Câncer de testículo

Câncer de testículo Apesar de menos frequente e com grandes chances de cura, esse tipo de câncer é comum entre homens em idade reprodutiva imagem A remoção de um testículo não atrapalha na potência ou fertilidade, pois o outro testículo continua dando conta. FOTO: Getty Images

Quem acompanha a novela Insensato Coração viu que o personagem garanhão de Lázaro Ramos descobriu que está com câncer nos testículos. O cara tem apenas 33 anos e ficou surpreso por estar doente, mas esse tipo câncer não é tão raro em jovens. De acordo com o INCA, o câncer de testículo é um tumor menos freqüente (dentre os tumores malignos do homem, 5% ocorrem nos testículos), mas com o agravante de ter maior incidência em jovens em idade produtiva, atingindo homens com idades entre 15 e 50 anos. Conversamos com o Dr. Daher Chade, urologista do Instituto do Câncer de São Paulo, que esclareceu o assunto. Fatores de risco Os principais fatores para o desenvolvimento desse tipo de câncer são hereditários, genéticos, lesões e traumas na bolsa escrotal e a criptorquidia, condição médica que ocorre quando os testículos não descem para o escroto. Quando o problema não é corrigido, o risco é 40 vezes maior de incidência de tumores. Tratamento Existem dois tipos de câncer de testículo (seminoma e não-seminoma), mas o tratamento padrão é o da remoção do tecido com tumor, ou seja, é retirado o testículo e o canal deferente. O corte não é feito no escroto, mas sim, na virilha. E é possível colocar uma prótese, feita de silicone, durante a mesma cirurgia. A recuperação após a cirurgia é rápida. Depois de 2 ou 3 dias, o paciente pode voltar a suas atividades normais e relações sexuais podem ocorrer depois de uma semana. A quimio ou radioterapia após a cirurgia nem sempre é necessária, mas no caso do não-seminoma é indicada, pois nesse tipo de câncer é a metástase é mais comum. Metástase O câncer de testículo quando se espalha pelo corpo atinge a região do abdômen e depois os pulmões. Não tem perigo de chegar ao pênis! Sintomas Os homens só precisam visitar com regularidade o urologista depois dos 40 anos, por causa do aumento das chances do surgimento de tumores na próstata, por isso o Dr. Chade chama atenção para a importância do auto-exame para jovens para se descobrir a doença em estágio inicial. Já que o câncer nos testículos não tem outros sintomas, como dor, além do aparecimento de nódulos e aumento dos testículos. Cura Além de ser menos freqüente, outra boa notícia ligada a esse tipo de câncer é que a chance de cura é de 90%. Mas é necessário um acompanhamento de perto por até 10 anos, pois há o risco de novo tumores aparecerem em outros lugares do corpo. Potência e fertilidade A cirurgia de remoção de um testículo não tem impactos na potência ou fertilidade do homem, pois o outro testículo dá conta sozinho da produção de hormônios e espermatozóides. E as chances de desenvolver um tumor neste outro testículo são as mesmas que de uma pessoa que nunca teve câncer. O que pode afetar a fertilidade é a quimio ou a radioterapia. Caso o paciente vá ser submetido a um desses tratamentos e queira ter filhos no futuro, é aconselhável que faça a coleta do sêmen antes. Mito Na novela, Lázaro Ramos é um talentoso pegador, o que pode ter te feito pensar: será que fazer muito sexo deixa o homem propenso a desenvolver câncer? A resposta é NÃO! Nem sexo de mais nem de menos tem qualquer ligação com o surgimento de tumores. O Dr. Chade, do Instituto do Câncer de São Paulo, alerta para a importância do auto-exame