sábado, 8 de fevereiro de 2020

Professor paquistanês condenado à morte por ensinar lição sobre os direitos das mulheres








A culpa dele foi a de ensinar os direitos das mulheres a seus alunos. Estamos falando de Junaid Hafeez, 33, um ativista paquistanês e de direitos humanos, que foi condenado por blasfêmia em 21 de dezembro do ano passado. Agora, uma petição pede sua salvação.

Um caso emblemático como o de Hafeez mostra como a lei da blasfêmia costuma ser um pretexto para silenciar as pessoas que se sentem desconfortáveis e lutam pelos direitos humanos, especialmente os direitos das mulheres.
O professor universitário é acusado pelo tribunal paquistanês de ter difundido posições blasfemicas em relação à fé muçulmana, de ter ofendido o Profeta Maomé nas redes sociais e de “ter ensinado assuntos como os direitos das mulheres em seu país”, diz na petição apresentada por Helen Haft, pesquisadora dos EUA no Change.org.
Junaid Hafeez foi preso em 2013 e está em isolamento desde então. Seu advogado, Rashid Rehman, foi morto em 2014 por decidir defendê-lo
Agora, “Não desligue o professor Junaid Hafeez” é o aplicativo assinado por mais de mil pessoas. O professor ensinou na Universidade Bahauddin Zakariya em Multan, uma cidade localizada no centro do Paquistão na região de Punjab. Depois de retornar do Mississippi para o Paquistão, onde passou uma estadia acadêmica como bolsista da Fulbright, Junaid queria ensinar literatura aos alunos, mas também o conceito de justiça social relacionado aos direitos das mulheres.
“Junaid e eu participamos do programa de intercâmbio acadêmico da Fulbright. Dias antes de conhecer sua sentença de morte, ele publicou um artigo sobre blasfêmia no Paquistão ”, escreve Helen Haft na petição.
Mas a petição também pede a abolição da lei de blasfêmia no Paquistão, que
“É uma ferramenta que pode ser usada contra qualquer pessoa a qualquer momento. As leis impedem as pessoas de falar não apenas sobre religião, mas também sobre questões como os direitos das mulheres. As leis até o momento silenciaram ativistas dos direitos das mulheres, direitos humanos, jornalistas, professores e cidadãos comuns. Enquanto minorias religiosas, dissidentes políticos, pensadores livres e intelectuais são frequentemente alvejados, as primeiras vítimas são os próprios muçulmanos “.

Pastelaria chinesa no RJ usou carne de cachorro como recheio







Resultado de imagem para pasteis fritos

Caso faz parte de uma série de investigações sobre o uso de trabalho escravo de pessoas aliciadas na China.

Uma investigação do Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro identificou uma pastelaria no Rio de Janeiro onde cachorros que haviam sido mortos a pauladas eram congelados para a produção de recheios para pastéis e outros salgados. A lanchonete ficava em Parada de Lucas, na zona norte da capital fluminense, e era comandada por chineses. De acordo com o depoimento do dono do estabelecimento, que já cumpre pena no Complexo de Gericinó, o uso de carne de cães na produção de pastéis é prática comum em lanchonetes chinesas espalhadas pela cidade. As informações são do jornal O Globo.
Em depoimento, o dono da lanchonete chegou a dizer que não sabia que o abate de cachorro era proibido no Brasil. Mais tarde, porém, ele admitiu que sabia da ilegalidade e que recolhia os animais nas ruas da zona norte.
Segundo a procuradora Guadalupe Louro Couto, a descoberta foi em 2013 e causou angústia em toda equipe de fiscalização. "Já vi muita coisa ruim, principalmente em trabalho que realizei em fazendas do Mato Grosso. Mas o que eu encontrei naquela pastelaria foi o pior de tudo. Para começar, havia uma cela, como se fosse uma cadeia, com grades e cadeado, montada dentro da lanchonete, onde o trabalhador ficava encarcerado. Além disso, ele convivia com o cheiro dos cachorros mortos, que ficavam ao lado dele. Eu não aguentei. Quando senti o cheiro, comecei a passar mal e pedi para sair do estabelecimento. Ao abrirmos as caixas de isopor, vimos os cachorros congelados. Ficamos perplexos. Foram vários crimes cometidos ali", disse a procuradora ao jornal.
Seus amigos gostam hambúrguer gourmet?
Que tal aprender com um curso online de 2h, focado nas peculiaridades da costela bovina e do salmão? Se curtir, outros 4 especializados neste assunto te esperam (entre mais de mil cursos disponíveis). A mensalidade é baratinha e vale cancelar a qualquer momento.

