sábado, 7 de outubro de 2023

Lula e o cerco das hienas

Arthur Lira e Lula

Arthur Lira e Lula (Foto: Tauan Alencar/Câmara dos Deputados)

"Jamais os poderes foram tão desarmônicos e jamais tanto disputaram entre si a hegemonia como agora", diz Roberto Amaral.

Na sequência do óbito do “presidencialismo de coalizão”, um invento acadêmico, vivenciamos significativas alterações no funcionamento das instituições. De aparência superficial, elas no entanto podem resultar em distúrbios estruturais na natureza do regime, mutante a partir do jogo das forças políticas do sistema. Evidentemente sem jamais ameaçar os interesses da classe dominante. Ocorrem, repito, na superfície. Tratam-se de recomposição dos pesos e competências dos poderes da república, que se processa no mundo da vida real, à margem do ordenamento constitucional, ainda intacto na sua formalidade. Embora não responda a um chamamento do processo social, o redemoinho atende a necessidades do processo político, ditadas, na origem, pela crise da representatividade que nos acompanha desde sempre. Soma-se a isso uma correlação de forças que não se conforma no pronunciamento eleitoral de 2022. A resistência é fática, e caminha da Faria Lima à caserna, reanimada com a impunidade com que a afaga o ministério da defesa, sob controle do castro, hoje como dantes. 

O fenômeno abarca algo além da crise do presidencialismo tout court, para nele pôr de manifesto a fragilidade do Poder Executivo e mesmo de sua chefia, como se verá, em que pese a legitimação emprestada pela soberania popular, fonte da democracia liberal,  como é descrita nos manuais escolares. O fato objetivo sobre o qual nos debruçamos é este: jamais, na república em suas fases de relativa normalidade, os poderes constitucionais clássicos foram tão desarmônicos e jamais tanto disputaram entre si a hegemonia, como agora. Se nos idos de 2013 o aprofundamento da crise política já o anunciava, para os que tinham olhos para ver, o fenômeno presente de desorganização institucional deita raízes em 2016, quando a Câmara dos Deputados, sob o comando de um meliante, logrou paralisar o Executivo  e, afinal, cassar o mandato legítimo e legal da presidente Dilma Rousseff, a pretexto de um crime ausente. 

Para o novo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, o fenômeno, que ele celebra como avanço civilizatório, tem origem nos méritos da Carta de 1988, a partir de cujo mandato “O Estado voltou ao seu tamanho natural, o Legislativo se expandiu, e o Judiciário viveu seu momento de expressiva ascensão institucional”(O Globo, 5/10/2023).

Sem abdicar do projeto protofascista, o capitão autoritário (de triste memória) é obrigado a ceder espaços de governo ao Legislativo; daí em diante, o presidente da Câmara, principalmente quando enfeixa a gerência do “Centrão”, entra a agir como se primeiro-ministro fôra, em um presidencialismo canhestro que começa a assumir as feições de um Frankenstein. É o presidencialismo transformista de nossos dias. O Executivo é obrigado a ceder espaço ao Congresso e ambos se encontram em frente a um Judiciário sedento de holofotes e poder político. 

Nas eleições de 2022 a democracia se vê momentaneamente salva (ainda hoje comemoramos sua sobrevivência), mas o decreto da soberania popular não fornece a Lula as precondições de um governo forte, na tradição presidencialista brasileira. Ademais da estreita margem de votos com que coroa o vencedor, elege um Congresso majoritariamente reacionário – o mais reacionário e fisiológico de quantos a história registra –, comprometido com a miséria da política,  desapegado a valores éticos.  São essas condições – uma maioria que enseja o controle das votações – que o credenciam a partilhar o governo. 

Na primeira legislatura da democratização, o deputado Roberto Cardoso Alves, líder do “Centrão” daqueles anos, cunhou expressão que ficaria famosa nas antessalas dos gabinetes de negócios: “É dando que se recebe”, que Arthur Lira atualizou para “É recebendo [cargos e verbas e prebendas] que se dá votos”.  

Embora perdidas as eleições presidenciais, o “Centrão” ganha o governo mediante a fórmula da coabitação, e o governo que venceu com um discurso de centro-esquerda é condenado a governar com a direita parlamentar, guardiã do atraso, de quem depende sua estabilidade. 

Nesse novo presidencialismo, construído ao sabor da conjuntura, releva como paradigma da nova ordem a recente reunião do Presidente do Senado com ministros do governo Lula (guardando convalescência de uma delicada cirurgia) para discutir combate à fome, garantia de segurança alimentar e redução do desperdício de alimentos, clássicas funções de governo.

