247 - Jair Bolsonaro, em live divulgada nas redes sociais nesta quinta-feira, 4, mostrou prazer ao anunciar que supostamente estava certo ao afirmar em 2020 que o isolamento aumentaria suicídios. Ele mostrou um artigo da Gazeta do Povo que supostamente confirma sua tese e deu risada.
"Vão chegar à conclusão que eu não errei nenhuma. Com todo o respeito, Tarcísio: eu não errei nenhuma", disse, acompanhado do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
O jornalista Jean-Philip Struck lembrou, nas redes sociais, que “a fonte citada pelo presidente é um texto de opinião produzido por um think tank libertário dos EUA e reproduzido pela Gazeta do Povo. Cita supostos casos dos EUA, não do Brasil”.
Na live, Bolsonaro diz que estava certo ao afirmar em 2020 que o isolamento aumentaria suicídios. Exibe uma matéria que supostamente confirma sua tese e dá uma longa risada de satisfação. Ministro Tarcisio também ri.
A fonte citada pelo presidente é um texto de opinião produzido por um think tank libertário dos EUA e reproduzido pela Gazeta do Povo. Cita supostos casos dos EUA, não do Brasil. O título do texto tem circulado nessa montagem, já divulgada pelo presidente
Jair M. Bolsonaro
@jairbolsonaro
- 30/março/2020 e
- 10/fevereiro/2021.
- Bom dia a todos.
O suicídio durante o isolamento social tem sido um argumento fabricado por Bolsonaro para se colocar contra os lockdowns organizados por estados e municípios.
Eduardo Bolsonaro entrando na Casa Branca em 4 de janeiro (Foto: Reprodução)
Praticamente confirmada a participação do filho de Bolsonaro, à época presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, numa reunião clandestina para conspirar contra a posse de Joe Biden e organizar o assalto ao Capitólio em 6 de janeiro.
247 - Reportagem do jornalista Seth Abramson no site Proof, de jornalismo investigativo dos EUA, publicada neste sábado revela “a conexão obscura do Brasil com o conselho secreto de Trump” que se reuniu em 5 de janeiro para organizar o assalto ao Capitólio. A participação de Eduardo Bolsonaro no encontro clandestino é praticamente certa.
A reunião do dia 5, que planejou o ataque, aconteceu na ala residencial privada da familia Trump no Trump International Hotel, na avenida Pennsylvania, em Washington.
Há 22 presenças confirmadas na reunião, liderada por dois filhos de Donald Trump, Donald Trump Jr. e Eric Trump. Mais alguns participantes participantes foram Michael Flynn, ex-Conselheiro de Segurança Nacional do ex-presidente Trump, Peter Navarro, Assistente do Presidente, Diretor de Política Comercial e de Fabricação e Coordenador de Política da Lei de Produção de Defesa Nacional, Corey Lewandowski, gerente da campanha 2016 de Trump, membro do Conselho de Negócios de Defesa, Rudy Giuliani, advogado de Trump e ex-prefeito de Nova Iorque, Daniel Beck, proprietário da Combat Armor Defense, que possui fábrica no Brasil.Segundo as investigações, Michael J. Lindell, empresário e CEO da My Pillow, do círculo íntimo de Trump e que participou da reunião, teria afirmado em 6 de janeiro que havia se encontrado, na noite anterior, horário da reunião conspiratória, com “um dos filhos do presidente Bolsonaro”.
A bancada do PT no Senado, através do senador Jaques Wagner, apresentará na segunda-feira (8) um requerimento de informações para a embaixada Brasileira em Washington sobre o assunto.
Um dia antes da reunião e dois dias antes da invasão, a jornalista Raquel Krähenbühl, da GloboNews, flagrara Eduardo Bolsonaro, entrando na Casa Branca com a mulher, a filha e o embaixador do Brasil nos EUA, Nestor Foster, a convite de Ivanka Trump, filha do então presidente, Donald Trump. A repórter publicou um vídeo em que Eduardo Bolsonaro aparece, com a filha no colo, em frente à Casa Branca.
Coveiro com trajes de proteção abre covas no cemitério de Vila Formosa em São Paulo em meio à pandemia de Covid-19 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)
Num texto dramático, líderes do Brasil pedem ação imediata do STF, OAB, Congresso Nacional, CNBB e das Nações Unidas e clamam para que o Tribunal Penal Internacional julgue o governo genocida de Bolsonaro.
