sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Salvem o porteiro! Já!

"Independentemente dos motivos que o levaram a fazer os registros escritos e confirma-los nos depoimentos, ele não pode ficar à mercê dos milicianos do Rio de Janeiro. Precisa receber proteção efetiva do Estado", defende o jornalista Marcelo Auler ao escrever sobre a denúncia que conecta Jair bolsonaro aos suspeitos do assassinato da vereadora Marielle Franco.

Por Marcelo Auler, em seu Blog e para o Jornalistas pela Democracia
Ninguém duvida que no Condomínio Vivendas da Barra há moradores milicianos. A quantidade deles ainda está por ser apurada, mas que existem, não resta dúvida.
Milicianos, no Rio de Janeiro, a história tem demonstrado, são capazes de tudo. Normalmente, esse tudo sempre se dá ao arrepio da lei. Ou seja, dentro da criminalidade.
No dia 14 de março de 2018, portanto muito antes de se iniciar a disputa eleitoral do ano passado, o porteiro do Condomínio Vivendas da Barra, na Av. Lúcio Costa, Barra da Tijuca (RJ), no estrito cumprimento de suas funções, registrou no livros e/ou fichas de controle dos acessos ao condomínio, o ingresso do Logan placa AGH 8202, tendo como destino a casa de número 58. O registro mostra que o ingresso do carro, dirigido por Élcio Vieira, ocorreu às 17h10.
Certamente, ao cumprir estritamente seu dever profissional, ele jamais imaginaria que o ocupante daquele carro, horas depois, às 21h30, do outro lado do Maciço da Tijuca, a quilômetros de distância dali, participaria do assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSO e de seu motorista, Anderson Gomes. Talvez o porteiro nem soubesse quem era Marielle.
Sem poderes premonitórios, o funcionário do condomínio também jamais preveria que, sete meses e meio à frente, em 28 de outubro do mesmo ano, o morador da casa 58, Jair Messias Bolsonaro, se elegeria o 38º presidente da República, com 55 milhões de votos. Portanto, ele não tinha motivo algum para registrar erroneamente a entrada daquele carro
Muito provavelmente, entre os milhões de eleitores do “mito” pode estar o porteiro que, na tarde daquela quarta-feira (14 de março), cumprindo seu dever, registrou o ingresso do Logan, transportando um futuro assassino, que anunciou como destino a casa onde morava o futuro presidente da República.
A hipótese de erro no registro acabou afastada quando o referido porteiro, em 7 e 9 de outubro passado, ao prestar depoimentos na Delegacia de Homicídios do Rio, confirmou os dados. Tal como notiuciou o Jornal Nacional, da TV Globo, em 29 de outubro, nos depoimentos esclareceu ter ligado duas vezes para a casa 58 – de Bolsonaro – falando com o “Seu. Jair”,
Na primeira ligação recebeu autorização para deixar o carro entrar. Na segunda, questionou o fato de o visitante – Élcio Vieira, como consta do registro – ter ido para a casa 66 e não para a 58. Então, segundo o depoimento, “Seu Jair” disse que “sabia para onde Élcio estava indo”.Com base no registro de entrada do carro com destino à casa 58 e nos depoimentos do porteiro na Delegacia de Polícia, a TV Globo, no seu papel de informar, deu divulgação ao f