As condições objetivas favorecem tanto o Poder Legislativo quanto o Judiciário, sempre em prejuízo do Executivo. O STF assumiu, o papel de agente supremo das instituições, algo como um novo "poder moderador" (tão requisitado pelos fardados), legislando, ditando linhas de ação e, até, julgando, sem perda de sua natureza eminentemente política.

Significativo, sintomático até, é o discurso de posse do novo presidente do Supremo,  falando como se assumisse a presidência da República, eis que apresenta uma plataforma de governo, assim resumida: combate à pobreza; desenvolvimento econômico-social sustentável; prioridade máxima para a educação básica; investimento relevante em ciência e tecnologia; investimento em saneamento básico; habitação popular; retorno do Brasil à sua posição de liderança global em matéria ambiental. 

Plataforma ambiciosa, grandiloquente, que parece não caber nos estreitos limites do artigo 102 da nossa maltratada Constituição, que cuida das atribuições do STF.

O Executivo parece ressentir-se do cerco, enfraquecido em face das articulações levadas a cabo com o presidente da Câmara e gerente do “Centrão” que desnaturaram o ministério original, preço cobrado para evitar as amarguras que marcaram o frustrado segundo governo Dilma, aquele que não aconteceu. Enquanto Congresso e STF disputam a cogestão, os militares voltam a agir como um poder autônomo e, perigosamente para a democracia enferma, tudo permanece como dantes no castelo de Abrantes. Ou seja, à margem da sociedade real.

O infame comércio de sangue – Em tempos de “delações premiadas” (direito privativo de réus confessos), a capa da edição do último 04/10 da Folha de S. Paulo, reproduzida noutros jornalões, é o recibo do aluguel de sua opinião (e dos demais) ao serviço da infame comercialização do sangue humano, em proveito de uma gangue internacional, em prejuízo do SUS e, por consequência, em detrimento dos que não podem se internar na Rede D’Or ou no Sírio-Libanês. Aprovada na CCJ do Senado, a proposta repulsiva caminha para ser referendada por suas excelências, nos próximos dias, no plenário daquela casa legislativa. Resiste a honrada ministra Nísia Trindade.

Democracia e jardinagem – Meu sempre saudoso amigo e mestre, ministro Evandro Lins e Silva, uma coluna de dignidade que falta à magistratura de hoje (do piso à Corte), deplorava, estarrecido, a promiscuidade desabrida, nos bares, restaurantes e convescotes de Brasília entre advogados e magistrados, muitas vezes reunindo, na mesma mesa, litigante e julgador. E Evandro não chegou a conhecer os festins promovidos em Lisboa pelo inefável Gilmar Mendes, nem as viagens promovidas a qualquer pretexto, como congresso ou turismo descarado, ou palestras aqui, ali e acolá, patrocinadas  por empresas privadas. Nem era praxe, em seu tempo, ministros de tribunais superiores serem remunerados por participação em eventos privados. O máximo aceito era o magistério. Saudosos tempos em que o decoro era um valor, e o juiz “falava nos Autos”. O quadro de hoje é deplorável, quando tanto precisamos de um poder judiciário inatacável, quando seu papel, de guarda da ordem constitucional, mais se avoluma e mais se torna necessário. Este comentário, talvez saudosista, me foi sugerido pela leitura da impecável coluna FolhaJus desta semana, assinada pelo repórter Frederico Vasconcelos, sobre as peripécias do agora ex-ministro Ricardo Lewandowski.

 Recomendo sua leitura. Está disponível em: https://blogdofred.blogfolha.uol.com.br  



quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Pelos caminhos da América

Lamento

Aos teus pés venho senhora minha Peço socorro salve rainha (salve Rain...

Mês do Rosário - Mistérios Gozosos

Bendito Antigo - Salve Rainha “Cantada”

Prefeitura de Nova Iguaçu divulga balanços dos serviços de castração e vacinação antirrábica e adoção de animais


A Prefeitura de Nova Iguaçu divulgou, nesta quarta-feira (4), Dia Mundial dos Animais, o balanço do primeiro semestre do atendimento gratuito para castração de cães e gatos no município. O serviço começou a ser realizado no início do ano. Somente entre janeiro e junho, 2600 tutores foram agendados e 1.074 animais foram castrados. A ação acontece graças a uma parceria entre a Secretaria Municipal de Governo (SEMUG), por meio da Assessoria Especial de Proteção Animal, a Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS), a Clínica Veterinária da Universidade Iguaçu (UNIG) e o Hospital Veterinário da Estácio. Os números de animais já imunizados durante a Campanha de Vacinação Antirrábica e de pets adotados nas feiras municipais também foram divulgados.

