quarta-feira, 24 de março de 2021

Jair Messias e o efeito Lula


"Até milagres têm limites: conseguir que Jair Messias acorde sem a boçalidade de sempre, e assuma de verdade o governo do país onde morrem mais vítimas da covid a cada dia, bem, aí seria pedir demais", escreve o jornalista Eric Nepomuceno

Lula e Bolsonaro

Lula e Bolsonaro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | Ricardo Stuckert)

Pois é: depois que Lula tornou a entrar em campo em plena forma, Jair Messias começou a dar algumas parcas mostras de mudança.

Passou, por exemplo, a usar máscara. Desandou a defender a vacinação, mencionando até mesmo a chinesa do Dória, aquela que injeta um chip comunista em quem leva a agulhada.

  E, com um ano e pelo menos 300 mortes de atraso, criou, vejam vocês, um comitê federal para coordenar o combate ao vírus da gripezinha.  

É só outro retrato da tragédia que se abateu sobre este pobre país.

Por uma questão de honestidade elementar, reconheço que são várias as características autênticas em Jair Messias. 

Quem tomou noção de sua existência em seus tempos nebulosos de deputado federal sabe quais são essas características: a estupidez, o desequilíbrio, a homofobia, o seu poderoso lado misógino, a boçalidade, o racismo, a suprema ignorância, sua asquerosa defesa da tortura e da ditadura, sua peculiaríssima relação com o dinheiro público (alguém esquece que ele, dono de imóvel em Brasília, usava a verba de auxílio domiciliar para, em suas próprias palavras, “comer gente”?), a capacidade olímpica de mentir compulsoriamente.  

Instalado na presidência, quando a pandemia chegou ele revelou rapidamente outra característica, esta sim, letal: ser um exemplar impecável de Genocida.

Tirando essas únicas autenticidades, tudo, absolutamente tudo em Jair Messias é falso, de uma falsidade indisfarçável.  

Ele diz, por exemplo, que o novo ocupante da poltrona de ministro da Saúde irá agir de acordo com os ditames da ciência.  

Bem: a primeira coisa feita no mesmo dia em que o médico Marcelo Queiroga assumiu foi mudar a forma de registrar mortes por covid.  

O resultado – ainda bem que a medida foi desfeita no dia seguinte – seria uma diminuição completamente falsa do número de vítimas fatais.

Jair Messias instala o tal comitê federal e convida meia dúzia de governadores, todos seus aliados com maior ou menor ênfase. Prefeitos? Nem pensar. E, claro, nenhum governador que determinou medidas mínimas – e insuficientes – de isolamento. E ainda assim consegue criar um clima de divergências insolúveis.

Continuou, na tal reunião, a defender o ridículo “tratamento precoce”, que agora virou “preventivo”, com o uso de medicamentos que além de inócuos para a covid, causam danos colaterais seríssimos. Chocou de frente com o que acham não só os tais governadores aliados especialmente convidados, mas também os presidentes da Câmara e do Senado.

Resultado: Jair Messias já não será o comandante do tal comitê federal. Assumiu o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Assim se confirma que o efeito Lula sobre Jair Messias é capaz de milagres, como fazer com que o mandatário use máscara e convoque uma comissão capenga.  

Mas que até milagres têm limites: conseguir que Jair Messias acorde sem a boçalidade de sempre, e assuma de verdade o governo do país onde morrem mais vítimas da covid a cada dia, bem, aí seria pedir demais. 

Fonte. brasil247.com  


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