Com base no registro de entrada do carro com destino à casa 58 e nos depoimentos do porteiro na Delegacia de Polícia, a TV Globo, no seu papel de informar, deu divulgação ao furo obtido por seus repórteres. Fez o seu papel.
Sem dúvida, como pontuou Luís Nassif – Se fizer jornalismo, a Globo conseguirá ressuscitar a denúncia – poderia ter trabalhado melhor a notícia, evitando dar margens a desmentidos. Mas, acostumada aos vazamentos da Lava Jato – que “transformou a imprensa em mera publicadora de releases”, como salientou Nassif -, levou ao ar o que recebeu. Não buscou detalhes que comprovassem ou desmentissem os fatos. Como, por exemplo, a inexistência de interfones naquele condomínio, informação importante dada por uma fonte ao mesmo Nassif.
A divulgação pela TV Globo levou o Ministério Público do Rio, através de três promotoras – Simone Sibilio do Nascimento, Letícia Emile Alqueres Petriz e Carmem Elza Bastos de Carvalho, do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – açodadamente concluir que “o porteiro mentiu!”, tal como vários sites e jornais divulgaram.
Estranha a pressa com que as três promotoras – entre as quais Carmem de Carvalho, que como Leandro Demori divulgou no The Intercept (Urgente: a promotora do caso Marielle precisa ser afastada) é uma declarada eleitora de Bolsonaro – correram a querer desmentir o porteiro, antes mesmo de ouvi-lo novamente (lembremos, os depoimentos foram prestados à polícia).
Mais estranho ainda na entrevista convocada para duas horas depois da apresentação dos quesitos aos peritos – veja abaixo cronograma do caso – é se verificar que o MP-RJ já falhou ao só recolher os registros de entrada no condomínio dia 5 passado. Sem falar que não se sabe os horários de saída desses visitantes: há registros? Onde? O que dizem?
Respaldaram-se em um laudo pericial que confirmava ser a voz de Lessa, no áudio entregue pelo Condomínio à Polícia Civil. Gravação esta que ficou por cerca de um mês parada entre a polícia e o MP-RJ, sem ser analisada a contento. A perícia, como se constatou, foi pedida uma hora antes da entrevista em que as promotoras desmentem o porteiro. Garantiu apenas não ter havido adulteração no que lhe foi mostrado, confirmando ali a voz de Lessa.
Como muito já se falou, inclusive em recente matéria do El País – Perícia incompleta em áudios do condomínio de Bolsonaro expõe nova falha em caso Marielle – os peritos não tiveram acesso a tudo, a começar pelo HD completo do sistema de comunicação entre a portaria e os moradores do condomínio. Sem isto, ficam sem respostas questões básicas, como a possibilidade de terem substituído gravações do sistema.
Poderiam, ainda, a partir do cadastro de entrada de visitantes do condomínio apreendido no dia 5 de outubro, conferir as gravações do sistema daquele dia com a lista de visitantes que passaram pela portaria. O registrado no papel confere com o que se encontra nos áudios?
Sem uma perícia completa não se sabe, por exemplo, se é verdadeira a informação passada pela fonte a Luís Nassif da inexistência de interfones no condomínio. Se, como informou a fonte, ligações são feitas para celulares dos moradores, nada impediria de Jair Bolsonaro, mesmo em Brasília, ter sido procurado pelo porteiro na tarde do dia 14 de março de 2018.
Caso fique comprovado que a comunicação também ocorre por meio do celular do proprietário, a decisão da Procuradoria Geral da República de arquivar a Notícia de Fato levada ao Supremo pelo Ministério Público do Rio, pode se mostrar também precipitada. Afinal, foi tomada com base na dedução de que estando na Câmara dos Deputados, em Brasília, o dono da casa 56 não poderia ter falado com o porteiro. Será?
Há, porém, outro detalhe que parece passar desapercebidos por todos. Como já se disse, sem a perícia completa no sistema de comunicação da portaria do condomínio com as residências do mesmo, não se pode atestar se houve ou não enxerto de gravações.
A perícia foi feita em um único áudio, teoricamente registrado naquela mesma data. Peritos confirmaram que a voz era de Lessa, o suspeito da morte de Marielle, morador da casa 66. Mas com quem ele falou nesse áudio? Foi o mesmo porteiro ouvido pela polícia, ou outro funcionário do condomínio? A final, o laudo pericial especifica apenas que houve “identificação positiva para Ronnie Lessa”. E seu interlocutor, quem era? O mesmo porteiro que fez o registro no papel?
Repetindo-se o que se disse acima, “ninguém duvida que no Condomínio Vivendas da Barra há moradores milicianos (…) Milicianos, no Rio de Janeiro, a história tem demonstrado, são capazes de tudo. Normalmente, esse tudo sempre se dá ao arrepio da lei. Ou seja, dentro da criminalidade”.
Logo, diante de todo este emaranhado de versões, é fundamental que se salve o porteiro. Independentemente dos motivos que o levaram a fazer os registros escritos e confirma-los nos depoimentos, ele não pode ficar à mercê dos milicianos do Rio de Janeiro. Precisa receber proteção efetiva do Estado.
Afinal, sem que nada mais tivesse feito a não ser o estrito cumprimento de suas funções na portaria e, independentemente de sua vontade, foi colocado no olho do furacão.
Ele estava em férias. A esta altura, deve estar desempregado pois ele próprio não deverá mais querer privar da companhia de determinados moradores do Condomínio Vivendas da Barra. Sem falar que o próprio condomínio pode estar pensando em demiti-lo.
Mais uma vez lembrando Nassif, no caso do impeachment de Fernando Collor, o motorista Eriberto França, cujo depoimento foi essencial, na época foi colocado sob segurança por iniciativa da redação da revista Isto É.
Mais do que o possível desemprego, o porteiro do Vivendas da Barra passa a ter a sua vida e a de seus familiares em risco. O Estado tem a obrigação de protege-lo. Já. Imediatamente.