A pastelaria foi descoberta durante uma operação contra o trabalho escravo envolvendo chineses no Rio de Janeiro. A quadrilha investigada é acusada de aliciar pessoas na província de Guagdong e trazê-las para o Brasil, onde são exploradas em regime de trabalho escravo. Ao todo, três inquéritos que investigam a prática foram abertos em 2013 e encaminhados à Justiça Federal. Segundo o jornal, os chineses são convencidos a vir com propostas de salários de R$ 2 mil, moradia e alimentação de graça. Ao chegar, porém, eles recebem a notícia de que vão trabalhar por três anos sem receber pagamentos em pastelarias da cidade para cobrir as despesas das passagens aéreas.
Os chineses que foram libertados devem receber indenizações dos ex-patrões após acordo feito com o Ministério Público do Trabalho. Algumas vítimas, porém, foram incluídas em programas de proteção à testemunha por causa de ameaças.
Atuação no aeroporto
Segundo a denúncia, a quadrilha tem acesso a áreas privativas do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão. A Polícia Federal, responsável pelo setor de imigração, disse que não comenta investigações em andamento. Segundo uma das vítimas, um intérprete do consulado chinês seria um dos comerciantes do esquema. Questionado, o consulado disse que não disponibiliza tradutores para depoimentos à polícia ou à Justiça.
O caso da pastelaria em Parada de Lucas foi o que deu início às investigações em 2013, quando o MPT denunciou o chinês Van Ruilonc, de 32 anos, dono do estabelecimento. Segundo a vítima de Ruilonc, ao chegar ao Rio, um homem pegou seus documentos e "superando as restrições de imigração, promoveu-lhe a entrada em território nacional". Além de ficar presa, a vítima recebia pauladas e chibatadas, além de queimaduras com cigarros. Atualmente, o trabalhador está no programa especial de proteção à testemunha e seu algoz foi condenado a oito anos e seis meses de prisão.
O segundo inquérito foi aberto em 2014, quando o MPT foi informado de que um adolescente chinês havia fugido de uma pastelaria em Itaguaí. O dono do estabelecimento investigado possuiu mais dez lojas no estado. Já a terceira investigação, iniciada em abril deste ano, apura suposto caso de trabalho escravo em uma pastelaria de Copacabana. "O estabelecimento tinha 12 funcionários, dos quais três eram chineses. Eles recebiam tratamento diferente. Ao contrário dos brasileiros, não tinham salário e trabalhavam todos os dias", disse a procuradora Juliana Mobelli.
Os donos dos estabelecimentos devolveram os passaportes dos empregados e se comprometeram a regularizar a situação trabalhista.
Crimes com requintes de crueldadeCrimes com requintes de crueldade : ciúmes, magia negra, perseguição.


Vamos preservar nossos livros

A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas sentadas, texto que diz "Aqueles que começarem a queimar livros, , logo acabarão queimando pessoas. Heinrich Heine"

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Jornal Nacional dá o braço a torcer e noticia a indicação de Democracia em Vertigem ao Oscar

Petra JN

A Rede Globo deu o braço a torcer e fez uma matéria detalhada da indicação ao Oscar do documentário Democracia em Vertigem, da diretora Petra Costa. O filme teve destaque no Jornal Nacional em longa matéria exclusiva e com uma entrevista com a diretora. O jornal ainda mencionou a participação do fotógrafo Ricardo Stuckert e o ineditismo da indicação brasileira ao prêmio máximo do cinema americano.

