terça-feira, 7 de julho de 2015

Ex-alcoólatra, pastora tatuada e boca-suja cria igreja para renegados nos EUA



Nadia Bolz Weber
Nadia Bolz Weber é criadora da Casa para Todos os Pecadores e Santos, em Denver, nos EUA
Na Casa para Todos os Pecadores e Santos na cidade americana de Denver, uma desbocada pastora luterana fã de tatuagens, que já foi pagã, alcoólatra e comediante, está reinventando a igreja.
Nadia Bolz Weber chama a atenção instantaneamente. Tem 1,85m de altura, cabelos pretos e grisalhos curtos, batom rosa forte e braços descobertos, torneados por horas de academia.
E são nos braços que estão sua marca: as tatuagens. Imagens coloridas, cheias de detalhes. Um observador mais atento não deixa escapar que algumas retratam personagens e cenas da Bíblia.
"Eu tenho imagens de todo o ano litúrgico", diz, apontando para o braço esquerdo.
"Há o anjo Gabriel, Elizabete e Zacarias para o Advento, o Natal, Jesus no deserto para a Quaresma, Sexta-feira Santa e a crucificação, o anjo e as mulheres no sepulcro vazio para a Páscoa e Maria e os apóstolos com chamas em suas cabeças para Pentecostes".
Isso tudo apenas de um lado. Vira-se para mostrar seu braço direito, onde tem uma grande tatuagem de Maria Madalena, seguidora de Jesus que é frequentemente descrita como prostituta.
Ela discorda, sugerindo que os textos na Bíblia seriam mal interpretados e que, como a primeira pessoa a encontrar Jesus depois da ressurreição, "ela é a apóstola dos apóstolos".
Nadia diz que Maria é sua padroeira. "Ela é feroz".
E, finalmente, revela que em suas costas há um "enorme pedaço que é a 'Anunciação-barra-desenho-para-esconder' uma tatuagem realmente horrível que algum viciado fez quando eu estava deitada no apartamento dele, em 1991".
Nadia não pode ser descrita como piedosa. É franca sobre seu passado selvagem e falhas em seu caráter - admite que é difícil ser gentil com as pessoas - e conta histórias que são engraçadas, autodepreciativas e cheias de palavras que podem ser consideradas ofensivas.
Sua autobiografia, publicada em 2013, está cheia do que chama de "linguagem maliciosa" - na verdade, palavrões.
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Nadia celebrou união civil gay após à meia-noite do dia em que tornou-se legal em Denver
Seu caminho para o sacerdócio foi tortuoso - via alcoolismo e comédia stand-up - e ela usa sua história para empolgar outros outsiders a se aproximarem da igreja.
Nadia foi criada em Colorado Springs, na altamente conservadora Igreja de Cristo. "Tive uma educação religiosa muito severa", diz, "fundamentalista, legalista, sectária".
Ela, inclusive, cursou uma das universidades da igreja, Pepperdine, em Malibu, na Califórnia - certamente um dos campi mais lindos do mundo, construído no alto de um rochedo sob o Oceano Pacífico. Mas ela não se lembra muito de seus quatro meses lá. "Eu era uma drogada."
Abandonou a faculdade, mudou-se para Denver, no Colorado. Tornou-se alcoólatra.
"Fui apenas uma garota que não se adaptava. Estava com muita raiva", diz. "Essa raiva me protegia, me salvava de uma maneira - até que eu adicionei drogas e álcool a esta mistura que quase me matou!"
É franca sobre seus dias dormindo por aí, bebendo e se drogando. "Estava perfeitamente feliz com a ideia de que estaria morta aos 30 anos."
Mas, um dia seu, melhor amigo, PJ, se matou. Ela o conhecia do circuito de comédia e seu funeral foi realizado num clube de comédia em Denver, que ela descreve como "cheio de acadêmicos, estranhos e alcoólatras em recuperação".
Nesta época, ela já havia deixado a Igreja de Cristo, e tinha praticado e abandonado o paganismo. Mas ainda acreditava em Deus e, como era a única dos amigos de PJ a ter qualquer fé, foi convidada para discursar em seu funeral.
"Olhei para fora e pensei: 'Estas são minhas pessoas e elas não têm um pastor - e talvez eu realmente tenha sido chamada para ser uma pastora para o meu povo'", diz.
E, assim, pouco depois de frequentar um seminário luterano, ela fundaria a Casa para Todos os Pecadores e Santos, com a missão de levar o evangelho a outros outsiders.
"Tive que começar uma igreja a qual gostaria de frequentar, basicamente porque eu raramente tinha ido a alguma que eu gostava", diz.
"Na verdade, disse ao meu bispo em algum momento durante o processo, 'Olha, você poder me colocar numa paróquia nos arredores de uma pequena cidade, mas você e eu sabemos que seria ruim para todos os envolvidos... Então por que não começar uma?' Ele disse: 'Sim, essa parece uma ideia melhor."
Um terço de sua congregação é gay, lésbica ou transgênera. E eles comemoram o fato. Há até mesmo uma "Ministra das Coisas Fabulosas", uma drag queen chamada Stuart.
Nadia diz que toda congregação deveria ter uma drag queen, e cita como exemplo a ideia que Stuart teve "para encorajar as pessoas a ajudar a financiar a comunidade da qual faziam parte". "Stuart disse: 'Vamos fazer uma camiseta, que na frente tenha os dizeres 'Isso aqui não é de graça', e nas costas 'Então faça o favor de pagar o dízimo, Piranha!'. Você vê o que eu quero dizer? Isso torna a igreja tão mais legal".
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Igreja realiza evento anual de bicicleta
Eles não são donos do edifício da igreja, e rezam em círculo com o altar ao centro. Ela diz que isto é porque muitos jovens que frequentam a igreja têm uma "suspeita de instituições e de autoridade presumida". Ela se identifica claramente com eles.
Compartilham funções e cantam hinos não acompanhados, na tradição à capela que ela trouxe da Igreja de Cristo.
Cerca de 40 deles iam às missas aos domingos, diz. Mas, depois de ter sido retratada no jornal The Denver Post e de ter realizado uma missa ao ar livre na Páscoa, a congregação dobrou num piscar de olhos.
De repente, estava atraindo seguidores não tão jovens, de 65 anos, do subúrbio. Chamou esse processo de "crise de identidade".
"Foi horrível. Olhei ao redor, eu estava tipo, 'Cara, essas pessoas poderiam ir à qualquer igreja protestante da cidade e ver um monte de pessoas que se parecem como elas. Por que elas estão atrapalhando nosso (ninho) estranho?!'", diz.
Ela diz não ter preconceitos sobre identidade ou orientação sexual, e nenhuma paciência com os debates sobre sexualidade que tomam tantas igrejas, incluindo a sua própria denominação luterana. Diz que é porque não lê a Bíblia de forma literal - na verdade, chama essa leitura de idolatria.
Mas enquanto é socialmente progressista, Nadia segue os ensinamentos da tradição ortodoxa luterana.
Graças, em parte, à sua autobiografia, Pastrix: The Cranky Beautiful Faith of a Sinner and Saint (Pastrix: a crença bela e doentia de uma pecadora e uma santa, em tradução literal), que se tornou um best-seller, ela virou uma palestrante procurada nos EUA e fora do país - em igrejas evangélicas tradicionais, entre outras.
"Isso não é divertido? Que eles podem nunca ter convidado uma mulher pregadora e, em seguida, convidam uma que sou eu?! É como se eles tivessem ido de zero para 60", diz.
Não é de surpreender que ela receba convites constantes para participar de reality shows na TV. Mas surpreendente mesmo foi o fato de ter sido sondada se gostaria de se tornar uma bispa.
Diz que não tem intenção de aceitar a oferta - nenhuma delas.