Cronologia do caso do porteiro

  • 22/01/2019 – Mulher de Ronnie Lessa manda msg com folha de registros de entradas no condomínio em 14 de março de 2018 com a recomendação: “avise ao Élcio!”. Ali consta Élcio Vieira Queiróz;
  • 24/01/2019 – Lessa e Queiróz são ouvidos na Delegacia de Homicídios sobre a morte de Marielle;
  • 12/03/2018 – Prisão de Élcio Vieira Queirós e Ronnie Lessa, como suspeitos da execução de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes;
  • ??/10/2019 – MP-RJ recebe resultado da perícia do celular de Lessa e constata folha de registros de entrada no Condomínio Vivendas da Barra enviada pela mulher dele em janeiro;
  • 04/10/2019 – Ronnie Lessa, em depoimento à Justiça, confirma que recebeu Élcio Queiróz em sua casa no dia 14 de março de 2018;
  • 4/10/2019 – MP-RJ pede à Justiça busca e apreensão na portaria do Vivendas da Barra;
  • 05/10/2019 – Busca e apreensão no condomínio para resgatar planilha de controle de entrada de visitantes;
  • 07/10/2019 – Porteiro é ouvido pela primeira vez na Delegacia de Homicídios e revela que visitante anunciou ir à casa 58, de Jair Bolsonaro;
  • 07/10/2019 – Síndico entrega mídia com gravações das conversas à Polícia Civil;
  • 09/10/2019 – Porteiro é reinterrogado na Delegacia de Homicídio e mantém o depoimento anterior;
  • 09/10/2019 – Segundo Bolsonaro, Witzel lhe informa do depoimento do porteiro;
  • 10/10/2019  Consulta a Dias Toffoli no STF sobre menção a Bolsonaro;
  • 15/10/2019 – MP-RJ recebe gravações entregue pelo síndico à Polícia Civil;
  • 29/10/2019 – Reportagem do Jornal Nacional de terça-feira (29) revela depoimentos do porteiro;
  • 30/10/2019, às 10h40m – O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) publicou no Twitter um vídeo em que acessa os registros da data do crime no sistema;
  • 30/10/2019, às 13h05m – MP-RJ protocola os quesitos para a perícia responder, através do ofício de nº 996/2019, assinado pela coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) Simone Sibílio;
  • 30/10/2019, 14h14m – MP-RJ convoca entrevista coletiva sobre o caso;
  • 30/10/2019, às 15h30 – Em coletiva, promotoras desmentem porteiro com base em perícia do áudio da gravação da portaria com o morador Ronnie Lessa; não informam de qual porteiro era a voz na portaria;
  • 31/10/2019 – Luís Nassif, no Jornal GGN informa que o condomínio não usa interfone. Ligações da portaria são para telefones fixos das residências ou celulares; no caso da casa 58, de Bolsonaro, ligações são para o celular dele;

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Fonte. Brasil 247 

Febre amarela: sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção


    Febre amarela é uma doença infecciosa causada por um vírus transmitido picada dos mosquitos infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. Seus sintomas iniciais são febre com calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores musculares, vômitos e fraqueza. A doença tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação.