 A Rede Globo finalmente deu o braço a torcer e fez uma matéria detalhada da indicação ao Oscar do documentário Democracia em Vertigem, da diretora Petra Costa. 
O filme teve destaque no Jornal Nacional em longa matéria exclusiva e com uma entrevista  com a diretora. O jornal ainda mencionou a participação do fotógrafo Ricardo Stuckert e o ineditismo da indicação brasileira ao prêmio máximo do cinema americano.
O jornal afirmou ainda que o filme de Petra está sendo acusado de ser "petista" em sua "versão" dos fatos e perguntou à cineasta sobre essa percepção. Petra respondeu que discorda e que critica o PT em alguns trechos do filme. 
O jornal fez questão de destacar que o documentário traz a visão "pessoal" da diretora, que conta do seu ponto de vista os fatos que foram se sucedendo no entorno do impeachment sem crime da ex-presidenta Dilma Rousseff. 


Burro Obrigado a Beber Cerveja Pelo Nariz Gera Indignação Na Internet


 

Um vídeo, onde podemos ver um burro chamado Muñeco, tornou-se viral pelos piores motivos. As imagens mostram a dona a obrigar o animal a beber cerveja pelo nariz para festejar a vitória numa corrida do festival del Mango, na Colômbia. Este é um festival anual onde decorre uma corrida de burros. Na edição deste ano, Muñeco foi o vencedor da corrida e a dona recebeu 150 mil pesos colombianos (cerca de 40 euros).

Foi Jonatan Tatan que divulgou o momento em que a dona do animal decidiu obrigá-lo a beber cerveja. Como Muñeco se recusou a beber, a dona meteu-lhe a garrafa numa das narinas. Perante a repercussão do caso, a dona de Muñeco pediu desculpa e garantiu que não vai voltar a acontecer.

O governador local, Nicolás García Bustos, também reagiu e escreveu no Twitter que: “não é possível que, enquanto no governo promovemos a criação do Instituto de Bem-Estar e Proteção dos Animais, esses atos sejam apresentados no Departamento. Rejeitamos qualquer atividade que envolva abusos a animais”.

Fonte. https://www.funco.biz/b



As caras do acampamento indígena em Brasília


10 fotos

Acampamento Terra Livre, que começou nesta quarta-feira, reúne milhares de indígenas de todo o país na capital federal







