Monica Iozzi: ‘Estamos vivendo, com Bolsonaro, o pior momento da nossa história’
Monica Iozzi: ‘Estamos vivendo, com Bolsonaro, o pior momento da nossa história’
“Com Bolsonaro estamos vivendo o pior, ou um dos piores momentos da nossa história. Ele e o grupo que o acompanha estão destruindo nossas instituições por dentro e fazendo o que querem. Precisamos que essas pessoas saiam do poder porque, além de tudo, são antidemocráticas. Temos que nos unir para defender a democracia”, afirmou.
Iozzi é conhecida por declarar sua postura política abertamente. Para ela, seria “insuportável” não poder dizer o que pensa. “Você prefere lidar com pessoas que pensam diferente ou ficar quieta e não ter embate nenhum? Eu não tenho medo de embate”, defendeu.
Como Monica Iozzi começou
Iozzi disse que sempre soube que queria ser atriz. “Parece clichê, mas não lembro de querer ser outra coisa. Desde pequena. Quando tinha uns 8 anos fiquei na dúvida entre ser ambientalista do Greenpeace, presidente ou atriz. Mas lembro da minha felicidade quando comecei a ter aulas de teatro na escola. Depois disso, nunca mais quis fazer outra coisa”, afirmou.
Foi em 1996, no entanto, que "virou a chavinha" e definiu seu futuro, após fazer uma oficina de teatro sobre Bertolt Brecht, o que também a aproximaria da política. "Entendi o quanto a política rege as nossas vidas e que toda discussão, de diferentes temas, é sempre política", afirmou. Decidida a seguir na profissão, fez o curso de Artes Cênicas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
'CQC não era jornalismo'
O primeiro contato a nível profissional que Iozzi teve com a política foi quando trabalhou no CQC, programa da TV Bandeirantes, no qual cobria o Congresso Nacional - uma experiência que ela definiu como empolgante, porém, difícil.
“Por mais que fosse uma cobertura dos fatos, o CQC não era jornalismo. Existia a preocupação de não passar a mão na cabeça de ninguém e eu procurava falar com todos os lados. Mas o que presenciei enquanto trabalhava em Brasília me fazia mal. Era muito cansativo. Acabei saindo do CQC porque não aguentava mais trabalhar no Congresso Nacional”, contou.
Da Band, Iozzi foi para a Globo, até para deixar para trás o mundo do humor. “Por mais que me interessasse por política, eu era atriz. Queria ser atriz e não queria mais fazer humor. Adoro, mas acho a coisa mais difícil do mundo”. Na emissora, ela acabou participando de novelas como “Babilônia” e a minissérie “Vade Retro”. Saiu, porém, com a insistência em querer escalá-la para papéis cômicos.
Depois de quase cinco anos seguindo o que considera ser sua vocação, Iozzi agora volta para a política, além de outros planos na dramaturgia. Desta vez, como apresentadora de um novo programa do Canal Brasil, cujo objetivo, segundo ela, é aproximar as pessoas da política.
“O CQC me aproximou da política de um jeito profundo, mas o que quero com esse novo programa é uma coisa distinta. No CQC a gente queria colocar o dedo na ferida. A ideia do meu programa é explicar a política, não de um jeito prepotente, mas simples, para que qualquer um se sinta confortável”, relatou.
'Sou de esquerda'
Por mais que seu primeiro contato formal com a política tenha sido por meio do CQC, Iozzi afirmou que sempre acompanhou os acontecimentos do país e do mundo. Assistia ao telejornal com o seu pai, via debates políticos e queria entender tudo aquilo melhor. Declara-se de esquerda.
Durante a entrevista, contou ter votado em Lula e Dilma. Nas últimas eleições presidenciais, no primeiro turno apoiou Ciro Gomes. "Fiz campanha para o Boulos, mas à medida que fui me convencendo da ida de Bolsonaro para o segundo turno, decidi votar no Ciro", contou. "Pensei que, se fosse PT contra Bolsonaro no segundo turno, ele levaria".
A apresentadora também disse ser crítica à Operação Lava-Jato e condenou o julgamento do ex-presidente Lula.
“Eu acho que a estrutura toda da Lava-Jato já era um negócio muito esquisito, desde como a coisa toda começou. Mas depois ficou claro. Fazendo uma análise mesmo que pouco profunda já se via que tinha muita coisa errada”, ponderou.
Além de ser de esquerda, ela reforça que é feminista e que luta não só apenas pela igualdade dos gêneros, mas pela vida das mulheres.
"A discrepância é muito grande. E eu não digo apenas de salários, cargos de poder...é mais básico que isso. O machismo mata mulheres todos os dias e o feminismo tenta salvá-las. Feminismo não é o contrário do machismo. Se auto-proclamar feminista é olhar para a desigualdade entre os gêneros, assumir que ela é absurda e que precisamos mudar para ontem", refletiu.
Inscreva-se na TV 247, seja membro e assista à entrevista:
Fonte. Brasil247.com
Comentários
Postar um comentário