo social, muito difundida no ativismo das redes sociais. Segundo essa proposta, apenas aqueles que se enquadram em determinada categoria minoritária ou oprimida poderiam lutar ativamente contra as condições de opressão. Todos os demais indivíduos deveriam, portanto, permanecer passivos diante da luta, em estado de aprovação bovina. Assim, somente mulheres poderiam protagonizar o combate ao machismo, somente afrodescendentes poderiam protagonizar o combate ao racismo. Segmentando ainda mais a sociedade, essa proposta impede que todos os seres humanos, unidos, lutem contra tudo aquilo que for um problema fundamentalmente humano – como o são os preconceitos.
4- AS RELAÇÕES LÍQUIDAS
Muito já se falou da teoria do sociólogo polonês Zygmunt Bauman sobre a sociedade líquida. Por “líquida” entende-se uma sociedade em que não há papeis sociais rígidos nem certezas sólidas. Tudo, portanto, é fluído e não somos obrigados a assumir um compromisso duradouro com qualquer papel social ou pessoa.
Que emprego escolher, com quem nos casar, que estilo de vida adotar: não há qualquer orientação sobre o que é certo e errado diante de duas escolhas, e tudo o que nos é dito é que temos total liberdade para decidir. O problema é que cada escolha por um caminho implica na renúncia de outro, e disso irremediavelmente surgem dúvidas e a sombra do arrependimento.
Essa liberdade, inserida no contexto da sociedade que impõe ao indivíduo a obrigação de espetacularizar sua vida e expressar uma suposta individualidade de protagonista bem sucedido, é sentida como um fardo. O resultado são indivíduos acometidos de ansiedade constante, inseguros, fragilizados. E pessoas fragilizadas são mais facilmente influenciáveis.
Transportando isso para os relacionamentos, Bauman salienta que a facilidade com que hoje podemos abandonar uma relação, transitando de um envolvimento afetivo para o outro, sempre na busca de uma idealização inalcançável do sujeito amado e do próprio amor, traz também ansiedade e acarreta o empobrecimento das relações humanas.
Como Bauman expõe no vídeo acima, atualmente nós desfazemos nossos elos com os outros com a facilidade de quem desfaz uma amizade no Facebook: basta um clique. Em um planeta superpovoado, parece que sempre há a nossa disposição outras tantas pessoas com as quais estabelecer conexão – o problema é que no final nunca estabelecemos conexões verdadeiras com ninguém.
5- A FALTA DE TEMPO
Em Mal-estar na atualidade, o psicanalista brasileiro Joel Birman alerta que a racionalização das práticas sociais usurpou dos indivíduos o controle do seu tempo. A forma como utilizamos nosso tempo pessoal está cada vez mais sendo pré-determinada pelas demandas sociais, impondo que vivamos em um frenesi initerrupto.
Hoje em dia, estamos sempre super atarefados. A sociedade nos seduz com o sonho de sermos protagonistas de nosso espetáculo privado, mas o caminho para esse sonho está ladrilhado com tarefas, microtarefas e toda espécie de atividade que exige nossa constante atenção. Isso consome praticamente todo o nosso tempo desperto.
Como resultado, embora estejamos hoje em dia sempre atarefados, parece que jamais fazemos o suficiente. Disso vem a sensação estranha de que estamos vitimizados pela procrastinação: nunca temos tempo de fazer tudo o que precisamos para cumprir com a promessa de que seremos protagonistas excepcionais.
O problema é que um ponto central de qualquer projeto de vida é a possibilidade de revisarmos nossas decisões e estratégias com atenção e tranquilidade, refletindo detidamente sobre aquilo que estamos fazendo. A pressa nos impede de analisar quais coisas são realmente importantes para nós e quais são as nossas prioridades.
Sem tempo o suficiente para investigar a motivação por trás de cada tarefa cotidiana, desperdiçamos muito de nosso tempo em atividades que podem ser valorizadas socialmente, mas que intimamente significam muito pouco para nós. Mais que isso, sem podemos nos dar ao luxo de perder tempo, deixamos de ter direito ao ócio necessário à criatividade e à fruição dos prazeres.
6- O HIPERCONSUMISMO
O filósofo francês Gilles Lipovetsky cunhou o termo hiperconsumo. Seríamos, neste momento da história, não meros consumidores, mas hiperconsumidores. Em uma estrutura na qual o crescimento econômico depende do consumo crescente da população, estamos todos inseridos numa dinâmica social baseada na compra contínua. Se pararmos de consumir febrilmente, há um colapso da economia.