247 - Em um manifesto em tom dramático e que está colhendo adesões, Chico Buarque, Leonardo Boff, Zélia Duncan, dom Mauro Morelli, Padre Júlio Lancellotti,Carol Proner, Zélia Ducan e outros lançaram neste sábado (6) uma “carta aberta à humanidade” na qual denunciam que “o monstruoso governo genocida de Bolsonaro deixou de ser apenas uma ameaça para o Brasil para se tornar uma ameaça global”.
No manifesto, há um apelo para que STF, OAB, Congresso Nacional, CNBB e Nações Unidas entrem em ação: “Pedimos urgência ao Tribunal Penal Internacional (TPI) na condenação da política genocida desse governo que ameaça a civilização”
O Brasil grita por socorro.
Brasileiras e brasileiros comprometidos com a vida estão reféns do genocida Jair Bolsonaro, que ocupa a presidência do Brasil, junto a uma gangue de fanáticos movidos pela irracionalidade fascista.
Esse homem sem humanidade nega a ciência, a vida, a proteção ao meio ambiente e a compaixão. O ódio ao outro é sua razão no exercício do poder.
O Brasil hoje sofre com o intencional colapso do sistema de saúde. O descaso com a vacinação e as medidas básicas de prevenção, o estímulo à aglomeração e à quebra do confinamento, aliados à total ausência de uma política sanitária, criam o ambiente ideal para novas mutações do vírus e colocam em risco os países vizinhos e toda a humanidade. Assistimos horrorizados ao extermínio sistemático de nossa população, sobretudo dos pobres, quilombolas e indígenas.
O monstruoso governo genocida de Bolsonaro deixou de ser apenas uma ameaça para o Brasil para se tornar uma ameaça global.
Apelamos às instâncias nacionais – STF, OAB, Congresso Nacional, CNBB – e às Nações Unidas. Pedimos urgência ao Tribunal Penal Internacional (TPI) na condenação da política genocida desse governo que ameaça a civilização.
Uma peça publicitária, que defende tratamento precoce ineficaz e potencialmente fatal, foi estampada em oito jornais do país. Eles se tornaram coatores de um atentado contra a saúde pública.
O PAÍS PASSApelo seu pior momento desde o início da pandemia. São mais de 250 mil mortos, um número de infectados que não para de crescer e um ritmo de vacinação que levará até sete anos para imunizar 70% dos brasileiros. Para piorar, a campanha nacional de vacinação está sendo coordenada por um sujeito que já foidenunciado por tentativa de desvio em uma campanha de vacinação.
Enquanto vários paísestiveram queda importante de novas infecções e mortes, o Brasil segue acelerando na contramão. O negacionismo científico que norteia todas as ações do governo Bolsonaro no combate à pandemia é quem nos trouxe a esse cenário trágico. A loucura começou com a negação da gravidade da doença, passou pela promoção de remédios ineficazes e agora enseja a desconfiança na eficácia das vacinas e no uso de máscaras.
A imprensa tem cumprido um papel importante no enfrentamento do negacionismo ao mostrar as mentiras propagadas pelo governo. Grandes empresas se juntaram em um consórcio de notícias criado para combater a desinformação propagada pelo governo federal sobre a doença. Mas, se pagar bem, que mal tem abrir um espacinho para as mentiras que atentam contra a saúde pública? Foi isso o que grandes jornais brasileiros fizeram nesta semana ao dar voz para o lobby negacionista/bolsonarista de uma associação médica que promove o charlatanismo.
Pelo menos oito jornais venderam meia página para a promoção de remédios comprovadamente ineficazes para o tratamento de covid. São eles: Folha de S. Paulo; O Globo, do Rio; Zero Hora, do Rio Grande do Sul; Correio Braziliense, do Distrito Federal; o pernambucano Jornal do Commercio; Estado de Minas; o cearense O Povo, e o Correio, da Bahia. A associação Médicos Pela Vida parece ter escolhido comprar espaço no jornal de maior circulação dos estados mais populosos, além do Distrito Federal.
O grupo foi criado no ano passado e reúne médicos que desrespeitam as recomendações dos principais órgãos internacionais, como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, CDC, dos EUA, e a Organização Mundial da Saúde, a OMS. Entre os médicoshá olavistase bolsonaristas que usam as redes sociais para chamar o coronavírus de “vírus chinês” e defender o deputado-presidiário Daniel Silveira. O grupo foi criado no ano passado, mas já tem cacife financeiro para bancar anúncio de meia página em oito grandes jornais do país. A ligação desse grupo com o bolsonarismo é apenas ideológica ou também é financeira? Acho que o povo merece saber a origem dessa grana.