Casal baiano acha boleto com R$ 220 na rua e paga conta de idosa


Sem encontrar a dona do dinheiro, que não tem perfis em redes sociais, o casal foi até o endereço indicado na conta de luz para entregar o comprovante de pagamento.
"Se alguém conhecer esta pessoa, avisa que a conta está paga."
Com esta frase curta, postada no Facebook junto à imagem de uma conta de luz e seu comprovante de pagamento, um casal baiano conseguiu mobilizar uma multidão em torno do paradeiro de uma idosa que perdeu R$ 220 nas ruas de Camaçari, na Bahia.
Cleiton Tavares e Geiza Matos saíam do restaurante onde trabalham quando encontraram o envelope perdido. "Quando vi o dinheiro, brinquei com minha esposa: 'estamos abonados!'", diz Tavares à BBC Brasil. "Mas aí encontramos a conta e percebemos que o dinheiro tinha dono."
Até o fechamento desta reportagem, a postagem já tinha mais de 16 mil curtidas e 17 mil compartilhamentos em menos de três dias. Sem encontrar a dona do dinheiro, que não tem perfis em redes sociais, o casal foi até o endereço indicado na conta de luz para entregar o comprovante de pagamento.
"Ela ficou muito surpresa. É uma senhora já, nos agradeceu, ficou comovida. Aí nós fomos embora para casa" - a dona da conta preferiu não dar entrevistas.
Tímido, Cleiton conta que ficou surpreso com a repercussão da postagem. "Achei embaraçoso", diz. "Fiquei assustado porque uma situação que deveria ser normal acaba parecendo anormal. As pessoas esperariam que eu ficasse com o dinheiro", diz.
O rapaz, que estudou até o fim do segundo grau, administra um restaurante familiar com a mulher e a mãe na pequena cidade industrial, a 41 quilômetros de Salvador.
"Meu momento financeiro é normal, não tá às mil maravilhas. Se fosse usar o dinheiro seria para futilidade, para curtir, para ir à praia. Mas eu fui doutrinado de outra forma. Aprendi a amar o próximo como a mim mesmo e a fazer o bem sem olhar a quem."

