Chefe da PF diz que identificação de nova joia robustece investigação contra Jair Bolsonaro

 

Ex-presidente Jair Bolsonaro

Delegado afirma que foi identificada nova negociação nos Estados Unidos durante investigação feita com o FBI. PF acessou imagens de câmeras de segurança e documentos com movimentações financeiras

A negociação de uma nova joia por aliados de Jair Bolsonaro, identificada por investigadores durante buscas em lojas nos Estados Unidos, promete robustecer as investigações sobre a venda de presentes recebidos por ele em viagens oficiais, afirmou nesta terça-feira o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Em depoimento, o ex-presidente optou por ficar em silêncio.
Em maio, um agente e um delegado da PF estiveram no país em uma cooperação internacional do Federal Bureau of Investigation (FBI), o Departamento Federal de Investigação. Em cidades como Miami (Flórida), Wilson Grove (Pensilvânia) e Nova York (NY), os policiais conseguiram colher depoimentos de comerciantes, acessar imagens de câmeras de segurança e ainda obter documentos, como movimentações financeiras dos investigados.

— Foi nessa diligência do exterior, com a equipe do FBI, que se teve notícia dessa nova joia negociada e que não estava no foco da investigação. Houve um encontro de um novo bem vendido no exterior e isso talvez tenha sido um dos fatores para atrasar a conclusão do inquérito. Esse encontro robustece a investigação que se iniciou desde a apreensão no aeroporto — explicou Rodrigues.


Para o delegado Ricardo Andrade Saadi, diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção (Dicor), a identificação dessa nova joia vendida pode ser um agravante na definição da pena em caso de eventual condenação dos envolvidos no esquema. São investigados crimes como peculato e organização criminosa.

Segundo as investigações, auxiliares de Bolsonaro venderam ou tentaram comercializar ao menos quatro itens, sendo dois entregues pela Arábia Saudita e dois pelo Bahrein.

No inquérito, a PF aponta a existência de uma organização criminosa no entorno do ex-presidente que atuou para desviar joias, relógios, esculturas e outros itens de luxo recebidos por ele como representante do Estado brasileiro.

Entre os presentes negociados, estão relógios das marcas Rolex e Patek Phillipe, para a empresa Precision Watches, no valor total de US$ 68 mil, o que corresponde na cotação da época a R$ 346.983,60.

Nesse caso, o ex-ajudante de ordens da presidência Mauro Cid esteve pessoalmente em uma loja em Willow Grove para vender a peça. Uma foto do comprovante de depósito foi armazenada no celular do oficial.

Procurada pelo jornal O Globo, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro não se posicionou sobre o assunto.

Fonte.Jornal  Extra

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