Intitulada “Manifesto pela Vida”, a peça é, na verdade, um manifesto pela morte. Promove a cloroquina e outros medicamentos igualmente ineficazes em qualquer etapa do tratamento para covid. Remédios cujos efeitos colaterais podem ser gravescomo a hepatite medicamentosa, por exemplo, causada pela ivermectina. O uso indiscriminado desse remédio aumentou muito e já há relatos de médicos atendendopessoas com hepatite causada por ele.
Esse grupo de médicos se encontrou com Jair Bolsonaro no ano passado emuma reunião intermediadapelo ex-ministro Osmar Terra, que também integra o grupo. Terra, é bom lembrar, é o médico negacionista que chamou o coronavírus de “gripezinha” e jurou que o país não teria nem 800 mortes por covid. Mesmo depois de ter seus argumentos espancados pela realidade (chegou a ficar internado pela “gripezinha”por 12 dias, setedeles na UTI), o doutor alucinado segue promovendo o negacionismo.
A peça é, na verdade, um manifesto pela morte porque promove tratamento ineficaz e que pode levar à morte.
Foto: Reprodução/Twitter
No mesmo dia da publicação do manifesto, boa parte desses mesmos jornais publicaram a notícia de quemais de 90% dos pacientes internadospor covid nas UTIs no Rio Grande do Norte tomaram a ivermectina de forma profilática ou logo após serem diagnosticados com a doença. O manifesto, portanto, é um atentado contra a saúde pública. Os jornais que toparam publicar o anúncio são co-autores desse absurdo.
A publicação da mentira foi uma decisão dos donos desses jornais. Enquanto jornalistas se arriscam na linha de frente da cobertura da pandemia e estão sob ataque permanente da milícia virtual bolsonarista por combater a desinformação propagada por ela, os patrões parecem não se importar com isso. Toparam vender um espaço nobre dos seus jornais para divulgar uma mentira que é desmentida todos os dias pelos seus funcionários. É um verdadeiro escárnio contra os leitores e os jornalistas dessas empresas.
‘O jornalismo deve andar a reboque dos fatos, não do lucro’.
A agência de checagem Aos Fatos conferiu as informações contidas no manifesto.Segundo a agência, os sites citados como fonte apresentam “pesquisas preliminares ou que não foram revisadas por outros cientistas. Há casos ainda de pesquisas que tiveram seus resultados totalmente alterados, ou seja, que concluíram que medicamentos não funcionam para tratar a infecção, mas que, nas plataformas, aparecem com um resultado distorcido em favor do uso das mesmas drogas”.
No dia seguinte à publicação do manifesto, a Folhaestampou a manchete: “Médicos usam informações falsas para defender tratamento ineficaz contra Covid-19″. É a Folha desmentindo as informações publicadas na Folha. É o jornalismo da empresa desmentindo as mentiras autorizadas pelo departamento comercial. O Globo fez o mesmo epublicou: “Entidades e especialistas em saúde condenam manifesto que defende tratamento precoce da Covid-19″. Menos mal, mas o estrago é irreparável.
O quão bizarro é um jornal lucrar com a publicação de uma mentira em um dia e, no dia seguinte, aparecer dizendo que publicou informações que eles já sabiam ser falsas? Entendemos que a empresa precisa de arrecadação, mas o jornalismo deve andar a reboque dos fatos, não do lucro. A Folha precisava dessa grana — dizem que custouaproximadamente 200 mil— para se manter viva? É evidente que não.
O proselitismo negacionista do manifesto também fere a ética médica. NoCódigo de Ética Médica, há um capítulo chamado “Publicidade Médica”. Ele diz o seguinte:
É vedado ao médico:
Art. 111. Permitir que sua participação na divulgação de assuntos médicos, em qualquer meio de comunicação de massa, deixe de ter caráter exclusivamente de esclarecimento e educação da sociedade
Art. 112. Divulgar informação sobre assunto médico de forma sensacionalista, promocional ou de conteúdo inverídico.
Art. 113. Divulgar, fora do meio científico, processo de tratamento ou descoberta cujo valor ainda não esteja expressamente reconhecido cientificamente por órgão competente.
Interpelada por jornalistas da Folha, a Associação Nacional de Jornais, a ANJ,afirmouque não se manifestaria a respeito do anúncio. Para o Congresso em Foco, a entidade preferiu não dar uma posição sobre o episódio, mas disse defender “a liberdade de expressão, que vale também para essa nota [anúncio]”. É o mesmo conceito equivocado de liberdade de expressão que faz com que políticos bolsonaristas preguem o fechamento do Congresso e ameacem agredir fisicamente ministros do STF. Na prática, a ANJ está dizendo que informes publicitários são livres para disseminar mentiras que colocam a saúde da população em risco.
