Cantora relata que cabelo black power foi revistado em aeroporto do Rio
Cantora diz que black power foi revistado em aeroporto do Rio — Foto: Redes sociais
: 'As coisas nunca são suaves para pessoas como eu', lamenta
Luciane Dom estava
a caminho de São Paulo e já tinha passado por scanner corporal. A Infraero
disse que ela foi selecionada aleatoriamente para uma inspeção manual e que ela
não foi revistada no cabelo.
Cantora diz que
black power foi revistado em aeroporto do Rio — Foto: Redes sociais
Uma cantora usou as redes sociais
para contar que uma funcionária disse que seu cabelo teria que ser revistado no
Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, nesta
quinta-feira (14). Luciane Dom disse que já tinha colocado a mala no scanner, e
também tinha passado pelo scanner corporal.
"Chego no aeroporto Santos
Dumont e sou parada por uma 'revista aleatória', minutos antes de
embarcar", conta a artista.
Segundo ela, uma funcionária se
aproximou e disse que teria que revistar seu cabelo, que é black power.
"A mulher me diz 'tenho que
olhar seu cabelo'. Eu olho pra ela aterrorizada com a violência desse ato. Ela
chama o superior. Meu dia acabou", relata.
Cantora Luciane Dom — Foto: Redes sociais
"As coisas nunca são suaves para
pessoas como eu. Queria ao menos ter ânimo e cabeça pra continuar divulgando o
som e falando o que eu tava falando durante a semana.. queria estar leve! Mas
não", lamenta Luciane.
A música "É Natal" será
lançada nesta sexta-feira (15), e a cantora fez a viagem para trabalhar em um
musical em São Paulo.
"A gente vive em uma estrutura
racista. Fere a nossa dignidade. Revistaram a minha mala, o scanner não apitou
nada. A gente está em 2023, a parada parece que não muda. Não quero me sentir
adoecida por isso. É muito cruel", lamenta a cantora.
A cantora e compositora recebeu apoio
de internautas depois do relato, assim como foi alvo de comentários racistas.
Um homem disse que há garotas que
escondem drogas no cabelo para entrar em presídios, e que uma maioria
"paga" pelo erro de alguns. Outros relataram que também passaram pela
mesma situação em outros aeroportos, assim como casas de show.
O caso ainda não foi registrado na
Polícia Civil. A ministra Anielle Franco lamentou a situação.
"Infelizmente, casos como esses
não são pontuais. Nosso corpo e nosso cabelo precisam ser respeitados",
afirma Anielle.
Anielle Franco
lembra de quando Marielle foi revistada no aeroporto de Brasília — Foto: Redes
sociais
Anielle lembrou ainda de um relato da
irmã, a vereadora Marielle Franco, que também foi revistada no Aeroporto de
Brasília.
O Ministério de Igualdade Racial
acompanha o caso.
Em nota, a Infraero disse que Luciane
foi selecionada aleatoriamente para uma inspeção manual e que foi constatado
por imagens de câmeras de segurança que não houve revista nos cabelos.
"Importante ressaltar que a
inspeção de segurança aleatória é independente de origem, raça, sexo, idade,
profissão, cargo, orientação sexual, orientação religiosa ou qualquer outra
característica do passageiro", afirma o comunicado.
"A Infraero reitera que repudia
quaisquer formas de discriminação, que comportamentos como injúria racial e
racismo não são tolerados nos aeroportos sob sua administração e está à
disposição das autoridades competentes para os esclarecimentos que façam
necessários", completa.
Reproduzir vídeo
Entenda a diferença
jurídica entre os crimes de racismo e injúria racial
Fonte.G1.com
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