terça-feira, 26 de março de 2013

Aluno denuncia discriminação na escola

O fato aconteceu nmuma escola pública de Manaus. Um adolescente de 17 anos diz ter sido duplamente discriminado na escola onde estuda por ser homossexual e por ser candomblecista. A agressão teria partido de uma professora e do diretor da Escola Estadual Antônio Carlos Natalino, na quarta-feira, 13. Da professora o aluno teria ouvido que era “nojento como todos os homossexuais”. O caso foi levado ao diretor da instituição, que é evangélico. Após ter lido trechos da Bíblia para o aluno, ele teria dito ao aluno que “teria que aceitar Jesus como seu salvador”. Recém transferido para a escola, o jovem contou que a discussão começou na segunda aula que ele tinha com aquela professora. Disse que foi repreendido por ter chegado atrasado, posteriormente por estar com os pés sobre a cadeira e, por fim, por estar com o celular sobre a mesa. “Ela gritou na frente de todos os alunos perguntando se eu estava ficando surdo. Eu respondi perguntando se ela estava louca para gritar comigo na frente de outros alunos. Ela começou a me chamar de nojento, de criatura ridícula, e os outros alunos começaram a rir”, relatou o aluno. Depois disso, começou uma discussão presenciada por vários alunos e funcionários da escola até chegar à sala da diretoria. O adolescente contou que, sem sequer ouvir o aluno, o diretor da escola o teria mandado pegar o material e ir embora para casa e voltar no dia seguinte com um responsável para assinar a transferência dele da escola, sem qualquer advertência prévia. O aluno retornou à escola com a irmã e, neste momento, o diretor da unidade teria dito que não queria falar com ela e dissera que ela fosse para a sala de orientação pedagógica. Na ocasião, o diretor teria afirmado que a escola tem 65 alunos na lista de espera, das quais duas dessas seriam sobrinhas dele e que ele teria insinuado que queria dar lugar a estas alunas. No dia seguinte, houve uma nova reunião na qual o diretor da escola teria afirmado que ficou sabendo da religião do aluno depois de conversar com pessoas que conheciam o adolescente. “Quando chegamos na sala dele, ele não quis saber o que tinha acontecido e começou a ler a Bíblia, dizendo que eu e a minha irmã tínhamos que aceitar Jesus nos nossos corações e que ainda havia tempo de nos redimir dos nossos pecados. Ele insultou nossa religião o tempo todo”, afirmou o estudante. O aluno contou que teria ouvido de um dos professores que o diretor havia dado ordens expressas para que os funcionários ficassem atentos ao aluno, pois na primeira oportunidade gostaria de expulsá-lo da escola. Depois que o caso foi denunciado na Ouvidoria da Secretaria Estadual de Educação (Seed), o jovem voltou a frequentar a escola e, segundo ele, os funcionários envolvidos “fingem que nada aconteceu”. “A gente até espera agressão de um aluno, mas nunca de um professor e muito menos de um diretor de escola”, lamentou o aluno. INTOLERÂNCIA – Embora a Constituição Federal, em seu artigo 5, inciso 8, assegure que o cidadão não pode ser privado de seus direitos em razão de crença religiosa, não é a primeira vez que ocorrem casos de intolerância em unidades educacionais no Estado. Em março do ano passado, uma acadêmica de Direito da Universidade Estadual de Roraima (Uerr), praticante de religião afro-descendente, afirmou ter sido vítima de discriminação religiosa por uma professora do curso dentro de sala de aula. Líder religiosa também diz ter sido agredida por diretor Vera Aparecida, líder espiritual no Candomblé, formalizou denúncia A zeladora de Orixá - líder espiritual no Candomblé - Vera Aparecida resolveu comprar a briga do garoto e foi à escola tirar satisfações a respeito do ocorrido. Usando os trajes tradicionais da religião, ela teria sido atendida com ira pelo diretor. “Quando eu disse que ia procurar os direitos do garoto, ele disse que eu podia fazer o que quisesse e virou as costas. Fui atrás dele e ele voltou e me deu um encontrão”, relatou. Após o ocorrido, ela registrou um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil pela agressão, encaminhou o rapaz para que denunciasse o crime junto ao Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (NPCA), além de relatar o caso para ao Disque-Denúncia da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. A religiosa disse ainda que a família vai formalizar uma denúncia junto ao Ministério Público de Roraima. “Nós queremos uma retratação, pois temos direito de exercer nossa religião. Queremos denunciar para que atos como este não se repitam”, disse. EDUCAÇÃO – Sobre o caso, a Secretaria Estadual de Educação e Desportos informou, em nota, que o caso foi registrado na Ouvidoria da Secretaria Estadual de Educação (SEED), que apurará a conduta do funcionário e tomará as devidas providências. --

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