quarta-feira, 20 de abril de 2011

APELOS MUNDIAIS ABRIL/MAIO




Colabore: repasse
essa mensagem
 para seus contatos



APELOS MUNDIAIS
ABRIL/MAIO
Fonte: The Wire

Índia – Kartam Joga
Ativista indígena e prisioneiro de consciência

Kartam Joga trabalhava desde 2005 na documentação de violações de direitos humanos contra o povo indígena adivasi do estado de Chhattisgarh, Índia central. Durante encontros commoradores, ele ajudou a documentar mais de 500 assassinatos ilegais, casos de agressões sexuais e estupro, incêndio de casas e de aldeias adivasi e o resultante deslocamento de 644 pessoas.

Kartam Joga é membro do Partido Comunista da Índia e membro eleito de uma sociedade local de autogoverno no distrito de Dantewada, região de Bastar, Chhattisgarh. Ele iniciou seu trabalho de documentação de violações de direitos humanos após um ataque ocorrido numa aldeia adivasi cometido por membros de uma milícia privada local, Salwa Judum, que se acredita ter apoio do Estado.

Em 2007, Kartam Joga e outros dois líderes adivasi recorreram à Suprema Corte sobre as violações de direitos humanos em Chhattisgarh e a impunidade das forças de segurança e daSalwa Judum. Em 31 de agosto de 2010, a Suprema Corte criticou o governo de Chhattisgarh por ter sido “totalmente vago e indefinido” nas respostas às petições. A Suprema Corte pediu que o governo de Chhattisgarh entregasse uma declaração completa em resposta às alegações feitas nas petições.

Em 14 de setembro de 2010, Kartam Joga foi preso por várias acusações, incluindo colaborar com maoístas em explosões e ataques e por matar um oficial do Estado. A Amnesty International acredita que as acusações foram motivadas politicamente e considera Kartam Joga um prisioneiro de consciência. Se considerado culpado, ele pode enfrentar pena de morte.

Por favor, escreva pedindo que Kartam Joga seja solto imediata e incondicionalmente.Envie apelos para:

Ministro Chefe de Chhattisgarh:
Chief Minister of Chhattisgarh
Dr Raman Singh
Chief Minister Niw
as
Raipur 492001
Chhattisgarh 
Í
ndia

Fax:                      +91 771 2221306
Email: cm@cg.nic.in


Iraque – Samar Sa’ad ‘Abdudllah
Enfrentando a pena de morte

Samar Sa’ad ‘Abdullah foi sentenciada à morte em Bagdá em 15 de agosto de 2005 após ser condenada pela morte de seu tio, a esposa e um dos filhos do seu tio. Ela nega envolvimento e culpa o seu noivo, quem ela diz ter cometido os assassinatos durante um roubo.

Quando ela compareceu à Corte, Samar Sa’ad Abdullah disse ao juiz que ela era inocente e tinha “confessado” como resultado de tortura policial. Seu noivo ainda está sendo procurado pelas autoridades. A sentença de morte de Samar Sa’ad Abdullah foi confirmada pela Corte de Cassação em 26 de fevereiro de 2007.

O governo do Iraque reinstaurou a pena de morte em agosto de 2004 para vários crimes, incluindo ameaça à segurança interna do Iraque, assassinato premeditado, tráfico de drogas e seqüestro. Anteriormente, a pena de morte estava suspensa desde junho de 2003. As autoridades iraquianas justificaram a reinstalação devido à precária situação de segurança do país e ao alto nível de violência política. Ao menos 255 pessoas foram executadas no Iraqueentre 2004 e 2009. Acredita-se que ao menos 1.300 pessoas estejam condenadas à pena de morte, a maioria tendo sido sentenciada em anos anteriores e sob constante risco de execução.

 
© Particular

Por favor, escreva às autoridades solicitando que Samar Sa’ad Abdullah não seja executada. Peça detalhes sobre as acusações contra ela e solicite que as alegações de tortura sejam investigadas independente e prontamente, e que o responsável seja levado à justiça. Peça que as autoridades comutem todas as penas de morte e estabeleçam uma moratória imediata em todas as execuções como um passo para a abolição da pena de morte.