A expectativa inicial da Assessoria Especial de Proteção Animal era castrar 4.800 cães e gatos. No entanto, apenas 22% da meta foi alcançada nos seis primeiros meses. A diferença entre o número de animais atendidos e castrados se deve, principalmente, ao número de faltosos após o agendamento para a castração. Vale ressaltar que cada tutor leva, em média, três animais para atendimento.

“Nosso projeto de castração preza pela saúde do animal. As clínicas avaliam a saúde dos cães e gatos, realizando exames de sangue para ter certeza de que eles estão em boas condições para serem castrados. Infelizmente, por risco à vida, alguns pets são vetados após esta avaliação. No entanto, o grande problema é que muitos tutores, mesmo após seus bichinhos serem aprovados, não retornam à clínica no dia em que a castração é agendada”, revela Naira Pereira, assessora especial de Proteção Animal.

Duas das razões de veto à castração são os fatores idade e peso. No entanto, quando os animais são vetados por não apresentarem boas condições de saúde após o exame de sangue, os tutores são orientados quanto ao tratamento que devem buscar. Desta forma, os pets podem ser reavaliados e finalmente castrados, caso estejam aptos.

Vacinação antirrábica

Além da castração, a Prefeitura de Nova Iguaçu oferece outro serviço gratuito essencial à vida dos animais: a vacinação antirrábica. Neste ano, a campanha teve início no dia 16 de setembro e vai até 21 de outubro, sempre aos sábados. No dia 7, 22 polos de imunização irão receber os animais nas URGs Miguel Couto e Posse. O atendimento é das 9h às 16h. A campanha será encerrada no Centro, dia 21.

Nos três primeiros sábados, 41.572 foram imunizados contra a raiva em Austin, Comendador Soares, Km 32, Cabuçu , Vila de Cava e Tinguá. A expectativa é que pelo menos 20 mil cães e gatos sejam vacinados somente neste próximo sábado (7), atingindo a meta estabelecida pela Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS).

Os endereços dos locais e a lista de postos que estarão disponíveis no dia 21 de outubro estão em http://www.novaiguacu.rj.gov.br/semus/vacinacao/antirrabica.

Feiras de adoção

Outro serviço que teve início em 2023 é a Feira Municipal de Adoção de Animais. Para isso, a Prefeitura conta com protetores parceiros, que resgatam e cuidam dos animais até que eles estejam prontos para serem adotados. Em cinco edições realizadas até o momento, 50 cães e gatos ganharam novos lares. Entre eles está o Aquiles, um cão de raça indefinida que perdeu uma das patas após ser atropelado. Ele foi tratado e, posteriormente, adotado em uma das feiras.

Assessora especial de Proteção Animal de Nova Iguaçu, Naira Pereira explica que o trabalho da prefeitura não se encerra quando um cão ou gato é adotado nas feiras. No ato da adoção, os novos tutores são cadastrados e monitorados nos meses seguintes. O objetivo é se certificar que o animal está sendo bem cuidado e levando uma vida saudável.

“Nosso papel é a busca pela adoção responsável. A gente acompanha, telefona, pede fotos, interage de todas as formas para ter a certeza de que o animal está em boas mãos”, disse Naira.

Praça especial para cães e seus tutores

Os animais de estimação e seus tutores terão um lugar especial para se divertir em Nova Iguaçu. A Prefeitura, por meio das Secretarias municipais de Infraestrutura (SEMIF) e de Desenvolvimento Urbano (SEMDUR), está construindo o primeiro ‘ParCão’ da cidade. Trata-se de um espaço público, com aproximadamente 700 metros quadrados, que está sendo criado para que os cães possam brincar, socializar e desenvolver suas habilidades.

O ‘ParCão’ está sendo construído no Bairro da Luz, em uma área triangular entre as ruas Aguiar Dias, Monteiro Lobato e a Avenida Doutor Mário Guimarães, a poucos metros do Fórum da cidade. O local promete ser um grande point para os cães e seus tutores. Além de brinquedos exclusivos para os pets, o ‘Parcão’ deverá contar com bancos em formato de osso e um banco “instagramável” que deverá garantir diversas fotos e publicações nas redes sociais.

O espaço terá ainda um playground, brinquedos em círculo, um circuito de salto ajustável de acordo com o porte do animal, além de um bebedouro especial para que os pets possam se hidratar. O equipamento contará também com uma área de convivência de pergolado, com bancos e mesas, que poderá receber eventos e até mesmo campanhas de vacinação e adoção de animais, por exemplo.

Fonte.https://www.novaiguacu.rj.gov.br/

Nova Iguaçu realiza Dia D Vacinação contra a gripe

A Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu (Semus) vai fazer, neste sábado (13), uma grande mobilização para participar do Dia D de Vaci...