Não há nada de essencialmente errado com o consumo. O mercado de consumo tem sim seus espaços legítimos de atuação. Porém, a partir de 1970, segundo Lipovestky, ingressamos na fase do hiperconsumo. Trata-se de uma fase essencialmente subjetiva, pois os indivíduos desejam adquirir objetos não pela sua utilidade ou necessidade, mas para aliviarem sua ansiedade de aceitação e integração na coletividade.
Os produtos são consumidos enquanto ato de expressão da individualidade e do estilo de vida do hiperconsumidor. Compramos produtos, mas estamos em busca de sensações, vivências e a construção de uma imagem social que nos traga prestígio.
Gastamos pequenas fortunas em smartphones para não utilizarmos sequer 20% de sua capacidade computacional. Olhamos para as avenidas engarrafadas de nossas cidades e vemos potentes utilitários transportando apenas uma pessoa, o motorista. A construção social da moda e da tendência garante que roupas ainda em perfeito estado sejam enfiadas no fundo do guarda roupa, obrigando-nos a comprar novas roupas que nos protejam da ridicularização social.
O conceito de obsolescência programada, a noção de desvalorização dos bens de consumo adquiridos e ostatus social associado a novas versões dos mesmos produtos assegura que tenhamos que trocar de carro,smartphone, televisão e computador com uma frequência que é conveniente ao sistema de produção atual, mas irracional do ponto de vista do consumidor e da capacidade de exploração do meio ambiente.
7- A IRONIA
“Não se engane, a ironia nos tiraniza”, vaticinou o escritor americano David Foster-Wallace em seu ensaio E Unibus Pluram. E seu alerta precisa ser levado a sério.
Ironia consiste essencialmente em querer dizer coisa distinta daquela que está sendo expressamente dita, causando o efeito de humor. Portanto, a ironia flerta com a mentira e, ao lado do conceito de narrativa, é outra forma eficaz de deteriorar socialmente o valor da verdade em nossa sociedade. Mas a ironia é ainda mais nociva, pois não para seu trabalho corrosivo por aí – a ironia mina a própria capacidade do indivíduo vivenciar e expressar socialmente sentimentos verdadeiros e significativos.
Não apenas a sinceridade e a paixão estão hoje fora de moda, alerta Foster-Wallace, mas atualmente é sinal de distinção social e de inteligência estar levemente entediado e ostentar uma leve, cínica, desconfiança sobre todas as coisas: expressões faciais, gestos e comentários que informam, com ar de superioridade, que “já vi de tudo nesse mundo”, que “sei que nada é o que parece ser” e que “acho tudo isso que você leva tão a sério muito engraçado”.
A ironia que começou como um espírito de vanguarda no passado, do qual dotadas as pessoas mais inteligentes e sagazes, tornou-se agora uma cultura de massa. Os meios de comunicação, segundo Foster-Wallace, utilizam elementos do pós moderno como a metalinguagem, o absurdo, o sarcasmo, a iconoclastia e a rebelião e os modela para fins de consumo.
A partir de então, a ironia, que antes era um instrumento fortalecedor do espírito contra os dogmas e as crenças sacralizadas mas opressoras, tornou-se uma força debilitante do próprio espírito humano. Pois aironia é a forma irreverente de o desprezo anunciar que está chegando.
Citando o poeta americano Lewis Hyde, Foster-Wallace expõe que “a ironia tem uma utilidade apenas emergencial, e estendida no tempo, torna-se a voz do prisioneiro que passou a gostar de sua cela”. Ela perde seu potencial contestador e torna-se uma forma sarcástica de conformar-se e adaptar-se a tudo aquilo que nos limita. Pois a ironia também atinge as aspirações a gestos heróicos e elevados sentimentos.
A ironia, embora realmente prazerosa, tem uma função essencialmente negativa, pois é crítica e desconstrutiva, “boa para limpar o terreno”. Porém, a ironia, após seu trabalho de destruição e depuração, é incapaz de construir algo verdadeiro, é inábil em propor a criação de algo que substitua, e para melhor, aquilo que ajudou a destruir.