Envie apelos para a Embaixada do Iraque em seu país, endereçada à Sua Excelência Noiri al-Maliki, Primeiro-Ministro do Iraque, com cópias ao ministro da Justiça e aoministro de Direitos Humanos.

Embaixada da República do Iraque:
S.E Sr. Baker Fattah Hussen
Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário
SES Avenida das Nações quadra 815 lote 64
CEP: 70.430-900 – Brasília / DF

Fax:                      (61) 3346-7442
E-mail:                brzemb@iraqmfamail.com


México – Bety Cariño Trujillo e Jyri Antero Jaakkola
Ativistas de direitos humanos mortos

A defensora mexicana de direitos humanos Bety Cariño Trujillo e o defensor finlandês de direitos humanos Jyiri Antero Jaakkola foram mortos a tiros no estado de Oaxaca, sul do México em 27 de abril de 2010. Ambos os ativistas faziam parte de uma escolta humanitária que tentava chegar à remota comunidade indígena de Triqui, em San Juan Copala para distribuir alimentos e remédios e para documentar a situação de direitos humanos no local.

San Juan Copala estava sitiada  vários meses por um grupo armado associado com uma organização indígena denominada União de Bem-Estar Social para a Região de Triqui (UBISORT). UBISORT está ligada ao partido no poder no Estado.

Pistoleiros atacaram o comboio humanitário de aproximadamente 25 pessoas, matando Bety Cariño e Jyri Jaakkola e ferindo vários outros. Alguns dos sobreviventes foram tomados para questionamento pelo grupo armado por cerca de uma hora e depois foram libertados. Outros conseguiram se esconder dos pistoleiros.

 
© CACTUS
Bety Cariño, da CACTUR, com Margaret Sekkagya, Relatora Especial da ONU
para defensores dos direitos humanos, fevereiro de 2010

Bety Cariño era diretora da ONG Centro de Apoio Comunitário “Trabalhando Juntos” (CACTUS) na cidade de Huajuapan de León. Jyri Antero Jaakkola era membro da organização finlandesa Uusi Tuuli (Novo Vento). Ele pesquisava agricultura sustentável e costumes indígenas em Oaxaca. Apesar da investigação federal sobre os assassinatos, ninguém foi acusado ou preso até agora, e os responsáveis permanecem em liberdade.

Por favor, escreva ao Procurador Geral pedindo que conduza uma investigação completa e imediata sobre o assassinato de Bety Cariño Trujillo e Jyri Jaakkola, que torne os resultados públicos e envie os responsáveis à justiça de acordo com os padrões internacionais para julgamento justoEnvie apelos para:

Procuradoria Geral da República:
Arturo Chávez Chávez
Procuraduría General de la República
Av. Paseo de la Reforma 211-213
Delegación Cuauhtémoc
México D.F.
C.P. 06500
México

Fax:                      +52 55 53460908


Sri Lanka – Prageeth Eknaligoda
Jornalista vítima de desaparecimento forçado

O jornalista e cartunista cingalês Prageeth Eknaligoda desapareceu em 24 de janeiro de 2010 enquanto viajava de volta para sua casa em Homagama, perto da capital Colombo. Prageeth Eknaligoda era crítico aberto do governo e trabalhava sobre a então futura eleição presidencial no país, que ocorreu em 26 de janeiro de 2010. Ele tinha publicado uma análise comparativa dos dois principais candidatos, resultando em favor do candidato de oposição Sarath Fonseka, que perdeu as eleições.

Nos dias anteriores ao seu desaparecimento forçado, Prageeth Eknaligoda disse a um amigo que ele acreditava estar sendo seguido. Na noite em que não chegou em casa, sua esposa Sandya Eknaligoda foi à delegacia local e relatou o desaparecimento. A polícia não abriu o caso nem aceitou a queixa por duas semanas, dizendo que acreditava que o desaparecimento era uma façanha pública. Depois, foi dito que o livro que continha os detalhes registrados sobre seu casohavia sido perdido.