Enviei e-mails para o Zero Hora, a Folha e O Globo perguntando se eles sabiam que o anúncio feria a ética médica e por que eles toparam publicar. O Zero Hora se limitou a afirmar que se tratou de uma “publicação comercial paga feita em jornal sob responsabilidade da entidade que assina o Informe Publicitário”. Folha e Globo não responderam até o fechamento deste texto.
Vivemos a maior crise sanitária dos últimos tempos. Será que seria pedir demais que os veículos de jornalismo parassem de abrir espaço para picaretas confundirem a opinião pública com desinformação?
FILE PHOTO: Health workers transport a patient at Getulio Vargas hospital, amid the coronavirus disease (COVID-19) outbreak in Manaus, Brazil, January 14, 2021. REUTERS/Bruno Kelly
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Brazil registered 1,386 COVID-19 deaths on Saturday and 61,602 additional cases, according to data released by the nation’s Health Ministry.
The South American country has suffered an enduring second wave since November, and infection rates have not begun to fall. Saturday was the fifth consecutive day Brazil registered over 1,300 deaths and 60,000 cases due to the coronavirus.
The nation has now registered 10,517,232 total confirmed cases and 254,221 deaths due to the virus.
Reporting by Gram Slattery; Editing by Leslie Adler
Monica Iozzi: ‘Estamos vivendo, com Bolsonaro, o pior momento da nossa história’
“Com Bolsonaro estamos vivendo o pior, ou um dos piores momentos da nossa história”, diz a atriz e apresentadora. Em entrevista, ela critica a Lava Jato, conta ter votado em Lula e Dilma, e fala sobre seu primeiro contato profissional com a política, no programa CQC.
247, com Opera Mundi - A apresentadora e atriz Monica Iozzi defende que o presidente Jair Bolsonaro saia do poder e acredita que com ele, “estamos vivendo o pior”. As declarações foram feitas na edição do programa SUB40 desta quinta-feira (26/02), em entrevista ao jornalista Breno Altman.
“Com Bolsonaro estamos vivendo o pior, ou um dos piores momentos da nossa história. Ele e o grupo que o acompanha estão destruindo nossas instituições por dentro e fazendo o que querem. Precisamos que essas pessoas saiam do poder porque, além de tudo, são antidemocráticas. Temos que nos unir para defender a democracia”, afirmou.
Iozzi é conhecida por declarar sua postura política abertamente. Para ela, seria “insuportável” não poder dizer o que pensa. “Você prefere lidar com pessoas que pensam diferente ou ficar quieta e não ter embate nenhum? Eu não tenho medo de embate”, defendeu.
Como Monica Iozzi começou
Iozzi disse que sempre soube que queria ser atriz. “Parece clichê, mas não lembro de querer ser outra coisa. Desde pequena. Quando tinha uns 8 anos fiquei na dúvida entre ser ambientalista do Greenpeace, presidente ou atriz. Mas lembro da minha felicidade quando comecei a ter aulas de teatro na escola. Depois disso, nunca mais quis fazer outra coisa”, afirmou.
Foi em 1996, no entanto, que "virou a chavinha" e definiu seu futuro, após fazer uma oficina de teatro sobre Bertolt Brecht, o que também a aproximaria da política. "Entendi o quanto a política rege as nossas vidas e que toda discussão, de diferentes temas, é sempre política", afirmou. Decidida a seguir na profissão, fez o curso de Artes Cênicas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
'CQC não era jornalismo'
O primeiro contato a nível profissional que Iozzi teve com a política foi quando trabalhou no CQC, programa da TV Bandeirantes, no qual cobria o Congresso Nacional - uma experiência que ela definiu como empolgante, porém, difícil.
“Por mais que fosse uma cobertura dos fatos, o CQC não era jornalismo. Existia a preocupação de não passar a mão na cabeça de ninguém e eu procurava falar com todos os lados. Mas o que presenciei enquanto trabalhava em Brasília me fazia mal. Era muito cansativo. Acabei saindo do CQC porque não aguentava mais trabalhar no Congresso Nacional”, contou.
Da Band, Iozzi foi para a Globo, até para deixar para trás o mundo do humor. “Por mais que me interessasse por política, eu era atriz. Queria ser atriz e não queria mais fazer humor. Adoro, mas acho a coisa mais difícil do mundo”. Na emissora, ela acabou participando de novelas como “Babilônia” e a minissérie “Vade Retro”. Saiu, porém, com a insistência em querer escalá-la para papéis cômicos.