    Ciclo de transmissão da febre-amarela

    O que é febre amarela?

    A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano.
    O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa.
    A febre amarela tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.
    É uma doença de notificação compulsória imediata, ou seja, todo evento suspeito (tanto morte de primatas não humanos, quanto casos humanos com sintomatologia compatível) deve ser prontamente comunicado, em até 24 horas após a suspeita inicial, às autoridades locais competentes pela via mais rápida (telefone, fax, email, etc). Às autoridades estaduais de saúde cabe notificar os eventos de febre amarela suspeitos ao Ministério da Saúde.
    Atualmente, a febre amarela silvestre (FA) é uma doença endêmica no Brasil (região amazônica). Na região extra-amazônica, períodos epidêmicos são registrados ocasionalmente, caracterizando a reemergência do vírus no País.
    O padrão temporal de ocorrência é sazonal, com a maior parte dos casos incidindo entre dezembro e maio, e com surtos que ocorrem com periodicidade irregular, quando o vírus encontra condições favoráveis para a transmissão (elevadas temperatura e pluviosidade; alta densidade de vetores e hospedeiros primários; presença de indivíduos suscetíveis; baixas coberturas vacinais; eventualmente, novas linhagens do vírus), podendo se dispersar para além dos limites da área endêmica e atingir estados das regiões Centro.
    IMPORTANTE: Qualquer pessoa não vacinada, independentemente da idade ou sexo, que se exponha em áreas de risco e/ou com recomendação de vacina. É fundamental cobertura vacinal da população em todo o território nacional, esta é a principal forma de prevenir a febre amarela.

    Quais são os sintomas da febre amarela?

    clique para ampliar
    Os sintomas iniciais da febre amarela são:
    • início súbito de febre;
    • calafrios;
    • dor de cabeça intensa;
    • dores nas costas;
    • dores no corpo em geral;
    • náuseas e vômitos;
    • fadiga e fraqueza.
    A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença.
    Depois de identificar alguns desses sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas, e se você observou mortandade de macacos próximo aos lugares que você visitou, assim como picadas de mosquito. Informe, ainda, se você tomou a vacina contra a febre amarela, e a data.
    Se você identificar macacos mortos na região onde vive ou está, informe imediatamente as autoridades sanitárias do município ou estado, de preferência, diretamente para a vigilância ou controle de zoonoses. 
    O Ministério da Saúde, através da Secretaria de Vigilância em Saúde, elabora normas e coordena as ações de vigilância e controle da doença. Também auxilia os estados e municípios na implementação e manutenção dessas ações, supervisiona as atividades e fornece a vacina contra a febre amarela.
    IMPORTANTE: Os macacos não transmitem a febre amarella! Eles são importantes sentinelas para alerta em regiões onde o vírus da Febre Amarela está circulando. Marcacos mortos são analisados em examas específicos para detectar se a causa morte foi Febre Amarela, o que aciona o alerta de cuidado com as pessoas 

    Quais são as complicações da febre amarela?

    Em casos graves, a pessoa infectada por febre amarela pode desenvolver algumas complicações, como:
    • febre alta;
    • icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos);
    • hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal);
    • eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.
    IMPORTANTE: Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer. Assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata.

    Como a febre amarela é transmitida?

