Paciente faz denúncia à ouvidoria do Gaffrée e Guinle por racismo religioso e culpa enfermeira




Tainá Louriçal, que faz tratamento contra um câncer de mama, também registrou o caso na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).


 Rio – Tainá Louriçal, que alega ter sido vítima de intolerância religiosa no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), na Tijuca, Zona Norte do Rio, no último dia 18, retornou à unidade nesta sexta-feira (25) para registrar denúncia na ouvidoria. Ela, que é paciente oncológica, afirma que teve seus fios de conta - item religioso usado como forma de proteção espiritual

A mulher, de 33 anos, que esteve no hospital acompanhada da advogada dela, Louize Andrade, disse ao DIA que a denúncia foi direta à questão da intolerância religiosa, inclusive apontando a profissional que teria sido responsável pelo crime: “O hospital me abriu as portas, os médicos todos são muito cuidadosos comigo e se importam realmente. Porém, a enfermeira que fez isso comigo me magoou. Ela tem toda a culpa nisso”.

Na primeira conversa com a reportagem, na terça (22), Tainá expressou o que sentia após o episódio enfatizando uma “tristeza que dói na alma” e que teriam feito uma “crueldade” com ela. E apesar do interesse da direção da unidade de contribuir para o esclarecimento dos fatos, a jovem ressalta que segue magoada: “Fui bem recepcionada, mas nada repara o dano que me fizeram. Meu psicológico está abalado”.
Durante o encontro desta sexta, relata Tainá, equipes do Gaffrée e Guinle – que pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro (Unirio) - se desculparam pelo ocorrido e disseram ter encontrado “algo”, mas não entraram em detalhes: “Não disseram que algo é esse”, observou ela.
Além da denúncia junto à ouvidoria do hospital, a jovem também esteve na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), na manhã de quinta (24), para registrar ocorrência. De acordo com a Polícia Civil, os agentes da especializada realizam diligências para apurar a autoria e esclarecer os fatoPosição do hospital
Por nota, a direção do HUGG informou que a denúncia feita por Tainá e pela advogada dela à ouvidoria foi anexada e encaminhada à corregedoria geral da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), do Governo Federal, em Brasília. O hospital acrescenta que todas as medidas cabíveis serão adotadas de acordo com o resultado da investigação - leia o posicionamento completo no fim da página.
O DIA questionou se alguma providência foi tomada em relação à enfermeira - que não teve a identidade revelada - apontada por Tainá como autora do ato de intolerância, mas o hospital reforçou que lançará mão de medidas somente após a conclusão das apurações.
Jornal O Dia

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