Depois de quase cinco anos seguindo o que considera ser sua vocação, Iozzi agora volta para a política, além de outros planos na dramaturgia. Desta vez, como apresentadora de um novo programa do Canal Brasil, cujo objetivo, segundo ela, é aproximar as pessoas da política.
“O CQC me aproximou da política de um jeito profundo, mas o que quero com esse novo programa é uma coisa distinta. No CQC a gente queria colocar o dedo na ferida. A ideia do meu programa é explicar a política, não de um jeito prepotente, mas simples, para que qualquer um se sinta confortável”, relatou.
'Sou de esquerda'
Por mais que seu primeiro contato formal com a política tenha sido por meio do CQC, Iozzi afirmou que sempre acompanhou os acontecimentos do país e do mundo. Assistia ao telejornal com o seu pai, via debates políticos e queria entender tudo aquilo melhor. Declara-se de esquerda.
Durante a entrevista, contou ter votado em Lula e Dilma. Nas últimas eleições presidenciais, no primeiro turno apoiou Ciro Gomes. "Fiz campanha para o Boulos, mas à medida que fui me convencendo da ida de Bolsonaro para o segundo turno, decidi votar no Ciro", contou. "Pensei que, se fosse PT contra Bolsonaro no segundo turno, ele levaria".
A apresentadora também disse ser crítica à Operação Lava-Jato e condenou o julgamento do ex-presidente Lula.
“Eu acho que a estrutura toda da Lava-Jato já era um negócio muito esquisito, desde como a coisa toda começou. Mas depois ficou claro. Fazendo uma análise mesmo que pouco profunda já se via que tinha muita coisa errada”, ponderou.
Além de ser de esquerda, ela reforça que é feminista e que luta não só apenas pela igualdade dos gêneros, mas pela vida das mulheres.
"A discrepância é muito grande. E eu não digo apenas de salários, cargos de poder...é mais básico que isso. O machismo mata mulheres todos os dias e o feminismo tenta salvá-las. Feminismo não é o contrário do machismo. Se auto-proclamar feminista é olhar para a desigualdade entre os gêneros, assumir que ela é absurda e que precisamos mudar para ontem", refletiu.
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"Em vez de erradicar a corrupção, a agora notória Operação Lava Jato abriu o caminho para Jair Bolsonaro chegar ao poder após eliminar seu principal rival, Lula, da corrida presidencial. Isso contribuiu para o caos que o Brasil vive hoje", aponta o maior jornal do mundo.
Sergio Moro, Lula e Jair Bolsonaro (Foto: Reuters | Ricardo Stuckert) 247 – O jornal The New York Times, o mais influente do mundo, diz que o ex-juiz Sérgio Moro é responsável direto pelo caos no Brasil, por ter corrompido o sistema de justiça no País. "O Brasil vive várias crises ao mesmo tempo – a situação catastrófica da saúde, a economia frágil e a polarização política extrema. Agora podemos adicionar a corrupção do sistema judicial à lista. Não precisava ser assim. Os brasileiros tinham grandes esperanças há sete anos, quando um jovem magistrado chamado Sérgio Moro lançou uma operação anticorrupção chamada Lava Jato, ou Operação Lava Jato", diz o artigo assinado pelo jornalista Gaspard Estrada.
"A Operação Lava Jato provou que a justiça poderia acabar com a corrupção endêmica no Brasil ou foi apenas um conto de fadas que velou outros interesses políticos? Nas últimas semanas, o lado negro do Lava Jato foi desnudado, e um sentimento de profundo desencanto com a chamada justiça curitibana, que leva o nome da capital do estado do Paraná, onde a força-tarefa estava sediada, se espalhou por todo o país. A Operação Lava Jato foi considerada a maior investigação anticorrupção do mundo, mas se tornou o maior escândalo judicial da história do Brasil. Quando a força-tarefa foi dissolvida em 1º de fevereiro, quase ninguém saiu às ruas ou às redes sociais para lamentar seu fim", apontou ainda Estrada.
O jornalista também responsabiliza Moro diretamente pela destruição do Brasil. "Em vez de erradicar a corrupção, obter maior transparência na política e fortalecer a democracia, a agora notória Operação Lava Jato abriu o caminho para Jair Bolsonaro chegar ao poder após eliminar seu principal rival, Lula, da corrida presidencial. Isso contribuiu para o caos que o Brasil vive hoje", escreveu.