    O vírus da febre amarela é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados. A doença não é passada de pessoa a pessoa. A série histórica da doença no Brasil tem demonstrado maior frequência de ocorrência de casos humanos nos meses de dezembro e maio, como um padrão sazonal.
    Esse fato ocorre principalmente no verão, quando a temperatura média aumenta na estação das chuvas, favorecendo a reprodução e proliferação de mosquitos (vetores) e, por consequência o potencial de circulação do vírus.
    Os vetores silvestres têm hábito diurno, realizando o repasto sanguíneo durante as horas mais quentes do dia, sendo os vetores dos gêneros Haemagogus e Sabethes, geralmente, mais ativos entre às 9h e 16h da tarde.
    Há dois diferentes ciclos epidemiológicos de transmissão:
    • silvestre;
    • urbano.
    Apesar desses ciclos diferentes, a febre amarela tem as mesmas características sob o ponto de vista etiológico, clínico, imunológico e fisiopatológico.
    No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não humanos (macacos) são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus e os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes na América Latina. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata.
    No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados.
    Infográfico ciclo de transmissao da febre amarela
    A pessoa apresenta os sintomas iniciais da febre amarela de 3 a 6 dias após ter sido infectada.
    IMPORTANTE: O ciclo da doença atualmente é silvestre, com transmissão por meio de vetor (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes no ambiente silvestre). O último caso de febre amarela urbana foi registrado no Brasil em 1942 e todos os casos confirmados desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão.

    Como é feito o tratamento da febre amarela?

    O tratamento da febre amarela é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado.
    Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para reduzir as complicações e o risco de óbito. Medicamentos salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que o uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas.
    O médico deve estar alerta para quaisquer indicações de um agravamento do quadro clínico.

    Como é feito o diagnóstico da febre amarela?

    Somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a febre amarela.
    No caso de qualquer um dos sintomas da doença, procure imediatamente uma unidade de saúde para avaliação médica adequada. O profissional fará os exames necessários para diagnosticar a doença, assim como sua gravidade, para escolher a melhor forma de tratamento.

    Como prevenir a febre amarela?

    Frasco dose vacina febre amarela
    A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da febre amarela. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta vacina contra febre amarela para a população. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
    Toda pessoa que reside em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e pessoas que vão viajar para essas áreas deve se imunizar.
    A vacina, que é administrada via subcutânea, está disponível durante todo o ano nas unidades de saúde e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco, principalmente, para os indivíduos que são vacinados pela primeira vez.
    A vacinação para febre amarela é ofertada na rotina dos municípios com recomendação de vacinação
    IMPORTANTE: A vacina é feita a partir do vírus vivo atenuado, isso quer dizer que existe uma pequena chance de desenvolver a doença no entanto ela existe na proporção de 1 reação adversa para cada 400 mil doses de vacinas aplicadas segundo as referências científicas existentes.
    Em áreas as áreas consideradas de maior risco de exposição como matas, florestas, rios, cachoeiras, parques e o meio rural, utilizar roupas recomenda-se que medidas de proteção individual sejam adotadas, principalmente para quem tem alguma contraindicação para receber a vacina como: usar repelente de insetos de acordo com as indicações do produto; proteger a maior extensão possível de pele através do uso de calça comprida, blusas de mangas compridas e sem decotes, de preferência largas, não coladas ao corpo, meias e sapatos fechados; evitar na medida do possível o deslocamento para áreas rurais e, principalmente, adentrar em matas, seja a trabalho ou turismo; passar o maior tempo possível em ambientes refrigerados, uso de mosquiteiros e telas nas janelas.
    Atenção às crianças menores de 9 meses de idade, pois não irão receber a vacina, devendo utilizar-se repelente de acordo com as orientações de faixa etária de cada produto, bem como utilizar mosquiteiros e ou ambiente protegido.
    Além da vacina, deve-se manter os cuidados para evitar a proliferação dos mosquitos, mantendo as casas e as ruas limpas sem acúmulo de água parada, habitat ideal para reprodução dos vetores.
    Locais que têm matas e rios, onde o vírus e seus hospedeiros e vetores ocorrem naturalmente, são consideradas como áreas de risco. No Brasil, no entanto, a vacinação é recomendada para as pessoas a partir de 9 meses de idade conforme orientações para vacinação e que residem ou se deslocam para os municípios que compõem a Área Com Recomendação de Vacina.

    Eventos adversos pós-vacinação

    Os eventos adversos são possíveis reações após a vacinação da febre amarela. Os mais comuns relatados segundo estudos são: reações de hipersensibilidade, e as manifestações da própria doença com o desenvolvimento dos sinais e sintomas observados.
    A ocorrência de morte em até 30 dias após a vacinação deve ser investigada para confirmação se foi ou não relacionada ao uso da vacina.
    Todo evento adverso deve ser investigado e tratado da mesma forma que os casos suspeitos de Febre Amarela. Se qualquer pessoa vacinada desenvolver os sinais e sintomas comuns para doença em até 15 dias após a vacinação, deve rapidamente procurar o serviço de saúde mais próximo para atendimento.

