quinta-feira, 14 de setembro de 2023

vende cursos e tem canal sobre aviões com mais de 50 mil inscritos

Nathan deve prestar depoimento até o fim da próxima semana

Segundo a polícia, Nathan Marchon, de 29 anos, atingiu Caroline Kethlin com a asa da aeronove de pequeno porte que pilotava no Aeroclube de Nova Iguaçu, na Baixa Fluminense

A polícia identificou o piloto que atropelou Caroline Kethlin, de 22 anos, que teve morte cerebral declarada no último domingo. Segundo as investigações, Nathan Marchon, de 29 anos, atingiu a estudante com a asa do ultraleve que pilotava no Aeroclube de Nova Iguaçu, na Baixa Fluminense. Caroline foi atropelada na lateral direita da pista.

Entusiasta de aeronaves de pequeno porte, ele tem um canal no Youtube sobre ultraleves com mais de 50 mil inscritos, em que mostra seus voos, avalia aeronaves e divulga aviões que estão à venda. Além do canal, com 416 vídeos, ele tem um site em que oferece curso de piloto para alunos iniciantes, intermediários e de nível avançado.

Em seu canal, Marchon testa vários modelos de ultraleves e voa em diversas regiões do Brasil. O vídeo mais acessado tem 256 mil visualizações e mostra o "menor avião bimotor do mundo". O último vídeo do canal foi publicado oito dias atrás.

Canal do Nathan Marchon — Foto: Reprodução
Canal do Nathan Marchon — Foto: Reprodução

Antes de começar os vídeos, ele se apresenta e divulga o seu site, chamado Aero Marchon. Lá, ele anuncia aeronaves que estão à venda e também oferece seu curso de piloto para iniciantes e intermediários.

O curso mais básico, para iniciantes, dura um dia e custa R$ 800. Segundo o site, o curso oferece uma imersão de um dia em que o "aluno vivencia todos os elementos do curso de formação de pilotos de forma muito resumida" Ao fim do treinamento, o estudante pode decolar em um voo de instrução de 30 minutos pilotando um ultraleve.

A intenção da aula é, segundo a descrição, proporcionar uma experiência para que o estudante decida se quer ou não entrar no esporte. A grade do curso inclui "uma breve aula teórica de aerodinâmica aplicada aos equipamentos de voo, apresentação dos elementos da aeronave, um bate-papo detalhado sobre noções básicas de meteorologia, navegação e legislação".

O curso intermediário custa R$ 3,6 mil e dura quatro horas de estudo prático. O público alvo, segundo o site, são alunos que já fizeram o curso básico ou quem têm "licença de piloto CPA ou PP, seja ela vencida ou não". O avançado custa R$ 4,5 mil e dura cinco horas. O local do curso é indicado como Rio de Janeiro (RJ), sem outras informações.

Piloto ainda vai prestar depoimento

Na última segunda-feira, a Polícia Civil e o Centro de Investigação e Prevenção (Cenipa) fizeram uma perícia no local do acidente e identificaram o ultraleve como um Flayer GT. Modelos desse tipo podem chegar a mil pés de altitude, cerca de 300 metros de altura, e 80 quilômetros por hora. Fabricada na década de 1990, é preciso um certificado para ter autorização para pilotá-lo.

Segundo a polícia, Marchon tinha a documentação e estava se deslocando na pista, testando o ultraleve, quando ocorreu o acidente. Os agentes afirmaram que a aeronave de pequeno porte teria perdido o eixo da pista e percorreu menos de 200 metros até atingir a estudante, que estava na lateral direita. O caso foi registrado na 58ª DP (Posse), que investiga o ocorrido.

O delegado responsável pelo caso, José Mário Salomão Omena, ainda quer ouvir a principal testemunha, o pai de Caroline Kethlin, antes de ouvir o piloto. Ele estava com a vítima no local do acidente. Marchon deve prestar depoimento até o fim da próxima semana.

Local funciona sem fiscalização

Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que o Aeroclube de Nova Iguaçu "não é uma entidade certificada pelo órgão para oferta de cursos de formação de pilotos e não consta no cadastro de aeródromos privados da Agência".


Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) disse que investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III) foram acionados para realizar a ação inicial da ocorrência no aeroclube. E que “a conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes”.
Fonte. Jornal Extra


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