Palhaças levam sorrisos a pacientes do Hospital da Posse em Nova Iguaçu
'Projeto Alegria' visita o Hospital Geral de Nova Iguaçu toda quarta-feira e leva conforto a pacientes que passam por momentos difíceis
Na terça-feira, 10 de dezembro, é comemorado o Dia do Palhaço, mas, para essas mulheres, melhorar a vida de quem está passando por um momento difícil é uma missão que elas desempenham o ano inteiro no Hospital da Posse, faça chuva ou faça sol. E a trupe conta com um amplo repertório, com truques de mágica, músicas e brincadeiras, que trazem conforto e são capazes até de aliviar a dor dos pacientes.
O quarteto de palhaças, que é formado por “Beloka”, “Bunitinha”, “Tontom” e “Ana Rika”, faz um trabalho totalmente voluntário e conta com a ajuda de pessoas que apoiam o projeto para pagar a passagem e comprar itens básicos, como pirulitos, balas e brinquedos.
Claudia Beatriz Alves da Silva, a “Beloka”, de 60 anos, faz parte do projeto desde seus 45 e coleciona histórias emocionantes sobre o trabalho que desempenha com tanto amor.
— Quando você chega, às vezes a situação está bem difícil e a pessoa só de ver o palhaço, de ter aquele contato olho no olho, já sorri. E, por alguns segundos, ela esquece da dor. É incrível. Eu sempre falo que fazer uma pessoa com dor sorrir, pra mim, é um pequeno milagre — , diz ela, emocionada.
Em 15 anos de muitas histórias, Beloka lembra de uma recente que mexeu com ela e a fez entender porque tanta dedicação vale a pena.
— Teve uma menina que atendemos duas vezes no Hospital da Posse e a gente sempre pede que nos avisem quando tiverem alta, porque ficamos na torcida. Ela teve alta e me mandou um áudio dizendo que estava muito triste, porque agora não ia mais ver as palhaças. Então, a gente vê que é um trabalho que faz a diferença — diz ela.
Noah Feliciano, de 6 anos, que se recupera de uma cirurgia de retirada de apêndice, adorou a presença das palhaças. Sua mãe, Ingred dos Santos, de 28 anos, ficou feliz pelo tempo em que o filho entrou em uma bolha de felicidade, mesmo internado.
— A criança não fica feliz numa sala de hospital, então essa ação é legal porque deixa as crianças animadas e melhora a autoestima delas. Meu filho estava tristinho, mas agora já está brincando com o peixinho (brinquedo) que as palhaças deram pra ele. Ele amou e eu me diverti também! — afirmou Ingred.
Não quer dizer, no entanto, que sempre seja fácil. Afinal, os palhaços também choram e lidar com o sofrimento com um sorriso no rosto não é simples.
— A gente vê muitas coisas que mexem com as nossas emoções. E, mesmo vivendo um momento difícil, o palhaço precisa manter a postura, com sorriso no rosto. Mesmo com o coração despedaçado, porque sentimos a dor do outro. Temos sempre muito cuidado e preocupação. A gente está ali pelo outro — explica Beloka. Empatia é palavra de ordem.
O cuidado com quem cuida
Além de levarem muito amor e carinho para os pacientes, as palhaças também se preocupam com a equipe do hospital. Muitas vezes, o dia também não está nada fácil para eles, e nessa hora, um docinho e um sorriso são capazes de fazer a diferença.
— A gente percebeu que olhar para os funcionários, para os médicos, é muito importante também. Eles trabalham em um ambiente muito difícil, lidando com as pessoas no pior momento da vida — diz Beloka.
Assim, o Projeto Alegria passou a direcionar parte de seus esforços para a equipe do hospital.
— Toda semana, a gente leva pirulito e balas que a gente chama de “risotril”, para dar somente para os funcionários. Quando você olha para um e percebe que ele está muito triste ou cansado, aí a gente dá um risotril para ele ficar feliz — brinca, falando sério.
Fonte. Jornal Extra
- Toda quarta-feira, os dias são especiais no Hospital Geral de Nova Iguaçu. O dia da semana marca a visita do "Projeto Alegria", um grupo de palhaças que leva acolhimento, felicidade, risadas e um pouco de alívio para adultos e, principalmente, crianças internadas no Hospital da Posse, nome mais popular do HGNI.
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