Justiça Federal condena deputado do PL a pagar R$ 2 milhões por incentivo a atos antidemocráticos
O deputado General Girão durante pronunciamento na Câmara dos Deputados — Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos
Segundo o Ministério Público Federal, General Girão (PL-RN)
incentivou atos antidemocráticos em frente a quartel do Exército. Parlamentar
diz ser alvo de 'perseguição ideológica'. União, estado do RN e a capital Natal
também foram condenados a pagar indenizações.
Por Márcio Falcão, TV Globo — Brasília
O deputado General Girão durante pronunciamento na Câmara
dos Deputados — Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
O deputado General Girão durante pronunciamento na Câmara
dos Deputados — Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
A Justiça Federal no Rio Grande do Norte condenou o deputado
General Girão (PL-RN) a pagar R$ 2 milhões em danos morais coletivos por ter
incentivado atos antidemocráticos em frente a um quartel do Exército.
Conforme decisão do juiz Janilson de Siqueira, da 4ª Vara
Federal, o deputado terá ainda que apagar publicações que fez em redes sociais.
O magistrado atendeu nesta sexta-feira (10) a um pedido do Ministério Público
Federal. Cabe recurso contra a ordem judicial.
Na ação apresentada em abril de 2023, os procuradores
argumentaram que o deputado do PL fez diversas postagens nas redes sociais
incentivando condutas que atentavam contra a ordem democrática, inclusive a
continuidade de um acampamento que, à época, estava montado em frente ao 16°
Batalhão de Infantaria Motorizada em Natal.
Para o MPF, a conduta do parlamentar não está coberta pela
liberdade de expressão e nem pela imunidade parlamentar.
“Em postagem feita um mês antes da invasão dos prédios do
Supremo Tribunal Federal (STF), do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto,
o réu já instigava a violência contra as instituições, especialmente o
Congresso”, diz a ação.
O Ministério Público destacou ainda que Girão, sendo
deputado federal e general da reserva do Exército, foi importante articulador e
motivador de atos criminosos.
"A vontade do réu em ver a concretização de um golpe de
Estado, como se sabe, quase se consumou pouco mais de um mês de tal postagem,
havendo nexo de causalidade entre conduta e dano", afirmam os procuradores
do MPF.
A defesa do deputado alegou à Justiça que a ação do MPF representa uma "perseguição ideológica". E que não há provas de que Girão "contribuiu, articulou ou participou dos atos ocorridos no dia 8 de janeiro, sendo que nenhuma postagem configurou violência contra as instituições".
Fonte G1.com
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