Acampamento Terra Livre










Janio Kaiowá, 22, do Mato Grosso do Sul: "A gente sempre vai defender o que é nosso. E sem território, não tem saúde, não tem educação. Acho que esse governo está sendo muito radical, mas nós não vamos desistir de lutar".
1Janio Kaiowá, 22, do Mato Grosso do Sul: "A gente sempre vai defender o que é nosso. E sem território, não tem saúde, não tem educação. Acho que esse governo está sendo muito radical, mas nós não vamos desistir de lutar".
Ananjara Terena, 28, do interior de São Paulo: "As mulheres são esquecidas, dizem que a gente não pode participar das reuniões, que temos que ficar em casa. Queremos discutir isso também".
2Ananjara Terena, 28, do interior de São Paulo: "As mulheres são esquecidas, dizem que a gente não pode participar das reuniões, que temos que ficar em casa. Queremos discutir isso também".
Bitaté Uru Eu Wau Wau, 18, de Rondônia: "Depois que esse presidente se elegeu, a nossa situação que já era grave, ficou ainda pior. O enfraquecimento da Funai faz parte da estratégia".
3Bitaté Uru Eu Wau Wau, 18, de Rondônia: "Depois que esse presidente se elegeu, a nossa situação que já era grave, ficou ainda pior. O enfraquecimento da Funai faz parte da estratégia"
Evanilda Terena, 37, do Mato Grosso do Sul: "Sou professora, pedagoga e coordenadora do movimento de mulheres indígenas do Mato Grosso do Sul. Como mulher, posso dizer que a saúde é a nossa pauta mais importante. As mães ficam em casa, porque precisam cuidar dos filhos doentes. Por isso estamos aqui. Só que com esse governo não tem conversa. Dizem que os terena têm mais coragem, mas não é coragem, é necessidade".
4Evanilda Terena, 37, do Mato Grosso do Sul: "Sou professora, pedagoga e coordenadora do movimento de mulheres indígenas do Mato Grosso do Sul. Como mulher, posso dizer que a saúde é a nossa pauta mais importante. As mães ficam em casa, porque precisam cuidar dos filhos doentes. Por isso estamos aqui. Só que com esse governo não tem conversa. Dizem que os terena têm mais coragem, mas não é coragem, é necessidade".
Apuã Pataxó, 24, do Maranhão: "Viemos protestar por muitas razões. Até a reforma da Previdência vai interferir nas nossas vidas. Para mim, é uma vergonha falar que dia 19 de abril é dia do índio. Somos índios 24 horas por dia". Apuã vive no Maranhão.
5Apuã Pataxó, 24, do Maranhão: "Viemos protestar por muitas razões. Até a reforma da Previdência vai interferir nas nossas vidas. Para mim, é uma vergonha falar que dia 19 de abril é dia do índio. Somos índios 24 horas por dia". Apuã vive no Maranhão.
Ro'otsitsina Xavante, 34, do Mato Grosso: "A pressão do agronegócio contra as nossas terras já era grande, mas agora tem sido maior. O governo adotou uma estratégia de mapear quem são os índios que pensam como ele, atraiu esses índios e agora dividiu a gente. Existem povos que têm uma expectativa com a monocultura, as grandes plantações, com uso de maquinário pesado. E o que antes era nós, povos indígenas contra o governo, agora é uma parte de nós contra eles".
6Ro'otsitsina Xavante, 34, do Mato Grosso: "A pressão do agronegócio contra as nossas terras já era grande, mas agora tem sido maior. O governo adotou uma estratégia de mapear quem são os índios que pensam como ele, atraiu esses índios e agora dividiu a gente. Existem povos que têm uma expectativa com a monocultura, as grandes plantações, com uso de maquinário pesado. E o que antes era nós, povos indígenas contra o governo, agora é uma parte de nós contra eles".
Doto Takakire Kaiapó, 47, do Pará: "Nossa presença aqui é importante, porque os parentes [como um indígena chama o outro] estão precisando de ajuda. A nossa terra é demarcada, mas a de muitos parentes não é. Vivem dizendo que 'é pouco índio para muita terra', mas são esses poucos índios que fazem o mundo respirar".
7Doto Takakire Kaiapó, 47, do Pará: "Nossa presença aqui é importante, porque os parentes [como um indígena chama o outro] estão precisando de ajuda. A nossa terra é demarcada, mas a de muitos parentes não é. Vivem dizendo que 'é pouco índio para muita terra', mas são esses poucos índios que fazem o mundo respirar".
Txaywnhi Pataxó, 16, da Bahia: "Viemos com muitas reivindicações". "Nosso território não é demarcado, então estamos sem segurança", explicou o cacique Piki Pataxó, 58. "Sabemos que com esse governo vamos sofrer por quatro anos. Mas vamos lutar até o fim".
8Txaywnhi Pataxó, 16, da Bahia: "Viemos com muitas reivindicações". "Nosso território não é demarcado, então estamos sem segurança", explicou o cacique Piki Pataxó, 58. "Sabemos que com esse governo vamos sofrer por quatro anos. Mas vamos lutar até o fim".
Ednaldo do Nascimento Pankararu, 29, de Pernambuco: "Querem acabar com a [Secretaria da] saúde indígena e transferir para o município. Mas a cidade não dá conta nem de quem mora lá. Como vamos fazer? Se acabarem mesmo [com a Sesai], vai ser como nadar e morrer no seco, porque esse é um direito que nós já conquistamos".
9Ednaldo do Nascimento Pankararu, 29, de Pernambuco: "Querem acabar com a [Secretaria da] saúde indígena e transferir para o município. Mas a cidade não dá conta nem de quem mora lá. Como vamos fazer? Se acabarem mesmo [com a Sesai], vai ser como nadar e morrer no seco, porque esse é um direito que nós já conquistamos".
Valdirene Krahô, 40, do Tocantins: "Precisamos de agentes de saúde e professores. E toda vez que reivindicamos, sempre dizem que 'a coisa lá é difícil [se referindo ao Governo Federal]', então viemos aqui para Brasília, para pedir mais de perto".
10Valdirene Krahô, 40, do Tocantins: "Precisamos de agentes de saúde e professores. E toda vez que reivindicamos, sempre dizem que 'a coisa lá é difícil [se referindo ao Governo Federal]', então viemos aqui para Brasília, para pedir mais de perto".Fonte.  , 

























































































