Sandya Eknaligoda prestou queixa de Direitos Fundamentais questionando a independência da investigação sobre o desaparecimento do seu marido. Ela está fazendo campanha ativa por verdade e justiça para seu marido e outras vítimas de desaparecimento forçado.

Esta é a segunda vez que Prageeth Eknaligoda é raptado. Em 27 de agosto de 2009, um grupo o forçou a entrar numa van branca, vendou seus olhos, o algemou e o levou a um lugar desconhecido. Ele foi libertado no dia seguinte.

Por favor, escreva às autoridades cingalesas pedindo uma investigação imparcial, completa e urgente sobre o desaparecimento forçado de Prageeth Eknaligoda. Solicite que garantam que ataques e raptos de jornalistas no Sri Lanka sejam investigados apropriadamente e que os perpetradores sejam levados à justiçaEnvie apelos para:

Inspetor-geral da Polícia:
Mr. Mahinda Balasuriya
Inspector General of Police
New Secretariat
Colombo 1
Sri Lanka

Fax:                      +94 112440440

Presidente:
His Excellency the President
Mahinda Rajapaksa
Presidential Secretariat 
Colombo 1
Sri Lanka

Fax:                      +94 112446657


Sudão – Abuzar Al Amin
Jornalista prisioneiro de consciência é torturado

Abuzar Al Amin, um jornalista do diário sudanês Rai Al Shaabcumpre sentença de cinco anos de prisão, reduzida para dois, por “desconsiderar a Constituição” e “publicar falsas notícias”. Ele foisupostamente torturado após ser preso em Cartum, em maio de 2010. Entre 15 e 27 de maio de 2010, vários outros membros do jornal também foram presos, incluindo Ashraf Abdelziz e Al Tahir Abu Jawhara, mas foram libertados.

Abuzar e seus colegas foram presos em relação a artigos publicados no Rai Al Shaab, incluindo uma análise dos resultados das eleições presidenciais e parlamentares de abril de 2010 e um artigo sugerindo que uma fábrica iraniana de armas tinha sido construída no Sudão. Agentes da Inteligência Nacional e Serviços de Segurança invadiram e fecharam o escritório do jornal em 16 de maio de 2010. A publicação do jornal está suspensa desde então.

Abuzar foi mantido em regime de incomunicabilidade por três dias após a prisão e teria sidotorturado e interrogado sobre seu trabalho no jornal. Em 14 de julho de 2010, ele foi sentenciado a cinco anos de prisão por infringir a Constituição e publicar falsas notícias. Seus colegas Ashraf e Al Tahir foram sentenciados a dois anos de prisão por publicarem falsas notícias. As sentenças deles foram reduzidas para nove meses e eles foram libertados em fevereiro de 2011.

Por favor, escreva dizendo que a Amnesty International considera Abuzar Al Amin um prisioneiro de consciência, detido somente por exercer seu direito de liberdade de expressão. Solicite sua libertação imediata e incondicional e uma investigação efetiva e imparcial sobre sua suposta tortura e outros maus-tratos. Peça para o que jornal Rai Al Shaab seja reabertoEnvie apelos para:

Ministro da Justiça:
Minister of Justice
Mohamed Bushara Dousa
Ministry of Justice 
PO Box 302
Khartoum
Sud
ão

Fax:                      +249183770883 ou +249183764168
Email: moj@moj.gov.sd  


Tajiquistão – Ilhom Ismonov
Detido ilegalmente e torturado

Ilhom Ismonov foi detido pela polícia na cidade de Khujand, Tajiquistão, em 3 de novembro de 2010. Quando sua esposa o viu brevemente em 6 de novembro, ela relatou que ele tinha cortes no pescoço e que parecia ter marcas de choque elétrico nas mãos. Ele não foi enviado perante um juiz até nove dias após ter sido detido, o que viola o Código de Procedimento Criminal do país. Seu advogado o viu pela primeira vez durante a audiência na Corte.