'Sementinha'

Caso raro no bangue-bangue costumeiro das redes sociais, todos os mais de três mil comentários da foto são positivos. A maioria destaca a honestidade do casal e comemora a boa ação.
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Surpreso com repercussão do caso nas redes sociais, casal diz que elogios valem mais que os R$ 220
"A humanidade ainda pode ser salva! Com atitudes assim, continuo a apostar nela", escreveu Sérgio Vicentin.
"Imagino o sufoco que esta pessoa passou ao perceber que havia perdido isso?! Deus te abençoe!", comentou Clarice Gande.
"Ética, compromisso consigo e com o outro. Lindo", disse Eliana Taquary.
"Poxa vida, que bom ver uma notícia dessa! Parabéns pela atitude, notícias assim deixa nosso dia melhor!", completou Nanci Pereira.
Histórias positivas, relacionadas a honestidade ou superação, costumam de fato viralizar nas redes sociais. A tal ponto que muitas empresas jornalísticas vêm aos poucos abandonando o tradicional jargão "Bad news is good news" ("más notícias são boas notícias" - em referência ao suposto interesse das pessoas por tragédias ou escândalos).
Segundo Cleiton, os elogios foram a melhor recompensa ao gesto. "Vale muito mais que R$ 220. Acho que a gente plantou uma sementinha. Espero que ela se espalhe por aí."
Fonte.http://www.bbc.com/

Luana Piovani volta a alfinetar Carolina Dieckmann: ‘Falou m., risquei da caderneta’


Piovani volta a cutucar Carolina Dieckmann
Piovani volta a cutucar Carolina Dieckmann Foto: Instagram
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Não é segredo para ninguém que Luana Piovani e Carolina Dieckmann não se bicam. Mas essa rivalidade, que havia dado uma trégua, voltou à tona nesta segunda-feira, quando a mulher do surfista Pedro Scooby resolveu alfinetar a atriz durante um bate-papo com os seus seguidores no Instagram.
Na rede social, um internauta comentou que Carolina não tinha nada contra Luana Piovani, e acabou recebendo uma resposta afiada:
“O peixe morre pela boca. Falou m. sobre assunto mais que sério, risquei na hora da caderneta”, respondeu Piovani, sem explicar a qual assunto se referia.
“Luana, admiro sua sinceridade. Mas de qualquer forma, a Loracarola não respondeu ao meu comentário, mas de fato, vocês não se bicam, isso é Fato”, concluiu o internauta.
Uma outra seguidora chegou a dar apoio a Luana, que está grávida de 7 meses de Bem e Liz.
“@luapio eu também não suporto essa metida da Carolina. Achei que fosse só eu. Te amo, Luapio. Acho ela um nojo”, postou.
Luana Piovani e Carolina Dieckmann estrearam na TV juntas na minissérie “Sex appeal”, em 1993, mas nunca foram amigas. A rivalidade entre elas ficou clara em 2011, quando Luana usou o Twitter para alfinetar Carol, que na época vivia uma periguete na novela “Fina estampa”.
“Avisem à tampa que gostosa tem que ter peito… tá parecenu um tronquim”, postou Luana. Carolina não respondeu a provocação.
Um ano depois, em meio à polêmica das fotos íntimas que foram vazadas de Carolina Dieckmann na web, Piovani voltou a cutucar a atriz no microblog em uma série de comentários. Relembre!
“O bom é que, pelo menos, o corpão está ótimo, né? Pelada de graça, mas linda”. “Estou passada! Pegaram o celular dela?” “Para animar a sexta-feira.” “Tem foto do rosto, do peito e do resto.” “Até notei a pinta no peito e chequei nas outras fotos.” “Achei que o corpo dela fica mais bonito nu do que de biquíni.” . Eu só faço (fotos nua) para a revista mesmo.”. “Valia uma aparada.” “Acho sexy mulher sentada no vaso. Agora, engraçado é entender que a fantasia é essa de ver musa pelada. Melhor posar logo.”
Um dos motivos da implicância de Luana com Carolina é o fato de Dieckmann ser amiga de infância de Dado Dolabella, ex-namorado de Piovani. Para quem não lembra, a mulher do surfista Pedro Scooby moveu um processo de agressão física contra Dado.