    Doação de sangue após a vacinação

    Após 28 dias da vacina, as doações de sangue podem ser realizadas. Sugere-se que antes de tomar a vacina as pessoas procurem um hemocentro ou serviço de coleta para doação, evitando que haja desabastecimento dos estoques de bolsas de sangue.

    Diferença entre a dose fracionada e a dose padrão da vacina

    A diferença está na dosagem e no tempo de proteção. Na dose padrão será aplicado 0,5 mL da vacina febre amarela, enquanto da dose fracionada será aplicado 0,1 mL. O tempo de proteção da dose padrão é para toda a vida, já com a dose fracionada ela tem duração de pelo menos 8 anos. Estudos em andamento continuarão a avaliar a proteção posterior a esse período.

    Quem não deve tomar a vacina contra febre amarela?

    • Crianças menores de 9 meses de idade.
    • Mulheres amamentando crianças menores de 6 meses de idade.
    • Pessoas com alergia grave ao ovo.
    • Pessoas que vivem com HIV e que tem contagem de células CD4 menor que 350.
    • Pessoas em de tratamento com quimioterapia/ radioterapia.
    • Pessoas portadoras de doenças autoimunes.
    • Pessoas submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem a defesa do corpo).

    Como saber se tenho alergia ao ovo?

    Segundo previsto na política nacional de alimentação e nutrição do SUS, os profissionais da atenção básica devem fazer avaliação clínica e orientação nutricional das crianças e adultos identificando alergias alimentares e/ou problemas relacionados à alimentação e nutrição.
    Assim, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde devem fazer a orientação sobre a dieta alimentar mais adequada em cada caso (incluindo a recomendação de não vacinação quando há componentes alergênicos) e caso haja necessidade, os usuários poderão ser encaminhados para um serviço especializado para realização de avaliação complementar e o melhor encaminhamento em cada caso.

