Por que dipirona é vendida no Brasil, mas proibida nos EUA e em parte da Europa?
A dipirona está no mercado há um século — Foto: GETTY IMAGES
A dipir
Disponível há um século, o remédio isento de prescrição é indicado no Brasil para tratar febre e dor — mas uma polêmica nos anos 1970 fez com que ele se tornasse praticamente desconhecido em diversos países atualmente.
Uma das soluções para aliviar febre e dor, a dipirona sempre figura na lista dos remédios mais vendidos no Brasil.
💊 Mais de 215 milhões de doses deste medicamento foram comercializadas no país apenas em 2022, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em outras partes do mundo, porém, a realidade é completamente distinta: em lugares como os Estados Unidos e uma parcela da União Europeia, esse fármaco está proibido há décadas.
Por trás do veto da dipirona nesses locais, está uma grande controvérsia sobre um possível efeito colateral grave da medicação: a agranulocitose, uma alteração no sangue grave e potencialmente fatal marcada pela queda na quantidade de alguns tipos de células de defesa.
💊 Mas o que há de evidência científica por trás dessa alegação? E em que casos esse remédio realmente faz a diferença?
Para entender essa história, é preciso conhecer o mecanismo de ação desse remédio.
Funcionamento misterioso
A dipirona foi criada em 1920 pela farmacêutica alemã Hoechst AG. Dois anos depois, ela já estava disponível nas drogarias, inclusive no Brasil.
Ela ficou conhecida pelo nome comercial Novalgina, que hoje pertence ao laboratório francês Sanofi.
Outros remédios populares que trazem dipirona são o Dorflex (também da Sanofi) e a Neosaldina (da Hypera Pharma).
Todos eles estão disponíveis nas farmácias e não precisam de receita médica para serem comprados pelos consumidores.
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