Leia mais: http://extra.globo.com/famosos/luana-piovani-volta-alfinetar-carolina-dieckmann-falou-risquei-da-caderneta-16684696.html#ixzz3fExB4Y1s

domingo, 5 de julho de 2015

Sou homossexual e tenho medo sobre meu futuro', diz criança em foto que comove a web


A candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, foi autora de uma das 50 mil mensagens de apoio enviadas ao programa ‘Humans of New York’.
Publicado em 05/07/15 

Do Gay1 Mundo 



Uma imagem publicada no Facebook pelo fotógrafo Brandon Stanton, na conta de seu projeto "Humans of New York", comoveu a rede mundial, gerando reações de milhares de pessoas, inclusive da pré-candidata à Presidência dos Estados Unidos. A foto de um garoto chorando, com a legenda "Sou homossexual e tenho medo do que será meu futuro e de que pessoas não gostem de mim" fez com que Hillary Clinton, pré-candidata à corrida presidencial americana, publicasse uma mensagem de apoio de seu próprio punho.

"Previsão de um adulto: seu futuro será incrível. Você vai se surpreender com as coisas do que você é capaz e com as coisas incríveis que você fará. Encontre pessoas que te amam e que acreditam em você - serão muitos", postou a ex-secretária de Estado e ex-primeira-dama dos Estados Unidos, acrescentando um "H", que indica que foi ela mesmo quem escreveu, e não sua equipe de comunicação.

O "Humans of New York" é um projeto de Brandon Stanton que funciona como uma espécie de censo fotográfico da cidade de New York, onde ele registra os cidadãos locais, traçando perfis deles por meio de citações destes personagens. O blog onde iniciou o projeto deu origem a um livro - a conta do Facebook tem mais de 13 milhões de seguidores.

A foto do garoto homossexual gerou um tráfego incomum na conta do "Humans of New York", com mais de 597 mil "likes" e mais 56 mil compartilhamentos. Além de Hillary Clinton, quem também manifestou apoio ao garoto no post foi a comediante norte-americana Ellen DeGeneres. "As pessoas não vão apenas gostar de você, eles vão te amar. Eu só ouvi falar de você e já te amo", afirmou, na área de comentários da mensagem por meio sua conta oficial.

TAXISTA QUE SUMIU APÓS CORRIDA NA BAIXADA TEM FOTO DIVULGADA NO PORTAL DESAPARECIDOS




A foto do taxista Wagner Baptista Santos da Silva, de 28 anos, desaparecido na última quarta-feira, após realizar uma corrida para o município de Seropédica, na Baixada Fluminense, foi divulgada neste domingo pelo Portal dos Desaparecidos. De acordo com a família, o motorista mantinha o hábito de ligar para seus parentes durante o expediente, o que não aconteceu no dia de seu sumiço. As circunstâncias do desaparecimento estão sendo investigadas pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).

Wagner, que possui uma tatuagem no braço esquerdo com a palavra “Família”, trabalhava há quase um ano como taxista executivo e dirigia um Fiat doblô prata. Na quarta-feira, após a corrida para Seropédica, ele levaria um passageiro para Niterói.

Qualquer informação sobre a localização de Wagner Baptista Santos da Silva pode ser dada ao Portal dos Desaparecidos no telefone (21) 99626-4393, ou para o Disque-Denúncia pelo (21) 2253-1177.
Via noticiasbaixadaviva

Maria Elizabeth Rocha: "Não há dispositivo que impeça um militar de ser homossexual"




Com a Palavra

Maria Elizabeth Rocha: "Não há dispositivo que impeça um militar de ser homossexual"

Mineira é a primeira mulher a atuar no Superior Tribunal Militar

Por: Léo Gerchmann
12/07/2014 - 15h02min
Maria Elizabeth Rocha: "Não há dispositivo que impeça um militar de ser homossexual" José Cruz/Agência Brasil
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Aos 54 anos, a mineira Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha foi indicada presidente do Superior Tribunal Militar (STM). Ao assumir, em 16 de junho, surpreendeu o Brasil não apenas por simbolizar mais uma quebra de tabu de gênero, no comando de uma corte que julga forças predominantemente masculinas. Cercou-se de mulheres e acentuou o discurso em defesa dos homossexuais, depois de ter votado a favor de causas gays desde que tomou posse como ministra, indicada pelo "quinto constitucional" reservado a advogados, em 27 de março de 2007.
O STM é a mais antiga corte judicial brasileira, criada tão logo o então príncipe regente português dom João VI, cercado de militares, pôs os pés no Brasil, escapando das tropas de Napoleão Bonaparte. Casada com o general Romeu Costa Ribeiro Bastos e doutora em Direito Constitucional — título conquistado mediante uma nota "10 com louvor" da qual não esconde o orgulho —, a presidente falou com ZH por telefone, durante uma hora, no último dia 3. Não economizou palavras para falar de suas convicções liberalizantes, mas também explicou por que considera importantes a hierarquia e a disciplina no meio militar.
Saiba mais:

Leia todas as entrevistas da seção Com a Palavra
Como se deu o pioneirismo no STM?
Sou a primeira ministra, a única e a primeira presidente, porque o cargo de presidente é rotativo. Foi muito emocionante, porque o Superior Tribunal Militar, a Justiça Militar da União, é a primeira corte de Justiça do Brasil, pode-se dizer. Ela foi criada por dom João VI em 1808 e chegou com a armada portuguesa, criando a corte militar. Nos seus 206 anos de existência, não teve nenhuma mulher.
Como a senhora conseguiu ser a protagonista desse pioneirismo?
As regras são as mesmas que segue o Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro é indicado pelo presidente da República, sabatinado pela comissão de Constituição de Justiça do Senado e depois tem o nome aprovado pelo plenário do Senado. Nenhum presidente havia tido, até então, a sensibilidade de indicar uma mulher numa corte que nunca teve nenhuma e num serviço notadamente masculino, que são as Forças Armadas, apesar de estarmos vinculados ao Poder Judiciário desde a Constituição de 1934, de ser uma corte especializada, como as Justiças do Trabalho e Eleitoral. Mas é um tribunal que julga crimes militares e em que têm assento também 10 militares que são os generais do último posto de patente. Então, era um ambiente nitidamente masculino, e foi uma grande emoção para mim, porque é um grande desafio trazer uma visão feminina, um novo olhar sobre questões que não são repensadas ou que são vistas só por uma ótica masculina. Então, é muito bacana.
Qual foi o presidente que a indicou?
O presidente Lula, em 2007. A publicação do decreto de indicação ocorreu no Dia Internacional da Mulher.
O que pode ser feito de prático no STM a partir da sua sensibilidade feminina?
Acho que, desde o primeiro momento, a diferenciação dos votos. Quando uma mulher julga, ela o faz sem querer desmerecer os homens, de uma forma mais holística. A gente não julga apenas com a razão, com a subsunção (baseado no fato gerador) do direito. A gente julga também com certo sentimento, porque a inteligência emocional é uma das características que marcam a atuação feminina. Costumo dizer que, quando julgo, julgo com paixão, com misericórdia, porque, apesar de o réu ter falhado, ter cometido um delito, ele é a parte mais frágil da relação processual, e, em última análise, a lei não é para os anjos, é para homens que falham. Então, eles têm também de ser avaliados com comiseração, porque não é fácil julgar um ato de seu semelhante. Os homens são mais objetivos, são mais racionais. Meu voto, minha visão de julgadora, é bastante diferenciada da visão masculina.
Sua visão é mais maternal?
Não sei se mais maternal. Eu diria que é mais misericordiosa. Procuro julgar olhando também a fragilidade do ser humano e da condição humana.
É mais fácil errar em uma estrutura rígida como a militar?
Sim, é uma estrutura muito rígida, e as pessoas falham. Falham na sociedade civil e também no ambiente militar. E a lei, quando essas falhas se revelam fatos criminosos, a lei é para aqueles que realmente falharam. Então, você tem de aplicar a lei com proporcionalidade, com moderação. O direito militar é muito rigoroso, a Justiça militar é uma Justiça muito rigorosa. Ao contrário do que algumas pessoas dizem, que é uma Justiça corporativa, é o contrário, é extremamente rígida. Na minha visão feminina e de constitucionalista, procuro atenuar um pouco esse rigor, com penas mais brandas, invocando certas garantias que nosso código não tem, porque é um código anterior à Constituição de 1988. Então, tenho toda uma visão de mundo, com meu olhar feminino, que é diferente do dos homens. Uma questão muito importante, também, é a que diz respeito à violência contra a mulher. Aqui, a gente não pode julgar de acordo com a Lei Maria da Penha. A gente só pode julgar os crimes militares de acordo com os tipos que estão elencados no Código Penal Militar. Meu limite de atuação é o Código Penal Militar. Não posso aplicar as leis penais extravagantes. E isso gera uma injustiça muito grande, porque a mulher militar que é agredida por um marido militar ou por um companheiro militar, porque aí é só militar contra militar que eu posso apreciar, ela muitas vezes fica desprotegida, não pode ser abarcada pelas medidas protetivas que a Lei Maria da Pena contempla. A gente só pode julgar como lesão corporal, não como violência de gênero. Então, tem circunstâncias em que a legislação infelizmente não acompanhou a evolução social, porque o Congresso, quando promove modificação no Código Penal, esquece-se de que existe um Código Penal Militar. Então, temos de fazer um trabalho exaustivo de interpretação da norma para poder, de alguma maneira, adaptar essa nossa legislação, anterior à Constituição de 1988, à nova realidade.