    Situação epidemiológica da febre amarela

    Nas duas últimas décadas, foram registradas transmissões de FA além dos limites da área considerada endêmica (região amazônica). Casos humanos e/ou epizootias em PNH ocorridos na Bahia, em Minas Gerais, em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Sul representaram a maioria dos registros de FA no período, caracterizando uma expansão recorrente da área de circulação viral nos sentidos leste e sul do País, que afetou áreas consideradas “indenes” até então, onde o vírus não era registrado há décadas.
    Processos de reemergência do vírus da FA produziram importante impacto na saúde pública, representado pelos mais extensos surtos em humanos e epizootias em PNH pela doença das últimas décadas, sendo que os mais recentes ocorreram entre 1998 e 2003 [do Norte (PA;1998/1999) ao Sudeste (MG; 2002/2003) e Sul (RS; 2002/2003)], e entre 2007 e 2009 [do Norte/Centro-Oeste (2007/2008) ao Sudeste (SP; 2008/2009) e Sul (PR, RS; 2008/2009)].
    A observação de um padrão sazonal de ocorrência de casos humanos a partir da análise da série histórica deu suporte à adoção da estratégia de vigilância baseada na sazonalidade.
    Assim, o período anual de monitoramento da FA inicia em julho e encerra em junho do ano seguinte, de modo que os processos de transmissão que irrompem durante os períodos sazonais (dezembro a maio) possam ser analisados à luz das especificidades de cada evento (Figura 1).
    Figura 1
    Figura 1. Série histórica do número de casos humanos confirmados para FA e a letalidade, segundo o ano de início dos sintomas, Brasil, de 1980 a junho de 2017.
    De tempos em tempos, a febre amarela silvestre reemerge no Brasil, produzindo surtos de magnitude e extensão variáveis.
    Após a expansão da área de circulação viral ocorrida entre 2007 e 2009, quando o vírus atingiu as regiões Sudeste e Sul do país e causou mais de 100 casos da doença, com letalidade de 51%, a reemergência do vírus no Centro-Oeste brasileiro volta a causar preocupação.
    No período de monitoramento 2014/2015, a reemergência do vírus da FA foi registrada além dos limites da área considerada endêmica (região amazônica), manifestando-se por epizootias em PNH confirmadas por critério laboratorial (TO; julho/2014).
    Novos registros de epizootias e casos humanos isolados na região Centro-Oeste (GO, MG, SP) demonstraram o avanço da área de circulação do vírus, novamente percorrendo os caminhos de dispersão nos sentidos sul e leste do país, aproximando-se de grandes regiões metropolitanas densamente povoadas, com populações não vacinadas e infestadas por Aedes aegypti.
    É importante ressaltar que toda esta expansão da circulação do vírus está associada à ocorrência do ciclo silvestre da doença, não havendo nenhum indício da sua urbanização.
    Mais recentemente, no período 2017/2018, foi registrado um dos eventos mais expressivos da história da FA no Brasil. A dispersão do vírus alcançou a costa leste brasileira, na região do bioma Mata Atlântica, que abriga uma ampla diversidade de primatas não humanos e de potenciais vetores silvestres e onde o vírus não era registrado há décadas.
    Figura 4
    Reemergência da Febre Amarela no Brasil, período de 2014 a 2018.
    Em 2017, após a redução da incidência da doença no inverno, a retomada da transmissão do vírus tem sido observada em áreas/regiões afetadas durante o final do último surto (2016/2017), indicando o potencial para dispersar para outras áreas sem histórico de circulação do vírus e com populações de mosquitos silvestres e PNH. Nesse sentido, a Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS/MS iniciou em novembro/2017 o monitoramento sazonal da Febre Amarela, no qual vem publicando boletins semanais com a atualização dos casos humanos e epizootias em PNH notificados no País.
    Informes de Febre Amarela
    Cenário internacional da Febre Amarela
    Publicações sobre Febre Amarela

    Viajantes e a febre amarela

    O Ministério da Saúde recomenda a vacina Febre Amarela (atenuada) para toda a população que viaja para Áreas Com Recomendação de Vacina (ACRV). A vacina está disponível em qualquer unidade básica de saúde (Postos de Saúde do SUS) e deve ser aplicada pelo menos 10 dias antes do deslocamento, para garantir o desenvolvimento da imunidade. Após a vacinação, é fornecido o Cartão Nacional de Vacinação, que deve ser conservado como documento pessoal.

    Viagens nacionais

    Recomenda-se a vacina contra febre amarela (atenuada) para toda a população a partir dos 9 meses de idade que se desloca da área sem recomendação de vacina (ASRV) para a área com recomendação da vacina (ACRV). Como os anticorpos protetores contra o vírus são produzidos entre o 7º e 10º dia após a administração da vacina, ela deve ser realizada no mínimo 10 dias antes da viagem, para que a pessoa seja considerada protegida. Uma dose confere proteção por toda vida.
    Além da vacina, outras medidas de proteção individual devem ser levadas em consideração, como o uso de calças e camisas de manga longa e de repelentes contra insetos.

    Viagens internacionais

    Por ocasião de viagem internacional, conforme disposto no RSI (2005) alguns países podem exigir a comprovação da vacinação contra febre amarela para entrada em seu território. Esta comprovação é feita por meio do Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP) emitido, no Brasil, por serviços públicos e privados cadastrados pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para este fim.
    Segundo a atualização do anexo 7 do RSI (2005), uma única dose de vacina de febre amarela é necessária para conferir proteção ao longo da vida da pessoa vacinada. Assim, o CIVP passa automaticamente a ter validade por toda vida, não sendo necessário receber doses de reforço para emissão do certificado nem emissão de um novo CIVP para aqueles que já o possuem.
    No entanto, para a emissão do CIVP é fundamental que o lote da vacina de febre amarela esteja corretamente registrado no comprovante de vacinação do viajante, pois este certificado somente será emitido para as vacinas aprovadas pela OMS.

    Nova Iguaçu realiza Dia D Vacinação contra a gripe

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