Por que votamos em Hitler









Ao longo da década de 1920, Adolf Hitler era pouco mais do que um ex-militar bizarro de baixo escalão, que poucas pessoas levavam a sério. Ele era conhecido principalmente por seus discursos contra minorias, políticos de esquerda, pacifistas, feministas, gays, elites progressistas, imigrantes, a mídia e a Liga das Nações, precursora das Nações Unidas. Em 1932, porém, 37% dos eleitores alemães votaram no partido de Hitler, a nova força política dominante no país. Em janeiro de 1933, ele tornou-se chefe de governo. Por que tantos alemães instruídos votaram em um patético bufão que levou o país ao abismo?
Em primeiro lugar, os alemães tinham perdido a fé no sistema político da época. A jovem democracia não trouxera os benefícios que muitos esperavam. Muitos sentiam raiva das elites tradicionais, cujas políticas tinham causado a pior crise econômica na história do país. Buscava-se um novo rosto. Um anti-político promoveria mudanças de verdade. Muitos dos eleitores de Hitler ficaram incomodados com seu radicalismo, mas os partidos estabelecidos não pareciam oferecer boas alternativas.


Em segundo lugar, Hitler sabia como usar a mídia para seus propósitos. Contrastando o discurso burocrático da maioria dos outros políticos, Hitler usava um linguajar simples, espalhava fake news, e os jornais adoravam sugerir que muito do que ele dizia era absurdo. Hitler era politicamente incorreto de propósito, o que o tornava mais autêntico aos olhos dos eleitores. Cada discurso era um espetáculo. Diferentemente dos outros políticos, ele foi recebido com aplausos de pé onde quer que fosse, empolgando as multidões. Como escreveu em seu livro "Minha Luta":
Toda propaganda deve ser apresentada em uma forma popular (...), não estar acima das cabeças dos menos intelectuais daqueles a quem é dirigida. (...) A arte da propaganda consiste precisamente em poder despertar a imaginação do público através de um apelo aos seus sentimentos.
Em terceiro lugar, muitos alemães sentiram que seu país sofria com uma crise moral, e Hitler prometeu uma restauração. Pessoas religiosas, sobretudo, ficaram horrorizadas com a arte moderna e os costumes culturais progressistas que surgiram por volta de 1920, época em que as mulheres se tornavam cada vez mais independentes, e a comunidade LGBT em Berlim começava a ganhar visibilidade. Os conservadores sonhavam com restabelecer a antiga ordem. Os conselheiros de Hitler eram todos homens heterossexuais brancos. As mulheres, ele argumentou, deveriam se limitar a administrar a casa e ter filhos. Homens inseguros podiam, de vez em quando, quebrar vitrines de lojas, cujos donos eram judeus, para reafirmarem sua masculinidade.
Em quarto lugar, apesar de Hitler fazer declarações ultrajantes – como a de que judeus e gays deveriam ser mortos -, muitos pensavam que ele só queria chocar as pessoas. Muitos alemães que tinham amigos gays ou judeus votaram em Hitler, confiantes de que ele nunca implementaria suas promessas. Simplista, inexperiente e muitas vezes tão esdrúxulo, que até mesmo seus concorrentes riam dele, Hitler poderia ser controlado por conselheiros mais experientes, ou ele logo deixaria a política. Afinal, ele precisava de partidos tradicionais para governar.
Em quinto, Hitler ofereceu soluções simplistas que, à primeira vista, faziam sentido para todos. O problema do crime, argumentava, poderia ser resolvido aplicando a pena de morte com mais frequência e aumentando as sentenças de prisão. Problemas econômicos, segundo ele, eram causados por atores externos e conspiradores comunistas. Os judeus - que representavam menos de 1% da população total - eram o bode expiatório favorito. Os alemães "verdadeiros" não deviam se culpar por nada. Tudo foi embalado em slogans fáceis de lembrar: "Alemanha acima de tudo", "Renascimento da Alemanha", "Um povo, uma nação, um líder."
Em sexto lugar, as elites logo aderiram a Hitler porque ele prometeu -- e implementou -- um atraente regime clientelista, cleptocrata, que beneficiava grupos de interesses especiais. Os industriais ganharam contratos suculentos, que os fizeram ignorar as tendências fascistas de Hitler.
Em sétimo, mesmo antes da eleição de 1932, falar contra Hitler tornou-se cada vez mais perigoso. Jovens agressivos, que apoiavam Hitler, ameaçavam os oponentes, limitando-se inicialmente ao abuso verbal, mas logo passando para a violência física. Muitos alemães que não apoiavam o regime preferiam ficar calados para evitar problemas com os nazistas.
Doze anos depois, com seis milhões de judeus exterminados e mais de 50 milhões de pessoas mortas na Segunda Guerra Mundial, muitos alemães que votaram em Hitler disseram a si mesmos que não tinham ideia de que ele traria tanta miséria ao mundo. “Se soubesse que ele mataria pessoas ou invadiria outros países, eu nunca teria votado nele ”, contou-me um amigo da minha família. “Mas como você pode dizer isso, considerando que Hitler falou publicamente de enforcar criminosos judeus durante a campanha?”, perguntei. “Eu achava que ele era pouco mais que um palhaço, um trapaceiro”, minha avó, cujo irmão morreu na guerra, responderia.
De fato, uma análise mais objetiva mostra que, justamente quando era mais necessário defender a democracia, os alemães caíram na tentação fácil de um demagogo patético que fornecia uma falsa sensação de segurança e muito poucas propostas concretas de como lidar com os problemas da Alemanha em 1932. Diferentemente do que se ouve hoje em dia, Hitler não era um gênio. Não passava de um charlatão oportunista que identificou e explorou uma profunda insegurança na sociedade alemã.
Hitler não chegou ao poder porque todos os alemães eram nazistas ou anti-semitas, mas porque muitas pessoas razoáveis fizeram vista grossa. O mal se estabeleceu na vida cotidiana porque as pessoas eram incapazes ou sem vontade de reconhecê-lo ou denunciá-lo, disseminando-se entre os alemães porque o povo estava disposto a minimizá-lo. Antes de muitos perceberem o que a maquinaria fascista do partido governista estava fazendo, ele já não podia mais ser contido. Era tarde demais.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Criança entra fardada e com réplica de arma na Câmara dos Deputados