O código é de 1969. Foi aprovado logo após o AI-5. Isso pesou?
Por incrível que pareça, te digo que, para uma legislação militar, o Código Penal Militar até foi muito vanguardista ao seu tempo. Qualquer lei, de 1969 a 2014, que nunca foi reformulada, que permanece intacta, como é o caso, ela fica desatualizada, e isso a torna anacrônica em muitos pontos.
Mas temos uma Constituição, que está acima de todas as outras leis e que estabelece a igualdade entre todos. A senhora não pode fazer analogias para aplicar leis que estejam fora das previstas no Código Penal Militar?
Fazemos, sim. Mas há dois pontos aqui que precisam ser explicados. Primeiro, o Direito Militar é um direito especial, regido por um código especial. Então, já temos decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) dizendo que não se pode ficar pinçando a la carte, de um código ou de outro, aquilo que é mais benéfico ao réu militar. Você não pode pegar da legislação penal comum aquilo que é mais benéfico e aplicar dentro da Justiça Militar da União e manter, dentro dessa Justiça, os dispositivos do código militar naquilo que também pode beneficiar o réu. Então, a gente tem de aplicar a legislação militar como um todo, porque é uma legislação especial. Em segundo lugar, os militares, até por disposição constitucional, sofrem aquilo que chamamos de relações especiais de sujeição. São submetidos àquilo que são relações especiais de sujeição. Ou seja, os direitos individuais, as garantias civis dos militares, são muito mais compactadas do que as do cidadão civil. E dou exemplos: o militar não pode fazer greve, não pode estar filiado a um partido político, pode ser preso disciplinarmente por até 30 dias sem uma ordem do juiz e não cabe habeas corpus para prisão disciplinar. Há uma série de restrições aos direitos e garantias individuais que, por disposição constitucional, não se aplica ao militar, porque ele se submete a uma cadeia de comando, pode portar armas. Uma sociedade armada tem de ser rigidamente controlada. É muito difícil para nós, como intérpretes do direito, como julgadores, fazermos essa adequação da norma ao fato dentro do processo em uma legislação que é desatualizada.
O que se faz para mudar isso?
Isso tem sido uma das reivindicações maiores que a Justiça Militar da União tem feito junto ao Congresso, para que promova essas atualizações jurídicas, para que possamos prestar a jurisdição com mais eficiência em sintonia com o que dispõe a Constituição.
A senhora já tomou uma decisão que provocou muita polêmica aí dentro?
Várias decisões. Na verdade, sou a voz dissidente deste tribunal. Mas sou respeitada na minha divergência, que é o que quero. Já defendi os direitos dos homossexuais aqui no tribunal. Já defendi, e nisso fui apoiada pelos meus colegas, que haja um dispositivo no Código Penal Militar, que fala que o silêncio do réu pode ser interpretado em seu desfavor. Declarei a revogação desse dispositivo dizendo que ele era inconstitucional, porque, pela Carta de 1988, o silêncio do réu não pode ser interpretado contra ele mesmo. O réu tem o direito de se manter em silêncio. Ninguém é obrigado a produzir prova contra si próprio.
E isso já está sendo adotado?
Como a arguição de inconstitucionalidade, neste caso, não foi em abstrato, porque só o STF pode declarar a inconstitucionalidade abstratamente (que valha para todo mundo), em cada caso em que esse caso surge eu arguo a inconstitucionalidade. Já temos, então, o precedente. Outra questão que vou levar a discussão é que os conselhos de justificação, aqueles conselhos que vão apreciar se o oficial é ou não compatível com o oficialato, se não fere o decoro da classe, se pode continuar vestindo a farda, é um conselho se o oficial vai ser reformado ou expulso, dependendo daquilo que praticou, a decisão desse conselho é tomada em julgamento secreto, e isso é algo também contra o que sempre levantei minha voz, porque é incompatível com o estado democrático. Há uma série de dispositivos do Código Penal Militar à qual me contraponho. Às vezes, sou acompanhada por colegas. Mas temos de fazer um trabalho hermenêutico exaustivo para tentar atualizar os conteúdos normativos do Código Penal Militar, que está defasado em alguns pontos que, para mim, são sensíveis por lidarem diretamente com o Estado democrático, o processo legal, a dignidade da pessoa humana, que não podem ser postergados.