Em dezembro de 2010, o Escritório do Procurador da Região de Soghd informou à esposa de Ilhom Ismonov que sua investigação não confirmava as alegações de tortura, detenção ilegal ou falta de acesso a seu advogado. A Amnesty International está preocupada que a investigação possa ter sido inadequada ou ineficaz, uma vez que o Escritório do Procurador não deu indicação de como chegou às conclusões. A esposa de Ilhom Ismonov não soube de nenhuma entrevista concedida por seu marido, seu advogado ou outras testemunhas.

A Amnesty International também se preocupa se Ilhom Ismonov tem tido acesso restrito a exames e tratamentos médicos sob custódia.

Por favor, escreva expressando preocupação sobre as alegações de que Ilhom Ismonov foi torturado, tem acesso limitado a seu advogado e foi levado diante um juiz somente nove dias depois que a policia o tinha sob custódia, em violação ao Código de Procedimento Criminal do Tajiquistão. Expresse preocupação sobre a resposta da Procuradoria da Região de Soghd às alegações. Peça que o Procurador Geral prove que a investigação foi minuciosa e efetiva, ou que conduza uma investigação completa sem demora, seguindo os padrões de exames médicos e documentação de tortura estabelecidos pelo Protocolo de Istambul da ONU. Solicite que uma investigação seja iniciada sobre as alegações de que Ilhom Ismonov não recebeu acesso adequado a exame e tratamento médico nos primeiros meses de sua detençãoEnvie apelos para:

Procurador-geral:
Sherkhon Salimzoda
Prosecutor General Pr. A. Sino 126
734043 g. Dushanbe
Tajiquistão                
               

PARTICIPE TAMBÉM DAS AÇÕES URGENTES EM VIGOR:

Em cada Ação Urgente encontrarão, também, as
ORIENTAÇÕES BÁSICAS PARA ESCREVER APELOS ÀS AUTORIDADES

(Veja semanalmente as Ações Urgentes disponíveis em: http://br.amnesty.org/?q=taxonomy/term/136)

Caso recebam respostas de qualquer uma das autoridades sobre estes casos ou de outras ações urgentes, por favor, enviem cópia para a  RAU-Brasil: rau@br.amnesty.org

Todas as sugestões e comentários enviados pelos membros da RAU-Brasil são encaminhadas para a Equipe Brasil no Secretariado Internacional da organização.


Rede de Ação Urgente – Amnesty International
ABRIL/2011

Deus é triste.


CARLOS DRUMMOND ANDRADE

Deus é triste.
Domingo descobri que Deus é triste
pela semana afora e além do tempo.
A solidão de Deus é incomparável.
Deus não está diante de Deus.
Está sempre em si mesmo e cobre tudo
tristinfinitamente.
A tristeza de Deus é como Deus: eterna.
Deus criou triste.
Outra fonte não tem a tristeza do homem.
Fonte: Memoria Viva

OS INDIFERENTES


OS INDIFERENTES
Antonio Gramsci
11 de Fevereiro de 1917









Primeira Edição:
 La Città Futura, 11-2-1917
Origem da presente Transcrição:
 Texto retirado do livro Convite à Leitura de Gramsc


Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.


A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heróica.


A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca. O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que atuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos. O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar. A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há fatos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso. Mas os fatos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenômeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou ativo e quem foi indiferente. Estes então zangam-se, queriam eximir-se às conseqüências, quereriam que se visse que não deram o seu aval, que não são responsáveis. Alguns choramingam piedosamente, outros blasfemam obscenamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão: se eu tivesse também cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o que sucedeu? Mas nenhum ou poucos atribuem à sua indiferença, ao seu cepticismo, ao fato de não ter dado o seu braço e a sua atividade àqueles grupos de cidadãos que, precisamente para evitarem esse mal combatiam (com o propósito) de procurar o tal bem (que) pretendiam.