Criança entra fardada e com réplica de arma na Câmara dos Deputados

Para o advogado Ariel de Castro Alves, a situação fere direitos fundamentais da criança, como preservação da imagem e valores

A presença de um garoto de aproximadamente sete anos nas dependências da Câmara dos Deputados chamou a atenção na quarta-feira 5. O garoto usava uma farda similar à da Rotam, unidade operacional de elite das polícias militares, além de portar uma réplica de metralhadora. As informações foram divulgadas pelo Congresso em Foco.
A criança, que posava para fotos com deputados federais, estava acompanhado de seu pai, que não portava identificação, segundo apurou a reportagem, o que também não é permitido na casa legislativa. Junto a eles, estaria um homem de blazer azul e crachá amarelo, que permite acesso à Câmara, mas não ao plenário.
Aparentemente, o uso de farda é algo comum na vida da criança, assim como o contato com réplicas de armas e armas de brinquedo. Em um perfil nas redes sociais, o garoto é visto nestas situações em várias imagens. Também há fotos dele ao lado do presidente Jair Bolsonaro, do deputado federal Carlos Jordy, e do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
O advogado e especialista em direitos da criança e do adolescente, Ariel de Castro Alves, identifica alguns problemas com a situação a qual a criança foi exposta, tomando como base o previsto nos artigos 15, 17 e 18 do Estatuto da Criança e do Adolescente e no artigo 232 da Constituição Federal . “A conduta viola os direitos fundamentais da criança, como o direito à dignidade, ao respeito, preservação da imagem e dos valores. Ela [a criança] não pode ser submetida a tratamento vexatório, humilhante ou constrangedor, o que configura crime previsto no ECA. Os pais ou responsáveis, ou outros adultos que estejam estimulando essa atuação e exposição  podem ser punidos”, atesta. O artigo 232 da Constituição prevê detenção de seis meses a dois anos a quem submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento.
Há ainda outras ilegalidades, como também aponta o advogado. O Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/2003) proíbe a fabricação, venda ou comercialização de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo.
“Essas violações aos direitos da criança não poderiam ocorrer em nenhum lugar, principalmente no congresso nacional que, por ser responsável pelas leis, deveria dar exemplo em cumpri-las”, critica.

Nova Iguaçu realiza Dia D Vacinação contra a gripe

A Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu (Semus) vai fazer, neste sábado (13), uma grande mobilização para participar do Dia D de Vaci...