Já houve casos concretos de homossexualidade que a senhora apreciou?
Não tem, na realidade, qualquer dispositivo no Código Penal Militar que impeça um militar de ser homossexual. A orientação sexual de alguém é direito personalíssimo que integra a individualidade e que o Estado não pode, em absoluto, questionar. Mas o fato é que ainda é um tabu a homossexualidade nas Forças Armadas, como de resto em toda a sociedade brasileira, que tem discriminação de gênero, pela orientação sexual, pela etnia. É uma realidade nas sociedades civilizadas, não só na brasileira. A luta das minorias é uma luta permanente.
Mas como é que a senhora enfrenta isso no tribunal?
O que é que acontece aqui nas Forças Armadas? É uma questão complicada. Não há nenhum dispositivo, a vedação não é explícita, não é expressa, mas há uma discriminação. É inegável, todos sabemos disso. Eu procuro, nos meus votos, defender a possibilidade de a orientação sexual não influir nas decisões de eventuais conselhos de justificação, que é quando eles podem ser submetidos por incompatibilidade com o oficialato e dizer que isso integra um direito personalíssimo, que o Estado não tem que ficar investigando nem questionando qual a orientação sexual de alguém. Então, nos meus votos, defendo com ardor o direito à austeridade, individualidade e tolerância da sociedade em relação àqueles que ela considera diferente.
Não há dispositivo explícito por uma negação?
Existe um artigo no código que proíbe a prática de ato libidinoso dentro do quartel. Está, entre vírgulas, "homossexual ou não". Ali, há uma explicitação de preconceito, e a cabeça do artigo se chama "pederastia". Há um sugestivo preconceito na letra da lei.
O que a senhora faz contra isso?
Isso tem de ser revogado. E já tem projeto de lei, que está parado, deve até ter sido arquivado, para suprimir a cabeça desse artigo e tirar esse "ato homossexual ou não". Tem de ser proibido ato libidinoso dentro do quartel. E ponto. Realmente, quartel não é motel. Não se deve fazer sexo ali, mas não precisaria ter referência a homossexuais e a referência à pederastia. É uma discriminação patente do legislador. Mas a única forma de suprimir isso é por uma reforma legislativa, pelo Legislativo. Já foram enviados projetos, mas o Congresso acabou os arquivando por inação.
Isso pode ser reapresentado?
Ah, pode. Inclusive, foi constituída uma comissão para a reforma do Código Penal Militar, e eu a presidi.
A senhora pode falar de casos específicos envolvendo homossexuais?
Já aconteceu, com um capelão militar. Foi complicado, porque o caso ocorreu fora do quartel, e eu pedi sua absolvição no conselho de justificação, que é um tipo de processo administrativo disciplinar. Também houve o caso de um coronel. Julguei os dois. Foram submetidos ao conselho por serem incompatíveis com o decoro da classe.
Eles praticaram algum ato ou simplesmente eram homossexuais?
Na verdade, o capelão era um ninfomaníaco. Mas era fora do quartel. Ninguém tem nada com isso. A Igreja que tomasse suas providências, se fosse o caso. Não sei como ficou a história do capelão. Nenhum dos dois foi expulso. Em outros tempos, eles perderiam o posto e a patente. Hoje em dia, o que se faz é reformá-los. Em linguagem civil, aposentá-los. Hoje, quando o militar é homossexual e chega a ser submetido ao conselho de justificação, ele não é expulso, mas pode ser reformado.
Qual a orientação que vigora nas Forças Armadas brasileiras?
É aquela política americana do "não pergunte e não responda", o don't ask, don't tell, dos Estados Unidos, que o (presidente Barack) Obama ralou para conseguir alterar. Era uma promessa de campanha dele, mas foi duro aprovar no Congresso. Aqui, então, o oficial ou suboficial pode ser homossexual, mas, se não explicitar sua orientação sexual, acaba sendo aceito. A dificuldade que eu vejo que a sociedade tem como um todo é essa explicitação, é deixar o militar se assumir como tal, assumir sua identidade e ter a tolerância e o respeito à diferença.
E o coronel, como ficou?
Ele foi reformado. Fui voto vencido. Mas um civil me acompanhou e um almirante também. Somos 15 ministros no pleno. Onze votaram contra. Mas acho que consegui uma vitória. Dois homens me acompanharam, e um deles era um almirante. E outra: normalmente, declara-se a perda do posto e da patente. E eles não declararam, simplesmente reformaram o oficial. Meus argumentos influenciaram os colegas.
