segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Audiência pública sobre Ferrogrão é interrompida por protesto indígena

 Comunidades indígenas dizem que não foram consultadas sobre o projeto

Policial conversa com manifestantes indígenas  Munduruku e Kayapó enquanto eles bloqueiam a entrada de audiência pública sobre a construção da Ferrogrão em Novo Progresso (PA) 15/12/23

Policial conversa com manifestantes indígenas Munduruku e Kayapó enquanto eles bloqueiam a entrada de audiência pública sobre a construção da Ferrogrão em Novo Progresso (PA) 15/12/23 (Foto: Reuters

247 - Manifestantes indígenas tentaram nesta sexta-feira (15) impedir uma audiência pública sobre a construção de uma ferrovia planejada para atravessar suas terras a fim de transportar grãos para um porto no norte da Amazônia, informou a agência Reuters. 

A ferrovia Ferrogrão, de 1.000 km, é apoiada por agricultores e empresas de grãos que afirmam que ela reduziria a dependência de estradas e diminuiria os custos de transporte de soja do estado agrícola de Mato Grosso para os portos fluviais na bacia Amazônica.

Mas as comunidades indígenas dizem que não foram consultadas sobre o projeto. Cerca de 100 manifestantes segurando faixas bloquearam a entrada da audiência em Novo Progresso, no sul do estado do Pará, mas a reunião acabou começando quando os manifestantes deixaram o prédio, mostraram vídeos nas redes sociais postados por participantes.

"A ferrovia é um projeto de desenvolvimento que beneficiará a todos", disse um de seus principais apoiadores, o Senador Zequinha Marinho, aos manifestantes.

Liderando o protesto estava Alessandra Munduruku, que disse: "Estamos preocupados com as mudanças climáticas e tentando salvar a floresta, mas o Congresso está mais preocupado em lucrar com nossas terras". 

A audiência não foi para consultar os povos indígenas, e sim para conciliar os interesses do agronegócio que se beneficiará da ferrovia e os interesses locais que buscam compensação pela perda de negócios devido à redução do tráfego rodoviário, disse Ana Carolina Alfinito, assessora jurídica da Amazon Watch, um grupo de advocacia pela conservação que participou da reunião.

Em agosto, em uma decisão sobre a Ferrogrão, o Supremo Tribunal Federal manteve a suspensão de um plano do governo para reduzir o tamanho de um parque de conservação florestal para permitir a construção da ferrovia, pendente de novos estudos.

Fonte.brasil247.com


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