Victor Lisboa é editor de Ano Zero, colunista do Papo de Homem e autor do blog Minha Distopia. Escreve não por achar que tem vocação ou talento, e muito menos com a pretensão de dizer algo importante. O problema é de outra ordem. É descaramento, é o prazer de se deixar levar por uma compulsão. Isso porque, de todas as perversões toleradas em sociedade, a mais inofensiva é escrever. Deixem que abuse, portanto.
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Esse artigo foi publicado originalmente no blog Tempo de Consciência- Ano Zero e está reproduzido no CONTI outra com a autorização do autor.
Cabra nasce com rosto humano e criadores são acusados de terem tido relações sexuais com a mãe do animal
Uma cabra deu à luz a um filhote com um rosto humano, mas sem vida, em uma fazenda na região de Salta, na Argentina. Após um amigo dos donos da fazenda publicar as fotos em uma rede social, os criadores foram acusados de terem tido algum tipo de relação sexual com a mãe do animal.
Após virar alvo de abusos verbais e acusações de zoofilia por moradores locais, eles tiveram que se esconder.
Apesar das acusações, a mulher do fazendeiro, Olga Villalba disse acreditar que a deformação seja consequência de pesticidas na região.
— O animal já estava morto quando nasceu. Só queremos enterrá-lo o mais rápido possível. Foi claramente uma mutação genética causada pelo uso excessivo de agrotóxicos — explicou.
“Com você, eu sonhei um lindo sonho de amor. E nos seus braços fui feliz demais. Seguir seus passos já não posso mais”. A letra de “Perdoa”, da Calypso, bem que poderia servir de epitáfio para a separação de Joelma e Chimbinha. E esta guerra, que parece estar longe de acabar, resvalou para as finanças do ex-casal, agora afogado em dívidas.
A banda fez muito dinheiro nestes 15 anos. O patrimônio inclui fazendas e propriedades em São Paulo e Belém. Só a sede da banda em Recife, onde funcionam os escritórios, o estúdio e até um apartamento para os músicos, vale R$ 8 milhões. Mas não pode ser vendido. Está comprometido para o pagamento de dívidas trabalhistas, fornecedores e impostos.
Chimbinha comprou apartamento de R$ 3 milhões para a amante
Mesmo com as contas desequilibradas, Joelma descobriu que Chimbinha comprou um apartamento em Belém por R$ 3 milhões. Quem estava morando lá era a amante que ele manteve por mais de dois anos. Ao mesmo tempo, ela doou uma fazenda para uma igreja evangélica. Hoje, o que entra dos shows que a loura faz com a banda sem o ex vai para o pagamento do que os dois devem. “O que entra, sai. Não sobra nada para nenhum dos dois”, conta uma pessoa ligada ao ex-casal: “Eles gastaram muito na gravação desse DVD de 15 anos e encalhou”.
Os shows que já custaram R$ 160 mil caíram para R$ 80 mil. E em novembro vários foram cancelados após a apresentação em Teresina, no Piauí, na qual Joelma abriu o berreiro e Chimbinha saiu do palco. Os contratantes estão com medo. Para não ver a marca afundar de vez, Joelma quer colocá-la no nome dos filhos, Yago e Yasmin. Chimbinha é contra.
Como Joelma Calypso, a cantora já quer fechar shows para o início do ano. Por cerca de R$ 60 mil ela se apresentará. Já Chimbinha quer o dobro para levar a XCalypso e a vocalista Thábata Mendes país afora. Os músicos da atual Calypso seguem com Joelma. Apenas o baterista vai com Chimbinha.
(Reprodução/Flickr)O Halloween acabou de passar e o tema de morte e tragédias ainda está no ar. Ou seja, a bruxa continua solta. Por isso, você deve ter assistido mais filmes de terror do que normalmente.
Agora imagine quais as sensações que uma pessoa que está à beira da morte deve sentir nos momentos que antecedem o fim. Em uma nova pesquisa, cientistas explicaram quais as substâncias exatas produzidas pelo nosso cérebro minutos antes de uma morte por assassinato.
A 'American Chemical Society' liberou estes dias um vídeo no qual mostra que as reações ao assistir uma cena de morte em um filme de terror se assemelham àquelas que liberaríamos se passássemos pela mesma situação. Incrível! Primeiro chegamos a uma intensa sensação de medo, o que, pela evolção, é responsável por nossas reações ou fugas.