Sua visão feminina está influenciando os colegas?
Espero que sim, me esforço para isso. Qual o sentido de ter uma mulher em um tribunal notadamente masculino? Qual o sentido de se trazer uma pessoa diferente para julgar com outra visão de mundo se ela não é ouvida? Mudar a austeridade militar é difícil, mas, algumas vezes, consigo. Houve um episódio divertido. Um sargento estava com ciúme da namorada, que era aquela que dava bola para todo mundo, e estava dando bola para um soldado. Então o sargento, fora do quartel, sem estar fardado, num café, pegou o celular da namorada, viu que o soldado havia mandado uma mensagem de texto. Ficou enfurecido de ciúme e deu uma cabeçada no soldado. O Ministério Público denunciou como lesão corporal uma simples cabeçada e também como violência de superior contra inferior. Eu era revisora do processo, e havia uma condenação. Fiz meu voto absolvendo, argumentando que não era um ato tão grave, que a lesão corporal foi levíssima. Depois de toda a argumentação jurídica, olhei e, como último argumento, disse que todo homem, em algum momento da vida, tem direito de perder a cabeça perder a cabeça por uma mulher. E levei. Absolveram.
A senhora acha que tem uma missão?
Todos os magistrados têm uma missão, porque julgar o semelhante não é uma tarefa fácil. O Judiciário é o último recurso do cidadão. A ideia da ampliação do espaço público da mulher, essa conquista gradativa, tem de ter um significado. Quando defendo as minorias, defendo as mulheres, os homossexuais, os afrodescendentes. Graças a Deus, nunca tivemos um caso de racismo.
Como se reflete essa sua atuação dentro da sua família?
Sou casada com um general. Mas, independentemente disso, o fato de ele ser militar não teve influência na minha indicação pelo presidente Lula. Eu trabalhava na Casa Civil, eu era procuradora federal concursada durante 23 anos quando fui indicada para cá. Ocupei a vaga indicada aos advogados, no quinto constitucional para o STM. Mas o fato de eu ter convivido com militares me ajudou a entender a hierarquia e a disciplina, que é difícil de ser atendida.
A senhora acha importante essa hierarquia?
Apesar de eu ser uma liberal, de absolver muito, acho fundamental. Homens armados têm de ser rigorosamente controlados. Em certas situações, eu condeno com rigor. Não se pode permitir que o cidadão que porta uma arma aja de determinada maneira. Um exemplo é o das drogas. O consumo de drogas dentro do quartel se tornou um ato corriqueiro, e a gente pune, porque já tive caso de sentinela com fuzil na mão que encosta o fuzil na parede para fumar um cigarro de maconha. Isso é um perigo. Da mesma forma, a greve dos controladores de voo, quando o Brasil parou. Teve até gente que não pôde ser transplantada. Quando os controladores militares fizeram greve, foram punidos e denunciados por motim. Militar não faz greve, faz motim.
A senhora concorda com isso?
Sim, porque a sociedade civil é vulnerável, é desarmada. Quando a sociedade civil se vê ameaçada por homens desorganizados, que não obedecem a uma cadeia de comando e que portam armas, isso coloca em risco o Estado democrático de direito.
E seu marido, ele tem sido influenciado por sua atuação?
Meu marido não é um militar típico. É um engenheiro, a vida toda dele no Exército foi de professor. Eu o conheci dentro da faculdade, em Ipanema, no Rio. É um militar com cabeça de civil. Até a promoção dele ao generalato, nossa vida era no Rio, e nossos amigos eram civis. Vamos fazer 25 anos de casados neste ano, faremos bodas de prata.
O STM se tornou mais feminino nos sete anos em que a senhora é ministra?
Acho que sim, espero que sim. Trouxe comigo muitas mulheres para me assessorar na presidência, porque acho que a prática tem de ser coerente com o discurso. Se defendo o empoderamento feminino e a ascensão das mulheres no mercado de trabalho, tenho de dar o exemplo. São mulheres capacitadas e competentes.
Fonte. http://zh.clicrbs.com.br/rs/

Faleceu Zequinha 22

O Gres Unidos do Bandeirante  em nome da  presidente Mariinha, vem a público lamentar a morte de Zequinha 22, e agradecer  a contribuição que este cidadão deu para o carnaval Iguaçuano.

DESCANSE EM PAZ!!
 Iguaçu.
Aos familiares e amigos os nossos sinceros sentimentos.
Com certeza será um nome que ficará gravado na história do carnaval iguaçuano.

Nova Iguaçu realiza Dia D Vacinação contra a gripe

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