A maior parte deles, porém, perante fatos consumados prefere falar de insucessos ideais, de programas definitivamente desmoronados e de outras brincadeiras semelhantes. Recomeçam assim a falta de qualquer responsabilidade. E não por não verem claramente as coisas, e, por vezes, não serem capazes de perspectivar excelentes soluções para os problemas mais urgentes, ou para aqueles que, embora requerendo uma ampla preparação e tempo, são todavia igualmente urgentes. Mas essas soluções são belissimamente infecundas; mas esse contributo para a vida coletiva não é animado por qualquer luz moral; é produto da curiosidade intelectual, não do pungente sentido de uma responsabilidade histórica que quer que todos sejam ativos na vida, que não admite agnosticismos e indiferenças de nenhum gênero.


Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos a construir. Nessa cidade, a cadeia social não pesará sobre um número reduzido, qualquer coisa que aconteça nela não será devido ao acaso, à fatalidade, mas sim à inteligência dos cidadãos. Ninguém estará à janela a olhar enquanto um pequeno grupo se sacrifica, se imola no sacrifício. E não haverá quem esteja à janela emboscado, e que pretenda usufruir do pouco bem que a atividade de um pequeno grupo tenta realizar e afogue a sua desilusão vituperando o sacrificado, porque não conseguiu o seu intento.


Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.







Dia do Índio. Qual sociedade é composta por selvagens?


Dia do Índio. Qual sociedade é composta por selvagens?

Criança branca pintada de índio em escola de classe média alta é hype. Criança índia desterrada esmolando no semáforo é kitsch. Índio só é fofo se vem embalado para consumo.
Nesta terça, 19 de abril, é Dia do Índio. Data boa para lembrar qual sociedade é, de fato, composta por selvagens. Vamos celebrar:
Dia do Índio se tornar escravo em fazenda de cana no Mato Grosso do Sul
Dia do Índio ser convencido que precisa dar sua cota de sacrifício pelo PAC e não questionar quando chega a nota de despejo em nome de hidrelétricas com estudo de impacto ambiental meia-boca
Dia do Índio armar um barraco de lona na beira da estrada porque foi expulso de sua terra por um grileiro
Dia do Índio ver seus filhos desnutridos passarem fome porque a área em que seu povo produziria alimentos foi entregue a um fazendeiro amigo do rei
Dia do Índio ser queimado em banco de ponto de ônibus porque foi confundido com um mendigo
Dia do Índio ser chamado de indolente
Dia do Índio ter ignorado o direito sobre seu território porque não produz para exportação
Dia do Índio ter negado o corpo de filhos assassinados em conflitos pela terra porque o Estado não faz seu trabalho
Dia do Índio se tornar exposição no Zoológico da maior cidade do país como se fosse bichinho
Dia do Índio ser retratado como praga em outdoor no Sul da Bahia por atravancar o progresso
Dia do Índio tomar porrada na Bolívia, no Paraguai, na Colômbia, no Peru, no Equador, no Chile, na Argentina, na Venezuela porque é índio
Dia do Índio ser motivo de medo de atriz de TV, que acha que um direito de propriedade fraudulento está acima de qualquer coisa
Dia do Índio entender que a invasão de nossas fronteiras é iminente e, por isso, ele precisa deixar suas terras para dar lugar a fazendas
Dia do Índio sofrer preconceito por seus olhos amendoados, sua pele morena, sua cultura, suas crenças e tradições
Enfim, Dia do Índio se lembrar quem manda e quem obedece e parar com esses protestos idiotas que pipocam aqui e ali. Ou será que nós, os homens de bem, vamos precisar de outros 511 anos para catequisar e amansar esse povo?
http://blogdosakamoto.uol.com.br/2011/04/19/dia-do-indio-qual-sociedade-e-composta-por-selvagens/

Nova Iguaçu realiza Dia D Vacinação contra a gripe

A Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu (Semus) vai fazer, neste sábado (13), uma grande mobilização para participar do Dia D de Vaci...