Quando a substância responsável pelo medo atinge uma determinada parte da cabeça, o tálamo, no caso, a sensação de tensão física e psicológica é automaticamente ativada. Ficamos então sob estado de alerta. Com isso, nossas glândulas supra-renais passam a bombear adrenalina, o que aumenta a frequência cardíaca, aguça os sentidos e nos dá acesso a uma enorme quantidade de energia, a fim de lidar com as ameaças de sobrevivência.
(Reprodução/Flickr)
Dependendo do grau de tensão, podemos também reagir de forma a congelar, uma outra forma de garantir que nos camuflemos de possíveis predadores.
Se você conseguir escaparr longe do 'assassino do machado', provavelmente irá também começar a gritar. "Nós produzimos os gritos em uma região completamente diferente do cérebro", explica o vídeo.
Ao contrário do que pensamos normalmente, os girots vão diretamente do seu ouvido para as suas amígdalas (não as da garganta_, que é o centro de emergência do cérebro. O barulho também é uma forma de assustar quem está atacando.
No entanto, caso o assassino te alcance e te acerte fisicamente, a dor será severa. Quando estamos seriamente machucados um certo tipo de neurônios envia mensagens para o cérebro para que as últimas tentativas de salvação aconteçam.
No fim, o cérebro continua funcionando, caso não tenha sofrido nenhum dano exato. Ele então passa por um último momento de consciência até a chegada da morte biológica do resto do corpo.
Por Larissa Ximenes - A briga entre os órgãos de defesa do consumidor contra as operadoras brasileiras que passaram a cortar o acesso a internet de seus usuários após chegar ao limite dos dados da franquia ainda não teve um fim, e pelo visto não terá tão cedo, segundo o Mobile Time. Essa é uma boa notícia para os usuários, que se sentem ultrajados pela decisão das operadoras Vivo, TIM, Oi e Claro.
O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça (DPDC/MJ) já abriu processos contra essas operadoras, com o intuito de além de multa-las, retomar ao regime antigo, onde a velocidade da internet era apenas diminuída e não cortada de uma vez. Esses processos apontam para possíveis violações ao direito do consumidor, como direitos básicos (artigos 4º, caput, incisos I, III e IV; 6º incisos II, III e IV. artigos 30, 31 e 37, § 1º, todos do Código de Defesa do Consumidor, nos termos do artigo 50 da Lei n. 9.784/99).
O descumprimento da lei surge com o descumprimento de oferta e da publicidade divulgada durante algum tempo por elas. As operadoras terão cerca de 10 dias para apresentarem suas defesas e caso elas venham a ser condenadas, poderão pagar multa de poderá ultrapassar 8 milhões de reais.
Na Nigéria, uma história envolvendo um pastor que se relacionou com pelo menos 20 mulheressob a justificativa de que essa era “a vontade de Deus” tomou conta dos noticiários. Timothy Ngwu, de 53 anos, foi preso por abuso sexual. Ele convenceu ainda as filhas de algumas das moças a seguirem as suas palavras.
Ngwu (no centro), convenceu um grupo de mulheres a fazer sexo com ele. (Reprodução)
Ao site nigeriano Naij.com, o porta-voz da Policia Estadual de Enugu, Ebere Amaraizu, afirmou que Ngwu dizia estar obedecendo uma “ordem espiritual para realizar a vontade de Deus”, independentemente das mulheres serem casadas ou não.
Ao todo, pelo menos 13 crianças de cinco garotas diferentes têm o pastor como pai. “Quando a mãe tinha o bebê, ela ficava com a responsabilidade pela criação”, continuou o policial.
Os crimes do pastor foram denunciados pela sua esposa, Veronica, que viu como a gota d’água o fato de ele ter engravidado a sua própria sobrinha. Ele convencia as moças de que esse era o caminho divino a ser seguido.
Algumas das moças deixaram os seus maridos para viver com o pastor. (Reprodução)
Calista Omeje e Assumpta Odo foram duas das mulheres que deixaram as suas famílias para viver com o pastor. Mãe de oito filhos, Odo revelou ao jornal que Ngwu engravidou ela e também a sua filha, que não teve a sua idade revelada.
Incomodado, o oficial Amaraizu ainda alegou ao veículo local que “não conseguia se envolver” na relação das moças que abandonaram os respectivos maridos, mas garantiu que a suposta organização que Nwgu dizia ser uma igreja será completamente fechada e o pastor preso.